Bonitinhas são as outras




Hoje cedo lembrei da frase de uma amiga minha, que costuma brincar dizendo: “bonitinhas são as outras, porque nós somos lindas”.

Não é sensacional? Pois um ótimo finde para nós todos, lindonas e lindões. Sim, porque bonitinhos são os outros, hahaha!!!! E a gente acredita que amor-próprio é item de primeira necessidade.

Beijão,

Isabela – A Divorciada

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Ser mãe solteira

Nunca falamos sobre esse assunto antes aqui. E o e-mail da nossa leitora Flávia, autora do blog Decasaemcaso, que desabafou sua história conosco, é uma boa oportunidade de discutir o tema. Já pararam para pensar em como é difícil ser mãe solteira? Engravidar de um cara que não era um parceiro fixo, nem um namorado? Pois é, aconteceu com ela. E que ninguém venha com acusações do tipo “mas hoje em dia só fica grávida quem quer”: acidentes acontecem. Duvida? Basta lembrar que camisinhas podem romper e que mesmo mulheres que tomam anticoncepcional regularmente podem se deparar com um bebê na barriga. Aconteceu com uma ex-ginecologista minha, por exemplo. E não era pílula de farinha: não existe medicamento 100% eficaz, todos têm uma pequena margem de erro. Pode conferir na bula.

Pois bem, uma vez grávida e sem parceiro fixo, Flávia tem se sentido só, desamparada, triste por ter que lidar com muito preconceito diante da situação. Mesmo em pleno século 21. Mesmo tendo 30 anos e plenas condições de ter seu baby. Como é muito natural, ainda tenta se acostumar às mudanças do corpo, ao fato de agora achar que está “gorda” e que não é mais “desejada”, por mais amor que já sinta pelo filho, por mais que tenha recebido bem a chegada dele (ou dela, ainda não dá para saber o sexo).

Mas a parte mais dura vem agora: Flávia não tem recebido suporte algum do pai de seu bebê. Eles não eram namorados, ela não exige compromisso, casamento, nada disso. Mas sim suporte, amparo, atenção. Para mim, isso não é gentileza, é obrigação: ela espera um filho dele. Não basta ser pai, tem que participar, ajudá-la a ter uma gravidez saudável e tranquila. E não agir como esse cara tem agido. Com direito a, dia desses, depois de séculos sem dar notícias, ligar para avisá-la de que a atual namorada dele ligaria para ela com o objetivo de confirmar que o último encontro deles havia sido em janeiro. Dá para acreditar? Eu me recusaria a atender essa ligação ou seguiria o conselho de Guarda Belo, meu digníssimo namorado, que diria o seguinte para a atual do mala: “Alô, oi, fulana. Seu namorado?! Sim, saímos na semana passada”. Era o mínimo que ele merecia. E a tonta da parceira dele também, fala sério.

Flávia queridona, fique bem. Força! Para fechar, não sem antes pedir carinho aos nossos leitores fofos nos comentários, como de costume, deixo você com as palavras da minha amiga Marta, mãe de uma boneca chamada Gabriela. Ela também engravidou sem planejar e diz que se sente tão ligada à filha que não consegue imaginar como conseguiu viver tanto tempo sem tê-la ao seu lado. Não é uma declaração linda? Eu acho. Será assim com você e com seu baby também.

Much love,

Isabela – A Divorciada

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Lia e Léa

Lia não conhece Léa. E Léa não conhece Lia. Mas uma inveja a outra mesmo sem saber. Lia tem 55, Léa tem 63. São praticamente da mesma geração. Lia é casada há 33 anos. Léa foi casada durante 30 e está separada há dez anos. Lia morre de inveja de Léa justamente porque o marido desta, um belo dia, a abandonou. O sonho de Lia era que seu marido a abandonasse. Sumisse, desaparecesse, se apaixonasse por outra – já que ela mesma não tem coragem de colocar um ponto final num casamento doentio. E Léa morre de inveja de Lia justamente porque ela segue casada. O sonho de sua vida era ser casada para sempre, conforme tinha aprendido desde pequena. Não estava em seus planos ser abandonada. Só agora, dez anos depois, é que ela se interessou por outra pessoa e começou a namorar. Está feliz, mas ainda assim, acha muito estranho namorar aos 60. E Lia sonha, até hoje, com um amor verdadeiro. Nem que ele só chegue aos 80.

Débora - A Descasada

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Há 26 anos sem transar

Terça-feira, hora do almoço, por volta das 13h30. Com a senha de número 155 na mão, espero a minha vez de ser atendida na Caixa Econômica Federal enquanto ouço um homem do meu lado xingar os funcionários do banco e observo uma senhora visivelmente perturbada andando em círculos e falando sozinha e repetindo, o tempo todo, que ainda bem que ela tem “um pouquinho de terra para criar galinha”. Entre os coadjuvantes daquele cenário, uma moça com um bebezinho tentando passar na frente dos idosos na fila do atendimento prioritário. No meio do caos, tento relaxar lendo As Vidas de Chico Xavier, biografia do mais famoso médium brasileiro escrita pelo jornalista Marcel Souto Maior (muito boa, recomendo).

Eis que, quando nada mais bizarro parecia que ia acontecer, ouço uma voz feminina, bem atrás de mim: “E essa velha aí, falando sozinha? Humpf! Se fosse eu, já tinham mandado prender. Se eu quisesse, podia fazer muito pior que ela. Eu tô há 26 anos sem dar, tô a perigo, se começar a fazer loucura não paro mais....”

Eu mereço, né? Na hora, movida pelos ensinamentos de compaixão de Chico Xavier, até pensei em me virar e puxar papo com ela. Não o fiz por pouco, não quis tumultuar ainda mais aquele ambiente, sei lá eu como ela ia reagir. Mas fiquei com muita vontade de dizer que, se ela está há 26 anos “sem dar”, não era assim, se lamentando para os quatro ventos, que ia conseguir resolver o problema. Tratasse de cuidar melhor do próprio humor. Da própria felicidade. Afinal, como diria o comercial do Boston Medical Group, sexo é vida.

Isabela – A Divorciada

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Era um comercial de margarina

Ela teve apenas dois namorados sérios na vida. E ele foi um deles, o segundo. Um cara bacana, simpático, querido, super amigo, educado, bom de cama, o genro dos sonhos de qualquer sogro ou sogra. Começaram a se relacionar quando ela tinha 20 anos. Ficaram três anos juntos, terminaram, voltaram dois anos depois. Tempo usado por ambos para viajar, ser solteiros, aproveitar a vida cada um do seu lado, mas com direito a vários flash backs, claro. Eles não podiam resistir quando se viam.

Numa dessas recaídas, Marcele ficou grávida. E eles decidiram casar e criar Matheus juntos. Nossa leitora começou então a viver a melhor fase da sua vida. Nas palavras dela: “eu tinha tudo: amor, carinho, respeito, cumplicidade, amizade, um homem que me amava completamente e que espalhava amor por onde andava, um cara que me achava absolutamente perfeita, inteligente e gostosa, que sabia me deixar louca na cama, que era um pai maravilhoso, que me proporcionava uma vida tranquila e feliz. Era o comercial perfeito de margarina, ou de plano de saúde, ou de qualquer dessas coisas que aparecem na TV com uma família feliz e saudável. Não me faltava absolutamente nada, nem material nem imaterial. Eu tinha um HOMEM (assim mesmo, com H maiúsculo), um filho saudável, a gente tinha planos e projetos. Nós tínhamos tudo”.

Para ficar melhor, quando Matheus completou dois anos, Thomás, o caçula, veio se juntar ao time. “Comemorávamos tudo: o primeiro passo dos pequenos, as conquistas profissionais de cada um, cada aniversário das crianças, de namoro, de casamento, dos amigos e das famílias. Estávamos sempre juntos dos que amamos e tirávamos alguns dias para uma viagem a dois a cada seis meses. Minha vida era perfeita!”, contou Marcele para nós.

Eis que, numa dessas reviravoltas gigantes que a vida dá, o marido da nossa querida bateu com o carro na curva da estrada, no interior do Ceará, onde trabalhava, em janeiro deste ano. Morreu na hora.

Eu fiquei com um aperto no coração na hora em que li esse trecho do e-mail. Agora, Marcele, que se sente completamente sem chão, tenta se reorganizar na vida com os dois babies, de 3 e 1 ano. Ela não tem nem 30 anos ainda e tudo o que queria era o seu “comercial de margarina” de volta. Não consegue se ver solteira outra vez. Mas está tentando ser feliz. Para colocar a dor para fora, ela até criou um blog: Não quero outro lugar.

Queridona, antes de mais nada, obrigada por ter dividido a sua dor com a gente. E por ser nossa leitora. De verdade. Religião e fé não se discutem, e nunca jamais colocarei esses temas em pauta aqui, mas, por outro lado, não posso deixar de dizer que, para mim, não existe acaso. Algum sentido essa partida de alguém tão especial teve que ter. Mesmo que a gente não consiga entender de forma alguma. Pense que ele foi um homem maravilhoso, digno, que escreveu ao seu lado uma linda história. Que tudo valeu a pena. Força. Fiquei muito feliz em saber que, apesar de tudo, você ainda tem muita esperança aí dentro. Isso é o mais importante, não é mesmo?

Gente, muito carinho para a Marcele nos comentários, pode ser?

Queridona, nós torcemos por você. Um caminhão de energia positiva, viu? Um não, vários. Muitos! E beijos para os seus filhotes. Cuide bem deles.

Much love,

Isabela – A Divorciada

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Tudo azul!!!

Quando eu comecei a fazer aikido, há quase quatro anos, tinha certeza de que não iria longe. Não sou exatamente o que se chama de pessoa persistente e obstinada. Se algo começa a ficar difícil, eu fujo.

E eis que hoje, 25 de abril de 2010, tô tooooda feliz porque cheguei á faixa azul!! =D

A ordem de faixas do aikido - ao menos na linha que eu pratico - é amarela, roxa, verde, azul, marrom e preta.

Fiz hoje cedo um dos meus melhores exames. Apressada e afobada como sempre, mas com um tesão de fazê-lo como nunca. Agradeço imensamente minha parceira de tatame, a Ana, que treinou um montão comigo. E, claro, ao meu sensei querido. Sempre muito bravo e exigente. O que só me faz querer ir mais e mais além.

Domo arigatô!!!

Aproveito para dividir outra conquista desse final de semana com vocês: fiz minha primeira matéria de capa na Isto É, onde estou trabalhando há quase um mês. Deem uma olhadinha nela

=)

baccios e que a semana que começa seja azuuuuuul para todos!!!

Débora - A Descasada

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Jorge Amado e três meninas


Posso deixar duas dicas de leitura para o sabadão? Pois lá vai. A primeira delas é uma reportagem minha, publicada na Agência de Notícias Brasil Árabe (Anba), sobre os personagens árabes na literatura de Jorge Amado, de quem sou completamente fã. Leia se você gostar dele também. E se for um admirador da cultura dos povos do Oriente Médio como eu sou. O link? Basta clicar aqui. Falando em Jorge Amado, registro que estou começando a ler Tereza Batista - Cansada de Guerra. E gostando bastante do livro. Acho até que rende post sobre a protagonista depois. Aguardem e confiem.

A segunda indicação do dia é o novíssimo blog Sozinha ou Acompanhada, escrito por três amigas: Mari, Irma e Zoe. Três queridas, três fofas, super recomendo. O que está em pauta por lá? Homens, mulheres, relacionamentos, lingerie, filhos e mucho más. Não percam. Aproveitando a deixa, beijão, meninas. Arrepiem aí!

Beijos, gente. Boa leitura, bom final de semana!

Much love,

Isabela – A Divorciada

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Uma linha e nada mais

E-mails de uma linha são enigmáticos. Afinal, o que leva uma pessoa a escrever uma mensagem de apenas uma linha depois de muito tempo de silêncio? Preguiça de ligar? Falta de imaginação? Um certo desconcerto? O recado é vazio de sentido, soa como aqueles encontros por acaso, voltando da padaria. "E aí, como vai, tudo bem? Ainda por aqui? Então, a gente se fala". Carioca quando manda essa podem estar certos; não vai ligar é nunca mesmo. Nos vemos, sabe Deus, na praia.


"Mande notícias!", assim terminava a mensagem de uma linha. Para modo de quê? O recado soa mais como consequência daquela limpeza básica na caixa de e-mails, mensagens antigas vindo à tona, escritas por pessoas que já foram importantes na sua vida um dia, e que hoje já não faz mais sentido mantê-las no radar. Mas tem gente que curte manter a rede até quando é desnecessário, ou para relembrar o passado numa curtição bem descartável.

Aliás, se alguém saiu do radar é porque não tinha mais nada a acrescentar mesmo. Ou vice-versa. A gente também tem que saber a hora de recolher a banda e tentar o sucesso em outra praça, é da vida. Isso vale para tudo: para os amores, para as amizades, para os rolos.. E lançar mão desta sabedoria faz toda a diferença na hora de cortar, desde o início, aqueles enredos que a gente já está careca de saber.

Mas, voltando ao e-mail, quando chega um destes petardos sempre fica aquela situação. Em alguns casos, ignorar é sinal de má-educação, e pode passar a mensagem errada de um incômodo que já não existe mais. Porém responder com um e-mail de verdade soa hipócrita ou, pior, pode parecer que você quer o que não deseja mais. Vai entender o que se passa na cabeça do outro.

Nestas horas, a economia exata faz milagres. É como se livrar de uma saia-justa sem descosturar as laterais. "Olá! Sim, continuo por aqui e trabalhando muito. Falamos!" Nada como responder apenas ao que foi perguntado, igual prova de vestibular. Obrigação cumprida e o assunto já virou passado remoto.

Um e-mail sucinto, de apenas uma linha, está mais do que suficiente para bom entendedor.

Giovana - está solteira

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Será que aquele amor pode voltar?


Foi a nossa leitora Carolina (nome fictício) que levantou a questão, num e-mail enviado para nós há alguns dias já: será que aquele amor pode voltar? Como decidir pelo fim num contexto em que tudo parecia frio, mas, diante do pedido de separação, o marido resolveu correr atrás do prejuízo e fazer tudo diferente?

Bem, deixe-me falar um pouco mais da Carol. Aos 28 anos, ela está casada há quatro e tem um filho, um gatão de três anos. Ela diz que “a vida, a correria, a rotina e o tédio dominaram a nossa relação: nada de beijos, abraços e conversas. Só sexo e olhe lá”. Com tudo isso, ela lamenta não ter mais “aquela emoção, sentir o coração disparar”. E, assim, vive “fantasiando com personagens românticos, amores de livros e novelas”.

Decidida a se separar, ela ficou balançada ao vê-lo “tentando consertar tudo, correndo atrás do tempo perdido”. Está com medo de “largar tudo, magoar uma pessoa bacana, destruir uma família”.

Carol queridona, não existem receitas de bolo quando o assunto envolve amor, cada caso é um caso. E eu já vi de tudo acontecer, inclusive casais em crise darem a volta por cima, por que não? Ao ler a sua mensagem, te achei super em dúvida, tive essa impressão. Você não reclamou especificamente dele, por exemplo (lá vou eu fazer análise do discurso), mas dos pontos positivos da relação que se perderam. E isso pode ser trabalhado, claro. Aprimorado. Mas essa avaliação é só sua, baby.

Já ouvi dizer que o medo não é bom conselheiro (pensando na sua vontade de se separar), mas, por outro lado, acho que a dúvida também não é (pensando na sua vontade de ficar casada). Quer saber? Acho que, na hora certa, as respostas virão. Para um caminho ou para o outro. Como diria Clarice Lispector, a maravilhosa: “viver ultrapassada todo o entendimento”.

Que nada menos que o melhor venha para você, viu? Boa sorte com as suas decisões. Beijão, obrigada por ser nossa leitora.

Gente, quem já passou por uma situação parecida com a da Carol ou tem histórias nessa linha para contar faça o favor de registrar nos comentários. Vamos dar aquela força, tá?

Isabela – A Divorciada

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Diga A-ha, se lembrar

Não resisti. Ao ler sobre o Roxette no post da Dé, logo lembrei de uma garota, sentada numa cafeteria, sozinha. Vai ver estava solteira. Folheando as páginas de uma história em quadrinhos, se vê convidada pelo protagonista a participar dela de uma hora para a outra. Ele estende a mão, e ela embarca na aventura. Deixa de ser de carne e osso e passa a ser um conjunto de rabiscos que se movimentam vertiginosamente.

O cara era "só" o Morten Harket, e banda era "apenas" o A-Ha. Em 1986, isso não era pouca bala. Como toda a criança dos anos 80, assisti pela primeira vez o clipe no "Fantástico", que lançava para o mainstream da classe média brasileira todas as novidades da face da Terra. Não assistir ao programa era ficar desatualizado.

Para escrever este post, revi o clipe depois de muito tempo. Sempre que assisto, gosto como se fosse a primeira vez. O ritmo, a ideia dos quadrinhos, tão simples e tão benfeito. A música é boa, não tem jeito. Mesmo que fosse uma tela negra diante dos olhos a gente já conseguiria imaginar uma perseguição, uma aventura, uma fuga. E, quando se conhece uma música desde a infância, ela vai adquirindo outros significados. Antes era apenas o ritmo e o enredo do clipe. Depois, a letra vai se desvendando aos pouquinhos no entendimento, e a música ganha novos contornos.

A fábula romântica do clipe continua irresistível e, sem medo de errar, "Take On Me" é um clássico pop dos mais autênticos. Do real para a fantasia, a história fala também de riscos, do novo, da aposta em aceitar um convite para não se sabe onde.

O pop também tem seu lado filosófico, mas agora só consigo pensar numa pista de dança com chão piscante... e que o Morten Harket aos 50 anos não fica a dever ao gatinho dos anos 80.

Take on me/ Take me on/ I´ll be good/ In a day or two...


Giovana - está solteira

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Entreviste o Seu Bernardo


Vocês se lembram do senhor Bernardo Bidlowsky? Aquele imigrante polonês gente boníssima, de 96 anos, que aparece rindo na imagem acima, sobre quem já escrevi no post Seu Bernardo e o meu irmão? Para quem não leu, eu conto que o personagem em questão é um homem incrível. Uma figura que, depois de sofrer todos os horrores da Segunda Guerra na Polônia, muito jovem ainda, veio para o Brasil, onde construiu sua história. Mais que isso, Seu Bernardo é uma figura doce, um apaixonado pela vida e por nós, mulheres. Tanto que hoje, divorciado, ainda busca um novo amor.

Pois bem, o próximo trabalho do meu irmão, o videoartista Felipe Barros, envolverá uma entrevista filmada com o nosso mestre sobre as suas visões do feminino. Para tanto, meu irmão pede a colaboração de vocês, leitores e leitoras, com ideias de perguntas. Ficou interessado? Basta registrar a sua questão nos comentários ou, se preferir, no 3xtrinta@gmail.com, até as 23 horas da próxima sexta, dia 23.

Falando nisso, abro eu os trabalhos deixando as minhas dúvidas:

Senhor Bernardo: 1) Que característica feminina mais o atrai? E qual mais o irrita? 2) Como é ser divorciado aos 90?

Beijos, gente. Agradeço a força com o trabalho do Lipe, por quem, vocês já sabem, eu babo demais.

Beijos, Mala. Arrasa aí.

Isabela – A Divorciada

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Meu passado me condena


Eu não usei polainas na adolescência. Usei na infância dourada dos anos 80. Mas isso não me impediu de ter uma adolescência menos cafona que a das pessoas que foram jovens na década de 80. Os anos 90, vistos a partir de agora, também já parecem bem bregas. Basta olhar as nossas fotos aos 15 anos com aquelas calças santropeito da M.Officer e aqueles suuuuuper topetes. E o que dizer daquela camisa largona presa dentro da calça? Um charme.

Fora o visu todo especial, eu lia Capricho, tinha uma queda pelo Matt Dillon, via Barrados no Baile e tinha “pen friends” pelo mundo todo (isso vale um post à parte!). Mas o meu lado mais brega mesmo – e que eu escondia bem dos meus colegas de escola moderninhos e “cabecas” – era minha fixação pelo Roxette, a dupla pop sueca que fez um baaaaita sucesso nos anos 80 e 90! Eu choooooorava no meu travesseiro toda vez que ouvia Listen to your heart. O mais engraçado é que eu não entendia nada da letra. E inventava alguma paixão besta só por ter por quem chorar – aí, quando a música acabava, eu já nem lembrava mais quem era. O importante era simular uma paixão não correspondida.

Claro que socialmente eu só expunha meu gosto mais refinado. Só citava Chico Buarque e Caetano nas rodinhas maconheiras do colégio (outra coisa que eu também sempre detestei, mas que fingi gostar por algum tempo). Também era petista de carteirinha e ia a todos os comícios desse cara que tá aí no poder há oito anos. Essa era a Débora social. A "private" Débora rebolava na frente do espelho ao som de Daniela Mercury (com luvas vermelhas e tudo) e tinha sonhos românticos com os meninos coxinhas do colégio (eram poucos). Até começar a namorar um deles. Tinha ainda a Débora esportista que corria muito e jogava futebol mal à beça.

Mas hoje, quando lembro da minha juventude (uau, achei que ia demorar mais para começar a falar desse jeito), eu sinto mesmo é saudade daquela menina meio ingênua, meio desbocada e meio destemida que ficava chorando no travesseiro sem mesmo saber por que.

Débora - A Descasada

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Passagens e Memórias


Aqui estou eu, mais uma vez, para convidar aqueles que estiverem por São Paulo a visitar o Masp. Entrou em cartaz essa semana uma exposição muito bacana da artista plástica Luise Weiss, chamada Passagens e Memórias. Luise é professora e parceira do meu irmão, o chiquérrimo Felipe Barros, que assina com ela os vídeos exibidos na mostra.

Quem for lá conferir vai encontrar em telas, colagens, xilogravuras e os já citados vídeos trabalhos sensíveis, delicados e ao mesmo tempo profundos sob a temática dos viajantes, do espaço, do tempo, do mudar, do ir e vir. As lembranças dos imigrantes, o fato de que passado e presente estão sempre juntos na vida da gente. Luise é poderosa e super talentosa, recomendo muito. Além de dividir com vocês, de novo, a alegria de saber que o meu baby cravou seu nome lá no Masp outra vez.

Arrasou, Luise. Arrasou, Lipe.

Beijos e um ótimo finde, cultural ou não, para nós todos,

Isabela – A Divorciada

PS: Acima, peça assinada por Luise em exibição na mostra. Adoro a imagem do navio, a referência às viagens. Aliás, registro aqui a minha total admiração pelos bravos homens e mulheres que deixam suas terras em busca de uma vida nova.

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O que de pior pode me acontecer?

Hoje eu dividi essa máxima que carrego comigo com minhas mais novas amigas de lida (ah, sim, voltei a trabalhar em redação! Mas falo disso depois). Ansiosas por motivos profissionais e temerosas com possíveis falhas, eu contei para elas como faço quando estou passando por alguma situação muito angustiante ou sofrida. Eu aplico a técnica do “o que de pior pode me acontecer?”. E se você for piorando o cenário, piorando, piorando, você certamente chegará à morte. E como a morte é a única certeza que temos na vida, então o pior nem é tão assustador assim. Afinal, vai acontecer mais dia ou menos dia.

Muito confuso? Vamos a um exemplo prático. Eu acabei de entrar no meu trabalho. Na terceira semana, eu decepciono minha chefe que jurou pro chefe dela que eu era uma contratação segura. Não consigo cumprir minha meta e passo o maior carão. O que até aí, normal, acontece em qualquer trabalho. Mas vamos supor que o chefe dela é um cara sem muita paciência e, num surto inesperado, manda minha chefinha me demitir. E eu sou demitida com menos de um mês de trabalho. Vergonhoso! Lamentável. Mas superável.

Saio com a maior vergonha e retomo meus contatos de frila. E fico perguntando: “O que de pior pode me acontecer? Hum...ninguém mais vai querer me contratar!”. E vamos supor que numa maré de azar, eu de fato não seja mais contratada. E ninguém mais quer me passar frila. É o fim da minha carreira jornalística. Depois de chorar muito e maldizer minha incompetência somada à minha má sorte, eu vou até o shopping mais próximo e procuro um emprego de vendedora, coisa que já fiz e sei que faria novamente caso precisasse. E volto a me perguntar: “O que de pior pode me acontecer agora?”. Ora bolas, o óbvio: não dar certo o plano B. Os gerentes das lojas acham que uma jornalista não tem experiência alguma como vendedora e me dispensam. Aí eu tento ser frentista, ou recepcionista, ou ascensorista, ou...faço sanduíches para vender na porta das fábricas.

Uma coisa é certa: de fome, não morro. E se eu morrer, é o que de pior pode me acontecer! Então tá tudo certo.

Elas riram muito com minha teoria “do pior” e acharam razoável.

Mas eu fiz questão de complementar: isso não quer dizer que você não vá ficar nervoso, sofrer, chorar, penar, ficar ansioso. Mas ao menos o mundo não fica tão trágico como a gente pinta nessas horas.

=)

Débora - A Descasada

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A lição de Lucas Celebridade


Achei tão bacana que já twittei a frase. Como nem todos os nossos leitores nos seguem no Twitter, repito aqui: "Quem não se acha sensual, não é normal. A gente precisa se valorizar".

Dá-lhe, Lucas Celebridade! Amor-próprio é TUDO nessa vida.

Beijos sensualizantes, como os de Lucas, nesta quinta-feira,

Isabela – A Divorciada

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O rei do sexo


Fiquei feliz com a notícia: minha amiga Marília (nome fictício), do Recife, está namorando depois de mais de um ano dando um tempo nos relacionamentos. E com um cara bacana, tranquilo e... ótimo de cama!!! Roberto (nome fictício) é o rei do sexo na vida da minha querida. E a tem surpreendido positivamente de um jeito que ela nunca imaginou ser surpreendida.

Trata-se de um homem livre, disposto, totalmente entregue. Fala obscenidades (ela adora), a estimula a usar brinquedos sexuais (ela adora mais ainda), sugere fantasias (farra total), a cobre de elogios (ela nunca adorou tanto ser reverenciada por um parceiro).

No início, ao perceber que ela ficava encabulada com seu jeito caliente de ser, já que não era assim que as coisas funcionavam em seu relacionamento anterior, ele a acalmou com as seguintes palavras: “Marília, seu ex é um idiota, daqueles que só conseguem transar com rapariga, para não ter trabalho nenhum. Pois para mim só faz sentido ter as duas coisas juntas: você é a minha mulher e a minha rapariga. É com você que eu quero realizar as minhas fantasias”.

Arrasou, Roberto. Nem te conheço, mas você ganhou 10.000 pontos comigo. Por fazer a minha amiga feliz e por tê-la apresentado às maravilhas de ser a namorada e a rapariga.

Beijão, Marília. Saudades docê! Beijos, gente!


Isabela – A Divorciada

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Mulheres que amamos amar: Berenice


Eu jantei uma vez com a Berenice. Deve fazer uns cinco anos já. Eu fazia uma reportagem sobre mediação familiar quando me apresentaram à famosa desembargadora gaúcha. Fiquei fascinada com aquela mulher linda, elegante, falante e meio brava na forma de defender suas ideias. E eu adorei as ideias dela. Como assim uma juíza que brigava pelas questões afetivas num território tão frio como o dos tribunais? Adorei de novo.

Revi Maria Berenice Dias, 62 anos, na edição da revista Claudia de março (aquela com a Lília Cabral na capa, outra mulher que aaaamo amar), em uma entrevista ótima. Descobri que ela abriu um escritório especializado em direito de família e que virou uma espécie de casamenteira de casais homossexuais (a relação homoafetiva é uma de suas principais bandeiras).

A matéria conta um pouco a briga dela para entrar no masculino universo dos magistrados. Aliás, a primeira briga dela foi para poder prestar concurso – isso porque em 1970 as mulheres sequer podiam disputar uma vaga como juíza. Depois de ter sido aprovada em todas as fases, teve que ouvir as seguintes perguntas durante a entrevista final: você é virgem? O que faria caso se apaixonasse por um subordinado? (algo que jamais aconteceria com homens, certo?) Como julgaria crimes sexuais?

Depois dessa prova de fogo, não parou mais de brigar pelos direitos das mulheres. Sua participação na elaboração da Lei Maria da Penha, por exemplo, foi fundamental. Entre suas batalhas mais recentes está a proposta que acaba com o período de separação de dois anos antes do divórcio definitivo. O que, diz aí Bela, deve ser um pé no saco!

Ainda hoje alguns colegas tentam desmerecê-la. Por ser mulher, por botar a boca do trombone, por desafiar os conservadores e até por ter se casado cinco vezes. Alguns até questionam se ela não seria homossexual. No que ela responde: “Sou, sim, homossexual, vítima de violência doméstica, negra, abusada sexualmente, me identifico com todas as minhas bandeiras, sou todas elas.”

Débora – A Descasada

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Velho enredo com novos personagens

Tenho acompanhado a cobertura e a reação das pessoas sobre a tragédia que se abateu sobre o Rio de Janeiro com curiosidade e cuidado. Infelizmente, este enredo é velho e, ao se repetir, mostra duas características fortes da nossa sociedade: a memória curta e o descaso total. Parece que nunca sairemos de um círculo vicioso no qual sempre a próxima desgraça será mais impactante, mais espetacular.

Velhos enredos, quando não tem a menor graça, jamais deveriam se repetir. Ainda mais quando fazem dos novos personagens, novas vítimas desta grande peça trágica. Lembram-se do ano novo em Angra dos Reis, litoral do estado do Rio, quando uma pousada foi dragada por um deslizamento matando várias pessoas? Quem deixou aquele lugar ser construído lá?

Na certa, as mesmas autoridades que permitiram que uma comunidade inteira se erguesse num terreno cuja qualidade do solo era um lixo por ser feito de....lixo! Quem permite que pessoas vivam sobre um lixão e garanta luz, água, esgoto às essas pessoas, como a maquiagem rápida para sair bem na foto, não merece o seu voto e o de ninguém mais.

Mas o espetáculo do horror continua seu curso no Rio de Janeiro, em escalas diferentes e há muito tempo. Não é possível controlarmos a força da natureza. Mas podemos ter um sistema de drenagem eficaz para minimizar os danos, e isto começa pela nossa própria educação. Afinal de contas, os detritos que entopem os bueiros e os subterrâneos da cidade somos nós mesmos que produzimos. Cabe a nós saber também descartá-lo corretamente.

Para ser mais específica na geografia, nem preciso puxar muito na memória as tragédias e os estragos causados pelas chuvas na Cidade Maravilhosa. Quantas vezes a saída do colégio em Copacabana foi uma aventura aquática de cruzar uma rua transformada em rio, com suspeitas de leptospirose? E as tantas outras, já adulta, quando era necessário dar um tempo extra no trabalho para esperar a água da rua baixar e poder atravessar o Túnel Santa Bárbara - que liga a zona central à sul - sem correr o risco de ficar ilhada, cair num buraco ou pegar alguma doença.

Me sinto até uma privilegiada por ter somente alguns transtornos para citar em função das chuvas no Rio de Janeiro. Espero que a grande mudança já tenha começado. Ao transformar hábitos, cultura e comportamento, seu curso é lento e seus resultados ainda não foram visíveis diante da força das águas e da miséria em que vive grande parte da população.

As eleições estão chegando e, mais uma vez, temos a chance de encararmos nosso papel de um jeito novo, mais construtivo, e trilhar um bom pedaço do caminho para mudar este enredo. Vamos nessa?

Giovana - está solteira

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Princesas




A capa me chamou a atenção enquanto eu esperava na fila do supermercado. Uma menininha linda, de traços orientais, usava um vestido azul, com a imagem da Cinderela ao fundo. Um desenho da Branca de Neve com o Príncipe no detalhe fechava os destaques. Para completar, a publicação ainda trazia de brinde um pratinho da Bela, com garfo e faca de brinquedo, esses cor de rosa. Gente, não dava para resistir: eu TIVE QUE comprar a revista Princesas, da Editora Abril.

Faz tempo que venho pensando em quão bacana é esse retorno bombado dessas personagens entre as meninas. Já imaginou se quando eu era criança houvesse essa onda de usar os vestidos delas? Ler historinhas em quadrinhos com situações da vida das próprias? Ter as bonequinhas em casa? Pensando bem, melhor não: eu teria surtado!!!! Ia querer ganhar um monte de coisa, principalmente da Branca de Neve, minha princesa predileta. Na revista que comprei, aliás, havia um conto sobre o aniversário de casamento dela com o príncipe (um gato, por sinal, como vocês podem conferir no desenho acima). Não é tudo? Isso além de testes muito bonitinhos como “Que flor combina com você”? O meu resultado foi rosa, amei.

Acho saudável brincar com o feminino de diferentes formas, gosto dessa liberdade que as meninas têm hoje nesse sentido. Elas podem usar a roupa da Bela Adormecida ou brincar de espadas se quiserem, numa boa. Na minha infância, Barbie e Susy imperavam. Nada contra: adoro as duas e acho que ambas me ajudaram a ser a mulher que eu sou. Mas, confesso, morro de inveja das babies que agora têm esses ícones descolados mais Ariel, Aurora, Bela, Branca de Neve e Cinderela na estante.

Bom domingo, princesas e príncipes!

Beijos,

Isabela – A Divorciada

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Ideia fixa ou um trololó dos infernos mesmo...

Alguém possui um manual de controle da mente? Porque se tiver, por favor, compartilhe. Há uma pessoa neste mundo que precisa muito adestrar o fluxo de pensamentos, eu. Não, não levei um fora. Também não cultivo pensamentos negativistas por algum revés infeliz e momentâneo, longe disso. Mas sabe aquele axé de letra binária que você escuta da televisão do vizinho e fica uma semana com o refrão reverberando nos seus ouvidos indiferente à sua vontade? É mais ou menos o que acontece comigo neste momento.

O refrão chegou de mansinho, os amigos cantarolavam do nada e caiam numa risada involuntária contagiante, daquela que tem põe na maior saia justa quando escapa durante uma reunião de trabalho. Ou num enterro, se é que me entendem...

Maldita curiosidade, para quê fui perguntar? A fama de riso frouxo me fez alvo preferencial dos últimos vídeos hilários do You Tube. Não nego, tenho um prazer danado em passar adiante estas novidades. E outro maior ainda de rever essas bobagens, pela enésima vez, e sempre encontrar um ângulo ainda mais hilariante. E cair na risada.

Dizem que riso fácil, em alguns casos, é falta de oxigenação no cérebro. Alegria de palhaço fracassado seria uma descompensação química? Peço ajuda aos universitários para responder esta pergunta intrigante. O teste é fácil, assistam ao vídeo que acompanha este post e comentem qual foi a reação que tiveram. Se você caiu numa gargalhada incontrolável, me sentirei mais confortável. Caso você me ache uma tonta, não vou ficar chateada. Até já esperava.

Agora, uma coisa é fato. O sujeito deste vídeo é de uma criatividade ímpar. Como um ser humano consegue ficar mais de dois minutos cantando uma música, sem desafinar, e não dizer absolutamente nada até em russo? Mesmo que você não ache graça, aproveite o saco de onomatopeias e ensaie em casa. Num momento em que as palavras faltarem, elas podem te ajudar.

Ah, sim o vídeo é este aqui.

Giovana - está solteira

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A tatuagem


Eu reagi com um “que corajosa!” quando ela me mostrou a tatuagem com o nome dele: Fernando. A tatuada e uma grande amiga minha, que estava junto na hora, ficaram surpresas com a minha resposta. Esperavam ouvir palavras de censura, como quase sempre acontece diante daquela marca no corpo dela.

Em outros tempos, podia até ser. Mas, na vida, já apanhei e aprendi o suficiente para entender que, em matéria de coração, cada um sabe como externar aquilo que sente. Desde que haja respeito consigo próprio e com o outro, vale tudo. Quem sou eu para condenar, mesmo que não fizesse o mesmo? Na minha muy modesta opinião, aconteça o que acontecer, essa moça nunca deve se arrepender de um dia ter amado alguém assim, de modo tão entregue. Achei bonito, achei corajoso.

Não deu certo? Tudo bem, a criatividade dos tatuadores está aí para desenhar outra coisa no local. Eles também hão de concordar comigo e com Pessoa sobre o fato de que tudo vale a pena se a alma não é pequena.

Isabela – A Divorciada

PS: Túlio, achei o máximo saber que você é nosso leitor. E que nos descobriu na internet, assim por acaso. Super obrigada, viu? Beijos!

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A resposta no copo

Sempre que caminho por entre dúvidas eu procuro o velho sábio. Dúvida se viro para a esquerda ou direita. Se visto preto ou vermelho. Se como muitas calorias ou se tento emagrecer de vez. Se compro uma ou duas revistas. Se aceito a oferta de emprego ou não. Se recuo e admito que pode, sim, ter volta. Se posso duvidar das dúvidas passadas. Se posso duvidar das certezas presentes.

Dúvida é coisa que faz a cabeça do ser humano ir longe. A territórios nunca antes habitados. Como odeio ter que tomar todas as decisões sozinha, subo ao cume da montanha para encontrar o velho sábio. Eu lá estou eu: cansada, suada, de saco cheio de tantas decisões que tenho que tomar. Só o velho sábio pode me ajudar. Essa é a função dele na sociedade. E ele tem que me levar ao caminho da perfeição.

E então o interrogo:

- Ó velho sábio, me ajude! Tenho eu sempre tomado a decisão errada?

E ele me responde:

- É sempre bom lembrar que um copo vazio está cheio de ar.

E eu fico puta da vida com o velho sábio. Eu subi até aqui para ouvir uma canção do Gil? Essa sua frase só me deixou mais confusa! Dá para dizer sim ou não? Vá por aqui ou por ali? Vista amarelo. Compre frutas. Ande de bicicleta. Ame o que é seu. Aceite a oferta. Recuse a proposta. Desvie da tentação. Seja mais racional. More em Pirituba. Seja emotiva apenas quando necessário. Controle a respiração. Não beba tanto. Faça compras aos sábados pela manhã. Cumpra os prazos. Visite NY ainda jovem. Aprenda a falar mandarim. Tenha dois filhos. Volte ao manequim 38 em dois meses.

Manja, véio? Tipo revista feminina? Manual de como ser super máster PHODA all the time e fazer cem coisas incríveis antes de morrer?

E ele me repete:

- É sempre bom lembrar que um copo vazio está cheio de ar.

Aí eu desisto, desço a montanha, volto para casa, pego um copo e fico tentando observar o ar. Se ele sai, se ele entra. Tento entender a lição do velho. Compreendo que o ar não é mesmo coisa que se vê. Se sabe que ele existe lá dentro e pronto. O encho de água, volto para a frente do computador e retomo minha vida imperfeita.

E me dou conta de que faz uns sete anos que uso manequim 40.

Débora - A Descasada

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Como ser inacreditável

Cada um é inacreditável do jeito que merece. Quase sempre, este estado reflete com fidelidade como a sua vida está, e como você é. Einstein chegou à teoria da relatividade, e fez algo inacreditável. Pelé marcou o milésimo gol e tornou viável este placar para um homem só. Tem os que são inacreditáveis pela criatividade, outros pela estupidez, muitos por nos fazer rir....

Bom mesmo é fazer algo inacreditável que faz um tremendo bem para a humanidade. No extremo oposto, ruim mesmo é fazer algo inacreditável que devasta a vida dos outros como uma bomba atômica. E ridículo é fazer algo inacreditável que empata a sua própria vida.

Quer um exemplo besta? Fiquei uma semana sem poder acessar o computador de casa. Tudo começou de forma corriqueira. Depois da 1 hora da manhã, computador ligado, modo soneca, rápida acessada para uma última conferida no mail. Primeiro erro: isso não é hora de ver e-mail pela enésima vez.

Entra a tela que pede a senha. Digito e bloqueado! "Ué", pensei, "como assim?". Digito de novo, bloqueado outro vez. Aí, entrei no modo desespero. "Será que esqueci a senha?" Não é possível, tenho esse código há mais de dois anos. Só que, naquela altura, quem disse que já tinha certeza de alguma coisa? Desliguei tudo e achei melhor resolver o assunto no dia seguinte.

Levei a máquina para o escritório, testei com um especialista e bloqueado. Vírus? "Olha, pode ser que seu teclado esteja desconfigurado". Resumindo: do nada, o computador me bloqueia e enlouquece. E os prognósticos sobre o que causou o piripaque não são bons. Se for vírus, posso ter perdido tudo. Se for desconfiguração de teclado, quem garante que não vai acontecer de novo?

Na espera de um suporte na amizade, o coitado descansou uma semana no escritório. E nada. Trouxe para casa o "belo adormecido" para passar o final de semana. No domingo à noite, resolvi fazer um teste derradeiro. Liguei, digitei a senha e.... funcionou! E nem deu tempo para a dúvida. Ao digitar a senha desta vez, me vieram três letrinhas de início. Bem conhecidas: g-i-o, seguidas de uma combinação numérica na sequência.

E logo as três letrinhas, que ouço todos os dias, que fui me esquecer. Inacreditável, não?

Giovana - está solteira

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Eu e o Gringo


Recuperados da Páscoa? Chocolates mil? Pois quem vai adoçar as nossas vidas hoje é a minha prima Ângela, alagoana das boas, gata, queridíssima, fofa, amiga. Como se não bastasse morar na muy linda Barcelona, Espanha, ela ainda está de amor novo, apaixonada por um lindo e doce europeu. Com vocês, Ângela e o Gringo.


Besos, guapa. Saudades docê, super obrigada pelo texto.


Isabela – A Divorciada e A Prima


Conheci o Gringo dia 11 de Setembro de 2007. Estava no comecinho do meu ex-relacionamento. Tava apaixonadinha e tudo! Pensava que tudo ia a mil! Namoro novo, trabalho novo, casa nova, tudo às mil maravilhas. Mas era o primeiro dia de trabalho e a minha companheira de trampo estava passeando comigo pelo colégio e me apresentando às pessoas novas. E foi ali, na porta da classe da sexta série, que o meu mundinho perfeito desabou. Conheci o Gringo. Fiquei parada e o meu inglês estudando durante anos, aprovado por Cambridge, desapareceu diante daqueles olhos enoooormemente azuis. Mas passou.


O Gringo invadia o meu espaço muito de vez em quando pra perguntar coisas óbvias e curiosidades lógicas de um inglês que trabalha com uma brasileira: “Veio pra Espanha por que? Mora aonde? No Brasil, falam o que? Gosta de samba, né?” Eu, em alguns momentos, sentia uma raiva descabida dessa invasão, mas depois me dei conta que estava apaixonada, ainda que sem querer, por esse ser de outro mundo.


No final de 2008, minha coordenadora se aposentou. Fizemos um jantar pra todo mundo da escola e ele tava lá. Me “montei” toda. Sapato, maquiagem, vestido... tava linda! Deslumbrante! Felizmente, me sentei numa mesa beeeeem longe do Gringo. Conversa vai, conversa vem, alguém se levantou e resolveu fazer um brinde. Eu, que não sou besta nem nada, me virei pra mesa do Gringo na hora. Qual não foi a surpresa ao ver o Gringo olhando pra mim, levantando o vaso e brindando! Brindamos em segredo, mas, seguramente, alguém mais se deu conta. Acabou a cafonice do jantar social de aposentadoria e fomos - os mais atrevidos- pra um boteco na esquina. Gringo sentou na minha frente, colocou a faixa de Rambo, pegou a metralhadora e começou a disparar: “Você está maravilhosa! Você devia sorrir mais, porque seu sorriso é simplesmente lindo! Adorei seu cabelo!” E eu ali, tão sem sentido, tão me sentindo a bestona do momento com aquele homão me dizendo todas essas coisas. Acabamos a noite eu, ele e a nova coordenadora, todos “prá lá de Bagdá” indo pra casa. Eu, de ônibus; ele, caminhando, a coordenadora nova... enfiamos essa mulher num táxi porque ela já não sabia onde estava.


Próximo dia de trabalho, olhares, fofoquinhas e todos me dizendo que tinha alguém me olhando mais do necessário no jantar... Fiz que não era comigo e deixei pra lá. Mas, nessas alturas, meu namoro já tava uma porcaria: nada funcionava e não rolava mais amor, por mais que eu tentasse. E me dei conta de que estava apaixonada loucamente pelo meu companheiro de trabalho. E duvidei e renunciei a esse amor de todas as formas: porque trabalhávamos juntos, porque eu tinha namorado, oras! Porque onde se ganha o pão não se come a carne, e blá blá blá. Quisera eu que essas coisas e mantras funcionassem. Fui de férias ao Brasil em 2009, passei um mês longe. Voltei, acabei o namoro e pensei: “Olhe só, minha filha, ou você se joga pra saber no que vai dar ou vai morrer de dor de estômago!”


E foi assim que enviei um e-mail pra o Gringo dizendo que “agora, depois de tantas negativas, ele tinha a obrigação de me convidar pra tomar alguma coisa”. E num é que funcionou!? Gringo respondeu em seguida, mas eu ia pra Madrid no fim de semana proposto. Gringo não perdeu tempo e, antes que eu fosse pra Madrid, nos encontramos. Foi uma delícia! Nem rolou de não saber o que fazer: ao me ver cruzar a rua, Gringo me abraçou, me deu um beijão e pegou na minha mão. Lembro que fazia 8 graus e eu tava suando como se fosse verão de 40 graus! E não faltou assunto, nem conversa, nem risada, nem besteira. O que eu via naquele momento era um retrato claro: duas pessoas que estavam buscando companhia, que não queriam dependência de nenhum tipo, que se propunham a promover a felicidade do outro respeitando os devidos espaços.
Uma história que podia e estava começando de uma maneira bem bonita. Sem cafonice, sem musiquinha romântica, de uma maneira “legal”!


Fui pra Madrid. E qual não foi a surpresa em receber mensagens do Gringo todos os dias. Sem perseguição, somente dizendo: “espero que você esteja se divertindo muito! Aproveita pra curtir e depois me contar tudo!” E pensei: “Meu Deus, esse homem saiu de onde?” E foi quando eu me dei conta: “Eu quero esse homem pra mim!”.


Voltei de Madrid e, no terceiro encontro, num jantar super lindo, Gringo me diz: “Olha, tenho uma coisa pra dizer. Você vem comigo pra Inglaterra, passar o Natal comigo e com a minha família”. E eu fiquei ali, com o garfo entre o prato e a boca, pensando que, no meu último relacionamento, conhecer a família demorou um ano e só rolou porque eu botei a faca no pescoço dele. Estava passada diante dessa criatura linda, doce, dizendo que nunca tinha levado ninguém pra conhecer a família dele!


Conheci todos os amigos! Todos inacreditavelmente amáveis, adoráveis! A família, um encanto! A sogra me deu um abraço terno logo que entrei porta adentro! O sogro?! Rimos muito e recebi um telefonema dele dizendo que, quando eu quisesse, podia ir pra lá até sozinha! Hahaha! Seis dias juntos, seis dias na Inglaterra. Presente de Natal? Uma viagem pra Bruxas e Gante, na Bélgica, que foi uma das mais bonitas, alegres e felizes que eu já fiz na vida. Agora mesmo, faz dois dias que voltei de Paris com o Gringo! Comemos muito queijo, tomamos muito vinho, passeamos e rimos muito! Crise?! Ainda não, mas vai vir. E faço minhas as palavras do Gringo: “Será necessário muita coisa ruim e mesquinha pra eu deixar de te amar!”.


E aqui fica o recado pra todas as apaixonadas do mundo: “os 30 anos são os melhores, os amores serão sempre amores, com dores de estômago e borboletas, mas é melhor apostar do que morrer sem saber se vai ser bom ou ruim”. E posso dizer, da altura dos meus 30 anos e, seguramente, Gringo, da altura dos seus 40 anos, que amar é melhor que tudo no mundo. Ter alguém do lado é melhor do que estar sozinho, mas tem que ter paciência, saber de si e do mundo, ter um amor incondicional por si mesmo porque isso atrai pessoas que se amam e que te amam, tal e qual a gente é. Um beijo a todos e todas!


Ângela – A Apaixonada e A Prima

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Páscoa!!!!


Feliz Páscoa, gente!!!!

Muito chocolate e sossego em família, de preferência com aquele almoço caprichado. E, aproveitando o significado da comemoração, que o fim da quaresma traga boas renovações para nós todos.

Beijos,

O Trio

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Todos para Alagoas!!!


Não me invejem por isso, mas....eu vim passar o feriado em Maceió, minha linda cidade natal. E, mais uma vez diante de tanta belezura, fiquei com vontade de postar uma reportagem que fiz agora em março, para a Agência de Notícias Brasil Árabe (Anba), sobre a terrinha. Espero que vocês gostem. E um dia apareçam por aqui também.

Beijos direto das Alagoas,

Isabela – A Divorciada e A Alagoana

Alagoas: uma pausa para o paraíso


Estado do Nordeste brasileiro atrai turistas pelo mar azul esverdeado, sossego e boa mesa. Maceió, a capital, tem uma das orlas mais bonitas do país.

Isabela Barros


São Paulo - Estressado? Precisando descansar? Tirar uns dias para esquecer da vida e repor as energias? Pois aqui vai uma dica boa: arrume a bagagem e embarque para Maceió, a capital do estado de Alagoas, no Nordeste brasileiro. Não pode ficar muito tempo? Tudo bem, uma semaninha já dá para relaxar. Cinco dias, vá lá. O importante é pegar o avião disposto a colocar o pé na areia, comer bem e limpar os olhos diante de um mar que oscila entre o azul e o verde claro. Isso para não falar de um céu que parece ter sido retocado com Photoshop e, claro, da simpatia dos alagoanos. Tudo isso a pouco menos de duas horas da capital paulista de avião, em voo direto. É ou não é um convite à boa vida?


Uma vez em Maceió, o melhor é ficar hospedado numa das três praias urbanas mais badaladas da cidade: Ponta Verde, Jatiúca e Pajuçara. Isso porque a capital alagoana tem uma das orlas mais bonitas do Brasil, repleta de bares onde é possível até almoçar e jantar vendo o dia e a noite indo embora ao som do balanço dos coqueirais. Na Ponta Verde, o destaque fica para o chamado “calçadão”, onde os locais fazem caminhadas pela manhã e no final do dia. Já na Jatiúca, pausa para degustar uma tapioca bem servida e feita no capricho com os mais diferentes recheios, de coco e queijo, a versão mais clássica, até carne de sol desfiada, por exemplo. Todas à sua espera numa das barraquinhas montadas na areia da praia.


Não menos querida, a Pajuçara reúne duas das atrações mais citadas pelos maceioenses: a feirinha de artesanato e o passeio às piscinas naturais. Do que se trata? De um tour de jangada até o meio do mar que, naquele trecho, devido ao movimento das marés, fica bem rasinho de acordo com a hora do dia. Uma piscina natural mesmo. Detalhe: enquanto você fica lá, sossegado, garçons “aquáticos” baseados num barco de apoio servem refrigerantes, cerveja e batidas. Com direito a peixe frito e camarão para acompanhar. Aos interessados, os passeios são acertados numa barraquinha montada na frente da balança de peixe, na própria Pajuçara. E custam, em média, R$ 20 por pessoa.

Disposto a explorar praias mais afastadas? Não faltam opções bacanas para o norte ou para o sul, sempre a partir de Maceió. Entre as estrelas do norte estão Maragogi e Japaratinga, ambas perto da divisa com Pernambuco. Na primeira, distante 131 quilômetros de Maceió, os cenários incluem vilas de pescadores, trilhas na mata atlântica e, claro, praias de águas calmas e mornas. Há ainda o passeio às galés, a seis quilômetros da costa, formadas por recifes de corais. Um programa oferecido pela maioria dos hotéis e pousadas, que vendem os pacotes aos seus hóspedes. Mais pacata, Japaratinga, a 121 quilômetros da capital, é um sossego só. O mar tranquilo, verdinho, é o mesmo, só que com bem menos gente ao redor. Se a ideia é descansar, aliás, acomode-se bem na areia e fique por lá.

Rumo ao Sul, não deixe de conhecer a Praia do Francês e a Barra de São Miguel, respectivamente a 30 e a 33 quilômetros de Maceió. Queridinha dos alagoanos, a Praia do Francês pode não ser lá uma das atrações turísticas mais sossegadas, já que está quase sempre cheia, mas a cor de suas águas é de um azul que só encontra naquele trecho. Azul de arrebatar. A ponto de valer a pena encarar a música alta de alguns bares sem medo de se arrepender. Garanta o guarda-sol e deixe o dia ir embora sem pressa.

Na manhã seguinte, força no filtro solar que a Barra de São Miguel guarda outra atração famosa: a praia do Gunga, localizada no encontro da Lagoa do Roteiro com o mar, como uma ilha. Vá até o cais da Barra e tome um barco para fazer a travessia, o mesmo que vai te trazer de volta no horário combinado. Quando, bem relaxado, à tardinha, de preferência, você decidir que é hora de voltar para Maceió. Para dormir e sonhar com a vida boa que você teve em seus dias no paraíso.


Serviço

Informações turísticas e dicas de alimentação e hospedagem
www.turismo.al.gov.br


Quer ler mais? Deixo aqui os links para duas outras reportagens que escrevi sobre o assunto, a primeira sobre as lagoas do meu estado e a segunda sobre a farta e boa gastronomia local.

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Blogs, blogs, blogs!

Momento propaganda. Os amigos não param de criar blogs e eu estou em dívida com muitos deles. Então, aproveito o feriadão para indicar quatro de uma vez só. Cada qual com sua peculiaridade; Aí vão eles:

Projeto Itália - Minha comadre Claudia vai passar um ano morando em Roma com minha fofíssima afilhada Sofia. Foram estudar e curtir a vida. No blog, ela conta as descobertas, o cotidiano e as maravilhas daquela cidade linda.

O menor blog - O João é uma dessas figuras que a gente encontra pela vida. Fiz vários trabalhos com ele, que é publicitário, e pretendo fazer outros mais no futuro. O que eu mais gosto dele é que ele jamais perder o humor. Ele está sempre sorrindo. Até quando tá xingando alguém.

Poetese - Esse é para quem gosta de poesia. O Uilson eu conheci nos meus primeiros anos de jornalismo. Sempre teve essa alma de poeta. Mais que um ótimo jornalista e poeta, é uma grande alma.

Conheça sua coluna - Esse é bem mais técnico, mas pode ser muito útil para quem sofre de dores na coluna. É do meu amigo do peito número 1 Ricardo Suman. Fisioterapeuta e especilista em RPG, ele manja muuuuito do assunto. Dúvidas sobre dores e afins, ask Dr. Suman!

Por hoje é só pe-pessoal.

Ótimo feriadão para nós todos!!
E como escreveu a Sanzinha, vamos aproveitar a Páscoa para renascermos e seguirmos olhando para a frente com coragem =D

beijos

Deb

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Só faltou a felicidade

O título do e-mail dela me cortou o coração assim que eu li: “Tínhamos tudo, só faltou a felicidade”. Foi assim que Mônica (nome fictício), uma leitora super fofa lá do Ceará, mas que mora em Natal, começou a abrir o coração para nós. Aos fatos: Mônica está separada de Paulo desde o ano passado, após dez anos juntos. Começaram a namorar em 1999 e casaram em 2003. Tiveram dois filhos. Ela, extrovertida e passional. Ele, calmo e sério. Não importa, entendiam-se muito bem.

Tudo começou a mudar quando ele foi chamado para assumir um cargo para o qual foi aprovado em concurso, em Natal. Até então, viviam em Brasília. O salário, de R$ 22 mil, era sim um bom motivo para mudar de cidade. Tanto que Mônica topou pedir transferência do emprego, ir junto e dar força para o marido, que de quebra ainda teria uma sala com vista para o mar.

A questão é que ambos não gostaram da mudança. Ele estava insatisfeito com o trabalho, apesar de tudo. Queria sair fora, partir para outros caminhos. Ela, que não se adaptou à cidade e tinha dificuldades de fazer amigos, achava que ele não devia jogar aquela oportunidade para o alto. Foi aí que começaram as brigas, o desgaste, o desentendimento. Parecia que só um ponto ainda funcionava muito bem: a vida sexual, quente e afinada, sempre. Aliás, foi na cama que, segundo ela, eles fizeram as pazes algumas vezes.

Quando houve uma trégua, eles decidiram ter o segundo filho. Mas as coisas já não eram como antes. E o vazio entre eles chegou a ponto de, numa viagem para Nova York, ela se pegar pensando, durante 40 minutos, em como pediria para encostar a cabeça no ombro dele. Não teve jeito, eles terminaram. Ele alegou “não sentir mais”, “não ter mais projeto nenhum” com ela.

Mônica ainda se sente sem chão, não entende como uma relação que tinha tudo não tem mais nada. Ainda mais a relação deles, com “um casal de filhos lindos e com saúde, juventude, um apartamento de sonho, carros do ano, dinheiro de sobra”. Tudo, “só faltou felicidade”.

Ela também não aceita o fato dele não ter tido vontade de tentar outra vez, já que não tem ninguém ao seu lado até agora, nem “ficantes”. Ela já ficou, mas não viu muita graça. Queria o marido de volta.

Mônica, querida, é duro, eu sei, muito duro, mas, como diriam Leandro e Leonardo naquela música breguinha e bonitinha chamada Não aprendi dizer adeus, amores vêm e vão. Entendo completamente a sua paralisia. Eu também paralisei, quem não paralisa? Acaba, mas a vida continua. E pode ficar melhor!!!! Lendo o seu e-mail, imaginando a sua história, só posso te dizer que você deve ter é orgulho do casamento que teve, das decisões que tomou, das emoções que viveu. O importante é tê-las vivido, agora citando o por vezes breguinha e sempre maravilhoso Roberto Carlos.

Avante, amiga (a gente não se conhece, mas é assim que eu tenho vontade de me referir a você). Tenha fé e aguarde os próximos capítulos. Com a boa energia que tem, logo você vai estar aqui outra vez, neste mesmo blog, para falar que sim, ainda acredita no amor, na vida, nas voltas que o mundo dá.

Arrepia!

Beijo grande (para você e para todas as suas amigas, nossas leitoras também),

Isabela – A Divorciada

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