Distribuindo sedução

Conhece o tipo? Vai dizer que não? As palavras podem soar meio ácidas, mas queridas (e queridos) que estão por aí, distribuindo sedução, custam a descer garganta abaixo.

Outro dia topei com um tipo desses, daqueles que dormiriam dentro de um tubo de formol se pudessem. O cabelo era loiríssimo, quilômetros de chapinha já passaram por lá. Até o rolo compressor de um trator, daqueles de sedimentar asfalto, já deve ter dado o ar da graça naquela cabeça que daria um braço para ser loira platinada eternamente.

E "distribuindo sedução" marcou presença, nem precisaria tanto esforço. Para completar, era mais um daqueles caroços sociais que, vez por outra, temos que engolir para não adicionar karma ruim - e desnecessário - às nossas vidas. Ô tarefa difícil!

Ao tomar a distância necessária, dá para contornar a situação. Até perceber que "distribuindo sedução" mede você de cima abaixo, como alguém que estuda o outro para traçar melhor o, assim digamos, ataque. Ah, sim, "distribuindo sedução" se acha sempre mais esperto que os mortais. Mas esta ilusão não é uma conclusão solitária. Participam dela também os condescentes, os bananas, os "que não querem se incomodar" e aquela turminha dos panos quentes que fazem um estrago danado na vida dos outros.

Sempre cercados destes que são a sua plateia favorita, "distribuindo sedução" segue por aí tentando imprimir a sua marca, já que é o máximo da categoria Humanidade que existe entre a Terra e a estratosfera - segundo o próprio ou a própria, claro.

Nada é natural em "distribuindo sedução". Os gestos são calculados e foram mimetizados de alguém considerado mais "fino"; atitude típica de quem teve, de forma tardia, alguma chance de educação, seja consciente ou por osmose. Vê-se que a pessoa tentou correr atrás do prejuízo ao adotar uma coreografia de finesse que deve desabar ladeira abaixo assim que fecha a porta de casa. Não existe brejeirice, nem simplicidade. Para "distribuindo sedução" essas são coisas que denotam pobreza e as tais posses - ou o simples fato de demonstrar qualquer capital intelectual adquirido sabe Deus onde - é mandatório para esta categoria (catiguria?).

"Distribuindo sedução" joga as fichas na simpatia para conquistar os do mesmo sexo, e na sedução enviezada e clichê para jogar charme ao sexo oposto. Geralmente, o índice de sucesso é satisfatório. Não fosse, não haveria tantos do tipo circulando por aí. O problema todo reside no pavio de quem percebe estar diante de um "distribuindo sedução" bem diante do nariz, ainda mais quando esta criatura conseguiu fazer alguns estragos na sua esquina da vida.

Aí, a paciência fica mesmo por um triz. "Será que posso me despedir de você?", pergunta a fofa sedutora. "Gostaria muito de te conhecer, de coração".

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Se despedir, pode. Mas me conhecer, sinceramente, não.

Giovana - está solteira

PS: Lady Gaga é só uma licença poética. "Distribuindo sedução" adora fazer poker face, rs

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Escorpião: modo de usar


Estou cansada de ouvir as pessoas soltando “vixe!”, “eita!” ou “huuummm” quando eu respondo qual é o meu signo. Por isso, para acabar com o preconceito e defender a honra e as virtudes dos fofos, oprimidos e injustiçados escorpianos, elaborei esse breve manual de instruções. Sigam-me.

Li há pouco tempo que não há melhor amigo nem pior inimigo que um escorpiano. Verdade verdadeira. Quando gostamos, somos as pessoas mais leais do mundo, as mais fiéis, as mais doces, as mais dedicadas. Mas, se pisam na bola conosco, não esquecemos jamais. Aliás, o nome do signo poderia até mudar para elefante, caso a memória desse animal seja o prodígio que dizem que é.

Ciumentos? Siiiiiiiiiiiim!!! Mas sem perder a classe jamais, que fique claro. Escorpiano diz com todas as letras que não gostou disso ou daquilo. E pode até pensar em mil formas de dar o troco (ou dar mesmo, hahaha!!!). Mas não se humilha. Nem faz barraco. Aliás, nativos de escorpião detestam brigar em público.

Guardamos dissabores. Eu gostaria de esquecer em cinco minutos aquilo que me irrita, mas não consigo. E, se algo dito hoje não desceu bem, ficou sem resposta por qualquer motivo, pode ter certeza: um dia será devolvido. Nem que demore 30 anos. A gente sempre vai rebater.

Por sermos muito sérios, tendemos a encarar com seriedade tudo o que nos é dito. Cuidado com o que fala.

Incapazes de perdoar? Depende, com os amigos é mais fácil.

Já ouvi dizer que os escorpianos sofrem porque enxergam as pessoas como elas realmente são, sem ilusões. Concordo plenamente.


Somos transparentes. Um escorpiano não consegue esconder o que sente. E traz escrito na testa se está feliz, triste, preocupado, incomodado, puto da vida ou explodindo de bons sentimentos.

Adoramos namorar!!! Somos o signo mais sensual e erótico do zodíaco.

Muitas vezes preferimos ouvir a falar. O que, no meu caso, ajuda a equilibrar as coisas tendo um namorado e váaaaaaaaarias amigas de gêmeos. Todos falastrões. E irresistíveis também.

Precisamos ficar quietos aqui e ali, no nosso cantinho. Não abrimos a casa para qualquer um. Aqueles que são convidados podem ter certeza de que são especiais.

Escorpianos do mundo, uni-vos. Beijos, beijos, este post é dedicado a vocês.

Isabela – A Divorciada e A Escorpiana

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A culpa é do Geisel!


Outro dia peguei o filme A culpa é do Fidel para assistir. É lindo demais! Uma aula sobre o desafio de se educar um filho. A narrativa é do ponto de vista de Anna, uma menina francesa que vive num bem-bom danado na Paris de 1971. Isso até ser confrontada com uma mudança radical de comportamento dos pais, que decidem se engajar no comunismo e na luta por um mundo mais justo e humano. Para isso, no entanto, Anna e o irmãozinho François se veem privados de uma série de privilégios que vão desde ter que mudar para um apartamento pequeno até ter que dividir os pais com um bando de “barbudos vermelhos” e fumadores de charutos cubanos.

O desfecho é que Anna, de personalidade forte e questionadora até o limite da paciência, acaba cedendo um pouco. E seus pais também, ao perceberem que a menina tem suas ideias próprias.

Fiquei deslumbrada! Guardada as devidas proporções, meu pai, um preso político do governo Geisel, também sonhava com três filhinhas comunistas. E que, de preferência, odiassem o Papa e o “burguês way of life” (porquê ele se casou e teve filhos até hoje eu não entendi).

Meu pai me colocou na aula de balé – que fiz por dez anos – na aula de hebraico (?????) e num colégio pra lá de “cabeca”. E me fez temer muito a igreja católica! Tudo isso fez de mim o que sou e agradeço muito. Mas assim que passei a pensar com minha própria dupla de Tico e Teco e a pagar minhas contas, descobri que eu era muito diferente daquilo que ele queria que eu fosse.

Como no filme, o pai de Anna a privou das aulas de catecismo que ela tanto gostava, mas ensinou para a filha a importância da solidariedade.

Tudo é troca. Tudo é válido. Mas se os pais conseguem sacar logo cedo do que o filho gosta mais, desde que não seja nada perigoso ou ilícito, vale a pena tentar não moldá-lo tanto à sua imagem e semelhança.

Débora – A Recasada

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Homens de óculos


Elas estão de volta após estrearem aqui no domingo passado. Atendendo a um pedido meu, nossas leitoras Fernanda e Kézia agora explicam sua teoria sobre os homens de óculos (adoro, meninas, Guarda Belo usa, me dei bem). Empolgadas, as duas decidiram criar seu próprio blog, o Ácidas e Doces. Super recomendo, viu? Obrigada pelo texto, meninas. Mais uma vez, me diverti muito. Beijão!

Isabela – A Divorciada

Segunda-feira. Era dia de encontrá-lo na academia. Ele era lindo. Ah, lindo mesmo. Moreno, cabelos lisinhos, pele branquinha, alto, um pouco gordinho e meio tímido. Eu já disse que ele era lindo? Naquele dia ele encerrou os exercícios mais cedo, se alongou e, antes de ir embora, passou pelo guarda-volumes, pegou sua bolsa e fez aquilo que a deixou sem chão: colocou seus óculos. Ahhh! Nada é tão bom que não possa ficar muito melhor. Com o coração aos pulos e muito frio na barriga, ela só teve tempo de pensar :”ah, não faz assim!”. Ele usava óculos...homens de óculos...ai ai ai suspiros e muitos ais. E então ela entendeu. Tudo estava ali, diante dos seus olhos. Tudo era tão evidente e, como todas as coisas simples da vida, de tão simples que são, estes detalhes nunca tiveram a devoção que mereciam.

Convidamos você a refletir conosco sobre estas percepções e a caminhar por um mundo de detalhes, cuidados, suspiros. O que homens de óculos têm de tão especial?

1º - Tentam corrigir suas falhas. Acredito que nós mulheres procuramos homens que consigam entre outras coisas, reparar seus erros, seus defeitos e falhas. Quando vejo um homem de óculos, penso: “um homem que tem defeito na visão e que procurou corrigir sua ‘falha’ (o que pra mim é um chaaarme) acaba repetindo isto em todas as áreas de sua vida.” Na vida a dois, eu visualizo: depois de um deslize, uma conversa séria e madura com a real certeza que aquilo não irá mais acontecer. E não acontece mesmo, amiga. Fato.

2º - São mais decididos. Imaginem: ele sente o problema. Procura ajuda especializada, encontra a solução e adota aquilo para sua vida. Ele decide e pronto. Simples assim. E quando encontra a mulher de sua vida? Ele se apaixona e pronto. Agora, certo do que quer, ele vai à luta para conquistar o que é seu. “É ela.” – conclui ele.

3º - São mais cuidadosos. Quem já viu um homem guardando seus óculos? 99% dos homens de óculos que eu conheço guardam seus óculos de maneira cautelosa e precisa. Eles dão aquela limpadinha, põem o lencinho pra não arranhar e guardam com cuidado seus “corretores de visão”. Com aquele carinho todo, fico imaginando como ele deve fazer quando coloca sua amada pra dormir...

4º - Eles vão além das suposições. Eles reclamam de suas lentes riscadinhas, querem trocá-las para que tudo volte a ficar homogêneo. Eles limpam suas lentes. Até improvisam usando a camiseta, mas sempre fazem isso. É a evidência que eles querem enxergar além do óbvio. Querem deixar para trás tudo o que não importa, conhecer a amada como ela realmente é e amá-la exatamente por isso.

5º - São disciplinados e consequentes. Eles são míopes, astigmatas, hipermétropes. Entendem seus problemas, sabem as consequências que a falta dos óculos pode gerar. E estão ai, provando pra nós que “sim, eu sei que preciso disto porque senão...”. Da mesma forma, eles sabem que eles não podem magoar sua amada porque senão... aiaiai.

6º - Usam bem as armas que têm. Eu acho que essa é a característica que as mulheres mais gostam. Quem não quer um homem que, além de tudo, nos faça suspirar por horas? Pois este é o homem de óculos. Quem não conhece um carinha de óculos que dá “aquela” ajeitadinha? Ah, eles usam aquilo pra nos conquistar. Sei lá, mexe com a mulher. Eles sabem que aquilo nos deixa desarmadas. Outro detalhe que eu sei que eles fazem (perguntei a vários usuários) é testar como fica o sorriso deles com os óculos. Sabiam que eles ficam sorrindo de óculos no banheiro, pra testar o melhor ângulo? Sabem o que é isso? Estratégia, amigas. Porque o que eles querem mesmo é nos conquistar nos encantando.


Mas, é claro, não é uma regra. Para alguns, os óculos são apenas mais um acessório. Nada mais que isso. Mas estes não importam. São apenas mais uns por aí. Agora, um autêntico homem de óculos ilumina o dia. É assim, um raio de sol bem quentinho. E quando nos abraça...nós esquecemos tudo porque tudo o que importa é ele...sempre ele.

Fernanda (que ama muito o seu respectivo que não precisa de óculos para ser quem é) e Kézia (que há algum tempo conheceu um cara de óculos)

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Mainha e Painho, os viajantes


Aprendi em casa o valor das viagens, o quanto sair do cotidiano, ter contato com outras paisagens, costumes e pessoas faz a gente ver o mundo de outro jeito, de olhos mais abertos e percepção mais aguçada. Isso porque meus pais sempre foram dois super viajantes e, fosse rumo ao estado vizinho, Pernambuco, a gente estava sempre pegando a estrada.

Essa semana, a história deles foi parar na Agência de Notícias Brasil Árabe (Anba), dentro de uma série de reportagens sobre o crescimento do turismo no país. O texto é da minha amiga e companheira de trabalho Geovana Pagel que, fofa, entrevistou a minha mãe e escreveu a história dela e do meu pai com todo o carinho. Espero que vocês gostem. Para ler, basta clicar aqui.

Beijos, gente, bom sábado para todos. Beijo mainha, beijo painho, beijo Geo. Beijo Márcia, que me deu a ideia de escrever esse post. Beijos para todos aqueles que, como eu, acreditam que a gente nunca volta igual de uma viagem, mas sempre crescido, sempre melhor.

Isabela – A Divorciada

PS: Na foto acima, painho e mainha num tour pelo Pantanal

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O seguro-amor

Vai que...

- A senhora não quer levar também o seguro-amor?

- Seguro-amor?? O que seria isso??

- Por apenas R$ 11 por mês, a senhora pode ser ressarcida pelo dano de um amor perdido.

- Mas...por tão pouco? Eu recebo um prêmio se eu tomo um pé na bunda? É isso?

- Isso mesmo! Existem duas categorias, a senhora escolhe a que lhe convém: na primeira, assim que for comprovado o pé na bunda, a senhora leva um prêmio de R$ 51 mil. Na segunda categoria, a senhora aguarda até que achemos um novo par de acordo com suas exigências...mas esse é mais arriscado, pode demorar...

- Hum...interessante...se eu escolho o primeiro, por exemplo, posso me afogar em compras. O que alivia um bocado a dor do pé na bunda. E o segundo é um jogo do destino...o reserva pode ser melhor que o titular...

- E se não achamos um bom reserva, pagamos o prêmio! Sem ser ressarcida a senhora não fica! O importante é ter o seguro-amor, afinal, vai que aquele namorado dos sonhos decide fazer o caminho de Santiago de Compostela para pensar melhor sobre a vida e...acha uma loiraça dinamarquesa passando de bike no quilometro 55?

- Vai que...eu quero um desse! É melhor ter! Pode debitar da minha conta.

Débora – A Recasada (sem seguro-amor)

PS: Post-homenagem a uma menina linda que amo de paixão e que é muito fera em tudo que faz, até em amar demais...e inspirado na nova campanha, divertidíssima, da Bradesco Seguros

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Duas vítimas das chuvas

Eu não conheço a Carmelita. Nem a Roselita. Tudo que sei sobre elas é que tiveram que sair de casa correndo porque a água tomou conta do lugar onde Carmelita vivia há nada menos que 70 anos. As duas são de Quebrangulo, Alagoas, e são apenas duas entre as mais de cem mil vítimas das chuvas em Alagoas e Pernambuco. Arnaldo, o guarda da rua da minha mãe, é filho de Carmelita e irmão da Roselita. Foi ele quem nos contou os detalhes da tragédia, trazendo para a nossa realidade a catástrofe que a gente só lê no jornal.


Minha mãe resolveu ajudar a família do Arnaldo do jeito que achou mais simples: mandando dinheiro para a Roselita. Outros vizinhos também ajudaram. Mas a grana é mais para aliviar a urgência do momento, já que Carmelita gastou toda sua aposentadoria com as compras do mês, que foram levadas pela água. No meu trabalho, também fizemos uma vaquinha para ajudar a família de uma repórter que é de Palmares (PE).

Se você sabe de alguém que está precisando de ajuda, contribua diretamente. Se não conhece, mande sua ajuda para os postos de coleta. Se não tem o que doar, mande pensamentos muito positivos. Quando a gente tem ao menos a intenção de ajudar, já gera uma energia danada!

Débora - A Recasada

ps: se por acaso alguém quiser ajudar Carmelita e Roselita, deixo aqui a conta delas

Banco do Brasil
Ag. 2506-2
Conta: 8884-6 (variação 1)
Roselita Melo dos Santos

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Uma carta para Luna




Eu fiquei tão feliz quando vi o e-mail dela que não resisti: na mesma hora, pedi um post retratando aquele momento especial da vida. E foi assim que a nossa amiga, leitora, jornalista e blogueira Flavia Werlang escreveu esta carta para Luna, sua primeira filha. E nossa leitora e mascote desde já. Emocionem-se vocês também com elas.

Beijo, Flavia, beijo, Luna (aqui destacada em suas primeiras fotos neste blog, vejam que lindona, de perfil e com a mãozinha no rosto).

Much love,

Isabela – A Divorciada

Sem avisos, você apareceu. Enjoos, sono fora de hora e um turbilhão de emoções – uma sensibilidade imensa à flor da pele. Então, veio o exame de farmácia e lá estavam os dois risquinhos que apontavam uma gravidez inesperada. Veio o choque e o medo. E tudo aquilo que eu havia planejado foi por água abaixo. De repente, minha vida tinha outro sentido: Cuidar e proteger este serzinho que despontava no meu útero. Todas as células do meu corpo e sentidos se uniram na missão de te prover.

Na primeira ultra, era do tamanho de um grão de feijão, mas os batimentos cardíacos já mostravam que era determinada e cheia de vida. Por menor que fosse, uma coisa era certa: Eu não estava mais só. Nem era mais a mesma. Não sei ao certo como, mas de um momento para o outro deixei de ser Flavia Werlang para ser Sua Mãe. Naquele momento ainda não via seus contornos, não sentia você mexer e nem sabia que sexo tinha. Apenas a amei, como se tivesse te esperado a vida inteira.

Certo dia, senti algo estranho na barriga. Não era o friozinho que sentimos quando subimos e descemos de carro em uma ladeira em alta velocidade. Também não era o mesmo que ver a paixão platônica aos 12 anos de idade vindo em minha direção. Era muito maior que isso. Era você se mexendo e interagindo comigo.

Depois do primeiro movimento, fico a esperar você me dar “oi” todos os dias. Cada chute seu vale mais do que todos os gols do Brasil em jogo de Copa do Mundo. Você já é a artilheira que driblou meus planos, que me fortalece dia a dia e ocupa posição estratégica na minha vida.

Na 24ª semana de gestação veio um dos dias mais esperados até hoje. Era o dia do exame que ia revelar seu sexo. Não tinha a menor ideia do que seria, mas tinha só um nome certo para sua certidão de nascimento: Luna. Um minuto de exame e... Bingo! Era você, uma menininha perfeita que saltou na tela do computador. Você já é a minha princesinha. Minha filha. Tenho por você mais amor que jamais pudesse imaginar sentir em vida.

Já pensei em inúmeras táticas para te preparar para a vida e nunca deixar que ninguém te faça sofrer. Já cogitei até em substituir as fraldas do chá de bebê por uma lista de livros de auto ajuda que te faça uma destas mulheres fortes e que jamais chore por um trouxa qualquer. E, quer saber, minha filha? Cheguei à conclusão que o melhor exemplo e presente que posso te dar é a minha felicidade. Afinal, você já é minha vida!

Flavia – A Mãe da Luna

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Dez forrós que eu adoro


Ando muito saudosa das festas juninas. Do climão, das casas com fogueiras na porta, de bolo de milho, amendoim cozido e, principalmente, do forró. Juro que daria o meu reino por dois ou três dias em Caruaru. Para aliviar o banzo, divido com vocês o meu top ten do mais famoso gênero musical do Nordeste. Dançam comigo?

1) Bate Coração. ADORO Elba Ramalho. E essa aqui é simplesmente uma das minhas músicas prediletas: Oi tum, tum, bate coração, oi tum, coração pode bater. Oi tum, tum, bate coração, que eu morro de amor com muito prazer.

2) A Vida do Viajante. Tendo eu já vivido em Maceió, Recife e, agora, São Paulo, super me identifico com essa música, escrita por ninguém menos que Luiz Gonzaga (em destaque na foto acima) e Hervê Cordovil: Minha vida é andar por esse país, pra ver se um dia descanso feliz. Guardando as recordações, das terras onde passei...Ai, ai, ai...

3) Pé de Calçada. Vocês gostam do Mestre Ambrósio, aquela banda ótima de Pernambuco? Eu amo de paixão. E já levanto o astral só de ouvir os acordes de Pé de Calçada. Me digam se eu não tenho razão!!!

4) Olha pro céu. Gonzagão again, só que desta vez em parceria com José Fernandes na letra. Uma das letras mais lindas do cancioneiro nacional, a cara do São João na minha terra: Olha pro céu, meu amor, vê como ele está lindo....

5) Xote das Meninas. Clássico total. Gonzagão, posso fazer o que? Ele e Zé Dantas desta vez. Ela só quer, só pensa em namorar...

6) Lembrança de um beijo. Lembram dessa música? Fez muito sucesso na voz do Fagner e foi escrita por Accioly Neto. Acho maravilhosa: O cabra pode ser valente e chorar, ter meio mundo de dinheiro e chorar, ser forte que nem sertanejo e chorar, só na lembrança de um beijo chorar. Tuuuuuuuudo!!!

7) Feira de Caruaru. Um dos forrós mais fofos de todos os tempos, me arrebenta o coração: A feira de Caruaru, faz gosto a gente vê, de tudo o que há no mundo, ela tem pra vendê, na feira de Caruaru. Não é lindo?

8) Qui nem Jiló. Eu quero ver alguém não gostar desse daqui, de autoria de Humberto Teixeira e, adivinhem, Luiz Gonzaga, hahaha!!! Lá vai: Mas ninguém pode dizer, que me viu triste a chorar, saudade o meu remédio é cantar. Sempre, minha gente, ouçamos o Gonzagão!!!

9) Riacho do Navio. Tá bom, é a última vez que eu cito Luiz Gonzaga neste post, agora acompanhado por Zé Dantas na letra: Riacho do Navio, corre pro Pajeú, e o Rio Pajeú vai despejar no São Francisco, e o Rio São Francisco vai bater no meio do mar. Como diria o meu amigo Francis, viajar pelo São Francisco é um dos roteiros que todo brasileiro tem obrigação de fazer. E a foz dele, no meio do Atlântico, é em Alagoas!!! Uma das paisagens mais lindas que eu já vi, juro por tudo. Vão lá!!!

10) Esperando na Janela. Deixe Gilberto Gil, o maravilhoso, bombar e cante alto os versos de Targino Gondim, Manuca e Raimundinho do Acordeon: Por isso eu vou na casa dela, ai ai, falar do meu amor pra ela, vai, tá me esperando na janela, ai ai, não se vou me segurar...

É isso aí, crianças. Espero os forrós prediletos de vocês nos comentários. Marcelinho, queridão, o maior forrozeiro do ABC, este post é dedicado a você. Falando nisso, pode ser ou tá difícil aquele arrasta-pé? Hahaha!!!

Beijos,

Isabela – A Divorciada

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Ajuda para matéria

Queridas leitoras e leitores,

estou fazendo uma matéria sobre relacionamentos "tóxicos" e preciso de alguns depoimentos sobre os nove tipos descritos abaixo. Se alguém se identificar com os casos e puder me ajudar, manda o depoimento para o meu e-mail debora_rubin@hotmail.com. Pode ser anônimo, se preferir.

Seguem os exemplos de relacionamentos que fazem mal à saúde (rs),

obrigada!

Deb

1. Relações de emoções explosivas
Quando um casal se agride e discute na frente de outras pessoas e até falam mal um do outro para os filhos.

2. Relações dos modelos culturais
Quando o relacionamento é pautado pelos modelos estereotipados ensinados em casa/sociedade (o machão egoísta, o provedor, a mulher submissa, a mulher-mãe etc)

3. Relações de infidelidade
Bem, é isso aí, o nome diz tudo, haha. Quando um dos dois - ou os dois - trai e a confiança se perde.

4. Relações da possessividade
Quando um controla e o outro é controlado. Relações marcadas pelo ciúme doentio e pela manipulação.

5. Relações de estancamento
É quando a indiferença reina absoluta. O casal pouco se conversa e já nem se lembra mais porquê está junto.

6. Relações da sexualidade tóxica
Quando o sexo é parte ruim do relacionamento - ou porque sequer existe, porque é feito com culpa, com vaidade em excesso etc

7. Relações da competitividade
Quando um quer ser melhor que o outro em tudo: salário maior, mais amigos, mais forte, etc. Um quer ter o poder sobre o outro.

8. Relações da desqualificação
Quando um rebaixa o outro a todo momento. Quem desqualifica usa frases do gênero: "Eu disse que não era assim, mas você não me ouve!"

9. Relações das crises financeiras
Quando as brigas por causa de dinheiro deixam de ser "parte do pacote conjugal" e se tornam uma constante. É quando o casamento fica bom do dia 1 ao dia 15, e um horror o resto do mês, rs.

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No casamento como na TV a cabo

- Você gosta de mim todinha?

- Não, tem coisas que eu não gosto...

- Como assim? Não me ama até quando eu estou pelada e só de meia? Ou quando estou descabelada e remelenta pela manhã? Nem quando encosto meu pé geladinho em você nas noites de frio?

- Amo, amo, amo!! Quase 100% do tempo! Mas tem coisas suas que eu não concordo ou que faria diferente...você gosta de tudo em mim?

- Gosto, claro!

- Mentirosa...a gente gosta é da maioria das coisas do outro, isso que faz a gente escolher alguém. A gente escolhe quando, no geral, o saldo é positivo. É como pacote de TV. Você quer ver ESPN, Telecine Premium, National Geographic. Mas para ter isso, precisa aceitar também o GNT e Multishow...

- O GNT é a parte mais legal do pacote!!!

- Viu só? A gente não precisa concordar em tudo, nem amar tudo no outro...basta estar satisfeito com boa parte do pacote.

- ...posso colocar meu pé gelado debaixo da sua perna?

- Pode...

- E posso pôr no GNT?

- Que jeito, minha ‘pacotinha’ mais pentelhinha...

Débora – A Recasada

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Viva o homem comum!

Hoje tem convidada especial. Convidadas, melhor dizendo: Kézia e Fernanda, super amigas, ambas com 25 anos (a gente adora as nossas leitoras que ainda não fizeram 30. E as que já passaram dos 40 também). A primeira é paranaense, a segunda é alagoana como eu. As duas moram em Curitiba e, a julgar pelo texto abaixo, e pelos e-mails que eu troquei com a Kézia, são duas mulheres inteligentes, descoladas e engraçadas (vocês precisam conhecer a teoria delas sobre os homens de óculos, eu morri de rir. Pedirei post a elas sobre isso, não se preocupem). Adorei, meninas, sejam bem-vindas ao blog, agora como colaboradoras.


Beijos, beijos,

Isabela – A Divorciada

Como boas mulheres que somos, temos muitas teorias, afinal o mundo é questionável. Sempre. Todas as manhãs. E noites. E está aí pronto esperando para ser observado e questionado.

Entre tantos desencontros, o que nos faz desejar um encontro?

Nada nos incomoda mais que um cara que corresponda aos padrões de aceitação. Cerveja, balada, rock’n Roll, futebol e mulher. Péssimo. Tão previsível, tão mecânico, sem novidade, sem magnetismo. Alienados.

Estamos à procura de homens interessantes. Depois de poucas conversas (nós mulheres nos entendemos sem muitas explicações, geralmente interrompemos as frases com um “aham”, “isso mesmo”, “falou tudo”, “agora”, “sempre”), chegamos a algumas considerações intermediárias (não existem as finais, estamos em constante mudança): buscamos homens comuns.

Sim, comuns! Destes que encontramos todos os dias. Seja o pançudinho de 25 anos, meio bobo, que vive fazendo palhaçada e tem medo de se apaixonar. Seja o nerd tímido que é um charme quando faz uma carinha de interrogação e nem se dá conta que deixa nossos nervos de aço no chão. Ou mesmo aquele tímido que dança músicas bregas, ainda inseguro com as mulheres e com jeito de quem precisa e quer colo. Ou o magrelo que de tão branco ofusca nossos olhos quando reflete luz, mas super engraçado e charmoso demais com seu jeito europeu. Tem também aquele cara quieto que só diz o essencial e quase nunca está presente nos eventos sociais, mas quando está, muda o dia com seus comentários pontuais. Por fim tem aquele que não faz muita propaganda, mas é tão carismático que nos pega desprevenidas e nos conquista absurdamente.

Triste é constatar que os “cerveja, futebol e mulher” jamais entenderão esta preferência. Afinal eles se esforçam tanto! Muitos acreditam que a propaganda é a alma do negócio e despendem horas a fio relatando seus milhares de atributos a fim de nos aguçar a curiosidade de experimentar...fraco, muito fraco!

Homens comuns sabem que são comuns e não têm o menor problema com isso. Tudo bem, às vezes têm, afinal foram educados a acreditar que a beleza está nos padrões, e por não responderem a estes padrões acreditam não ter muitos atributos. Uma vida sem cobranças, sem a intenção de ser o grande estereótipo. Consequentemente não exigem que sejamos deusas, eles sabem que não são. Não respondemos à beleza idealizada, somos femininas, mulheres de verdade, mulheres comuns! E eles nos amam exatamente por isso. Não representamos medo ou exigências. Podemos deixá-los tão à vontade, mas tão à vontade, que eles se permitem ser o que realmente são. O que os tornam ainda mais adoráveis. Eles dançam sem medo, usam óculos, sentem nossa falta, dão risadas das nossas besteiras – e pasmem – sentem ciúmes e receios quando nossa atenção se volta para outro. E o mais lindo nisso tudo: se abrem totalmente e são bobos sem medo de serem felizes. Tem coisa mais gostosa e sexy que isso?

Sem propagandas, sem suposições, sem idealizações. Não precisam perder tempo com isso, mas aproveitam cada momento nos fazendo rir, o que acaba nos conquistando cada vez mais.

A beleza acaba, a inteligência só se sente segura quando discute os assuntos que domina, a presunção é inatingível, a auto-afirmação precisa dos melhores resultados. Gostamos mais dos interessantes, são estimulantes. São excitantes.

Viva a normalidade!

Viva o homem comum!

Viva os homens de verdade, sejam eles pançudinhos ou magrelinhos...

Viva os nossos eleitos!

Eles vão além da pegação!

FATO!

Fernanda e Kézia

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Todos os nomes


Eu já fui caixa de banco. E, naquele tempo, a literatura me salvava da burocracia entediante de cada dia. Como eu estava na faculdade de jornalismo, o banco achou de bom tom me colocar dentro de uma empresa de comunicação. E lá ia eu para o bairro do Limão para meu dia a dia de filas, contas, cheques e muita gente reclamando do atendimento. A imensa maioria dos clientes era muito chata. Principalmente os jornalistas – o que quase me fez desistir da profissão. Em meio a tanta gente arrogante, um editor muito querido do Jornal da Tarde reparou que eu sempre tinha um livro ao lado do meu computador. E puxou papo. Depois disso, passou e levar livros para eu ler. E um deles foi o Todos os Nomes, do José Saramago, que morreu ontem, aos 87 anos, de leucemia.

Me identifiquei na mesma hora. O personagem principal, um funcionário de cartório, tem como principal diversão em meio a tanto tédio colecionar notícias de famosos. Até que um dia passa a se interessar por pessoas comuns. E se torna um obcecado por suas histórias (deve ser bem melhor que isso, faz 12 anos que li).

Passei a gostar ainda mais do Saramago e das pessoas que deixam doces lembranças na vida da gente – ainda que tenham passado por um breve instante pela nossa história.

Que o portuguinha com cara de vovô fofo e melancólico tenha uma vida longa através de seus livros!

Bom final de semana!!

Débora

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Por que nos ajudamos tanto

Sempre achei graça nos posts da Bela sobre leitoras que perderam seus amores. Ela sempre termina dizendo: “deixe mensagens de apoio e carinho para ela”. No começo, temia que nosso blog se tornasse uma espécie de programa da tarde da TV, um muro das lamentações ou um divã online. Com o tempo, acompanhando a diversidade das histórias e, no caso de as leitoras serem blogueiras, lendo os posts em seus blogs, fui percebendo que tudo o que precisamos quando estamos nos sentindo desamparados pela perda de um amor é que alguém nos ouça. Ou nos leia.

Encontrar um eco na história do outro, uma palavra de consolo, de esperança, uma frase de efeito que seja, vale mais que muitas sessões de terapia. Dizem os “ólogos” e “istas” que a dor de uma separação é a que mais se assemelha à dor gerada pela morte. Num ranking de ‘sofrímetro’ seria a segunda pior. E, nos dois casos, o luto se faz necessário.

O fim de um relacionamento é doloroso para as duas partes, para quem termina e para quem é deixado. Ser responsável pelo sofrimento do outro é igualmente terrível. Me lembro do meu segundo namorado. Eu não queria mais estar com ele. Ele falava em casamento e eu sentia coceira pelo corpo. Fui parar na terapia e me sentia imensamente culpada por tê-lo deixado só.

Quando fui deixada pelo meu primeiro namorado, lembro de ter encharcado muitos lençóis e escrito muitas mal traçadas linhas em diários. Mas nada me animou e ajudou tanto quanto o dia em que uma amiga me levou bombons para ver algumas frações de sorriso em meio a tanta choradeira. No ano passado, quando me separei, acho que desabafei até com postes na rua. E assim faço sempre que preciso, encho os meus cadernos e os ouvidos dos amigos. E faço posts.

Portanto, deixo aqui o meu recado carinhoso e de apoio para todo mundo que sabe – e todo mundo sabe – como dói perder alguém que se ama: escreva sempre! Nós estamos aqui para ler você.

Débora – A Recasada

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Um país ainda partido

Vista para o mar: Cidade do Cabo
A festa era numa balada concorrida da Cidade do Cabo. E olha que estava lotada, isso em pleno domingo. Como Cidade "do Cabo" até no nome, aquele lugar venta e venta gelado. Ainda mais quando se está do lado de fora, esperando na fila a sua vez de entrar. O grupo de amigos mais parecia convenção de Copa do Mundo: tinha a brasileira, o mexicano, o inglês, o austríaco, a peruana e por aí vai...


Horas esperando, fizemos amizade com o simpático leão de chácara, que ria e comentava as asneiras que cada um dizia. O São Pedro da balada cuidava do entre-e-sai com firmeza e educação. Aqui no Brasil, ele certamente iria fazer a diferença. Lá, deve ser regra agir assim. O segurança era negro e, lá dentro, só os brancos se divertiam. O bairro beira-mar reúne a fatia bem-nascida daquele lugar. Naquela redondeza, só existe a classe média alta dos brancos. A África do Sul ainda é um país partido.

Estive na África do Sul no final de abril, o clima era de corrida contra o relógio, a Cidade do Cabo havia transformado-se num canteiro de obras gigante, com direito a ponte inacabada, cortando a cidade; e faltando só o miolo para completar. Sobre o "entulho" recém-criado da engenharia a previsão era sem previsão. Isso te lembra algum lugar?

Na foto: Canteiro de obras do Green Point
Os homens que trabalhavam nos canteiros de obra eram todos negros. Isso te lembra algum lugar? O apartheid como entrou para a história não existe mais. Mas tem outro e esse nós, brasileiros, conhecemos bem. É aquele velado, que aprova o que o rótulo social diz pode fazer e castra quando um toque de ousadia é meio caminho andado para fugir do status quo.

Nas áreas turísticas, perambula a mesma prostituição que se vê nas praias de Fortaleza. Só que igualmente velada, porém não menos direta ao ponto. Vi uma destas meninas. Magra e aparentando 18 anos no máximo, circulava pelas mesas dos restaurantes e escolhia quem abordar. Na sequência, entrava a cafetina, tão simpática quanto uma vendedora de loja de sapatos. Só que o produto dela é outro. Tudo assim, à luz do dia. Sem bolsinha rodando, mas com direito a torpedo no guardanapo para o gringo bonito, informando o telefone.

Mas lá é também o país da natureza exuberante, do sorriso aberto dos sul-africanos quando nos reconhecem como brasileiros. Ou os bafana bafana revertem o placar a favor de si mesmos ou logo, logo, vão perder a própria torcida para outra seleção canarinho. Há momentos em que é possível perceber passos que, como país, o Brasil já deu só que de outras maneiras, em ritmos distintos e com resultados diferentes.

A Table Mountain, meio encoberta
A beleza escancarada das coisas boas e os absurdos velados de um regime que terminou mas fez questão de deixar as suas marcas. A África do Sul ainda é um país partido. Isso também te lembra alguma coisa? Se sim, fica para mais tarde porque agora a bola está rolando e não dá para pensar em mais nada.


Giovana - está solteira

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Os brasileiros, o twitter e o pássaro Galvão


O melhor da Copa, até agora, aconteceu em campos virtuais. Eu confesso: “se mijei” de tanto rir com o vídeo da campanha Save Galvão Birds Campaign. Se você ainda não viu, confira aqui, no You Tube. E se você ainda nem sabe do que se trata, eu conto.


O famoso bordão de campeonatos brasileiros e Copas do Mundo contra nosso mais ilustre narrador de futebol virou um hit tão grande no Twitter que os gringos começaram a perguntar do que se tratava. Simultaneamente, vários brasileiros inventaram histórias diferentes sobre a origem da frase. As duas que mais pegaram foram a de que seria um novo vídeo da Lady Gaga. Mas a melhor é a corrente que prega que “Cala a boca, Galvão” é uma campanha para salvar os pássaros Galvão, em extinção na Amazônia.


O vídeo – hei, dono da ideia e do vídeo, quem é você?? – é genial! O narrador parece falar diretamente da BBC e as cenas são exatamente aquelas que a gente vê quando falam do Brasil em outros países: carnaval, Amazônia, ilegalidades mil e aquele tom de “ajude o Brasil a salvar seus pássaros raros” (porque aqueles os brasileiros, sozinhos, não conseguem fazê-lo). O que era uma piada muito da bem feita virou até um tiradinha de sarro com a forma como somos vistos pelo mundo. Eu a-do-rei!


A história saiu no espanhol El País que, claro, contou toda a verdade. Mas será que muita gente twitou em prol dos pássaros raros? Fiquei curiosíssima para saber.


Débora – A Recasada


Ps: E o Chico (Nelson) Xavier como líder da campanha?? Sensacional!!

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Dez motivos para gostar da Copa


Yes, aqui também tem futebol! Eu não sei vocês, mas eu bem que gosto desse clima de festa. A seguir, dez motivos para ficar feliz com o mundial.

1 - É tempo de comidinhas, petiscos deliciosos na frente da TV: bolinhos mil (tipo de carne seca com mandioca, de queijo, coxinha...), pipoca, amendoim, Doritos (vício total), cachorro-quente, tudo e mais um pouco!!! Planos de regime completamente abolidos enquanto a bola rolar na África. Depois, a bolota aqui pedala para emagrecer, hahaha!!!

2 - O torneiro é um ótimo motivo para rever os amigos assim, em plena terça-feira.

3 - Copa me faz lembrar Maceió, minha infância e adolescência, vendo os jogos na casa dos meus pais, com a minha família. Gente, a minha mãe fazia até agulhinha frita, era demais. Não sabe do que se trata? De um peixe pequenino, pouco carnudo e que, fritinho, vira a coisa mais crocante do mundo. Eu como de joelhos, temperando com limão. Saudades elevadas à quinta potência!!!

4 - Ver os jogadores lindos sempre vale a audiência. Eu tô por fora, não vi um jogo inteiro ainda, mas já estou sabendo que os craques do Uruguai e da Itália batem um bolão na categoria “todo mundo merece”, segundo me informaram as minhas amigas Debs e Van.

5 - Sair às 14h do trabalho não tem preço. Mesmo que para isso eu precise entrar às 8h.

6 - A disputa ajuda a dar um tempo no noticiário político, principalmente porque, até outubro, só vai dar Serra, Dilma e Marina mesmo.

7 - A torcida é uma boa oportunidade de mandar uma camisa com a caricatura dos jogadores para Miguel, pelo Correio. Um mimo para o meu irmão mais novo, aquele lindão. Beijos, beijões para ele, falando nisso.

8 - É gostoso ouvir os hinos dos países no início dos jogos.

9 - As crianças que entram sorrindo de mãos dadas com os jogadores no estádio são muito fofas.

10 - Bacana aprender um pouco sobre a África nos jornais, internet e TV. No mínimo o que é vuvuzela. Mesmo que aquele barulho seja completamente insuportável e dispensável, hahaha!!!


Beijos, gente. Bom jogo para nós!!!

Isabela – A Divorciada e A Torcedora

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Dois virginianos

Era uma vez dois virginianos. Um era casado, pai de dois filhos, executivo bem sucedido e todo caretinha. O outro era descolado, documentarista, separado e pai de uma filha já adolescente. Os dois estavam na casa dos trinta. E, além do signo, tinham mais uma coisa em comum: se apaixonaram pela mesma mulher. O virgem descolado gamou nela por uma foto. Pediu o contato para uma amiga em comum, marcou encontro e nunca mais largou do pé dela. Apesar de ela ter deixado bem claro que a gamação não tinha sido recíproca.

O outro foi chegando com jeitinho e tinha um plano claro em mente – tudo na vida dele era meticulosamente planejado, como costuma acontecer entre os virginianos clássicos. Queria apenas provar o sabor daquela outra mulher. Era só sexo e amizade. Nada que abalasse seu casamento e sua estabilidade. Até contrato ele fez. Era chegar, seduzir e bater em retirada. Ele só não previu que iria se apaixonar.

Ela, claro, se apaixonou pelo caso mais complicado: o casado careta e planejado.

E assim foi. Ela amando o cara errado, o descolado na cola dela e o casado apaixonado sem saber o que fazer com aquela história. O medo de ser descoberto, de pirar e de pôr tudo o que havia construído a perder o fez tomar uma decisão: terminar tudo antes que fosse tarde demais. Ele só esqueceu de avisar a moça. Foi sumindo, sumindo, sumindo...e desapareceu. Ela é que teve que chamá-lo para uma conversa. Então é isso? That’s over, baby? Embora os olhos dele a olhassem com paixão e carinho, a resposta foi bem clara. "Eu não posso agir de outra forma, não posso me separar...". Ele tinha um nome, uma reputação e uma paz do lar a zelar. No final das contas, saiu quase tudo como planejado. Ele chegou, seduziu, se apaixonou e bateu em retirada.

Ela tentou entender. Era uma situação complicada mesmo. Teve que engolir seco, ver o grande amor da vida dela escorrer por entre os dedos e seguir com a vida.

E eis que o descolado, que andava meio sumido, ligou para a moça. Aí ela pensou: não tem tu, vai tu mesmo. E, como já esperava, foi horrível. Uma decepção previamente anunciada. E que raios ele tanto tinha visto nela? Será que era o desprezo? Ele ficou mais na cola que nunca. E ela o cortou de vez de sua vida. Apagou do celular, do Facebook, do msn.

E de novo seguiu com a vida. Um anos depois, já namorando – um leonino – o celular toca. Número que ela não conhecia.

- Alô? Oi, tudo bom?! Aqui é o virginiano descolado! Quer sair comigo hoje? Ah...sei...entendi. E amanhã? Ah...sei...ah, namorando...entendi. Maaaas, eu posso te chamar para sair um dia desses, não posso?

Ela ficou impressionada. Tinha que dar a mão à palmatória: o cara era persistente e um tremendo cara de pau. Irremediável.

Ela desligou o telefone, lembrou do outro virginiano com saudade e com um pouco de raiva – por que não era ele o insistente? - e chegou à conclusão de que esse negócio de signo era mesmo um papo furado. Mas, na dúvida, era melhor evitar futuros affairs com homens regidos pelo signo de Virgem.

Débora – A Recasada

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Sex and the City 2




Vocês já viram Sex and the City 2? Eu vi. E adorei, me diverti muito, mesmo entendendo os críticos que destroem o filme. Até porque, para mim, aquilo ali é simplesmente um episódio mais longo da minha série predileta. Como não gostar?

Desta vez, o foco da trama está no casamento, na rotina, no dia-a-dia, nos filhos, entre otras cositas más. O casal Carrie e Big, claro, está no centro das atenções. Mas sabem que, desta vez, eu simpatizei mais com ele? Gostei do modo como ele se colocou diante de várias questões em relação à vida a dois, ao fato de que é preciso ceder, conciliar para ficar bem. Mesmo que, para isso, seja necessário engolir bons sapos aqui e acolá.

Agora, reflexões à parte, o melhor da fita, e da série, continua sendo a cumplicidade entre as quatro amigas, a amizade inabalável delas, sempre juntas, solidárias em todos os momentos. Quem tem boas parceiras assim sabe como é bom. E raro. Vida longa a Carrie, Miranda, Charlotte e Miranda.

Bom domingo!

Isabela – A Divorciada

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Um novo namoro


Na última quinta-feira, recebi um e-mail da nossa leitora Lavínia (nome fictício). Na mensagem, ela dizia que seu relacionamento havia acabado e que estava mal, mas disposta a dar a volta por cima. No meio do texto, ela me contou uma coisa fofa que ouviu de uma amiga:

“Agora você vai começar um novo namoro. Da Lavínia com a Lavínia”.


Achei ótimo. E fiquei mais feliz ainda quando ela me disse que, daqui para a frente, vai se gostar mais.

Assim sendo, um feliz Dia dos Namorados, em primeiro lugar hoje, a todos aqueles que se amam. E cuidam bem de suas relações consigos mesmos. Depois, a todos os enamorados, apaixonados, queridos leitores e amigos deste blog. Com uma referência especialíssima, claro, a Guarda Belo, meu digníssimo namorado. Beijos, beijos, beijos!

Much love,

Isabela – A Divorciada

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Flores às quintas-feiras


Li na edição de junho da revista Criativa, num ensaio fotográfico sobre o amor, que os pais do fotógrafo Ge Prado foram dois super apaixonados. E que o pai dele tinha por hábito mandar flores para a mulher todas as quintas-feiras. Quando ele morreu, a floricultura decidiu manter a tradição, dando continuidade à entrega.

Não é lindo? Eu achei. Por isso, um salve a todos os homens românticos e maravilhosos que não perdem a ternura jamais com as suas parceiras.

Boa sexta-feira, gente. Bom final de semana!

Much Love,

Isabela – A Divorciada

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Cheguei ao topo! Mas era só isso?

Ele era o cara mais lindo da faculdade. Alto, moreno, cabeludo – o que naqueles idos dos anos 90 era um predicado – e surfista. Não tinha partido melhor. Ela focou no rapaz e, objetiva, não esmoreceu enquanto não lhe tascou um beijo. E depois do beijo veio o sexo. E depois do sexo veio o namoro. E depois do namoro veio o casório. Ela era todo orgulho: tinha se casado com o cara mais lindo da faculdade. Ela tinha chegado ao topo. Não queria mais nada da vida.

Os anos se passaram e, quase perto dos trinta, ela começou a perceber que ele estava se tornando um cara cada vez mais ciumento e obsessivo. Tinha certeza de que ela tinha um amante. Antes ela tivesse! Não levaria fama à toa. Começou a pirar. “Então é isso? Eu fico com o cara mais lindo da faculdade e descubro que vou passar o resto da minha vida negando que tenho um amante?”. Se ele era louco, azar o dele. Mas deixá-la louca, ele não ia. Somou-se ao ciúme doentio do cara mais lindo da faculdade a rotina chata e sem sal de um casamento estremecido.

Quando fez trinta, se perguntou: minha vida será sempre isso? Um filminho passou pela cabeça dela. Eles tendo filhos, eles engordando, os filhos engordando, ele colocando detetive na cola dela atrás de pistas dos amantes, ela tomando antidepressivo. Acordou do pesadelo e pediu a conta. Disse que queria se separar. Ficou arrasada com a decisão, mas não via outra saída.

Comprou um bilhete para Londres e foi viver um sonho de adolescência aos trinta anos. Passou frio e se sentiu muito só. Teve muitas dúvidas. Mas descobriu que a vida era muito maior. O topo definitivamente não era se casar com o cara mais lindo da faculdade. Hoje, é uma das solteiras mais baladeiras e animadas da cidade. Casar de novo? Com certeza! Mas mais que um homem lindo, ela quer um cara companheiro, que divida com ela a deliciosa arte de viver.

Débora – A Recasada

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A pegadora de Passione


Tá todo mundo cansado de ler que, até o capítulo 23 de Passione, a personagem de Maitê Proença, Estela, terá traído o marido nove vezes. Sim, ela é a pegadora da novela das oito. O que já está inclusive provocando uma onda de revanche em relação ao Zé Mayer em folhetins anteriores. Gente, chega a ser covardia. Enquanto a Maitê está linda, maravilhosa, gostosa como a matadora da trama, o Zé Mayer só provoca vergonha alheia pagando de garanhão, horroroso daquele jeito. Não convence mais ninguém no papel de sedutor de mocinhas.

Voltando para a Stela, eu nem vou entrar no mérito da traição em si, se quem pula mais a cerca somos nós ou eles ou ainda por que fazemos isso. As pessoas traem porque traem. E ponto, cada um sabe de si. Além do que, as estatísticas mostram um quase empate técnico entre os sexos nesse ponto, com eles um pouco à nossa frente. O que me intriga na saga da conquistadora, no entanto, é a facilidade com que os homens que ela mira vão parar no motel. Será que eu perdi algum capítulo da revolução sexual? Ou é tão simples assim conseguir sexo, na rua, com anônimos lindos, maravilhosos, 100% disponíveis? Assim, num piscar de olhos?

Tudo bem, eu não sou a Maitê Proença, mas, sinceramente, nunca ouvi dizer que alguém conseguisse, sistematicamente, se satisfazer dessa forma, com sexo casual certo a cada vez que sai por aí à caça. Será que, na vida real, nenhum daqueles homens jamais se sentiria intimidado? Não diria não por ter achado aquela postura direta demais, eles que adoram estar no comando? Alô, Sílvio de Abreu, os bonitões não broxam nas suas novelas? Tá chovendo homem em São Paulo e ninguém avisou para a gente divulgar aqui no blog, como serviço de utilidade pública para as solteiras?

A ver onde esse jogo de sedução vai dar. E, claro, se fora da TV o furacão Stela vai pegar.

Isabela – A Divorciada

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Dez músicas que mudam meu estado de espírito

Resolvi copiar a Bela e suas listas de música. Outro dia estava na Marginal Tietê – lugar feio, para quem não conhece – num trânsito caótico – o normal de São Paulo, para quem não sabe – e começou a tocar uma música que eu adoro. Imediatamente a cidade se transformou para mim. E eu entrei em transe. Tudo ficou deliciosamente satisfatório. Percebi que muitas músicas mexem desse jeito comigo. Decidi, então, dividi-las com vocês. Mas essas são apenas algumas delas...

Baccio!

Débora – A Recasada

One – Quando Bono canta “Love is a temple, love is the higher law” meu pelinho do braço levanta todinho e eu esboço um sorrisão. A letra é meio dura em alguns momentos, mas linda de morrer. É o amor pela humanidade, apesar de tudo de ruim que há.

Ultraviolet love – Ok, ok, muito exagero duas músicas do U2. E confesso que teve sim influencia do Bonomaníaco que tenho aqui em casa. Mas essa, bem menos conhecida que One, é uma homenagem ao amor que ilumina a vida da gente.

Tempo Rei – Só mesmo o Gil para dizer com tanta doçura que ele não se ilude, porque tudo agora mesmo pode estar por um segundo.

Jesus a Alegria dos Homens – Tenho a sensação de que estou num encontro com Deus quando ouço. De elevar até rancorosos, raivosos e pessimistas de plantão. Esse tal de Bach é incrível...

Magamalabares – É verdade que Marisa Monte teria muitas músicas para entrar nessa lista, mas quando ela canta essa do Carlinhos Brown, uma onda de felicidade inexplicável me invade. Pode ser no dia mais negro. “Quem tem Deus como um império, no mundo não está sozinho, ouvindo sininhos”.

Como se fosse a Primavera – Chico é poeta supremo. Mas estranhamente escolho aqui uma que ele compôs com dois cubanos. “Quem lhe disse que eu era riso sempre, nunca pranto. Como se fosse a primavera, não sou tanto”. Não sou mesmo. Às vezes sou meio outono. E depois verão, e inverno...

Flor da Idade - Ok, ok, se Bono tem duas, Chico tem duas! Ele merece! Ele merece! Juro que quando ouço quase sinto o cheirinho da sua filha, o gosto do primeiro copo, a sede do primeiro amor. E a gente sua!

Let it Be – Ah que coisa mais linda isso de John e Paul dizerem que, quando tudo parece um problemão, Nossa Senhora aparece e diz, sabiamente, deixe estar, deixe estar... uma hora, haverá uma resposta (ou não!).

You got it – Essa eu até já cantei com o primão num karaokê. Quando o Roy Orbinson me diz que tudo o que eu quiser e precisar, eu consigo, eu acredito nele. Serve de estímulo para aquelas fases da vida que a gente se sente meio trapo, meio sem força, meio sem jeito para nada.

Se avexe não – De Bach a Forró Pega Leve com escalas por Chico, Gil e Marisa Monte, haha. Mas essa tem uma razão muito especial. Quando eu me encontrava com problemas, que não sabia como resolver, a Caixa Preta mandou essa canção singela que na primeira frase já me arrancou uma gargalhada sonora: “Se avexe não, que amanhã pode acontecer tudo, inclusive nada”. E não é que é assim mesmo?

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Criaturas estranhas: convenientes

Observar as pessoas, e a si mesmo, é um ótimo esporte. Encaixa-se na categoria atividade mental, não tem lá grandes contra-indicações, nem idade para começar. Mas, depois de pegar o jeito e encontrar a sua própria maneira de praticá-lo, é difícil largar e muito fácil criar seus próprios vícios. Os bons observadores diriam que os convenientes estão por toda a parte. Entre as criaturas estranhas da fauna humana são os que mais prejudicam, de forma aparentemente inofensiva.

Desta turma, há um tipo mais conhecido como "folgado". Sabe aquela galera que, na faculdade, adorava montar aqueles grupos de oito cabeças? Pois é, dois ou três colocavam a mão na massa e o resto ia na aba. O resto eram os convenientes, o pessoal que toca a vida daquela maneira bem espaçosa e você que se vire para ficar confortável na nesga que lhe resta do sofá.

Tem também aqueles que evitam dizer o que pensam para não se aborrecerem. Garanto que tem muita vovó de leitores que se encaixariam como uma luva neste perfil. Não retrucavam o marido rabugento para passar longe da aporrinhação de uma discussão que não levará a nada; muito menos àquela altura do campeonato. O problema é que tem gente bem mais nova que adota este comportamento enquanto há tempo de sobra para mudar tudo. Aliás, gosto de acreditar que sempre dá tempo...

Tem por aí ainda aquele namorado - ou namorada - que não contraria o seu amor por nada deste mundo. Nestes casos, podem existir dois convenientes por definição. O que não contraria e o que faz o que bem entende; mesmo sabendo não estar agindo da melhor maneira com o outro em muitas das vezes. São dois convenientes que se encontram e formam aquela combinação perfeita. A relação, no final das contas, funciona.

Mas é curioso pensar se a situação fosse inversa: o que faz o que bem entende certamente iria acender a luz amarela e deixar isso bem claro para o outro. Será que o que não contraria seria capaz de colocaria um ponto final na história? Ou retomaria as antigas regras do jogo? Às vezes o desfecho pode ser surpreendente.

Agora, desta turma toda o mais prejudicial é o conveniente que fala o que todo o mundo quer ouvir. Conhece aquele tipo de pessoa que tem um discurso que você certamente já ouviu antes? As palavras, o jeito, o momento em que diz as coisas. Tudo soa como um filme reprisado. São aqueles comentários que, se transportados para uma recepção de consultório odontológico ou para dentro de um elevador, caberiam perfeitamente.

Claro que a vida também é feita de amenidades, de comentários vazios, do dizer pelo dizer. Não dá para sacar uma grande pensata a todo o instante. Para isso, nada melhor do que preencher o tempo dizendo umas belas bobagens, dar umas risadas sobre temas nonsense e tirar algumas boas conclusões a respeito.

O problema é que o conveniente é pobre em senso de humor e resvala nas palavras vazias de sempre, nos conselhos genéricos e na bengala do senso comum. E se a criatura precisa de um balde de realidade e, no lugar disso, ouve do conveniente exatamente o esperado? A ilusão continua e a criatura estranha da vez perdeu, de novo, uma oportunidade excelente de manter a boca fechada.

Giovana - está solteira

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Tereza Batista


Tem muita gente que diz que a literatura dele é menor. E que os livros que ele escreveu não revelam a genialidade com as letras que tiveram brasileiros como Machado de Assis, Graciliano Ramos, Guimarães Rosa. Pode até ser. Mas nem por isso os romances de Jorge Amado são menos especiais para mim. Adoro me sentir na Bahia lendo as coisas que ele escreveu, poucos autores que eu conheço são capazes de ambientar tão bem uma terra e sua gente, de reproduzir as falas do povo, de compor personagens tão verossímeis. Pois é sobre uma delas que eu quero falar hoje: Tereza Batista, protagonista do romance de mesmo nome, aquele que está na minha cabeceira neste momento.

Estou mais ou menos na metade da obra. E já tenho Tereza como uma das minhas heroínas. Após enfrentar todo tipo de dureza, agressão e humilhação, como ser vendida por uma tia a um capitão nojentão aos 12 anos de idade, e ser solenemente enganada pelo homem com quem teve prazer pela primeira vez na vida, a morena cor de cobre segue em frente com coragem, compaixão, simpatia e amor ao próximo. Brava, não admite que mulher alguma seja agredida na sua frente. E parte para cima do homem que insistir em agir de forma contrária. Muito boa de briga essa Tereza Batista.

Leitura forte, leitura boa, embalada pelo texto leve e absolutamente gostoso de ler de Jorge Amado. Super recomendo.

Beijos e bom descanso para todos,

Isabela – A Divorciada

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O dia que Darth Vader me ligou

Era logo depois do almoço e as várias abas do Firefox davam conta de um segundo round dureza de trabalho naquela quarta-feira. Ou seria quinta? Vai lá... Celular posto na mesa, cafezinho turbinado e bem quente para refazer o ânimo. O telefone toca, o visor avisa "número particular". Não gosto de atender chamadas assim.

Mas vai que é alguma coisa séria? Ou mais divertida? A curiosidade fala mais alto e digo "alô?". Do outro lado, uma voz cavernosa responde, entrecortada por alguma pomba pousada na antena da companhia telefônica. Como num sussuro rouco, desconectado, a voz emite um outro "alô" em resposta. Fico intrigada, a um passo de tremer nas bases. Número particular e voz sinistra, seria um trote de sequestro? Tudo passou pela cabeça.

Digo "alô" outra vez, a entidade responde "alô" de novo, e tudo fica ainda mais sinistro. Na boa, achei que era o Chico Xavier me ligando do além. O boi na linha continuou por alguns segundos, produzindo pensamentos paranóicos com um quê de comédia dos erros. Até a hora que escuto do outro lado "Gio?!?!"

Pera lá?! Essa voz me conhece e pelo apelido. E não é que, agora, a entidade do outro lado da linha me soou familiar? Daquele ponto em diante, passei a não entender mais nada. Muito encafifada só disse "sim"; pelo menos, o espectro vocal sabia quem eu era. Mais alguns minutos naquele papo estranho e talvez começasse a crer que eu era a Princesa Lea.

E a voz outra vez me chama para a realidade: "Gio?!?!". "Sim, sim, sim!", respondi quase em desespero. "Gio, é a Débora!" Aí já era demais! Como assim? Débora?!? "Menina, onde você está? Caiu num buraco?" Pronto, qualquer tentativa de estabelecer um diálogo descambou para uma sucessão de gargalhadas dos dois lados da linha. Como pode aquela voz ser a da Dé? Uma sucessão de teorias loucas sobre onde ela poderia estar - num buraco, em outra dimensão, sabe mais Deus onde - pipocaram vertiginosamente. Assim como as risadas, totalmente descontroladas.

Mas uma coisa ainda não fechava...

Ok, era a Dé, mas aquela voz lembrava outra pessoa, na verdade, um personagem. "Dé, hoje foi o Darth Vader quem me ligou". Era isso, era a voz dele, do Vader.

Só faltava vê-la com a roupa negra do Jedi torto. O mais difícil, aquela voz que Hollywood fez o mundo conhecer, já tinha sido reproduzida de forma fidedigna em condições precárias de efeitos especiais.

Ou melhor, graças aos defeitos especiais das linhas telefônicas. Neste dia, até que o Vader fez uma boa ação. Nada como rir de um grande engano e ainda trocar um dedo de prosa com uma amiga querida. Vader, valeu demais!

PS: Buscando fotos para ilustrar este post, eis que encontro esta do próprio lendo Harry Potter. Já tinham pensado nisso antes? :O)

Giovana - está solteira

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E nós também recomendamos!!


Aproveito o feriadão para fazer minha indicação. O blog Gata de Rodas é da Verônica, parceira de trabalho e de ideias. Por suas ideias "terroristas" para tornar São Paulo uma cidade mais humana e por sua coragem de andar de bike - sempre chiquérrima - nos lugares mais feiosos e perigosos da cidade (queridos leitores de fora de SP, quando visitaram nossa cidade, não deixem de conhecer a Lapa de Baixo! rs), a Vê já entrou para o rol das minhas doidinhas favoritas.


Ótimo fim de semana!!

Débora - A Recasada

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Nós, as recomendadas

No domingo passado, estas três mocinhas aqui foram destacadas no blog Feminina Plural, da chiquérrima jornalista, blogueira e twitteira Ana Magal. Generosa, Ana escreveu que nós éramos “lindas, inteligentes e divertidas”. E que “com um template simples e conteúdo único” nós nos mantemos “firmes e fortes” em nossos textos “desafiadores e divertidíssimos”, destacando que nós já fomos “entrevistadas na TV” e já tivemos o nosso trabalho “reconhecido de forma esplêndida”.

Não é o máximo?

Ana, você foi fofa, fofa, fofa. Super obrigada! A gente te recomenda também. Beijão!

O trio

PS: Não nos viu na TV, no programa Urbano, do Multishow? Tudo bem, é só conferir aqui, no You Tube.

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Pelo prazer de ser mãe


Elas choram quando, na palestra oferecida às gestantes pela empresa, uma nutricionista sem noção diz que elas só podem comer arroz integral. Juram que chá de canela é abortivo. Montam a lista do que levar para a maternidade numa planilha, no Excel. Se já deram à luz, entram em pânico quando estão diante de uma situação que não consta em nenhum livro de como educar perfeitamente uma criança em pleno século 21. Se as avós, pobrezinhas, oferecem ajuda, a partir da experiência e do carinho que têm para dar, são descartadas. Imagina se alguém que já criou sete filhos pode dar palpite na educação do primeiro herdeiro delas!!!

É, tem muita mulher pirando com essa história de ser mãe. Como se a neurose estivesse acima do puro prazer de engravidar, gerar, dar à luz, criar. Eu já escrevi aqui que quero passar pela experiência da maternidade um dia, só não sei quando, meu relógio biológico ainda dorme tranquilamente, não me pede para decidir nada por enquanto. Mas, diante de tanta angústia em torno do assunto, só posso concluir que alguma coisa acontece no coração da fêmea do terceiro milênio nesse sentido. Será que a gente tem sufocado demais o instinto maternal, em nome do trabalho, de crescer na carreira e geralmente colocar o projeto família em segundo plano? E que isso gera mais ansiedade do que o normal? Será que é por isso que, uma vez grávidas, tantas mulheres ficam nervosas além da conta? Fragilizadas assim? Sem outro assunto na vida que não a barriga?

Não sei, não tenho a resposta. Mas defendo a bandeira da gravidez sem neurose. Do direito ao prazer de ser mãe, de vivenciar essa etapa da vida experimentando mais, descobrindo, como fizeram as nossas mamies. A minha, acredito, nunca comeu arroz integral, não tem drama algum em relação à chá de canela, desconhece o Excel e sempre me entregou de olhos fechados para a minha avó, Lourença. Nem por isso deixou de ser bem sucedida em sua missão de gerar e educar três filhos saudáveis e, thanks God, bem encaminhados na vida.

Esse post é dedicado às minhas amigas Dani e Giu, duas grávidas serenas, felizes, lindonas, ótimas de saúde e, tenho certeza, preparadas para serem mães maravilhosas para Leonardo e Rafael, respectivamente. Estou torcendo por vocês, meninas.

Beijos, beijos, beijos,

Isabela – A Divorciada

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Sex and the City: meu episódio predileto


OK, todo mundo já sabe que Sex and the City 2, o filme, entrou em cartaz na última sexta feira. Não vi ainda, estou louca para assistir, farei post depois. Mas, por hora, motivada pela película, fiquei com vontade de escrever sobre o meu episódio predileto, da minha série predileta. Dividir com vocês. Antes de seguirmos adiante, um aviso: eu vou ter que contar o final, tá? Do contrário, não consigo apontar o que me atraiu nesse capítulo. Portanto, se você não quiser saber o desfecho, melhor ficar por aqui. Estamos combinados?

Pois bem: o meu escolhido é O ex e a cidade, o número 18 da segunda temporada. Entre outras tramas, Carrie tenta ser amiga de Big, agora seu ex-namorado. Quando ela descobre que ele está noivo de outra, o plano vai por água abaixo, num vendaval de emoções que termina com a reflexão que encerra o programa.

Ao encontrá-lo na saída de sua cerimônia de noivado, ela tem cinco minutos de papo com ele e pergunta: “Por que você não me escolheu?”. Ele, sem jeito, não consegue responder. Ela cita uma frase de um filme, ele não entende. Com um “Você nunca entendeu”, ela dá as costas e vai embora, pensando consigo mesma depois de ouvir uma égua de uma carruagem relinchar ao seu lado: “Talvez eu não tenha domado o Big. O problema é que ele não conseguiria me domar. Talvez algumas mulheres nunca serão domadas. Talvez elas precisem ficar livres até encontrar alguém selvagem como elas”.


Super me identifiquei. E dedico esse post a todas as mulheres que, como eu e Carrie, já se sentiram indomadas assim.

Beijos, gente. Vocês me contam qual o episódio favorito de vocês?

Isabela – A Divorciada

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