quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Minha planta me ensinou
Quando me mudei para este apartamento no Centro da Cidade havia lá dois vasos de planta enormes que resolvi me livrar, seguindo minha filosofia de simplificar ao máximo minha vida para ter tempo para coisas realmente importantes, como trabalhar e estudar. Mas decidi deixar um menorzinho. Olhei desconfiada para a planta, como se dissesse: “Você não vai me encher o saco né?”. Até que arrumei um cantinho charmoso para ela, apesar da sua aparência ruim, com as folhas queimadas e cheias de pó. Não achei que ela durasse muito anyway. Mas cumpri minha obrigação de dona dela, regando dia sim dia não, limpando a poeira e retirando as folhas mortas. Até que um dia, surgiu um botão, ainda não sei se é flor ou se é folha. Parece folha. Mas o que mais me surpreendeu foi minha reação. Nunca achei que ficasse tão feliz em ver aquilo. Foi como se de repente percebesse que ela fosse uma coisa viva. E que éramos somente nós duas ali naquele pequeno espaço. De repente também me dei conta do quanto ela era frágil e precisava de mim.
Mas aí conclui que ela é que estava me dando uma lição, mesmo ali paradinha, quieta, todos os dias me esperando chegar. A plantinha me mostrou que a gente pode passar por um período em que nos sentimos apagadas e sem importância no canto de uma sala. Esquecidas, com pó se acumulando sobre nossas cabeças. Ignoradas, usadas, desprezadas e envelhecidas. Mas que basta só um pouquinho de cuidado e atenção, para que desabrochemos de novo e voltemos a encantar. E que ressuscitar de uma fase ruim leva um pouco de tempo, não basta regar só um dia e esquecer. Ela se tornou a minha mais nova amiga inseparável. Sinto-me como o pequeno príncipe que rodou o mundo mas precisava voltar ao seu planeta, um lugar inabitado, mas que abrigava sua única e inofensiva flor.
Patrícia - A Solteira
13 comentários:
Que lindo, Pat! Lindo texto, linda lição. Amei.
27 de outubro de 2010 às 00:37Beijão,
Bela - La Divorciada
muito bom mesmo! adorei e até guardei!
27 de outubro de 2010 às 09:26bjo
Adorei a comparação com o pequeno príncipe. Excelente texto.
27 de outubro de 2010 às 09:46AMEI o texto!! super UP!!! Valeu!!!
27 de outubro de 2010 às 10:27bjos,
Muito bonito. ;-)
27 de outubro de 2010 às 13:41Lindo texto! Amei.
27 de outubro de 2010 às 15:51Pelo visto a flor te cativou e vcs agora são responsáveis uma pela outra. Que as "amigas inseparáveis" possam desabrochar.
Beijos e beijos
Lindo post! Incrível.
27 de outubro de 2010 às 16:58Mexeu comigo aqui. ;)
lindo texto!!!
27 de outubro de 2010 às 18:10mudei para uma casa com muiiiiiiiitas plantas deixadas pelos meus pais...e não é que fico toda boba (de fotografar e tudo) quando nascem flores?!! rssss
é uma prova que a gente sabe cuidar de algo...
Lindo texto!
27 de outubro de 2010 às 21:55Patrícia, amei o post! Tão sensível! Eu sei bem tudo que vc falou. Metáforas fortes e muito significativas!
28 de outubro de 2010 às 10:09beijocas,
Mari
Que lindo, bela lição.
30 de outubro de 2010 às 10:15Evelin
Diguê, compartilho do mesmo sentimento de alegria em ver os botõezinhos aparecerem e as primeiras flores desabrocharem! "como se ela estivesse viva" hehehehe Porque às vezes a planta parece que é só um enfeite inanimado. Agora quem está "voltando à vida" é a minha orquídea... mas acho que vai levar uns bons meses até ela florir novamente. bjos
22 de julho de 2011 às 10:44Postar um comentário