Ele está de volta! Nosso amigo Ben conta aí abaixo como foi que ele se curou do mal de só atrair mulher maluca. O texto é grande, mas vale a pena. Uma declaração de amor e uma verdadeira ode à mulher (saudável! rs).
Boa leitura!
Deb
Queridas amigas!
Estive aqui alguns meses atrás para contar os infortúnios de minha vida amorosa, desde que um ser maligno rogou-me uma praga, que transformou minha busca pela felicidade num inferno dantesco. Quem não conhece a história, sugiro ler este post aqui antes de continuar.
Não vou negar que em vários momentos também me diverti muito (e meus amigos(as) mais ainda!) com os infortúnios amorosos. Mas uma hora cansa! Ô se cansa! À época do primeiro post comentei que estava saindo com uma mulher muito interessante e que, até aquele momento, ela não havia revelado sua loucura interior. Ela não revelou, já pouco tempo depois recebeu uma proposta de trabalho/estudo no exterior e se mandou. E Benjamin Franklin foi jogado novamente à arena noturna, pronto para ser caçado, usado, abusado e estropiado por alguma LOUCA, ESQUIZOFRÊNICA, HISTRIÔNICA da vida boêmia.
Também na ocasião do primeiro post fiquei devendo um segundo relato contando algumas outras histórias escabrosas em que eu me meti. Sim, aquilo não era tudo...
Mas não é sobre estas outras histórias sobre que eu vim falar hoje. Ocorre que numa noite de sábado, lá pelos idos do mês de Agosto (mês das “cachorras loucas”!?!?!) meu telefone toca: um velho amigo de guerra, um parceiro batuta, espanhol de Barcelona, contando que estava no Brasil por alguns dias e que trouxera mais dois amigos catalães para conhecer a noite paulistana. Confesso que não me encontrava muito animado, pois estava com a perna engessada e andando de muletas. Maaasss..... por que não dar uma saidinha e cometer algumas patifarias? Rsrsrs
Como se diz no meio jurídico, eu estava no “dolo eventual”. Aquela situação em que você não quer causar dano a ninguém... mas assume o risco! hehehehehehe
Pois bem, fomos comer e beber na Vila Madalena. Os gringos transpirando testosterona, mais desesperados que ex-presidiários, disparando suas metralhadoras de cantadas fajutas a torto e a direito. Obviamente, a tática não estava funcionando e, quando avistaram duas mulheres numa mesa próxima, sugeri que maneirassem na abordagem. Nada de “hola que tal? Soy español. Me gusta petchugas y sexo!”.... A abordagem, nesse caso, foi mais ou menos educada e logo elas se juntaram à nossa roda. Uma loira e uma ruiva.
Enquanto eu me encontrava num canto (sentado numa cadeira providencial que uma boa alma que trabalhava no local arranjou para mim), muletas na parede e copo de caipiroska na mão, a loira se interessou pelo acidente que eu havia sofrido (como diria meu amigo espanhol: “la pierna mágica”... atraía a curiosidade de todas no local).
Começamos a conversar e logo me interessei pela simpatia da moça. Papo vai, papo vem, resolvi chamar meu santinho pra uma conversa ao pé-de-ouvido.
Eu: Venha cá, meu anjo-da-guarda, adiante logo qual é a loucura dessa loira. Você me acompanhou nessa minha vida Severina e sabe, melhor do que ninguém, o que eu tenho sofrido...
Ele: Óh pobre-coitada-alma-carente-da-misericórdia-divina, vai com fé nessa daí. Sinto uma boa energia. Não te fará nenhum mal. Acredite no seu protetor aqui.
Eu: Santinho-Santinho, da última vez que Vossa Senhoria proferiu estas palavras, encontrava-se bebendo cerveja com Joseph Goebbels, enquanto que este ser aqui corria de malucas com tacos de beisebol nas mãos!
Ele: Óh besta-fera-putanesca, mais respeito com teu protetor aqui. Cinco minutos após, percebi meu erro e te mandei sinais de que a coisa iria ficar preta. Mas o sinhôzinho resolveu cometer seus ilícitos carnais e deu no que deu....
Eu: Mas Santinho, tudo bem que esta loira me parece uma mulher muito equilibrada, agradável e adorável. Mas do jeito que a coisa anda russa pro meu lado, começo a desconfiar que aí tenha coisa. Afinal, a Luiza*, num ritual muito macabro, escreveu meu nome num papel e botou na boca do sapo!!!! Desde então, você tem acompanhado meu infortúnio...
Ele: Óóóhhh fariseu-das-cavernas-infernais! Teu problema é a descrença, ovelha-desgarrada-do-meu-rebanho! Acredite na minha intuição. É ela, vai!
Eu: Santinho-Santinho.... sei não... este cheiro gostoso, que emana desta pele macia, pode esconder uma fonte de enxofre maligno. Sabes como é, pode ser a reencarnação daquele encosto que há mais de meia década eu tento exorcizar da minha vida. Quando o tinhoso não pode comparecer, manda assistente, né?
Ele: Definitivamente, eu desisto de você saduceu-da-galiléia, tu é mesmo uma alma errante condenada a ser escravo de pombagiras e alimento de vampiras energéticas. Este é o meu último conselho: Vai! É ela!
Resolvi dar um último crédito pro santinho e acabei roubando um beijo da moça.
E que beijo delicioso!!! Saí saltitando igual o saci-pererê:
Éééé mulé dimais meu Padim-Padinho-Ciço!!!!!
E assim foi... depois daquela noite, outras tantas e...quando é mesmo que um encontro vira paixão, que vira amor? Não sei...
Apenas sei que um dia me peguei pensando nela e percebi que estava completamente apaixonado... E como diria Xico Sá: “é tempo de homens frouxos... esses seres que andam tão assustados, fracos e medrosos, beirando a covardia amorosa de fato e de direito”.
Não, amigos(as). Definitivamente, eu não estava a fim bancar o covarde do amor. Até porque, leitores masculinos deste blog, quem não ama, quem não se permite e não se joga de cabeça numa paixão, jamais terá o privilégio de passar uma noite e uma madrugada inteira com uma mulher maravilhosa e, no dia seguinte, ser acordado com café-da-manhã na cama! Jamais terá o prazer de chegar à casa da amada e ser recebido com um sorrido de orelha a orelha, como se você fosse a pessoa mais importante da vida dela, o primeiro, o último e o único. Isso é impagável, caros amigos...
Você, meu amigo leitor, que tem tremedeiras quando escuta a palavra “compromisso”, jamais saberá quão gostosa é a sensação de ser surpreendido, no meio do expediente, por um(a) entregador(a) (rsrsrs) de guloseimas feitas pela sua amada. Nem mesmo viverá o lirismo que é acordar cinco minutos antes dela, apenas para fitá-la dormindo e admirar as marquinhas que os lençóis da cama esculpiram durante a noite por todo o corpo dela...
Só quem se permitiu um dia, consegue imaginar o que eu estou falando!
Já vocês, queridas amigas leitoras, cansadas de sofrer com a nossa raça de covardes inescrupulosos e sempre em dúvida sobre o que nós procuramos em uma mulher, eu lhes digo: poucas coisas e muita simplicidade. Sejam autênticas. Jogos? Apenas os de sedução. Nada mais broxante que acreditar em inúmeras histórias e qualidades que vocês supostamente têm, para depois descobrirmos que tudo não passou de teatro. Quem realmente merecer vocês, o fará porque se apaixonará por cada um dos seus pequenos defeitos. Achará graça nas suas mínimas fraquezas e te acolherá em braços feitos para te proteger, te aquecer... mas também para te impulsionar a vôos e conquistas ilimitadas!
Enfim, hoje me sinto livre da urucubaca, pois tenho uma namorada dedicada, carinhosa, atenciosa, amorosa, cheirosa e o melhor: companheira e parceira pra qualquer tipo de programa. Desde balada pé-na-jaca até passar o final de semana inteiro em casa, conversando, dormindo, lendo e assistindo filmes.
É graças a ela que me sinto em paz comigo mesmo, bem cuidado, querido, amado e desejado. É ela que me faz ser mais espirituoso, discreto, compreensivo, educado, maduro e me faz sentir mais importante do que eu sou. Além disso tudo, ela sabe fingir, como ninguém, que eu não tenho nenhum dos defeitos que eu sei tenho. Haja habilidade!!
E é para ela, minha musa inspiradora, que eu dedico este post e esta música: pelo muito amor que já vivemos juntos – e pelo mais que ainda viveremos!
Benjamin Franklin