A vida não é um conto de fadas e as mocinhas às vezes não choram

- O que você tem hoje? Fala o que está acontecendo.

- Ah, acho que quero falar mesmo.

- Então fala, pode falar que eu tô ouvindo.

- Tava pensando naquela brincadeira que eu disse do deadline, que a gente precisa botar um deadline nesta história.

- Como assim?

- Ah, passou da hora da gente falar sobre o que está acontecendo né? Como diz o capitão Nascimento, isso vai dar merda.

- Hahahahaha.

- É que eu não quero sair magoada desta situação. Não quero esperar dar merda, ficar com raiva de você, estragar até a amizade que a gente tem.

- Entendo.

- Pô, a gente não pode ficar agindo por instinto, a gente é gente né?

- Hahaha, a gente não é bicho?

- Porque não tem jeito. Eu não sei como funciona com vocês homens, mas a gente se envolve. Então eu prefiro resolver isso antes que me envolva e saia ferida desta situação. Não quero esperar perder o controle, entende?

- Sei.

- Eu não quero fazer como as pessoas que sabem que estão entrando em uma roubada, entram mesmo assim e depois ficam reclamando. Acho isso burrice, não quero fazer igual. Por mais que eu goste de você, eu entendo o contexto disso e não quero dar um passo mesmo sabendo que estou à beira de um precipício, eu seria muito burra. É uma espécie de auto-defesa.

- Hã, hã.

- E se eu me envolver com você, vou acabar me fechando para outras coisas. Porque o que está acontecendo entre a gente não é o que eu quero, por mais que adore estar com você. Além disso, eu não sou o tipo megacarente que precise de algo assim. Prefiro estar sozinha do que me envolver em algo que não seja saudável. Você não vai falar nada?

- Eu estou ouvindo, você disse que queria falar.

- Mas o que estou dizendo envolve você.

- Eu sei, só tô esperando você terminar.

- Pronto, falei. Terminei.

- Concordo com você. Você tá certa em tudo que tá falando. Mas não é tão fácil assim. Tem vezes que, quando te vejo, tudo apaga e eu só penso nisso.

- Bom, acho que você deveria ser o maior interessado em resolver isso. E sem a sua ajuda eu não vou conseguir.

- Eu entendo, eu vou tentar. Só tô dizendo que não vai ser fácil.

- Acho estranho você não se importar.

- Por quê?

- Porque você, diferentemente de mim, corre o risco de magoar a pessoa que, pelo menos em tese, ama.

- Sim, eu sei. Talvez seja difícil pra você entender, porque você está pensando lá pra frente. Mas é que a minha vida é assim, eu vivo um dia de cada vez e se eu tenho vontade de te encontrar eu vou demonstrar isso. É mais forte do que eu.

- Então você é assim? Sempre foi assim?

- Acho que sim.

- Então sempre será assim, porque as pessoas não mudam. Mas você age assim sem peso na consciência?

- Não, não é sem peso na consciência. É um eterno dilema isso pra mim.

- Bom, eu não tô dizendo isso por moralismos sobre certo e errado, muito menos pressão ou cobrança. Só não sei lidar direito com estas histórias, além disso, não quero que minhas atitudes causem sofrimentos, só não quero prejudicar ninguém. Meu modo de viver é esse.

- É, eu já percebi que você não consegue mesmo. Cada um tem um modo de viver, uma noção de certo e errado. Eu só consigo viver assim, um dia de cada vez.

- Enfim, a gente só vai conseguir resolver se você também colaborar. Da minha parte, eu sei que consigo.


Ele se foi e ela ficou lá pensando que, bem no fundo, sonhava com outro tipo de diálogo, embora sua razão nunca tenha criado uma expectativa diferente. Porque sabe que a vida não é um conto de fadas. Queria ter conseguido chorar depois, para limpar o coração de algo que nem bem sabe. Mas as lágrimas não vieram. As mocinhas da vida real não choram às vezes.


Patrícia - A Solteira

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O parceiro certo


Eu juro que nem vi na hora em que ele me tirou para dançar, tamanha a precisão do gesto. Quando me dei conta, estava no meio da roda, em plena salsa, rodopiando. Quem me conduzia era um colombiano que estava na minha turma do curso de Jornalismo Econômico, promovido pelo jornal El País em Madri, Espanha, em 2003. Não, não era um flerte. Não mesmo. O dançarino em questão, inclusive, era um desses homens quietos, calados, de cara boa e que só fazem sorrir. Franzino e branquinho, escondido atrás dos óculos, não dava mesmo bandeira de que era um craque do ritmo.

Imagino que ele tenha me puxado por acreditar que eu, brasileira, tinha mais chances de me garantir nos ritmos latinos que as nossas colegas espanholas. Eu só sei que eu dancei, dancei, dancei. E foi incrível. Quem me visse, podia jurar que eu tinha pós- doutorado em salsa. Mérito meu? Absolutamente! Na dança de salão, é o homem que conduz os movimentos. Assim, de acordo com a habilidade do dançarino, não é preciso fazer mais nada a não ser se deixar levar.

Ao final da música, diante dos elogios de nuestros amigos de España (“Ustedes tienen el ritmo en la sangre”), dei o devido crédito ao pé de valsa. Além daquela noite de rainha da pista, devo a ele uma lição importante: uma mulher pode tudo e é capaz de fazer coisas incríveis, surpreendentes, desde que esteja acompanhada do parceiro certo.

Isabela – A Divorciada

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Elvis e o noivo


Casamentos para mim são ocasiões especiais. Uma das minhas festas prediletas, eu diria. Adoro o clima, o vestido da noiva, as flores frescas na decoração, os bem-casados, as músicas. Ontem, enquanto acompanhava uma amiga que vai casar numa visita a um salão de festas, uma canção, numa cerimônia assim, me emocionou e enterneceu meu dia.

De passagem pelo local na hora em que ia começar a celebração, pudemos ver a entrada do noivo, ao som de Can’t help falling in love with you, famosa na voz do Elvis (maravilhoso, adoro desde sempre). Eu não sei foi a beleza do lugar, a voz forte e bem empostada do cantor, a melodia ou a letra que diz não é possível evitar o amor, mas em segundos eu me vi arrepiada. E com os olhos cheios de lágrimas.

Do meu canto, anonimamente, até porque eu não faço ideia de quem sejam aqueles dois, desejo felicidades aos noivos. E divido Elvis, junto com todo o romantismo de um casamento em pleno sábado pela manhã, com vocês.

Much love,

Isabela – A Divorciada

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Faça sua pergunta!!

Vocês pediram e ele atendeu!
Doutor Amor vai responder as perguntas de vocês.
Mandem pelos comentários ou pelo 3xtrinta@gmail.com

E só não vale perguntar se ele é solteiro, haha.

Bom fim de semana a todos!

beijos

Deb

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Sem açúcar e sem afeto

Nasci porque faltou camisinha na hora H. E meu pai sempre fez questão de me jogar isso na cara. Eu levo na esportiva, mas, no fundo, dói. Minha meia-irmã sim foi uma criança desejada. Minha mãe e meu padrasto a quiseram e a mimaram. Eu ajudo a mimar a pequena também. Ela é minha bonequinha. Faço com ela o que gostaria que tivessem feito comigo. Mas eu, bem, eu cresci sendo jogada de lá para cá. Meus pais não ficaram juntos. E cada um mora num canto do Brasil. Não criei raízes. Acho que por isso não consigo desgrudar do meu namorado. A gente briga muito, eu sei. Mas a família dele me acolheu e hoje é a minha família. Quando eu engravidei, pirei de tanta felicidade! Pensei: agora sim vou ter a minha própria família!! E vou amar meu filho ou filha do jeito que eu gostaria de ter sido amada. Só que aí eu perdi o bebê dois meses depois...ficou um vazio enorme. As pessoas me dizem que se aconteceu é porque era para ser. É porque eu não estava pronta. É porque virá outro mais bem preparado. Não consigo concordar com nada disso. Eu já conversava com o bebê, sabe? Eu já tinha pensando em tudo. Agora não sei o que fazer da minha vida. Não sei se mudo para São Paulo, Sorocaba ou pra Bahia. Não sei se vou ter um filho com meu namorado. Não sei nem se meu namoro vai continuar. A única coisa que eu sei é que se faltar camisinha na hora H é porque eu quis assim.

*depoimento criado a partir das conversar que tive com uma bichinha maluquinha que eu adoro muito

Débora - A Separada

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E o vibrador brochou

Uma amiga está às voltas com o vibrador dela que pifou. Ganhou o brinquedinho uns anos atrás como brincadeira de um casal de amigos, mas acabou adotando com todo carinho o consolo. No início, dizia que não tinha muita graça, pois sentia um certo vazio depois de terminado o serviço. Mas foi pegando gosto. Morri de rir com as aventuras dela com o “parceiro”. Tipo: o irmão bate no seu quarto e estranha a porta fechada. E ela: “Ah, não enche o saco que estou escutando um som”.

Acontece que o bendito “brochou”, isto é, pifou. Provavelmente por causa da umidade (sugestivo, nhein?!). “Eu uso camisinha nele para não ter que ficar lavando”, explicou. Mesmo assim, não teve jeito, não funciona mais. Agora ela quer companhia para ir comprar um novo. Quer um mais sofisticado.

Para quem acha que isso é coisa de gente carente, dá um recado: “Ele ajuda a gente a se conhecer melhor e a ter mais prazer no sexo de verdade, mesmo que o parceiro não mande tão bem”. Bom, só com treino mesmo é possível aperfeiçoar qualquer coisa na vida. Fica a dica.

Patrícia - A Solteira

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O jornal dos divorciados


Foi a minha amiga Debs quem me contou a novidade: o jornal Huffington Post, dos Estados Unidos, lançou, agora em novembro, um site sobre divórcio em seu portal de notícias. Eu adorei, claro. Segundo a fundadora da publicação, Arianna Huffington, a ideia é explorar um mercado atualmente “intocado”, já que, apesar da enorme quantidade de sites e blogs sobre casamento, pouco ou nada é feito sobre separação.

Não é muito bom? Entrei lá para conferir a novidade. E gostei do que vi. Na última segunda-feira à noite, quando escrevi esse post, a manchete do Huffpost Divorce era “Sem tensão na hora de dividir o peru: como eu passei o Dia de Ação de Graças com o meu ex” (numa tradução livre, feita por mim, tá?). Havia ainda artigos variados, com temas como “12 passos para se recuperar de um divórcio”, fotos divertidas sobre o tema descasamento, como uma calcinha em que se lê, na parte de trás “Recém divorciada, me paga uma bebida” e notícias sobre famosos que se separaram, entre outros textos.

Que o novo site bombe e inspire outras publicações a pensar em produtos e serviços para esse público especialíssimo que somos nós, os separados. Afinal, somos super carentes de conteúdos bacanas e exclusivos. Quando acontece, o sucesso é enorme. Ou alguém já esqueceu que Comer, Rezar, Amar, com mais de 20 milhões de exemplares vendidos no mundo inteiro, é a história real da volta por cima de uma divorciada? Adorei, Huffington Post! Sucesso procês, já virei leitora.

Isabela – A Divorciada

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Aviso: textos e créditos

Hoje fomos procuradas pelas meninas do Casadinhos, que, sempre fofas e chiquérrimas, queriam autorização para publicar, com o devido crédito, o post da Debs. Liberamos o uso na hora e aproveitamos o gancho para reiterar que a publicação dos nossos conteúdos em blogs e sites pessoais é permitida desde que seja citada a nossa marca, link e o nome de quem escreveu o texto.

Se der, mandem um e-mail para nós contando o fato no 3xtrinta@gmail.com. Ficaremos felizes, passaremos para agradecer e deixaremos beijos mil.

Estamos combinados?

O Trio

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O amor de Daniela




O amor de Daniela morreu. Poucos dias após seu casamento. Vocês devem ter visto essa notícia. Daniela de Assis e Renato de Souza Ferreira se casaram na enfermaria do Imip, hospital do Recife, onde ele vinha se tratando de um câncer desde 2008. Juntos desde 2004, planejavam se casar quando descobriram a doença. E adiaram o plano. A prioridade era cuidar da saúde dele. A vida de Daniela, costureira, se tornou a rotina de todos aqueles que cuidam de alguém doente. Hospital-casa-hospital. Ver os outros morrendo de câncer. Contar com a ajuda alheia. Viver a rezar. Celebrar as pequenas vitórias.

O casamento deles, com tudinho que tinha direito, foi um presente da equipe de enfermaria que acabou contagiando o hospital todo. Tanto que depois disso o setor de oncologia do hospital decidiu criar a “caixa de desejos” para atender os sonhos de doentes terminais.

Após a morte de Renato, Daniela continua frequentando o Imip não só para ir ao psicólogo, mas também porque fez ali uma família. De toda a tristeza que leva no peito, ela me contou em entrevista na semana passada que nunca vai se esquecer de duas coisas: dos olhinhos dele brilhando quando a viu vestida de noiva (que ela também ganhou) e do carinho de toda a equipe do hospital com eles e com cada paciente que chega ali.

O amor de Daniela não morreu. Ele se transformou. “Quero ser enfermeira e retribuir todo o amor que o Renato recebeu enquanto doente”.


Débora – A Separada

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Mesa de edição

Não tem problema, porque eu voltei a minha vida para alguns minutos antes de eu me levantar do sofá naquele bar naquela noite. O que eu fiz foi reeditar a fita. Em vez de me levantar, fiquei sentada lá, cansada, foi então que a minha amiga sugeriu que fôssemos embora. E a noite acabou assim. Então não fomos apresentados, você não ficou conversando comigo, não nos encontramos on line depois, você não pediu para que eu te fizesse companhia e eu nem reparei no seu sorriso. Não houve também desencontros. E, quando te encontrei por acaso na rua, você era só mais um na multidão, em vez de uma feliz coincidência. Ato contínuo, você também não atravessou a cidade para me ver de madrugada, muito menos experimentou a minha cama. Enfim, só foi mesmo necessário apertar um botão para rebobinar, outro para apagar e pronto, você nunca existiu.

Patrícia - A Solteira

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Elogio de gay


Eu ia correndo quando, aos berros, mas com muito carinho, ele me chamava: “Venha aqui agora que eu quero ver a sua roupa”. Não perdia a chance de causar ao ser elogiada por ele, um jornalista madurão (deve ter mais de 60 anos) e gay de um jornal onde eu trabalhei no passado. “Mas como você está linda com esse vestido. Tão linda que não devia sair na rua sem seguranças hoje”. Me achando muito, claro, eu ficava mais vermelha do que o meu vestido vermelho e sorria para ele, agradecendo.

Os héteros que me perdoem, mas os gays são insuperáveis na arte de elogiar uma mulher. Não, eu não estou reclamando dos heterossexuais da minha vida, nunca fui carente de gentilezas, incentivos, admiração. Agora, verdade seja dita, nunca nenhum deles me escreveu um e-mail começando com “Bela, maravilhosa!!!” e no meio ainda escreveu “Pode dizer a ela que você é a minha amiga maravilhosa de Maceió”. Querem mais? Um outro amigo homossexual queridíssimo disse uma vez, à minha mãe, que achava lindo eu ser uma mulher que gostava de comer. E que comia sem culpa. Fofo, fofíssimo, derramado, gentil.

Assim sendo, aproveito o sabadão para deixar o meu obrigada a todos os gays da minha vida, queridos e generosos, que me elogiam tão escancarada e lindamente.

Beijos, gente. Bom sábado!

Isabela – A Divorciada

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Mais sexo


Para 55% das mulheres, a frequência sexual anda baixa. Tanto que elas gostariam de ter mais sexo. Quando perguntadas sobre a temperatura das atividades na horizontal, 36,4% responderam “morna”. Esses são dois dos resultados apontados por uma pesquisa feita pela Cláudia e publicada na edição deste mês. A revista ouviu 1262 leitoras, a maioria com idade entre 20 e 40 anos, e detectou que a mulherada quer transar mais. E melhor.

Aos números: no item frequência sexual, 28,7% disseram fazer sexo três vezes por semana, com 27,18% tendo relações uma vez a cada sete dias apenas. Na sequência, 13,23% uma vez a cada 15 dias, 11,26% raramente, 11,09% todos os dias ou quase e, na lanterninha, 8,46% uma vez ao mês.

Para 36,69%, o parceiro é inoportuno ao insistir quando não há interesse em ir para a cama. Outras 30,82% das entrevistadas reclamaram que os affairs, namorados ou maridos não se esforçam nas preliminares. A ejaculação precoce é a terceira queixa mais comum, com 11,49% das manifestações das leitoras de Cláudia.

Outro ponto que me chamou a atenção foi o fato de que, perguntadas sobre como se descreveriam na cama, apenas 5,39% disseram como ‘carinhosas’, 4,68% como ‘gostosas’ e 4,04% como ‘atraentes’. Achei pouco, pouquíssimo, sinal de autoestima baixa entre quadro paredes, como bem destacou a revista.

Assim sendo, meninas e meninos, vamos tratar de aproveitar o finde para colocar o namoro em dia. E aproveitar o alerta de Cláudia, devidamente apoiado pelo Instituto 3x30 em Prol da Atividade Sexual, para ter mais qualidade e, por que não, quantidade sob os lençóis.

Bom sexo para todos. Bom descanso. Beijos!

Isabela – A Divorciada

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3x30 entrevista: Doutor Amor


Inauguro aqui um espaço exclusivo para entrevista no blog. Para a estreia, um bate-papo que tive com Thiago de Almeida, psicólogo especializado no tratamento das dificuldades dos relacionamentos amorosos, a quem eu gentilmente apelidei de Dr. Amor. Com vocês, ele, o homem que trata do coração e não é cardiologista.

Raio-X

Thiago de Almeida, 31 anos, viúvo
Nascido em São Carlos
Faixa etária média que atende: entre 20 e 50 anos
Já atendeu 1,2 mil pacientes

3x30 – Por que você foi fazer psicologia? Sempre tentou entender o ser humano?

Dr. Amor – Dizem que quem faz psicologia quer se entender. Eu sempre detestei psicólogos e nunca acreditei em psicoterapia, até eu começar a atender meus primeiros pacientes, quando estagiava na universidade onde me formei. Achava que não impactava. Sempre fui um tremendo CDF, lia muito. E um dia eu li um texto do Levi-Strauss chamado “O Feiticeiro e sua Magia” no qual um homem chamado Quesalid começa a freqüentar o mundo dos xamãs por duvidar de seus poderes, por achar que os feiticeiros são todos charlatões. Aí decidi que ia fazer o mesmo: queria provar o charlatanismo da psicologia. E aí prestei o vestibular na UFSCAR.

3x30 – E o que te convenceu de que psicologia não era charlatanismo?

Dr. Amor – Quando me dei conta, ainda no segundo ano, durante meu estágio, de que tudo o que eu falava tinha um peso tremendo na vida das pessoas, como ainda acontece. Conheci muitos maus profissionais, mas nem eles me fizeram desistir da psicologia depois que me convenci de sua eficácia. Vim e fiquei na psicologia devido à necessidade dos meus pacientes, os quais muito estimo, e não por causa dos que não honram a profissão e nem o privilégio de estar na frente de um paciente.

3x30 – Por que se especializar nas dificuldades dos relacionamentos amorosos?

Dr. Amor - Quando eu me formei, vi que quase nenhum profissional falava disso. Mas a temática está na vida de todo mundo. Só que as pessoas só buscam ajuda quando a coisa vai bem mal. Aí vão ao psicólogo. Ou ao astrólogo. Ou ao psiquiatra.

3x30 – Quais são as principais queixas em seu consultório?

Dr. Amor - Ciúme em primeiro lugar. Infidelidade em segundo. Ouço muita coisa do tipo: “Não sou ciumenta. Eu só ligo para ele de cinco em cinco minutos para saber onde ele está, se está bem...”.

3x30 – Ciúme em primeiro? Por que, hein?

Dr. Amor – O ciúme funciona como mecanismo de preservação da relação em vista de um inimigo real ou imaginário.

3x30 – Mais imaginário...

Dr. Amor – Mas é que o ciúme não é só amoroso ou sexual. Tem gente que sofre horrores por ciúme da família, do trabalho. O ciúme pode ser bom, pode ter um efeito de proteção, sim. Ele não é de todo negativo. O problema é que o ciumento não se reconhece como tal. Acha que isso é amor.

3x30 – E ex, assombra?

Assombra quase todos os casais.

3x30 – Mulher é mais ciumenta?

Dr. Amor – Meio a meio, viu? Homem também sofre com isso.

3x30 - Que outros motivos levam as pessoas ao seu divã?

Dr. Amor - Timidez. Falta de repertório sentimental, o problema mais notório dos homens. Tem ainda aqueles que têm uma enorme dificuldade de sair de um relacionamento ruim. E fica naquele namoro ioiô. Vai, volta...

3x30 – Sei bem como é...qual é o peso do relacionamento dos pais na vida amorosa dos filhos?

Dr. Amor - Para os adolescentes é maior esse peso porque eles não têm repertório e as referências são a dos pais. Com o tempo, e experiência, cada um vai desenvolvendo seu próprio jeito de se relacionar.

3x30 – Ou seja, melhor não casar tão cedo, então? O ideal é ter mais experiência?

Dr. Amor – Depende. E mesmo porque hoje tem tanta possibilidade. Tem o ficar, tem o divórcio, tem o recasamento. As pessoas se casam mais tarde hoje não por falta de repertório emocional, mas porque querem investir na vida profissional.

3x30 – Então ser fruto de relacionamentos ruins não é determinante?

Dr. Amor - O problema é menos os pais e mais nossas expectativas e paradigmas. Costumo citar o mito do Leito de Procrusto, uma metáfora sobre os outros quererem mutilar nossos sonhos e possibilidades de acordo a conveniência deles. A gente pré-determina um padrão, traçamos um script e queremos que o mundo se encaixe nele.

3x30 – O lance do príncipe...

Dr. Amor – Sim. E num primeiro momento, o da paixão, não dá para ver a porção sapo do príncipe. Ou o viés bruxa da princesa.

3x30 – E como a gente entende o “leito procrustiano” do outro?

Dr. Amor – Não é o do outro que temos que entender. É o nosso mesmo. Antes de nos relacionarmos. Já é bem difícil entender o nosso próprio leito...

3x30 – A paixão é mesmo cega? Pode ser a combustão de um relacionamento horrível?

Dr. Amor - O problema é que quando estamos apaixonados, relevamos os defeitos e atitudes que não gostamos com medo de perder aquela pessoa. Jogamos a sujeira para debaixo do tapete para agradar quem amamos. Só que isso dura, no máximo, 18 meses. Sem querer ser pessimista. E aí é substituído pelo amor, que é outro processo. Ou não. Acaba ali mesmo.

3x30 – Não é possível sentir paixão e amor ao mesmo tempo?

Dr. Amor – Tem quem consiga, mas é uma minoria. E tem sempre a ver com quebra de rotina. Quem consegue fazer isso, tende a manter a paixão acesa.

3x30 – Você já teve muita decepção amorosa?

Dr. Amor – Aprendi muito com meus relacionamentos. Mas com certeza sou melhor psicólogo que namorado. Dado até a enorme diferença entre o número de casos que atendi e a quantidade de relacionamentos que tive.

3x30 – Você acredita no amor?

Claro! Sabe o que significa amor? “A” é negação e “mor” é morte. Amor é a negação da morte, aquilo que vivifica! É o que nos liga à vida, nos conecta ao todo. O amor está em tudo: na prosa, na música, nas pinturas. Sem amor, não há vida.

Débora – A Separada

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Margem de erro

Toda mulher solteira na faixa dos 30 anos costuma ter seus parâmetros em relação à idade dos parceiros que encontra por aí. Com exceção daquelas que têm forte queda pelos muito mais novos ou pelos muito mais velhos, a maioria costuma se relacionar com alguém de idade parecida, só um pouco para menos ou só um pouco para mais. Costumo chamar esta faixa de segurança de margem de erro, o que normalmente tira gargalhadas de quem está por perto. Margem de erro como todo mundo deve saber é o quanto uma pesquisa pode estar errada para mais ou para menos. Por exemplo: Se o candidato Serra tivesse com 45% dos votos na véspera das eleições e a Dilma com 47%, em tese estariam empatados. Enfim, eleições à parte, o certo é que quando se tem essa idade, a margem de erro fica bem mais flexível. Afinal, não estamos tão acabadas para se relacionar com alguém de 20 e poucos, nem tão imaturas para um de 40 e tantos.

E embora nosso parâmetro de parceiro perfeito também vá ficando flexível, há limites. O que vejo é que as balzacas evitam homens com mais de 10 anos de diferença em média. Vamos pegar uma mulher de 32 anos, por exemplo. Ela precisará de muito mais paciência e compreensão tanto com um rapazote de 22 quanto com um coroa de 42.

Já sei que vai ter gente dizendo que idade não tem nada a ver com maturidade. Até concordo. Afinal, há homens de mais de 30 ou 40 anos com quem considero bem difícil trocar mais que duas frases. Mas levando em conta a minha própria e humilde experiência, admito que tenho bastante dificuldade com situações de grande disparidade etária. Já teve gente bem interessante mais jovem cruzando meu caminho nestes anos de solteirice, mas o que concluo é que certos aspectos da maturidade dependem de vivência, por mais que a pessoa seja, por essência, sábia e responsável. Um traço que geralmente motiva conflitos, no meu caso, é a possessividade por parte de quem é mais novo.

Quanto aos que têm mais de 10 anos para frente... Olha, não sei explicar muito bem quando se trata desta equação. Talvez porque não tenha muitas experiências assim. Mas o que observo entre as minhas amigas é que elas vêem como principal empecilho o fato dessas pessoas terem, digamos, um “pacote” mais complexo, ou seja, filhos, ex-mulher (ou ex-mulheres) e até netos.

Claro que existe toda aquela retórica do amor romântico, de que a idade não importa etc. Mas que na prática a coisa é bem mais complicada isso sem dúvida.

Patrícia - A Solteira

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Um amor tranquilo


Eles tiveram a sorte de um amor tranquilo. Tiveram não, têm. Poucos casais que eu conheço vivem tão em harmonia quanto Diva e Pedro (nomes fictícios, que eles são discretíssimos). Ela é minha amiga e sempre falou do marido com muito carinho, leveza e felicidade. Acreditam que ela sempre sonhou em casar com um homem de ascendência alemã ou italiana, as predileções dela, e que ele tem as duas raízes, uma de cada lado da família?

Diva merece. É uma mulher doce, gentil, boa de coração. E assim é Pedro, um homem também bom, leal, parceiro, “do tipo de gente que não existe mais”, nas palavras da minha amiga. Ambos estão na faixa dos 30 anos, não têm filhos nem pretender ter. Se admiram e se ajudam, tanto que ele foi o primeiro a dar força quando ela decidiu dar um tempo no trabalho para fazer mestrado em Letras na USP. Têm prazer nas coisas mais simples, como tomar sopa no Pão de Açúcar às sextas-feiras durante o inverno ou ir ao cinema, não importa se para ver um blockbuster ou o último filme do Woody Allen.

Eu só sei que vê-los juntinhos, chiquérrimos falando da última viagem e planejando as próximas (na verdade, ela, geminiana que é, fala, enquanto ele, fofo e calado, ouve e sorri), me faz acreditar no casamento, na vida em comum, na plenitude e na paz a dois. Simples assim.

Obrigada pela inspiração, Diva. E saiba que eu os admiro muito. Vida longa à história de vocês. Beijão.

Isabela – A Divorciada

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Um casamento por década

Teorias são elaboradas a partir de experiências pessoais. E eu, como você, sou cheia delas (de experiências e teorias). De uns tempos para cá, passei a papagaiar por aí que eu acredito que relacionamentos – entre namoro e casamento – têm dez anos de duração. Uma década é o suficiente para você se encantar por alguém, se apaixonar, fazer dessa paixão um amor, construir algo em comum, enjoar dela e terminar. Quando passa disso, é esforço, reconstrução do amor, trabalho em parceria para apimentar a relação e tudo aquilo que quem é casado há mais de dez anos já sabe. Não que não seja válido, mas, ao meu ver, corre-se o grande risco de tentar ressuscitar cachorro morto.

Pensando nisso, disse à mamãe: “Fiquei dos 21 aos 30 com Charlie. Dos 30 e poucos aos 40 e poucos terei meu segundo marido. Dos 40 aos 50, o terceiro. E na terceira idade vou vadiar por aí”. Ela morreu de rir, claro. E fez questão de discordar: “Eu ainda acredito em amor eterno”. E olha que ela vem de um casamento de 33 anos para lá de falido.

Pois não é que outro dia encontrei eco à minha nova teoria? Um trandewatcher ( observador de tendências) de nome bem estranho, Adjiedj Bakas, e de origem também estranha – ele nasceu no Suriname, é de família indiana e mora na Holanda – disse em uma entrevista à revista Bons Fluidos que essa será mesmo uma tendência dentro de alguns anos.

“Acredito que, num futuro próximo, iremos nos casar por, no máximo, dez anos. Depois disso nos divorciaremos automaticamente.”

Afinal, argumenta ele, a ideia de uma amor para toda vida vem de um tempo em que se vivia, em média, 40 anos. E continua seu argumento:

“Daqui dez ou vinte anos, nós viajaremos mais do que nunca, encontrando mais e mais pessoas, e teremos a possibilidade de novas experiências. E vamos experimentar muuuuuito! Porém, muitos indivíduos ainda terão medo de se divorciar. Para resolver esse problema, vão manter um amante ou uma amante ao lado da relação principal. Isso será bem mais comum que agora, especialmente nos centros urbanos.”

Gostei desse Bakas! E acho que tenho vocação para trendwatcher. Há!

Débora – A Separada

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Adorei, IBGE!


Vocês viram os números da última pesquisa Estatísticas do Registro Civil, do IBGE? Referente a 2009? Eu achei os resultados ótimos. E divido alguns com vocês. Lá vai:

A taxa de recasamentos, ou seja, aquelas uniões em que um cônjuges é viúvo ou divorciado, aumentou. E foi a maior dos últimos dez anos: 17,6% do total de matrimônios. Em 1999, esse índice era de 10,6%. Moral da história: os descasados estão se dando uma segunda chance como nunca antes. Fiquei feliz em saber que estou do lado da estatística: sou super a favor de casar de novo!

O Rio de Janeiro foi o estado que apresentou o maior percentual de casados pela segunda vez: 18,8% de todas as uniões, seguido por Goiás (18,1%) e Distrito Federal (18%).

O percentual de casamentos entre homens divorciados e mulheres solteiras foi de 7,2%. Já entre mulheres divorciadas e homens solteiros foi de 5,3%. Os números são os maiores dos últimos anos em ambas as situações. Ou seja, diminuiu o preconceito contra nós, descasados maravilhosos, hahaha!!!

Cresceu o número de uniões nas quais as mulheres são mais velhas que seus parceiros, opção que representou 23% dos matrimônios entre solteiros. Em 1999, o percentual era de 19,3% do total. Muito bom! Quem foi que disse que nós também não podemos ser felizes com homens mais jovens? Igualdade de direitos já!!!

Adorei, IBGE!

Bom domingo, minha gente. Beijos!

Isabela – A Divorciada

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Sophia Loren e a beleza


“Nada faz uma mulher mais bonita do que a sua crença de que é bonita”. Sophia Loren

Concordo, Sophia! Assim como você, para mim forever diva entre as divas, também acho que beleza é atitude. Quanto mais acreditarmos, mais maravilhosas seremos.

Bom finde, gente! Bom feriado. Beijos.

Isabela – A Divorciada

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Excesso de sexo

Foi por excesso de sexo (e falta de sensibilidade) que a minha amiga Doralice (nome fictício), de 36 anos, moradora de Salvador, Bahia, terminou o namoro com Rodrigo (nome também fictício), de 42, na semana passada. Ao longo do relacionamento, que durou quase um ano, esse lado fogoso dele sempre a encantou. Tudo corria muito bem, mas, com o passar do tempo, outras nuances foram se apresentando no meio do caminho.

Doralice adora sexo, mas estava se sentindo machucada após transar oito vezes com Rodrigo entre a noite de sexta-feira e a manhã de domingo. Foi quando ela pediu um respiro. E ouviu dele: “Com uma mulher como você, eu precisaria de pelo menos mais duas”. Não precisou de mais nada para que ela juntasse as coisas e fosse embora, dando um ponto final ao namoro.

Na avaliação da minha amiga, com a qual eu concordei inteiramente, não foi só uma questão de total insensibilidade por parte de Rodrigo. De respeito ao ritmo dela, já que todo casal precisa conciliar a medida dos dois num só compasso. Aos 42, ela acha que o ex-parceiro está entrando já na idade do lobo, fase em que eles precisariam se auto-afirmar, pagando de machos, mostrando-se capazes entre os mais capazes de todos os capazes. O sexo seria uma válvula de escape desse processo.

Eu estou com a minha amiga. E nem me preocupo com ela, que logo estará em boa companhia outra vez (Doralice é daquelas gostosonas, que arrasam quarteirões, além de ter um coração maravilhoso). Mas fiz questão de contar o babado para reforçar a noção de quão importante é, para um casal, achar o próprio ritmo. Conciliar as vontades. E viver plenamente, sem falta ou excesso, o sexo.

Isabela – A Divorciada

PS: Doralice quer saber: alguém aqui já lidou com homens na idade do lobo? Depoimentos, please!

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O meu namorado é casado

Como esta história de se envolver com pessoas casadas sempre dá muita polêmica por aqui, resolvi escrever de novo sobre o assunto. Um parêntese antes. (Acho que essa é mais uma daquelas coisas que acontecem em todo lugar a todo momento e à qual todo mundo está sujeito, mas como as pessoas evitam comentar, parece menos comum do que realmente é). É a velha e cega hipocrisia humana, que dá margem a comportamentos doentios e indivíduos infelizes na tentativa de botar rédeas no indomável espírito humano. Mas vamos à minha história de hoje.

Havia muito tempo não via uma amiga minha tão radiante. A gente se dirigia a um bar no último sábado e ela não parou de tagarelar sobre o seu novo romance o caminho inteiro. Eles se encontram várias vezes por semana, passeiam de mãos dadas, frequentam bares e danceterias, transam em lugares inusitados, trocam presentes e se telefonam o dia inteiro. E já se vão alguns meses desse clima de paixão. É tudo praticamente perfeito se não fosse um problema: ele é casado.

Digo um problema para os outros porque para os dois, pelo menos por enquanto, não parece que seja. Na minha posição de amiga zelosa, disse apenas que temia que ela se machucasse com esta história futuramente. No que ela respondeu:

- Mas a gente também se machuca com os solteiros, separados, divorciados, com filho, sem filho, a gente sempre se machuca mesmo quando se envolve com alguém. Eu nunca tive alguém que me tratasse tão bem, que me desse tanto carinho e atenção.

Fiquei pensando naquela música “Carolina” do Chico Buarque:

“Lá fora, amor, uma rosa nasceu, todo mundo sambou, uma estrela caiu. Eu bem que mostrei sorrindo, pela janela, ah que lindo...Mas Carolina não viu...

Lá fora, amor, uma rosa morreu, uma festa acabou, nosso barco partiu.Eu bem que mostrei a ela, o tempo passou na janela e só Carolina não viu”

Abrir a porta ou ficar na janela diante dessas situações da vida?

Patrícia - A Solteira

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Os dez piores lugares para flertar

Eu adorei essa lista aqui da CNN dos dez lugares mais inapropriados para flertar. Mas, todavia, entretanto, contudo, tenho que dizer que discordo de alguns pontos. Acho que todo lugar é um lugar em potencial para flertar, afinal, a gente nunca sabe quem vai encontrar pela frente. Inclusive, outro dia comentei com A Solteira que eu descobri que as pessoas flertam no trem!!! (Isso que dar passar um terço da sua vida com a mesma pessoa). E vai saber se uma grande paixão ou um grande amor não estará te esperando justamente em um...funeral?

Vamos à lista criada pelo site da CNN. Com direito a comentários:

1. Sala de espera de um hospital

Justificativa: todos estão muito ansiosos e ansiedade não é um bom sentimento para o momento do flerte.

Opinião da Déb: eu super discordo. Nesse cenário, também estamos fragilizados e doidos por um chamego. Eu xavecaria até o recepcionista do Pronto Socorro.

2. Na academia

Justificativa: ninguém quer ser paquerado banhado de suor e nem ter seu exercício interrompido.

Opinião da Déb: que cuuuunveeeersa!! (como diria minha amiga natalina). Na ginástica a gente vê pernas, tórax, bundinhas e eu, particularmente, adoro ver a homarada gotejando.

3. Funeral

Justificativa: é cafona.

Opinião da Déb: É?

4. Entrevista de emprego

Justificativa: nesse caso eles até acham que é “ok” mandar um e-mail depois, mas nada de ficar com olhinhos apaixonados durante o processo

Opinião da Déb: nesse caso, concordo

5. No provador de uma loja de departamento

Justificativa: você precisa de pelo menos um jantar com a pessoa para saber qual tipo de roupa que ela usa

Opinião da Déb: esse, confesso, não entendi bem. Que loja de departamento tem provadores para os dois sexos? Ou esse item é só para homossexuais?

6. Na fila do banheiro

Justificativa: ninguém se sente sexy de bexiga cheia. Espere para agir depois – e com batom retocado.

Opinião da Déb: Ok, ok, concordo de novo. Eu provavelmente ficaria meio irritada se alguém viesse me xavecar na fila do banheiro.

7. Na terapia

Justificativa: você está lá para resolver seus problemas, não para arranjar mais.

Opinião da Déb: ah...vai que o terapeuta é a cara do Mark Ruffalo e a química com o doutor é incrível?

8. Reunião de pais

Justificativa: não constranja seu filho – e nem você mesmo. Espere o ano letivo terminar.

Opinião da Déb: concordo em termos. Se for o professor, ok, pode gerar problemas no desempenho escolar do filhote. Mas e se for um pai separado, solteiro, viúvo ou até mesmo casado (vai saber...), por que não? Afinal, nesse contexto, existe uma afinidade grande: a preocupação com o rendimento escolar dos filhos...

9. Saindo com outra pessoa

Justificativa: é simplesmente mal-educado, antiético, inadequado. Espere o 'date' terminar e aí sim vá atrás do outro

Opinião da Déb: concordo muito, muito, muito!

10. No trabalho

Justificativa: ainda que você encontre o amor da sua vida na baia ao lado, mantenha as coisas no nível profissional.

Opinião da Déb: tá, concordo. Mas aqui entre nós – até chegar nesse ponto, como se flerta mantendo o profissionalismo? Flerte é flerte, oras. Uma piscadinha aqui e um sorriso cheio de intenções ali não vai fazer ninguém esticar as horas extras.

Débora – A Separada

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A noiva sem noivo de Taiwan


Aconteceu em Taipé, Taiwan. E bombou na internet ontem. Funcionária de um escritório, Chen Wei Yi, de 30 anos, decidiu se casar consigo mesma. Mas oficialmente, digamos assim, com direito a vestido branco, bolo, recepção para 30 convidados num hotel da cidade. O “autocasamento” foi definido por Chen como “uma forma de mostrar que sou confiante e que me aceito como sou”. A noiva sem noivo disse ainda que “devemos nos amar antes de podermos amar os outros”.

Não, eu não me casaria sozinha. Se quisesse celebrar o meu amor por mim mesma, faria um festão de aniversário ou uma super reunião com os parentes e amigos mais queridos. Ainda acredito que os noivos são peças fundamentais nas cerimônias de casamento. Mas quero registrar que achei a iniciativa corajosa e bonita. E que, na minha modestíssima opinião, ela está mais do que certa quando diz que a gente deve se amar em primeiro lugar.

Seja feliz, bem feliz em seu matrimônio solo, Chen. Muitas vibrações positivas procê.

Beijos,

Isabela – A Divorciada

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Síndrome de Cicarelli

Tenho uma amiga que anda paranóica com esta facilidade de qualquer pessoa sair filmando qualquer um por aí e botar nas redes sociais. No último Carnaval, em uma praia do litoral, acabou bebendo demais e, quando se deu conta, estava no rala e rola com um folião na areia.

Na semana seguinte, voltou à sua rotina normal. Quer dizer, não tão normal assim. Afinal, se pôs a buscar desesperadamente vídeos no You Tube com o nome da praia. Acabou me telefonando pedindo ajuda e quase arrependida da aventura carnavalesca.

- Ai menina, tô noiada.

- Que aconteceu? Transou sem camisinha?

- Tô procurando no You Tube.

- O quê?

- “Camburi”, “Carnaval em Camburi”...

- Como assim?

- Ah, meu, sei lá, e se alguém filmou eu com o cara lá?

Eu disse que ela estava exagerando e que o importante era ter feito tudo com a devida proteção. Depois de algumas semanas de monitoramento on line ficou mais tranquila, mas prometendo não se expor de novo. Na minha opinião, é realmente mais complicado hoje em dia deixar certas coisas rolarem em público. Que o diga Daniela Cicarelli, que foi flagrada fazendo sexo com o namorado no mar. Mas já que não somos celebridades, melhor desfrutar de pelo menos esta vantagem que o anonimato nos dá.

Patrícia -A Solteira

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Como esquecer


A fim de pegar um cineminha hoje? Então me permita ajudar na escolha do filme recomendando Como esquecer. O longa de Malu De Martino é um trabalho delicado e que aborda a separação e o processo de recuperação que vem depois de uma decepção amorosa. A protagonista é a professora de literatura inglesa Júlia, interpretada por Ana Paula Arósio. Deslumbrante e competente, a atriz faz valer, a cada close, uma declaração de Guilherme Karan a seu respeito que diz: “A Ana Paula Arósio é tão linda que todas as outras atrizes da Globo deviam ir para casa cortar os pulsos”.

Na trama, Júlia tenta superar o pé na bunda que levou da ex-mulher, Antônia. E para isso conta com o apoio dos amigos Hugo (Murilo Rosa) e Lisa (Natália Lage), eles próprios também passando as suas dores a limpo. Sem querer falar muito, para não estragar o programa de vocês, digo apenas que o que me atraiu na película foi a reflexão a respeito de que, por mais que o mundo vire de cabeça para baixo (e como ele vira, não?), a vida fala mais alto. E a gente sempre se redescobre a partir dessas revoluções.

Boa diversão, bom domingo. Beijos!

Isabela – A Divorciada

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O casal gay, o rodeio das gordas e a preconceituosa do Twitter

Eu sou uma sonhadora. Ainda bem que não sou a única – me confirma John Lennon. Do contrário, estaria ferrada. O problema de ser sonhadora é que eu sempre acho que as coisas “estão mudando”. Que as pessoas estão melhorando. Que o mundo está cada vez melhor. Até me deparar com notícias como as das duas últimas semanas. Primeiro, aquele casal gay que foi alvo de agressão física e verbal em uma festa da USP. Da USP. Henrique, um deles, disse que só esse ano, foram quatro casos similares.

Depois fiquei sabendo daquele tal de “Rodeio das Gordas” da Unesp (da Unesp) no qual os meninos literalmente laçavam meninas acima do peso durante um evento da universidade. Ao se justificar, um dos caras que criaram o tal rodeio disse: “Mas a gente fazia isso com as magras também!” Ah tá!

Por fim, eis que me surge a menina que estava causando no twitter com frases do tipo: “Nordestino tem que morrer! Faça um favor a São Paulo: mate um nordestino por dia”. A menina é estudante de direito. De direito. Fiquei feliz em saber que a OAB-PE vai fazê-la responder por crime de racismo. E vai ficar na cola dela caso ela tente prestar o exame da Ordem em São Paulo.

Me pergunto se, apesar dessas histórias, posso seguir sendo uma sonhadora. Às vezes dá um desânimo acreditar na raça humana. Mas prefiro acreditar que a maioria sonha junto comigo.

Débora - A Sonhadora

ps: se o desejo da mina do twitter fosse realizado, esse blog se chamaria 2x30...

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Eu existo porque insisto


Ouvi a frase do título deste post durante uma aula-espetáculo da minha professora de danças brasileiras, a chiquérrima Rosane Almeida, que por sua vez a escutou de uma mulher no interior de Pernambuco. A cena era a seguinte: a filha comentava com a mãe que queria estudar na capital, Recife. Sem dar muita bola, a matriarca da família pediu para a moça “deixar de conversa e trazer logo o açúcar para a mesa”. Fazendo graça, a jovem mandou um “ôxe, mãe, penso logo existo”. E recebeu em troca: “Penso logo existo....Humpf! Eu existo porque insisto”.

Achei sensacional de tão simples, tão verdadeiro e tão bom. Às vezes, eu também acho que existo porque insisto. Porque quero, porque não desisto, porque acredito. Assim, fazendo minhas as palavras daquela mulher, um brinde à insistência e à vontade. A nós todos, que existimos porque insistimos, minha gente.

Ótimo finde para todos. Beijos!

Isabela – A Divorciada

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Sete anos de um amor platônico

Esta história chegou a mim esta semana:

Tudo começou no trabalho. Só depois que ela se separou e voltou a “olhar para os lados” é que reparou no quanto ele a olhava. Como ele ocupava um cargo muito superior e era casado, a aproximação demorou alguns meses para acontecer. Mas como poucas forças são tão poderosas quanto dois sexos que se atraem, acabaram iniciando uma conversa, em uma noite de pizza num dia de expediente estendido. Foi a porta para ele tomar coragem e telefonar para o ramal dela inventando um assunto qualquer. As ligações foram se tornando cada vez mais frequentes e longas e migraram para o celular. Era nítido o nervosismo de ambos. As mãos dela suavam ao ouvi-lo e a voz dele tremia do outro lado. Era um nervosismo excitante por causa do proibido, misturado à delícia de se sentirem vivos novamente. Há muito tempo não sabiam o que era aquele frio na barriga e aquela vontade incontrolável de tocar em alguém.

Em alguns meses, tomaram coragem de se encontrar escondido em uma rua escura dentro do carro. Foi como um encontro de adolescentes se escondendo dos pais, com direito a mãos geladas e boca seca. Os encontros se repetiam pelo menos uma vez por semana, sempre escondidos. Os telefonemas dele agora aconteciam pelo menos três vezes por dia. Ele a acordava e lhe dava boa noite. E chegava a passar em frente aos lugares que ela frequentava só para vê-la mais um pouquinho. E talvez experimentar indiretamente o gostinho de uma liberdade que virou algo inatingível depois de 15 anos de casamento e dois filhos. Só houve sexo uma vez, em uma atmosfera tão nervosa que foi difícil desfrutar do lado bom. Eram muitos pensamentos sobre certo e errado, além do medo de serem julgados.

Apesar dela estar agora livre para viverem aquele amor, ele não demonstrava essa coragem. Até que ela se apaixonou por outra pessoa. Mas ele nunca se libertou. Sentia uma necessidade inconsciente de saber o que ela fazia, se estava bem, de ouvir pelo menos alguns minutos da sua voz. Os contatos diminuíram por cerca de um ano. Ela tentou incontáveis vezes explicar que não queria alimentar uma história que não podia se concretizar, muito menos ser uma sombra na vida dele. Também não queria se prejudicar no emprego. Ele demonstrava querer garantias de que ela seria dele, mas ela sempre se recusou a dar. Cansava muitas vezes da repetição daqueles telefonemas, daquela dependência que ele desenvolveu em saber da sua vida. Ela se mudou de cidade, mas ele conseguiu descobrir seu telefone e aos poucos se aproximou de novo. Inúmeras vezes ela não atendeu suas ligações, mas tem vezes que está frágil e acaba dando ouvidos às suas histórias repetitivas. Ele fala do trabalho extenuante, dos filhos e lembra e relembra os poucos momentos que tiveram juntos. Mas na maioria das vezes mais quer ouvir do que falar, acha a vida dela muito mais fácil e cheia de emoções.

Ela já se cansou há muito tempo e se sente mais fazendo uma boa ação do que falando com um amigo. Sabe que esse amor platônico não se tornará realidade. Já são sete anos de um relacionamento que não tem nome, nem teve começo, nem teve final. E que se resumiu a alguns encontros dentro de um carro, uma tarde em um motel, milhares de telefones, emails e histórias compartilhadas.

A minha humilde explicação para a história é que ela se tornou como um portal para um mundo que ele tem vontade de estar. Se sente acorrentado dentro de uma família tradicional, onde casamento é uma decisão para todo o sempre. Não tem forças para romper as correntes, nem coragem para se libertar desse padrão. É também egoísta, por alimentar uma história que não pode viver. Tem medo de ser julgado pela sociedade, medo de ficar sozinho, medo dele mesmo. É, no final das contas, um pobre covarde, que precisa se alimentar da vida de outro para se sentir vivo.

Patrícia - A Solteira

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Solidão, que nada!

Quando eu estava empacotando minhas coisas, uma amiga me alertou: cuidado! Esse seu sentimento de que está tudo bem vai passar assim que você se vir sozinha em um sábado à noite. Sábados e domingos são a provação da vida de uma solteira, em especial de uma recém-separada.

Aquilo me soou quase como uma maldição.

E veio o primeiro sábado só. E o segundo e o terceiro...e eu descobri na solidão uma coisa que eu não conhecia: a minha total companhia. E mais que isso, a possibilidade de decidir o que fazer em cima da hora, sem ter que fazer grandes programações ou negociações. Estar aberta ao acaso, ao que o destino me reserva a cada fim de semana. Poder escolher entre esse, aquele ou nenhum convite. Pode estar só com meu livro do momento, com meu som inseparável. Poder estar nos lugares recônditos mais intrigantes da minha mente. Ficar navegando na internet sem nenhuma tarefa em especial.

Tá certo, já fui separada uma vez. E talvez tenha doído mais naquele momento. Fiz escola. E eu não sou dessas pessoas a quem o silêncio soa insuportável, que precisa estar sempre com alguém, sempre fazendo “algo”. Não...

Só agora, no entanto, vejo que eu estava realmente precisando ficar só. Bem só. Um quarto só meu. Uma cama só minha. Um tempo só meu. Tenho certeza – e eu me conheço bem – que num dado momento eu vou enjoar disso e sentirei falta de novo do pé quentinho roçando no meu. Mas, por hora, vejo que a solidão pode ser melhor do que se imagina.

Débora – A Separada

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A presidenta


Sim, nós temos uma presidenta. Eu inclusive senti falta desse assunto nas reportagens e análises ao longo da campanha: pela primeira vez, eram reais as chances de eleição de uma mulher para o mais alto cargo administrativo da nação. Só posso atribuir a lacuna ao fato dos maiores grupos de comunicação do país terem apoiado, disfarçada ou abertamente (caso do Estadão), a candidatura de José Serra.

A questão é que Dilma Rousseff chegou lá. Não quero aqui levantar discussões vazias de gênero, defender que nós somos melhores administradoras do que eles. Para mim, ter a ex-ministra da Casa Civil no lugar de Lula a partir de primeiro de janeiro é um marco na história do Brasil por outros motivos, sendo o mais básico deles o simples fato de que confiamos numa mulher para tão árdua missão, para ser a nossa maior autoridade.

Parece simples? Natural? Nada de mais? Pois não é não. E eu digo isso em primeira pessoa. Nós ainda somos sim subjugadas, diminuídas, alvo de preconceito e de muita desconfiança e repressão. Ainda nos consideram menos capazes, ainda ganhamos menos, ainda levamos patadas por situações absolutamente íntimas e pessoais como o fato de sermos solteiras ou divorciadas. Já foi pior, evidentemente, mas muitas águas ainda hão de rolar para que a igualdade de direitos entre os sexos seja plena por aqui.

Que a eleição de Dilma seja um belíssimo primeiro passo para tanto. Estou torcendo por ela.

Isabela – A Divorciada

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