Breve fábula sobre um casinho de nada

Ela estava no radar do cara fazia tempos. Ela era tudo o que ele mais queria. Pelo olhar dela, ele não passava de mais um daqueles sujeitos simpáticos, gente boa e que não despertavam tesão nenhum. Nessa dinâmica, a maior conquista do cara era o status de "mala". O rapaz era insistente, incansável e empenhado em tornar-se presente de todas as formas na vida daquela mulher; para ele, era assunto de carne, osso e espírito mesmo.

Viam-se vez por outra, numa daquelas interseções de círculos sociais sobre as quais não se tem controle. Ele sempre arrumava um jeito de chamá-la virtualmente, queria estreitar o contato e lançava mão de todos os recursos. Sim, o rapaz já tinha adicionado o obscuro objeto do desejo em todas as comunidades virtuais possíveis e imagináveis que participava. Falar com ela, nem que fosse para comentar do tempo, já tinha virado hábito obsessivo.

Só que um dia a fantasia virou realidade. Ela resolveu dar uma chance para ver qual é, nem que fosse para o sujeito largar do pé dela de vez. A noite no motel foi ok e terminou com a dupla rachando a conta. "Ué, não é justo?", pergunta o sujeito. Ela não disse nada. Só teve a certeza de que, outra vez, nunca mais.

Giovana - A Solteira

Leia Mais

Encontro marcado

Data: 29 de novembro

Hora: tardinha

Local: laje

Convocados: Solteira, Descasada e Divorciada + A Profissional + O Videomaker + agregados

Motivo: SURPRISE!!!

beijos!

O trio

Leia Mais

Festa de Separação


Aproveitei a minha folga na quarta-feira para assistir Festa de Separação: um documentário cênico, no Teatro Imprensa, aqui em São Paulo. Do que se trata? Hoje descasados, a atriz Janaína Leite e o músico e filósofo Felipe Teixeira Pinto decidiram montar um espetáculo a partir de seu processo de separação. A ideia era registrar aquela etapa da vida e preservar as boas lembranças de tudo o que eles viveram juntos, numa encenação que refletisse ainda sobre tudo o que envolve o nascimento e o fim de um amor.

Gostei. Principalmente pela atitude corajosa de ambos, mesmo que o trabalho tenha elementos de ficção. Você já se imaginou dividindo um palco com o seu ex, passando a limpo parte da intimidade e dos sentimentos de vocês? Pois foi o que Janaína e Felipe fizeram. E sob a premissa de querer terminar aquela relação com respeito pelo outro.

Talvez por estar tão envolvida com a apresentação, fui abordada pela Janaína, a atriz, duas vezes ao longo da peça, naqueles momentos de interação com a platéia. No primeiro deles, fui perguntada sobre que presente daria para alguém que se separou. Respondi que daria um sapinho de brinquedo ou decoração, para dar sorte. No outro, ela quis ouvir de mim uma situação fofa de início de relacionamento. Olhei para Guarda Belo, meu namorado, pedi autorização e contei para todo mundo a História de uma florzinha. Causei, claro. Causamos, o povo gostou do nosso relato.

Está em São Paulo? Ficou interessado? Pois a peça está em cartaz às terças e quartas, às 21 horas, no Teatro Imprensa. Mas só até o dia 2 de dezembro.

Bom final de semana e beijos,

Isabela – A Divorciada

Leia Mais

Que triste

Outro dia eu ouvi de uma mulher de cinquenta e poucos anos: “Nunca amei ninguém na vida. Tive momentos de encantamento, mas amor, só pelos meus filhos”. Fiquei triste por ela. Porque eu, com vinte anos a menos, me orgulho muito de ter me permitido amar intensamente.

Débora - A Descasada

Leia Mais

O ciclo das divorciadas

“Fiquei com um baby de 22 anos na balada ontem. Hahaha!!!!”

O barulhinho do torpedo, enviado por volta do meio-dia de um sábado qualquer, me fez acordar curiosa. Era uma amigona, separada há uns seis meses, me contando o que tinha aprontado na noite anterior. Mal sabe ela o quanto eu gostei de ler aquela mensagem. Aquelas poucas palavras me fizeram ter certeza: minha querida chegou à fase 2 do ciclo das divorciadas, que bom. Não entendeu? Bem, tendo a mim mesma como referência, além de várias amigas que viram seus casamentos terminarem, posso concluir que, no fim das contas, o processo do divórcio traz experiências bem parecidas para todas nós. Etapas que, do ponto em que me encontro, eu resumiria assim:

Fase 1: O baixo-astral. Paralisadas, não temos outro assunto além do fim daquela história, da ansiedade por ouvir quem já passou pelo mesmo processo, do querer saber por quanto tempo mais a gente vai pensar nisso 20 horas por dia, além dos sonhos que a gente tem nas cinco horas em que consegue dormir.

Fase 2: A pegação. Resolvidas a virar a página, decidimos aproveitar a vida. E fazer regime, e ficar lindas, e pintar as unhas de vermelho. Nos permitimos agir como meninas descobrindo a balada e os homens. As noites voltam a ficar curtas, só que agora porque a gente está na farra. Uma covardia com as outras a gente querer ter 18 anos tendo a experiência dos 30, não perdoamos ninguém.

Fase 3: Apaixonada outra vez. Acontece sem que a gente espere, geralmente do jeito mais imprevisível. E lá se vão os nossos nervos de aço pro chão outra vez. Sim, dona pegadora, não há nada que você queira mais do que ser de um só outra vez. Que programa tira você de casa agora, hein? Uma divorciada apaixonada, que acabou de começar a namorar, não está nem aí para o resto do mundo. E se joga ao sabor dos ventos de um amor novo. E arrebatador....

Fase 4: Tem alguém aí para completar a lista? A mocinha aqui se encontra no estágio 3, mas está muito curiosa para saber o que vem depois. Contem-me tudo, meninas mais experientes do que eu.

Debs, Cris, Geo, Robert e Margarete: vocês são as divorciadas mais incríveis do Brasil. Muitos beijos.

Isabela – A Divorciada

Leia Mais

A enfermeira e o doutor

Eles se olhavam com paixão. Era evidente. Dançaram coladinhos a noite toda. Conversaram e trocaram sinais pelo olhar. Quando ela dançou com outros – e foram muitos outros que a convidaram – ele ficou meio sem saber para onde ir, para onde olhar. Ficou enciumado. E decidiu ir embora cedo sob o argumento de um plantão pesado no dia seguinte. Ela ficou chateada. Quando saímos da balada, eu apertei: vocês estão gamados um pelo outro, não? E ela me disse: não dá, não posso, ele é noivo. E então me contou que há tempos que eles cultivam essa amizade colorida, que ele já lhe confessou que nada mais sente pela noiva de cinco anos, que ele já até tentou morar com ela e eles quase se mataram, mas que seguem com a proposta de casamento porque “as famílias muito se gostam e apostam muito nesse casamento”. Contou também que às vezes eles ficam das 21h até as 2h da manhã conversando pelo MSN – coisa de gente muito apaixonada. Fiquei chateada pela enfermeira. Um amor que não pode ser vivido por causa das convenções. E fiquei com pena do doutor, que vai se meter numa roubada até que a morte o salve por puro medo de ser feliz.

Débora - A Descasada

Leia Mais

Um mau ano

E, finalmente, o terceiro lugar. Emílio Yamane e sua história de uma paixão não correspondida.

Devo começar dizendo que não foi um período de 365 dias muito agradável, afinal, não herdei nenhum vinhedo no sul da França. Algumas coisas aconteceram, marcantes pra mim, sem dúvida, mas que dependendo da definição de "especial", podem ser assim classificadas ou não.

Em outubro do ano passado eu era apenas mais um carinha mediano poraí. Ia pro trabalho, ia pra academia, fazia curso de línguas (japonês, só pra não dizer que era totalmente "padrão"). E mais importante de tudo: estava apaixonado. De verdade. Coisa rara pra mim (até agora, nesta vida, contam-se duas vezes).

Aí acabei passando em um concurso, mas pra outra cidade, Curitiba. Salário melhor, trabalho melhor. E eu não fui. O motivo "oficial" é que eu não quis mudar da pacata Floripa pra cosmopolita Curitiba. O motivo de verdade é que nessa época eu ainda tinha esperanças idiotas.

Nessa mesma época, acabei fazendo algo inédito (pra mim, claro, pra tanta gente é coisa tão banal...). Me declarei pra 'ela'. E como já esperado, levei um fora. Com aquele terrível papo de "você é uma pessoa especial", "vamos ser amigos" etc... Na época, até tentei. Como diria o Chaves, "que burro, professor, dá zero pra ele". Certas coisas simplesmente não funcionam.
Sabe, um pedaço de mim morreu naquela hora, mas eu só vim a ter consciência disso depois de uns tempos...

E assim, as coisas foram se tornando insípidas, sem graça nenhuma. Aos poucos, parei de fazer quase tudo o que era da minha antiga rotina, exceto ir trabalhar (afinal, preciso do dinheirinho todo mês). Ir trabalhar, se não era tão mal assim, se tornou um suplício, pois trabalho na mesma empresa que ela.

Me tornei (mais) mal-humorado do que de costume, nervoso, com raiva do mundo. Pessoas lidam com a tristeza de diferentes maneiras, a minha maneira é transformá-la em raiva. Como parei com a academia e de fazer qualquer outra coisa, engordei uns 10 quilos. Deixei a barba crescer,toda desgrenhada, assim como o cabelo. E principalmente, deixei de acreditar. Em esperanças, em tudo.

Nessa época, comecei a assistir o seriado do House. Me identifiquei muito com o personagem, especialmente pela infelicidade que o acompanha. Se bem que não considero 'infelicidade' a melhor palavra para tal, prefiro a palavra 'miséria', que em português geralmente as pessoas associam mais ao aspecto financeiro, mas que expressa melhor o que o House é (ou era): um miserável, no sentido mais amplo da palavra.

E assim como o House (spoilers!), uma hora a gente tem que deixar de ser (pelo menos tão) miserável. Não é fácil, e nunca vai ser como era antes.

Van Gogh disse, usando suas últimas palavras, que "a tristeza durará para sempre". Apesar de não ser acalentador, nem reconfortante, eu concordo com ele. Esse tipo de tristeza a gente leva pra sempre, mesmo que guardada numa caixinha escondida lá no fundo. Mas não, eu ainda não guardei a minha numa caixinha.

E chegando aqui, percebo que não sei como terminar esse texto. Queria poder dizer que tudo vai passar, que tudo vai melhorar, mas não acredito mais nesse tipo de palavra. Mas também não queria terminar o texto muito deprê (de deprê, basta eu).

Então, vou terminar o texto com um desejo: de que pra você, tenha sido um bom ano. Com ou sem uma boa safra de vinhos.

Leia Mais

O casamento com meu melhor amigo

O segundo lugar, Fernanda Gomes de Sá Paulo Poli, e seu texto (um tanto sensato) sobre casamento.

Em um ano a gente consegue redesenhar nossa vida de uma maneira tão incrível que jamais admitiríamos sonhar antes.

Colocando como ponto de partida meados do ano passado, posso dizer que mudei de casa duas vezes, enfrentei a doença do meu pai, planejei meu casamento e casei, perdi meu pai, investi em minha vida como advogada, desisti temporariamente do jornalismo, vi minha mais nova sobrinha nascer, assumi incumbências no comércio. Fora alguns contratempos que eu e meu marido merecemos ter tido porque não soubemos escolher nossos ex. Bem, pelo menos eles são ex!

Prendendo-me ao fato casamento, no entanto, creio que fazer um ano de casada foi uma vitória e tanto.

Apesar de concordar que é difícil encontrar um amor de verdade, acredito que manter esse mesmo amor é que são elas.

Quando a gente casa passa a dividir a própria vida com o outro. Conhece, verdadeiramente, suas manias e chatices, seus pontos fracos e ou aprende a lidar com todo esse excesso de informações ou abandona o barco.

Casar é muito bom, mas não é fácil.

Eu tive que me habituar, entre outras coisas, a acordar com o cachorro me lambendo, a caçar meias e cuecas pela casa, a perder completamente o domínio sobre a programação de TV. Mas aprendi que a vida pode ser bastante divertida quando a gente consegue enxergar o companheiro como um parceiro e passa a viver ao lado de alguém que é, em primeiro lugar, seu amigo. Alguém com quem a gente pode sentar do lado no boteco e passar horas a fio falando bobagens, discutindo novela, esporte e admirando como a vida pode ser bacana quando os dois se esforçam para isso.

Talvez, almas gêmeas não tenham tantas diferenças quanto nós dois temos. Ou não. Fora que deve ser extremamente chato viver com alguém exatamente igual a você. E improdutivo também.

Aconselho minhas amigas a arriscar. Casar não é uma loteria. É um teste de paciência! Dois tentando ser um e um todo querendo respeitar a individualidade de dois.

Acho que a Nicete Bruno já quis enforcar o Paulo Goulart muitas vezes. Mas duvido que conseguiria pensar em ter outra vida sem ele. Sempre penso em enforcar meu marido, mas ele tem sorte de conseguir me fazer rir antes que eu chegue às vias de fato.

Primeiro a gente aprende a dividir com os irmãos. Depois a gente aprende a abrir concessões com o marido.

O casamento é uma viagem, com momentos muito difíceis e outros tantos inesquecíveis que eu sei que jamais viveria se não tivesse me aventurado.

As pessoas são únicas e a gente demora para aprender a entender cada uma delas, principalmente aquelas com as quais convivemos intimamente. E é essa a graça de casar.

Leia Mais

O meloso, o fofo e o amor por mim mesma

Com vocês, Cibelly Goulart, primeiro lugar da nossa promoção, e sua saga dos últimos 365 dias.

Em 11 de novembro de 2008, eu estava com 24 anos, trabalhando e vivendo um amor um tanto meloso fazia sete meses - que já estava começando a me irritar. Nesse dia eu ganhei uma aliança enorme que tampava metade do meu dedo e estava sendo forçada a pensar em uma data para o nosso noivado (ele era um tanto apressado). Com tanta coisa me incomodando e a partir da decisão de que nunca mais eu iria ficar calada quando algo me perturbasse - baseada em relacionamentos anteriores - eu resolvi abrir o jogo com o “Ser” e falar tudo o que eu não aguentava mais.

Ouvi desculpas e pedidos de compreensão, além da frase “eu te amo tanto que só não ficaremos juntos se você acabar com tudo”. E eu, tonta que sou, resolvi dar mais um tempo e ver se as coisas melhoravam. No início de dezembro, num belo domingo, o “Ser” me chama para conversar. Diz que por motivos financeiros terá que voltar para a casa dos pais em Minas Gerais e pergunta se estou disposta a namorar à distância e nos vermos a cada 15 dias. Lembrou-me ainda de que precisávamos pensar em guardar dinheiro pra casar etc. Confesso que fiquei em estado de choque e que não sabia se estava preparada para tudo aquilo, principalmente para planejar o casamento.

E eis que uma semana depois – sim, caros leitores, apenas uma semana depois - o mesmo “Ser” que jurou amor eterno termina nosso namoro por MSN. Eu, nos primeiros dias, fiquei péssima, ainda mais porque isso ocorreu na mesma semana em que minha irmã passou por uma cirurgia e que minha conta bancária foi clonada. Sim, é como dizem, sempre vem tudo de uma vez. Chorei tudo o que tinha pra chorar e resolvi dar um rumo para minha vida. Em vez de curtir minha fossa ou me acabar numa balada, resolvi me arrumar mais, me levar pra passear, me levar ao cinema - foi um momento de superação entrar no cinema apenas com minha Coca-Cola e meu pacote de pipoca.

Passei a me valorizar mais e poucos dias depois eu já estava ótima. Criei um blog, encontrei o 3xtrinta e fiquei me perguntando por que havia começado a namorar uma pessoa tão confusa e dependente. Pra melhorar ainda mais meu humor, no final do ano a minha orientadora se ofereceu para orientar meu Doutorado. Eu faço aprimoramento em um Instituto de Pesquisa. Isso foi o máximo! Amo o que faço e ter meu esforço reconhecido foi como uma explosão de fogos de artifícios.

E assim acabou meu ano de 2008. Iniciei 2009 com o pique total, muito trabalho, muito estudo, muito esforço. Deixei minha vida emocional um pouco de lado e me dediquei totalmente à vida profissional. Passei boa parte do meu tempo lendo artigos, escrevendo resumos e projetos, até que surgiu a oportunidade de participar de um congresso em Salvador e mostrar um pouquinho do que tinha feito. Quando todos do meu laboratório desistiram de ir para o congresso veio a grande dúvida: será que eu vou sozinha? Sozinha? Para uma cidade que não conheço? Decidi ir. Peguei o avião (minha primeira viagem de avião!) e desembarquei em Salvador!! Salve Salvador!

Que cidade maravilhosa. Amei aquele lugar, que cá entre nós, tem uma magia diferente no ar.
O congresso foi muito bom, mas o resto da viagem melhor ainda. Depois de tempos me escondendo de todos que se aproximavam de mim, foi preciso ir a Salvador para me dar a chance de conhecer um cara legal que, por coincidência (ou não), mora em uma cidade próxima da minha. E a faculdade na qual estudei durante cinco anos fica na rua dele. Ele estava lá a trabalho e ficaria por mais um mês e meio ou dois.

Após conhecê-lo, fugi dele por um dia e meio (puro medo, afinal, ele já tinha mexido comigo). Depois de muita paciência e umas três horas de um papo muito bom, me rendi. Um cara diferente de todos que já fiquei. Um fofo escondido atrás de uma cara de durão. Foram os melhores três dias do meu ano. Com direito a matar um dia de serviço (ele) e de congresso (eu).

Difícil foi voltar pra Sampa. Voltei a minha vida de trabalho, com o telefone e o e-mail do carinha na minha agenda e a grande dúvida: ligar ou não ligar? Eis a questão! Não liguei, mas mandei um e-mail para não ficar assim tão desinteressada – e isso também foi uma superação. Ele deve voltar pra cá ainda esse mês, quem sabe... Se vamos nos encontrar e se vai rolar algo, eu não sei. Mas aquela viagem foi muito boa. Descansei minha cabeça, exercitei outras partes do corpo e voltei com o pique todo novo para continuar minha jornada de trabalho.

O ano já está quase acabando e hoje me sinto realizada. Me livrei de um encosto, aprendi a gostar mais de mim, me permiti viver uma paixão e continuo trabalhando com muito amor pelo que eu faço.

2009 está sendo muito bom, mas 2010 promete.

Leia Mais

Resultado da promoção!

Em primeiro lugar, gostaríamos de agradecer a todos que participaram da nossa promoção de um ano de blog! Mas, gente, preciso confessar uma coisa para vocês: eu gostei de todos os textos!! Para uma geminiana indecisa e confusa como eu, foi difícil escolher apenas três. Sorte a minha ter ao meu lado duas mulheres decididas e práticas como a Bela e a Gio.

Então, vamos aos felizardos:

1º lugar - Cibelly Goulart
2º lugar - Fernanda Gomes de Sá Paulo Poli
3º lugar - Emílio Yamane

Agora, conforme nosso super regulamento, Cibelly precisa entrar no site da Biodolce, escolher cinco produtos, e no site da Essência para escolher um livro.

Fernanda e Emílio também devem entrar no site da Essência. Fernanda escolhe três livros e Emílio, dois.

Enviem para a gente suas escolhas e não se esqueçam de mandar o endereço também!

Os textos premiados serão publicados ao longo dos próximos dias.

Obrigaduuuuu!!

beijocas

Débora - A Descasada

ps: nós gostamos tanto de tantos textos que temos uma proposta para vocês que participaram e não ganharam: podemos postar suas histórias?

Leia Mais

O expurgo de 2009*


Uma galera vestida de branco invade o Credicard Hall. O Reveillon antecipado era, na verdade, a gravação do Show da Virada da Globo. E, sim, eu estava lá naquele micão. Mas veja bem: de camarote, tomando espumante e comendo presunto Parma. Olhando o show bem de frente e de cima. Sem nenhum risco de ser filmada. Mas, também, se fosse, iria mais era mandar um “Manhêeeee, te amo! Feliz 2010!!!”. Ou então erguer um cartaz escrito: “É a turma de Osasco no Reveillon da Globo!!”. Eu sou da teoria de que se é para avacalhar, bora pagar o mico completo.

E o show começa com CPM 22. Puxa, essa banda tá durando, não? Depois vem mais um monte de banda parecida. Canto junto com NX Zero aquele hit que eu jurava que era do CPM 22: “Sei que um dia a gente vai se encontrar, tenho certeza numa bem melhooooor”. Aí vem o Skank e canta umazinha só! Poxa, podiam ter dado o direito de mais um playback para eles. Daí em diante o negócio foi ficando cada vez mais divertido. E eu, cada vez mais bêbada.

Percebo que não conheço as músicas da moda. Sejam elas pops ou sertanejas. Estou ficando velha. Mas eis que entra Claudia Leitte (é com dois Ts, né?) e ataca de Michael Jackson. Pô, não é que foi divertido? Quem nunca sonhou em fazer a coreografia de Thriller? Me acabei de rebolar com Calcinha Preta com o hit do ano – você não vale nada mas eu gosto de você – e confesso que chorei cantando com o cutoco-Daniel: “Meu amoooooor, ah se eu pudesse te abraçar agora, poder parar o tempo nessa horaaa”. Ah, a bebida é uma merda.

Latino e Perla? Rick Valen? O que é isso, Deus meu? Quando o Belo entra no palco eu digo a mim mesma que aí já é demais e vou respirar no sofazinho do camarote ultra mega vip. KLB chega e eu penso: desses aí eu não conheço nada mesmo! Mas...opa...isso me soa tão...90’s! Bon Jovi!! Aí eu solto a voz: “IT'S MY LIIIIIIIFE, IT'S NOW OR NEVER, I AIN’T GONNA LIVE FO-RE-VER”. Ooops, denunciei minha idade agora. (Reparo que meus coleguinhas de camarote eram criancinhas nos anos 90).

A Claudia Leitte volta e faz a farra. Numa noite de playbacks, ela arrasa na espontaneidade e chacoalha a galera. Mesmo tendo que repetir tudo na sequência. A galerinha do camarote se empolga e extravaaaasa. Zeca Pagodinho entra e eu descubro que te amo demaaaaais. E eis que chega a grande e última atração da noite: Victor e Leo e seu pout-porri "Deus-e-eu-no-sertão-Borboletas-sempre-voltam-e-Sempre-fui-um-grande-amigo-seu". Ah, essas eu sei todas!

A gravação acaba. O vestinho branco tomara-que-caia usado no último Reveillon se comportou bem. E eu também, apesar de altinha. Foi a noite mais brega da minha vida. E também uma das mais divertidas. E assim, em plena terça-feira de um dia qualquer de novembro, comecei a me despedir de 2009.

Obrigada, Zuzu! Obrigada, chefinho! Obrigada, estagiária!

Débora – A Descasada

ps: Du, valeu pela carona...no meu próprio carro! Há!
*agora com foto e com os devidos agradecimentos!

Leia Mais

Sobre cuecas na gaveta das calcinhas. Ou vice-versa...

Se encontraram por acaso, saíram poucas vezes e se divertiram muito. Enquanto o cara tomava banho, ela entreolhou o guarda-roupa com a porta encostada. O convite para dar uma espiada foi irresistível. Levantou, abriu a porta e tomou um susto. Estava tudo milimetricamente no lugar, sem exceção.

Camisas impecavelmente passadas e dependuradas na arara. As gavetas eram de dar inveja a qualquer um com ph.D em organização. Cada camiseta estava dobrada exatamente do mesmo jeito, a maioria da cor branca, tinindo de limpas. As meias ocupavam parte de uma das gavetas, todas agrupadas num canto, um grupo de bolinhas branquinhas, iguais flocos de neve. Um gato ali iria ter motivos para se esbaldar por meses.

O cara era organizado e de raciocínio analítico e o guarda-roupa era o raio x mais fiel de sua personalidade. Fechou a porta, voltou pra cama e viu na parte debaixo do criado-mudo o livro de cabeceira; que atendia pelo instigante título de "Matemática Financeira". Abriu o compêndio e fechou na mesma hora. Só de imaginar aquele assunto, sentiu um tédio enorme.

Sei lá, mas teve a estranha sensação de que suas calcinhas jamais compartilhariam o mesmo espaço daquelas cuecas. Era tudo arrumadinho demais para o seu gosto. Não havia espaço para erro, para algo fora do lugar, para o acaso. Ali, o acaso de uma camisa escorregar do cabide, de uma meia ir parar no meio das cuecas, de qualquer coisa que pudesse estar fora do lugar. Aquela arrumação toda era perturbadora.

Só que naquele instante, este pensamento não ocupou a cabeça por mais de cinco segundos. Tempos depois, quando tudo terminou, aquele guarda-roupa disse mais que qualquer palavra. Dizem que homens solteiros quando são organizados se tornam mais maníacos por arrumação do que as mulheres em situação semelhante. É, pode ser...

Giovana - A Solteira

PS: este post foi inspirado num artigo enviado pelo Gerassimos, que já foi entrevistado aqui. Gera, obrigada pela dica! :O)

PS: Confira o artigo neste link.

Leia Mais

Casamento no automático

"Conversamos poucos dias antes do casamento. Ele estava mal, desanimado. E disse que só ia casar porque era mais fácil se separar depois do que terminar tudo em cima da hora". Essa é mais uma da série "as verdades que a gente escuta nas mesas de bar". Um comentário que eu ouvi ontem, sobre pessoas que sobem ao altar sem empolgação, no automático, para ver no que dá depois, mesmo achando que pode dar em nada.

A análise da Divorciada: meninos e meninas, não casem, jamais, se não estiverem absolutamente felizes da vida com a relação. Mesmo com toda a esperança do mundo pode ser difícil, decepcionante. Imagine sem!!!!!!! E não, definitivamente, não é mais fácil terminar depois do que cancelar uma festa. Por mais complicado que isso seja.

E tenho dito.

Isabela - A Divorciada

Leia Mais

Saldo positivo

Na casa das quatro mulheres o final de semana rendeu para todas. Dona Lucinda fez uma viagem romântica por vinhedos com seu esposo. Lilica fez consulta de madrugada com o dentista. Claire Marie conheceu o lado mais moderno e intenso do Marrocos. E a balzaca atacou de supernanny.

Débora - A Descasada

Leia Mais

O cálculo do desbunde

A silhueta ainda não tinha voltado a forma. Mas o cigarro sim. "Pois é, voltei. Mas só fumo à noite". A balzaca estava feliz, tinha acabado de ser mãe. O rebento tinha só um mês, é a cara dela e estampa a tela do celular. Claro que a nossa heroína saca o aparelho na menor chance que tem de mostrar o filho. Está curtindo o seu momento.

"Ué, mas você ainda amamenta?", pergunto. O leite tinha secado. Aí, ela voltou a fumar. Será que foi a frustração de não poder mais dar o peito para o bebê? Fiquei meio sem graça de perguntar.

A criança foi planejada, depois de sete anos de vida em comum. Típica história onde tudo se encaixa. Ela e o marido desbundaram até não poder mais. Quando encheram o saco e viram que iam ficar juntos mesmo, resolveram embarcar na aventura dos filhos. Nem enjoo ela sentiu na gravidez. E, para completar, ela diz ser o pai e chama o marido de mãe. O pai da criança é artista e faz de um tudo, se bobear, até melhor que ela quando o assunto é cuidar do pequeno. O casal encontrou seu ritmo.

Agora, ela rolou de rir mesmo quando resolvi fazer umas continhas básicas. Reparem: ela e o marido desbundaram sete anos e depois resolveram ter o bebê. Jogando isso para a minha quilometragem isso significa que teria que conhecer alguém tipo ontem, para desbundar sete anos e ter o primeiro filho aos 40. Aglupt! Engulo em seco.

Diante da matemática do absurdo, nada como fazer algumas ressalvas na hora de passar da teoria à prática. "Ah, mas você tem tempo! Desbunda dois anos e tenha filhos a partir dos 35." Reduzindo a vida a pura aritimética parece tudo bem mais simples não é mesmo?

Giovana - A Solteira

PS: vejam que interessante essa calculadora abaixo, rs.

Leia Mais

O sorvete de 2 euros

Sexta-feira à noite, eu e Adri, minha companheira de viagem, estamos na fila da sorveteria Old Bridge, em Roma. Enquanto penso nos sabores que vou pedir, tenho um súbito peso na consciência e decido ficar com a menor porção do gelato, que custava 1,5 euro, não a de 2 euros, um pouco maior, que eu vinha pedindo desde o início da viagem.

"O que? Você vai pedir o menor? Essa não é a Isabela que eu conheço".

A Adri não precisou fazer muita força para me convencer a me jogar naquela delícia. Às vezes, é muito bom ter por perto alguém que nos lembra quem nós realmente somos quando a gente esquece. Obrigada, amiga. Os gelatos italianos, como você bem sabe, valeram todas as calorias ingeridas. E até o regime que eu estou fazendo agora, hahaha!!!!

Bom final de semana. E muito sorvete procês.

Beijos,

Isabela - A Divorciada

Leia Mais

Eu confio

"O-Negai Shimasu". Com essa expressão e um cumprimento, iniciamos o treino com o colega no Aikido. É um ritual repetido diversas vezes durante um único treino. Inúmeras vezes em uma vida dedicada à prática. E mesmo que já me pareça quase automático, ainda considero um dos momentos mais lindos da aula.

A expressão tem dois significados. Um deles é "por favor". E se quiser deixar mais bonitinho, pode pensar assim: "Por favor, conceda-me o prazer desta luta". Mas o outro significado, tradução literal da expressão, é ainda mais profundo. "Eu entrego minha vida em tuas mãos". Não é lindo isso? Eu fico emocionada toda vez que digo e que escuto. Significa que, a partir daquele momento, você confia plenamente no colega. Ele não vai te machucar, não vai te ferir. Vai treinar com você vigorosamente, mas te preservando.

Eu confio muito nas pessoas. Até naquelas que não conheço. O Charlie (meu ex-marido, para quem não se lembra), costumava dizer que eu sempre parto do princípio que as pessoas são todas confiáveis. Depois, aos poucos, vou desconfiando caso se mostrem pouco fidedignas. E que ele é o contrário: primeiro desconfia e, aos poucos, vai baixando a guarda. Ele brincava que tinha medo de um dia chegar em casa e eu ter acolhido uns desabrigados ou levado uns desconhecidos para jantar.

Acho o procedimento de Charlie mais seguro. E mais saudável. Mas não sei ser assim. Nasci dizendo O-Negai Shimasu à vida. E pago um preço alto por isso. Porque se eu confio até nos mais carrancudos, que dirá naqueles que me abrem os braços ou me estendem a mão? Se alguém me diz "eu te amo", eu acredito. E confio. E me entrego. Se alguém me diz "eu te ajudo", eu acredito. E confio. E me entrego. Porque quando me dizem isso, é como se estivessem dizendo: pode vir, eu estou aqui e te ajudo a segurar a onda.

Talvez porque eu seja assim, acredito que os outros também vão ser. Quando estendo minha mão, abro meus braços, minha casa, minha vida. Meus sentimentos. Algumas leitoras do 3x30 já perceberam isso. Desconhecidas distantes me agradecem pelas minhas palavras e me contam suas histórias. Eu, sem cerimônia, conto a minha de volta. Nessas, fiz uma grande amiga virtual. Sou também a que mais fala da vida pessoal aqui nesse blog. Minha irmã briga comigo. Diz: "Ah, já dividiu isso com seus 400 leitores diários?" (São trezentos. Ela exagera)

Passei minha vida me cobrando para ser mais fechada. Mais reservada. Não me abrir tanto para quem não conheço, nem que fosse para preservar ao menos aqueles que estão a minha volta. Esse ano eu tomei umas pauladinhas educativas nesse sentido. Me serviram para mostrar muita coisa. Principalmente que nem todo mundo segura a onda. Nem todo mundo tem força o suficiente para lidar com os sentimentos e continuar estendendo o braço. Que ninguém é mesmo 100% altruísta, benevolente. E não é que eles mentiram quando se mostraram confiáveis. Mas que são humanos. E humanos erram, tropeçam, têm medo, se traem. Humanos recuam.

Mas eu, estranhamente, continuo dizendo O-Negai Shimasu.

Eu confio.

Débora - A Descasada

Leia Mais

Agora é oficial

Agora é oficial: sou uma mulher divorciada. Já me explico: quando este blog nasceu, em outubro do ano passado, o meu estado civil, segundo a legislação brasileira, era “separada consensualmente”. O divórcio, divórcio mesmo, os papéis finais, saíram há pouco mais de um mês. Já posso até casar de novo! Lembro bem que, na primeira reunião sobre o 3xtrinta, uma das meninas perguntou se eu não preferia assinar “A Separada” simplesmente. De cara, achei que não cabia: o meu sentimento em relação ao meu antigo relacionamento já era, naquele momento, de ruptura total, de quebra, ponto final, já era. E, como sempre me disse o meu amigo Nivaldo, divorciada é uma nomenclatura poderosa. Era, tinha que ser, a minha assinatura aqui.

Ter resolvido as últimas pendências do babado me trouxe uma sensação de alívio. E a oportunidade de refletir, mais uma vez, sobre tudo o que aconteceu, sobre como a vida mudou, felizmente, para melhor. Sobre como eu sou uma mulher mais madura, mais alerta ao comportamento do outro, mais pé no chão. Uma mulher sem certezas absolutas e planos mais que definidos (sim, eu já acreditei em certezas absolutas, a própria Alice vendo o mundo em cima do cogumelo no país das maravilhas).

Agora, vale a intensidade do que trago no coração, o amor saboreado a cada dia para que, assim, o hoje se multiplique por muitos e muitos dias mais. E a vida valha a pena. Sempre vale, quando a alma não é pequena. E a gente recebe de braços abertos as reviravoltas que cruzam o nosso caminho.

Isabela - A Divorciada

Leia Mais

A Uniban desistiu de expulsar a loira

A última da novela da Uniban, onde, no campus de São Bernardo do Campo, a estudante Geisy Villa Nova Arruda, de 20 anos, foi hostilizada em 22 de outubro por assistir aula usando um vestido curto. No último final de semana, Geisy foi expulsa da instituição, que decidiu readmiti-la ontem, sem dar maiores explicações para o recuo. Sabe-se apenas que a decisão foi do reitor Heitor Pinto Filho.

Antes tarde do que nunca, é vero, menos mal que eles tenham mudado de ideia. Agora, fica claro, claríssimo, que o anúncio foi baseado na péssima repercussão que o caso teve. Prevaleceu o medo de ter a imagem manchada e ainda ter que dar explicações a órgãos como o Ministério da Educação, por exemplo. Como se isso já não tivesse acontecido!!!! Como se a Uniban já não estivesse marcadíssima por esse episódio de volta à Idade Média, ao tempo em que uma mulher era punida e julgada pela roupa que vestia.

Outro ponto que me chamou a atenção: na tarde de ontem, durante um protesto na porta da universidade contra a expulsão, que ainda não havia sido revogada, os manifestantes foram vaiados por alunos da instituição, que diziam quer apenas “estudar”. Ou seja, a lógica que fez Geisy ser colocada para fora após ser agredida encontra respaldo entre alguns alunos (prefiro acreditar que esses não sejam maioria).

A universidade promete, para a próxima sexta-feira, a realização de um debate em torno do assunto. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) vai participar. E já se ofereceu para fazer a ponte entre Geisy e a Uniban. Pois tomara que a discussão aconteça mesmo. E de forma limpa, democrática, respeitosa. Que seja uma chance para conversar de forma ampla sobre o linchamento moral pela qual a estudante loira do vestido vermelho tem passado desde 22 de outubro. Um fio de esperança de que não sejamos tão selvagens assim.

Estamos de olho.

Isabela – A Divorciada











Leia Mais

Tic tac...tá acabando o tempo!!

Mandem seus textos da nossa promoção de um ano até quinta (dia 12)! Já recebemos vários textos beeeeem legais. Mas queremos muito mais!!

=D

beijocas do trio

Leia Mais

É verdade: eu detestava buffet infantil...







...até eu descobrir o que é bão!!! Flagrantes do aniversário de um ano da minha sobrinha Marina.
Débora - A Descasada

ps: pelo visto eu não fui a única a me divertir, hehehe

Leia Mais

Expulsaram a loira da Uniban

Acabo de ficar sabendo que a estudante Geisy Villa Nova Arruda, de 20 anos, do curso de Turismo do campus da Uniban em São Bernardo do Campo, foi expulsa pela universidade. Para quem não lembra ou não ficou sabendo, Geisy é a moça do vestido vermelho, alvo de xingamentos e que se viu em meio a um tumulto generalizado envolvendo os cerca de 700 estudantes que se encontravam no prédio da instituição no dia 22 de outubro, só por ter ido à aula usando um traje curto. Quando a confusão veio à tona, escrevi um post sobre o assunto aqui.

Pois é, bem-vindos à idade média. Se a única coisa que poderia ter sido feita para encerrar esse episódio com um mínimo de dignidade, que seria a punição rigorosa dos agressores de Geisy (um grupo entre seis e oito alunos será suspenso apenas), foi ignorada, o que esperar da humanidade? A vítima foi a maior penalizada pelo caso. Além de ter sido hostilizada e ouvido gritos de “Pu-taaa, Pu-taa!” e “Vamos estuprar!” em plena faculdade, ela ainda foi expulsa!!!!!!!! Dá para acreditar???????

Os argumentos da Uniban? A aluna frequentava a universidade com “trajes inadequados”, “fez um percurso maior do que o habitual, aumentando sua exposição pública e ensejando, de forma explícita, os apelos de alunos” e “buscou chamar a atenção por conta de gestos e modos de se expressar”.

Eu ainda não acredito que Geisy foi expulsa porque usava roupas curtas. E porque, na cabeça dos responsáveis pela instituição, isso dava o direito à manifestação dos “apelos dos alunos”. Em todas as faculdades que eu já frequentei, mulheres de diferentes idades usam saias, vestidos e shorts bem acima dos joelhos. E daí? Só para lembrar, estamos no Brasil, país onde, felizmente, temos uma relação muito saudável com o corpo, e reforçando o óbvio, faz calor.

O que não dá para aceitar é o uso de argumentos frágeis para esconder o caráter machista da coisa, a violência contra a loira do vestido vermelho. E, por tabela, contra todas as mulheres. O 3xtrinta repudia a atitude da Uniban, que terá sua imagem manchada para sempre por conta do episódio, os selvagens que ao invés de estudar foram para os corredores gritar contra Geisy e qualquer um que ache que uma jovem de vestido curto dê o direito aos outros de se voltarem contra ela.

Isabela – A Divorciada

Leia Mais

Pronto para uma nova corrida

A corrida era do trabalho para a aula de espanhol. Atrasada como de costume, me meti no táxi e telegrafei o endereço de destino. Dei um minuto para tomar ar e engatei um "moço pode ligar o ar e o rádio?" Não sei porque os táxis aqui de São Paulo acham que não faz calor aqui nesta cidade. Parece que as temperaturas próximas as do Inferno são prerrogativa do Rio de Janeiro...

Aos poucos, percebi que o motorista era um senhor, educadíssimo por sinal, e de fala muito tranqüila. E também que o banco de táxi era um divã para ele. Pois em apenas três quadras já soube que era taxista havia uns cinco anos, adorava o trabalho e encerraria a sua carreira por ali mesmo.

Antes do táxi, foi alto executivo de uma multinacional de brinquedos por quase três décadas. Com a venda da empresa no início dos 90, entrou na lista dos demitidos em massa. Abriu um negócio próprio e, pelo que contou, bem próspero. Confesso que até o momento aquele papo era um monólogo que entrava por um ouvido e saía pelo outro. Só que isso foi até ali.

Com a morte da esposa, ele entrou em desgosto. Vendeu tudo, viveu um luto de três anos e depois casou de novo. "Sabe, homem não nasceu para viver sozinho. Nem homem, nem mulher. O ser humano é um ser gregário. Mesmo assim, é necessário tempo para se acostumar com a nova companheira. Já vai fazer nove anos que perdi a minha esposa."

A última frase me deixou sem fala. O tom de voz do taxista tinha sido melancólico desde o começo. O final da conversa fazia referência à esposa morta. Digam o que quiserem, ele ainda não esqueceu o grande amor. O cerne de tudo está ali. E isso não quer dizer que ele não goste da atual esposa.

Vi ali o reconhecimento de algo bonito, que deixa saudade quando acaba e tem o seu devido lugar dentro da alma. Assim como enxerguei, coexistindo ali, uma força que é inerente a todos nós: a do recomeço mesmo que seja a duras penas. Ele deu oportunidade a si próprio de não morrer junto. Tenho certeza de que não se arrepende e é feliz com a vida que segue. Sábias decisões as do senhor de fala mansa.

Giovana - A Solteira

Leia Mais

O carnezão de 60 e a pressa da vida

Na semana passada eu vivi uma situação que não esperava. O passado bateu à minha porta e eu e a minha porta ficamos um bocado surpresas. Minha cabeça ameaçou dar nó e me cobrar uma posição, uma resposta àquela nova (velha) situação. Mas aí cheguei em casa e olhei o carnê de 60 parcelas do meu carro, o Tião. Olhei de novo, folheei aquelas páginas que me levam até novembro de 2014, e pensei: qual é a pressa? Por que tenho essa mania de querer resolver as coisas no ato? Tenho cinco anos para pagar o carro. E em cinco anos terei 35 anos. Estarei longe de ser caquética. Terei uma vida e tanto pela frente. A não ser, claro, que o Barba me leve antes por motivos de força maior.

Esse ano eu tive pressa. Muita pressa. De fazer muita coisa. De resolver muita coisa. Agora, a dois meses do fim do ano, não sei nem o que vou fazer no Natal e no Reveillon. Não faço planos. E, pela primeira vez em meses, isso não me soa angustiante. Pelo contrário, parece é bem gostoso. Meu quartinho novo acaba de ficar pronto. Quanto tempo ficarei aqui? Não faço a menor ideia. Mas nesse exato momento, ele parece o lugar mais gostoso do mundo (e, pelo visto, para minha família toda também: eles não saem daqui!).

Esse ano tudo pareceu provisório. Meus relacionamentos, meus trabalhos, minhas moradas. Mudei duas vezes de casa. Carreguei malas para aqui e para lá. Tive tanta dúvida e chorei um rio São Francisco inteiro de lágrimas. E também dei muita risada. Estive, e estou, em permanente movimento. Me mexendo e recuperando o meu centro. Do movimento ao centro. E tô quase chegando lá.

Mas agora, toda vez que eu tiver pressa, volto a olhar pro meu carnezão de 60.

=)

Débora - A Descasada

Leia Mais

É preciso ser sexy

"É preciso ser sexy."

Ouvi a frase acima ontem, de um jornalista que explicava a outros jornalistas o que escutou de um consultor de internet num papo sobre como um site pode fazer sucesso no ciberespaço. O tal especialista defendia a tese de que, nesse caso, era preciso, em primeiro lugar, ser atrativo, interessente, bonito, feito com empolgação, gostoso de ver.

Eu concordo. E acho que essa lógica vale para muitas outras situações. É preciso ser sexy. E ter tesão, sempre. No trabalho, na vida pessoal, a sós, a dois, na frente do espelho, no meio da multidão. Sexy e melhor. Sexy e feliz.

Beijos,

Isabela - A Divorciada

Leia Mais

A herança da França e outras histórias

Três dias longe da civilização, da internet, só bebendo muita cerveja, à beira da piscina, ouvindo meus primos falando besteira e tendo alucinações com tatus gigantes, eis-me de volta! Posto um textinho que fiz na semana passada, antes de viajar. Não postado antes por pura falta de tempo.

beijos e boa semana!

Débora - A Descasada

Sábado de manhã, após minha primeira noite na minha velha nova casa, saí para caminhar com minha mãe e seus dois cachorros – o que exige mais braço que um treino de cinco horas de aikido. Conforme ia revendo meu antigo bairro, minha mãe ia contando as histórias das pessoas que ali viveram ou ainda vivem. “Tá vendo aquela casa ali? Então, a dona dela...”. Nessas, ela me contou várias histórias interessantes de mulheres que ela conheceu ao longo dos 30 anos que meus pais vivem ali. Divido com vocês as duas que mais me chamaram a atenção.

A primeira é a da mulher que um belo dia surtou, largou marido e filho, e foi viver na França. Ficou lá uns dois ou três anos e viveu uma grande paixão com um francês. Depois de um tempo nessa vida de fuga, decidiu voltar e tentar reconquistar marido e filho. Eles a receberam de volta e ela tocou a vida. Alguns anos depois, recebeu uma carta da França informando-a de que sua paixão francesa tinha morrido e deixado sua casa de herança para ela. Como ela nunca tinha contado nada do que se passara na França ao marido, deu um jeito de contornar a situação e recusou a herança. Anos depois ela se mudou para o interior para cuidar da mãe doente. A última notícia que mamãe teve foi a de que ela morreu logo após a morte da mãe.

A outra é mais triste. Uma japonesinha discreta e tímida já nem falava com o marido fazia anos. Nesse período de silêncio, arranjou um amante, também casado. Viveu anos com essa história paralela até que um dia o amante adoeceu. E ela não podia visitá-lo, nem sequer saber dele. Quando ele morreu, ela ficou arrasada porque não pôde se despedir. A agonia dela era tanta que acabou desabafando com a minha mãe, que ela mal conhecia, porque precisava colocar aquilo para fora.

Fiquei pensando o quão misteriosa pode ser a vida de uma pessoa que a gente vê saindo de casa logo cedo, para trabalhar, imaginando que a rotina dela é só um eterno ir e vir para casa. Quantos segredos, aventuras, mistérios e sentimentos podem conter o coração de pacatas mulheres suburbanas como essas duas?

Leia Mais

Sobre chacretes e mulheres-objeto


Aproveitei o feriado para ir ao cinema e ver Alô, Alô, Terezinha!, documentário de Nelson Hoineff sobre o Chacrinha. Estava curiosa para ver o filme, do qual nem gostei muito: achei superficial e pouco informativo, vale mais pelas imagens da época em que o apresentador fazia sucesso e pela bizarrice que eram os shows de calouros e apresentações musicais na tevê. Agora, se teve alguma coisa que me tocou na fita, foram as entrevistas com as chacretes. Aquelas que foram ouvidas pelo diretor devem ter lá os seus 50, 60 anos, não menos. Mas, até hoje, vivem presas à imagem de gostosas, ao estereótipo de mulher-objeto.

Eu não tenho nada contra o fato de uma mulher se achar gostosa. A gente tem que se achar mesmo, se amar! E isso inclui o corpo, por que não? Somos forma e conteúdo sim. A questão é que o tempo passa. E ninguém terá 20 anos para sempre. Assim, ver a ex-chacrete Índia Potira, hoje uma senhora fora de forma, rindo e dançando para as câmeras sem roupa, só com alguns acessórios, dentro de uma fonte de uma cidade do interior, achando que ainda é a boazuda de outrora, me pareceu uma cena bem deprimente.

Índia Potira, você não precisava dessa apelação. Imagino que, ao longo dos anos, tenha feito muita coisa boa, vivido, experimentado, trabalhado, viajado, casado, descasado, tido filho. Tudo bem se você não for mais jovem, quem disse que as mulheres não podem ser lindas na maturidade?


É triste, bem triste ver a máscara de mulher-objeto colada no rosto de uma senhora. Como se o passado fosse limitado à lembrança daquilo que um dia foi um corpo perfeito.

Isabela – A Divorciada

Leia Mais

Sobre o ter ou não ter

Outro dia, recebi a triste notícia que uma grande amiga havia se separado. A relação já durava quase uns dez anos, os dois tinham muito em comum, e ainda veio com um enteado super querido a tiracolo. Ela criou um laço com o menino, primeiros contatos na infância dele. Agora, o menino já é um adolescente e, tenho certeza, a separação não vai balançar a conexão entre os dois.

A novidade me lembrou de um papo nosso, coisa de um ano atrás, no qual ela falava sobre ter filhos. Durante muito tempo não pensou no assunto, aliás, protelou a decisão de sequer pensar na tema fraldas e afins o quanto pode. Na ocasião, com quase 40, vivia uma relação estável. À sua volta, todos os aspectos eram favoráveis para a vinda de um bebê. A surpresa foi que, mesmo assim, ela estava em dúvida. Será que desejava mesmo ter filhos? Se queria, já não tinha muito mais tempo, precisava resolver rápido e agir. O problema é que ela precisava de mais tempo.

Essa coisa de filhos deixa a gente sempre pensativa. Pensar no assunto é importante. Afinal, temos um relógio biológico e ele determina o nosso prazo. Por mais que sejamos independentes, donas dos nossos lindos narizes e auto-suficientes, quanto a isso, queridas, não tem papo, nem deixar para depois. Há que se ter em mente que, num determinado momento, seremos colocadas em xeque sobre esta questão.

Agora, tem uma coisa fundamental quando a encruzilhada chegar. Não cabe ao parceiro, família, convenções sociais, nem ao nosso ego decidir isso. Os três primeiros são fáceis de identificar. O quarto é que é um tanto quanto traiçoeiro. Quem nunca teve o sonho irresistível de ter um bebê que é a sua cara, o seu temperamento, e é lindo como o cara que você escolheu para partilhar essa experiência?

A cilada dessa situação é achar que é só isso. É só para cumprir tabela, fazer bonito na festa da família, gabaritar este item da agenda social e familiar, satisfazer a sua própria ideia de mulher perfeita, fértil, mãe, profissional, e por aí vai. Mulheres sem filhos não são menos mulheres. Algumas, acredito, fizeram um grande favor para si e para os filhos que não tiveram.

Sim, queridas, porque ser mãe é para o resto da vida. É amar alguém mais do que qualquer coisa no mundo, de forma incondicional, doadora e sincera. Nem todo o mundo está preparado para isso, ou sabe muito bem que o buraco é mais embaixo e não quer mesmo. O não ter é também uma forma de ser feliz.

Uma criança pode acontecer na vida de alguém. Assim como uma relação estável e ser mãe não são causa e consequência. Claro que ter filhos dentro de uma relação de amor, afeto, carinho, admiração e respeito é muito melhor. Mas, sejamos realistas, há mulheres com suas crias independentes, outras que recorreram a bancos de sêmem e vivem muito bem com seus rebentos e tantas outras que não tem filhos de sangue, mas puderam escolher os seus pela adoção. É sempre uma questão de escolha.

Acho curiosa a pressa de algumas mulheres - e até de alguns homens - em colocar os filhos no mesmo balaio das decisões sociais mais bestas. Algo como receber um convite para uma festa e decidir a melhor roupa. Coisas como "quero ter filhos antes dos 30" ou "já estarei muito velha para ser mãe depois dos 35. Quando ele for adolescente, já terei passado dos 50, o que vou aproveitar?" são algumas das bobagens que já ouvi e, o que mais me assusta, de meninas muito mais novas.

Pensar no assunto é ter a sensibilidade de tomar a decisão na hora certa, sem precipitações, nem quando já é tarde demais, o que pode ser muito doloroso. E a tal hora certa é quando ser mãe vira uma vontade sua, genuína, de ter alguém ao seu lado que, um dia, vai sair debaixo da sua asa para seguir o próprio rumo.

Giovana - A Solteira

PS: a foto é uma provocação, pra deixar todo o mundo pensativo.... :O)

Leia Mais