Musashi não me deixa trabalhar


Fazia tempo que um livro não me agarrava assim. Tudo culpa do João, cara lá do aikido, que um dia me convenceu a ler este clássico japa que é lido entre dez a cada dez alunos de artes marciais. Eu resistia bravamente porque achava que era leitura-menininho-quero-brincar-de-espada. E até é. Mas é também uma saga samurai, um épico nipônico, uma linda história de amor e o caminho espiritual de um único e solitário homem. Impossível parar de ler o tijolão – 921 páginas, só o primeiro volume.

O livro conta a história do samurai mais famoso do Japão, devidamente romanceada pelo escritor Eiji Yoshikawa que imortalizou Musashi na literatura mundial nos anos 30, quando lançou sua história em episódios publicados no jornal Asahi Shimbum. Impossível não se deixar levar pelas reflexões sobre as escolhas que cada um faz, sobre os caminhos que escolhemos e sobre os caminhos que escolhem a gente – como foi o aikido para mim. É também uma deliciosa viagem pelo Japão do século XVII.

O problema é que Musashi não tem me deixado viver socialmente e está me atrapalhando profissionalemte. É que eu prefiro ler de manhã (à noite eu tenho sono). E como entro tarde no trabalho, posso me dar ao luxo de me deitar com um livro por um tempinho. O problema é que tenho me empolgado e esquecido da hora. E, cá entre nós, Musashi anda muito mais divertido que meu trampo. Só troco meu samurai favorito por um outro carinha aí. Mas isso é outra história. Que, quem sabe, não vira uma saga, um épico. Ou só um romance dos bãos mesmo.

Débora – A Samurai Divorciada

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Dez coisas do tempo de noiva que vão permanecer comigo



Eu juro que esse é o meu último post da série noiva, tá? Até porque, noiva não sou mais, eu sei. Inclusive há vários textos sobre a vida de casada na manga, nem se preocupem. Mas é que, dia desses, me peguei pensando em como algumas coisas boas desse período pré-altar ficaram. E vão ficar comigo. Lá vai:

1) O cuidado com o peso. A Operação Noiva Sarada agora virou Projeto Casada E Em Forma. Com direito a regime retomado para compensar os excessos das férias. E academia três vezes por semana (mais eu não consigo, infelizmente).

2) O esmalte branco nas unhas de vez em quando. Eu nunca dei muita bola para esse tom. Prefiro vermelho vermelhão, sempre, mas, como quem pinta a unha sabe, dá muito trabalho. Assim, aderi ao “Batida de Coco” aqui e ali. Me faz sentir noiva again!!! Alokah, eu tenho consciência disso, tá?

3) O amor pelos vestidos brancos. Apaixonada até agora pelo meu figurino do casório, só vi aumentar o meu desejo de sair por aí me sentindo clara, leve, feminina e em paz. Tenho três modelitos branquinhos no armário. E só não compro mais por preguiça prévia de saber que quem vai lavar na mão, com todo o cuidado, sou eu mesma. Mas, desconfio, no verão não hei de resistir a alguma opção nova na cor.

4) A paixão por bem-casados!!! Um dos meus docinhos prediletos, acho que vou passar a encomendar esporadicamente quando o regime acabar.

5) O gosto por festas. Adoro receber, mas nunca fui de abrir muito a casa. Depois do casamento, passei a amar. E com direito a caprichos como flores na mesa e guardanapos especiais, fofos, sempre.

6) A adoração pelo ritual do casamento em si. Como se todos passassem a ser mais especiais para mim agora.

7) A vontade de ajudar a organizar casórios para as minhas amigas. Gente, bora casar aí!!! Assessoria grátis e na hora, só pedir, vou amar ajudar.

8) O hábito de ler revistas de noivas. E visitar blog sobre o assunto. Simplesmente adoro.

9) O cuidado de ter sempre alguma coisa nova e fofa em casa, como acontece com todo mundo que acabou de casar (delícia inaugurar um presente a cada final de semana, tipo lençóis, toalhas, panelas, mimos diversos).

10) A alegria com a vida a dois, o encantamento com o momento novo, tão especial, coroado pela festa linda que, Deus é pai, foi a nossa.

Beijos, beijos, muito amor para nós,

Isabela – A Casada (que ainda adora se sentir assim, meio A Noiva)

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Confesso: quero ser mãe

Aconteceu de repente. E até me assustei. De uns tempos para cá, tudo que se relaciona com bebês anda me chamando muita atenção. Fico olhando com excessiva ternura para toda criancinha que vejo na rua.

Num dia desses, após um olhar babão sobre um deles, acordei do delírio e olhei bem no fundo de mim mesma, e perguntei: “O que que tá acontecendo, Patrícia?”. Aí percebi que ocorreu comigo o que muita gente me falava quando o assunto filhos entrava em pauta: “Uma hora vai bater em você a vontade de ser mãe”. E eu desdenhava...

Ando me achando esquisita, confesso. Porque não pensava muito a respeito deste assunto, mesmo já estando com o meu prazo vencendo para este tipo de empreitada. Mas, agora, quando paro para pensar, me soa como algo simples e natural, e não tenho mais aqueles pensamentos de que uma gravidez atrapalharia minha vida. Ao contrário, mudaria ela se fosse necessário para encarar este desafio. É uma sensação boa e assustadora ao mesmo tempo.

Também fiquei refletindo sobre como não estava preparada quando uma vez, lá no passado, o assunto surgiu. Era o momento certo, a pessoa certa, as condições certas. Mas o mais importante (eu!) não estava no momento certo não. Ainda bem que não aconteceu no final das contas.

Outra prova de que mudei com relação a este assunto é que tomei dois “sustos” recentemente, se é que vocês me entendem. E não me apavorei. Enfim, pode ser que seja tarde e que eu não encontre um pai, mas é o que se passa no meu coração no momento. E acredito que no de muitas trintonas como eu também. E em vocês, bateu?

Patrícia, A Solteira

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Ao maestro, com carinho


O João Carlos Martins não me conhece.
E eu não entendo patavinas de música clássica.
Mal sei diferenciar um instrumento de sopro de outro.
E não consigo entender como funciona a interação maestro-orquestra.

Ainda assim, sou sua discípula.

Admiro, demais, o pianista e maestro. Não só pela sua história de
superação – ele diz que é teimosia – como por sua generosidade. Os
movimentos de suas ágeis mãos foram lhe traindo ao longo da vida, ora era
acidente no futebol, ora era L.E.R. e até uma pancada na cabeça durante um
assalto (leiam essa entrevista feita na ISTOÉ no ano passado). Ainda assim,
ele foi descobrindo maneiras de lidar com a dor e as limitações e, mesmo com
as mãos recolhidas, é capaz de reger orquestra e tocar música ou outra ao
piano.

Mais que suas capacidades técnicas, admiro seu sorriso, seu acolhimento e
sua bondade. Poucos músicos clássicos entendem que nem todo mundo entende de
música clássica. Ele sabe disso e ajuda sua audiência. Cita nomes de
compositores, dá créditos, mostra a hora certa de bater palma. Recupera um
maestro de 86 anos já esquecido e o coloca para reger uma menina de 13 anos,
uma revelação lírica. Coloca em uma mesma apresentação Mozart, Bach,
Adoniran Barbosa, Vila Lobos e o novo compositor do momento. Leva seus
meninos e meninas da sua Fundação Bachiana e da Orquestra Filarmônica
Bachiana de São Paulo para tocar no Lincoln Center, em Nova York. Leva o
samba para o palco. Abraça causas, abraça gente, abraça a música.

Existe o lado sombrio de sua trajetória de 71 anos. Ele chegou a ser condenado à prisão
por ter feito Caixa 2 para a campanha do Maluf, coisa que até hoje ele se
lamenta e se vê obrigado a se explicar.

Mas, honestamente, isso não reduz minha admiração por ele. Ele é honesto com
sua trajetória, com sua história e até com seus tropeços. Demasiado humano.

Ele costuma resumir toda sua incrível história dizendo que “A música
venceu” – tema da Vai Vai desse ano, que o homenageou e também venceu.

A vitória, na verdade, é a de um homem. Que mais que um maestro, é um
mestre. Que inspira muita gente e que fez eu, o primão e centenas de pessoas
chorarem na última terça, na última apresentação do ano da sua orquestra.

Obrigada, maestro.

Débora – A Divorciada

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Seu Dilema: voto de fidelidade

Olá, meu nome é Ana Paula, moro no Rio de Janeiro e tenho 28 anos. Ainda não fiz 30, né? Mas adoro o blog! Rs! Sou casada há dois anos, amo o meu marido e me sinto amada por ele. Mesmo assim, tenho dúvidas sobre a fidelidade dele. Ele não dá bandeira, raramente sai sozinho, gosta de ficar em casa, mas, não sei, às vezes acho que ele quer viver outras coisas, conhecer outras mulheres. Fico cismada quando percebo que ele fala com uma certa inveja das histórias dos amigos pegadores.

Essas coisas começaram a entrar na minha cabeça no dia do nosso casamento. E foi bem na hora do sim. Quando o padre foi dizendo os votos para ele repetir, o Luiz, meu marido, disse “em sinal da minha amizade” e não “da minha fidelidade”, que é o certo, como o padre falou. Eu percebi foi na hora, mas muita gente nem se ligou. Nenhuma das minhas amigas, a quem eu perguntei depois, falou que percebeu. Mas, ficou a pulga atrás da orelha. Por que ele não me jurou fidelidade no altar? Será que foi só uma troca de palavras? Uma besteira?

O que vocês acham?

Muito obrigada pela ajuda.

Beijinhos,

Ana Paula

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Cansei de não ser meiga

Olha, cansei.

Cansei da auto-suficiência.

De sair explorando a vida sozinha.

De passear com a minha própria companhia.

De resolver os problemas sem gritar e simplesmente engolir tudo se não resolvê-los.

Viajar sem ninguém é uma grande experiência, mas poder compartilhar é muito mais inesquecível.

Cansei de não pedir, não gritar, não chorar.

Não esticar o braço pedindo ajuda, só para não atrapalhar.

De não fazer tipo, chororô, biquinho, caras e bocas.

Só pra ganhar um carinho.

Cansa brigar para não ser meiga.

Brigar tanto até se esquecer que se é.

Mas cansei.

E percebi que quem está em volta fica até mais feliz quando a gente pede com jeitinho.

É simplesmente humano. Mas se esquece.

Que bom que cansei.

Patrícia, A Solteira

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Há algo de novo no reino da Paulistânia


A cidade, faz tempo, é cinza. As pessoas, faz tempo, são estressadas. As ruas, faz tempo, estão abarratodas. A guerra entre carros e pedestres, faz tempo, não vê sinal de bandeira branca. O atendimento ao público, faz tempo, é rude e ineficaz. O metrô, faz tempo, já não comporta tanta gente.

Falar mal de São Paulo, faz tempo, é a coisa mais simples do mundo. Quase um esporte. E, cada vez mais inchada, parece que só faz piorar.

Acontece que na contramão disso tudo - faz pouco tempo - há algo de novo na cidade. Algo mágico. É um movimento ainda pequeno, de gente corajosa e solitária que decide fazer, como diria Luisa Marilac, algo de diferente nesta capital. Às vezes é só um ato simples como sorrir para o desconhecido. Outras, algo grandioso como fazer o desconhecido sorrir.

É o caso da trupe Psicólogos do Trânsito. Claramente inspirados nos Doutores da Alegria, esses cinco figuras dão plantão numa faixa de pedestre no bairro de Pinheiros. Não pedem um trocado, não vendem bala nem limpam seu vidro. Apenas fazem as palhaçadas deles pedindo, em troca, um sorriso do paulistano - biológico ou adotivo - no meio do cinza, do caos, do estresse e da guerra.

Gostei, apoiei, me inspirei.

Espero que brotem outras tantas initiciativas como essa em SP e em outros cantos do país.

Afinal, maior que o amor, só mesmo o humor =D

beijocas e boa terça

Deb - A Divorciada

Crédito: foto divulgação

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Um dia



Há tempos um livro não me fazia chorar. Chorar no final, pensando naquilo que eu acabei de ler, na intensidade daquela trama, no quão real foram, para mim, as histórias vividas por aqueles protagonistas. Estou falando de Um dia, de David Nicholls. Alguém aí já leu?

O livro narra os encontros e desencontros de Dexter Mayhew e Emma Morley durante 20 anos, começando pelo dia em que eles ficaram juntos pela primeira vez: 15 de julho de 1988. Detalhe: as duas décadas entram na narrativa sempre a partir de 15 de julho de cada ano. Ao longo desse tempo, planos são feitos e desfeitos, promessas cumpridas e quebradas, amores que vêm e vão. O que permanece, de um jeito ou de outro, é a importância que Dexter tem para Emma e vice-versa (entre nós, eu o achei babaca, mas a relação deles é tão verdadeira que, no fundo, eu nem tive com raiva do cara).

E tudo isso embalado por um texto charmoso e bem construído, além de uma narrativa nada óbvia, com direito a uma reviravolta que me deixou passada e amarrotada (ai que vontade de contar!!! Hahaha!!!).

Uma ode à vida, ao amor, ao tudo vale a pena se a alma não é pequena. Recomendo muito.

Beijos, beijos, ótima semana para nós, muito amor,

Isabela – A Casada

PS: Um dia já virou filme, acho que a estreia está próxima. Emma Morley será Anne Hathaway no cinema. Ótima escolha, não? Estou curiosa para ver.

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Sobre a arrogância

A gente vai ficando velho e tomando ciência, cada vez mais, daquilo que nos incomoda. Pelo menos comigo é assim. Eu particularmente detesto injustiça, ingratidão e grosseria. Faz pouco tempo, acrescentei outro ponto à lista: a arrogância. Talvez tenha sido por isso que, dia desses, não me contive e disse o que precisava ser dito a um arrogante de plantão. Aos fatos:

Tinha acabado de entrar numa canoleria (casa que serve canolli, doce de origem italiana que consiste num canudinho frito recheado com algum creme doce, bem polvilhado de açúcar) que fica dentro de uma escola de italiano perto da Paulista, um casarão lindo. O dono de estabelecimento (ou o chef, ou o gerente, não sei ao certo, mas acho que era o dono) me cumprimentou na língua de Michelangelo. Como o idioma não falo, educadamente respondi boa noite em português. E pedi um canolli com o recheio clássico, de creme mesmo.

Estava péssimo. A casquinha era velha, nada crocante. O recheio, sem gosto. Do cappuccino que pedi para acompanhar só consegui tomar dois goles. Já não era lá grandes coisas. E ficou ainda pior com o adoçante que eu coloquei, o único disponível na casa, nem lembro a marca, mas era uma bem desconhecida. Enfim, não dei sorte, mas, OK, hora de pagar a conta e seguir em frente, acontece.

“Mais alguma coisa?”
“Não, só isso mesmo”.
“Já conhecia o canolli?”
“Sim”.
“Onde você comeu?”
“Não sei se você vai conhecer, foi no Malandrino, uma casa de massas pequena, na Vila Mariana”.
“Conheço sim, eu faço os meus doces num local lá perto, na Borges Lagoa. O canolli deles é bom. Mas o meu é muito melhor, não é?”.
“Você vai me perdoar, mas eu não achei não.”
“Não?”
“Não.”
“Mas olhe aqui, veja quantos elogios, todo mundo falando bem do meu canolli”, disse o mala, apontando para vários quadrinhos com críticas de jornalistas e blogueiros famosos, especializados em gastronomia.

A resposta correta seria “coitados, nunca foram ao Malandrino”, mas era hora de ir ao cinema e eu apenas disse: “Pode ficar tranquilo, vocês estão longe e o Malandrino não vai te atrapalhar em nada. Agora, a verdade é que, quando eu fui lá, o canolli estava novinho, saboroso, cheio de açúcar, maravilhoso”.

Disse obrigada, tchau e fui embora. Paciência com gente arrogante eu não tenho mais. Nunca mais. Em defesa ou óbvio, ou seja, do fato de que ninguém precisa se achar melhor do que o resto do mundo para ser bom naquilo que faz. Né, não?

Beijos, beijos, beijos, ótimo finde para nós,

Isabela – A Casada

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Seu dilema: ela merece mais? E eu aguento a insegurança dele?

Oi pessoal,

meu dilema, na verdade, são dois. Mas vamos à minha história. O perrengue maior é com a ex-esposa do meu marido. Eles ficaram juntos por sete anos e um dia ele se encheu dela e pediu para terminar. Ninguém da família dele, nem os amigos, gosta dela. E sempre comentam que ela era uma barraqueira e que eu sou um anjo.

Ele demonstra gostar de mim e fala que eu sou de um nível muito acima do dela, tanto por questões familiares como pelo comportamento e outras coisas. E, sinceramente, na maioria das vezes me sinto mais bonita que ela. Porém, mesmo assim, eu sinto como se ela o merecesse e eu não. Detalhe que segundo o próprio, ele só conseguiu esquecê-la depois que começou a sair comigo. É a primeira vez que me sinto assim, tão insegura. Talvez porque nunca gostei tanto de alguém. Isso é uma das coisas que está desgastando o relacionamento.
O segundo fator do desgaste: ele não aceita que eu tenha meu círculo de amigos. Provavelmente pela diferença de idade, pois eu tenho 26 anos e ele 42. Boa parte dos meu amigos tem mais ou menos a minha idade e na cabeça dele eu posso largá-lo pra ficar com um cara de 20 e poucos. Já falei com ele sobre isso e não adianta. Ele cisma. Às vezes penso em terminar. Acho que, ao final das contas, a insegurança dele é maior do que a minha.
Bom, só de falar já estou me sentindo 5 kilos mais leve!

Beijos, meninas, e até mais!

Jana

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Lições do feminino: a mulher que ama as mulheres

Sabe uma coisa que sempre me incomodou? Essa mania que mulher tem de dizer que mulher é um saco. Que mulher é irritante, que chefe mulher é pior, que trabalhar com mulher é difícil demais. Uma vez até li aqui num dos comentários do blog que mulher é traiçoeira, fura-zóio, puxadora de tapete. Tem mulher assim? Claro que tem. Como homens também. E isso que sempre me deixou chateada: tomar como uma coisa de gênero e não de personalidade e de caráter. E tem mais, se não quero estar cercada de gente assim, não compartilharei desse “modo de vida” – não reproduzirei esses comportamentos tóxicos. E evitarei ao máximo manter relações profundas com mulheres & homens que se comportam se forma ostensivamente competitiva.

Vejam meu histórico: tenho duas irmãs, oito primas, seis tias, uma sobrinha, duas afilhadas. Mamãe. As duas vovós. Um círculo restrito de meia dúzia de amigas muito próximas. Agora, duas chefas. Cresci e continuo rodeada de mulheres das mais variadas. Aprendi a admirar, amar e respeitar o sexo feminino. Aprendi a valorizar o que temos de mais bonito, que é justamente o espírito maternal, cooperativo, empático e pacífico da mulherada.

Parece óbvio que cooperar é mais interessante que competir. Mas às vezes o óbvio é tão difícil de ser conquistado que é preciso ser reaprendido. “Nos nossos cursos, mostramos que é muito mais produtivo e gostoso quando uma ajuda a outra, deixando para trás aquela agressividade e competição que desenvolveram no trabalho”, disse a Érica Sitta, da Shakti - Arte da feminilidade, escola que fica em Bauru, uma das mulheres que entrevistei para a matéria da ISTOÉ.

E como me disse uma outra entrevistada, a Claudia Alves, terapeuta holística do Instituto Love Creation, que fica na Alemanha: “É o nosso momento de harmonizar o mundo”.

O primeiro passo para isso é parar de apontar o dedão para o próprio gênero. Como se o mundo masculino tudo nos desse – como diz Gil, em Super Homem, a canção.

Eu, sem nenhum problema, declaro que sou uma mulher que ama as mulheres.

Débora – A Divorciada

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La Bambina

Lurdinha (aos prantos): Oi, você tá ocupada? Pode falar? Preciso desabafar.
Priscila: Claro, eu tô na academia, mas pode falar, lógico, que aconteceu?
Lurdinha (ainda aos prantos): É que eu dormi aqui na casa dele e quando eu acordei vi um papelzinho com um telefone anotado e o nome “La Bambina”. Pô, La Bambina é sacanagem né? Eu tô achando que é uma mina da faculdade, que uma vez mandou uma mensagenzinha pra ele.
Priscila: Caramba, mas ele não está aí? Estranho ele não colocar o nome né, só o apelido...
Lurdinha (soluçando ainda): Não, ele não tá, e eu não sei o que eu faço... Muito estranho isso mesmo, pra chamar alguém assim deve ser porque rola alguma coisa né? Só pode ser...
Priscila: Calma, de repente é um papel velho, alguém do passado.
Lurdinha: Mas por que ia estar aqui do lado do telefone?
Priscila: Ai, não sei. Tenta se acalmar e pergunta pra ele depois.
Lurdinha: Tá bom, desculpa te atrapalhar, eu vou ligar pra Roberta também.
Priscila: Isso, mas tenta ter calma, mais tarde eu te ligo.

Roberta: Oi Lu, que você tem? Tá chorando por quê?
Lurdinha: É que eu encontrei um telefone anotado em um papel com o nome La Bambina, aqui na casa dele.
Roberta: Me passa o número.
Lurdinha: O quê? Tá louca? Você vai ligar?
Roberta: Lógico, assim acaba com isso.
Trimmmmmmmmmmmm
La Bambina: La Bambina, boa tarde.
Roberta: Alô, de onde fala?
La Bambina: Pizzaria La Bambina, pois não?
Roberta: Desculpe, foi engano.

E o namorado da Lurdinha (hoje ex) até hoje não sabe que ela ficou com o rosto inchado depois de uma manhã toda chorando em seu apartamento, por causa do “descuido” que ele teve de esquecer perto do telefone o número de sua pizzaria preferida.

Patrícia, A Solteira

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O que é Coaching Afetivo?

Pessoal,

dia de convidada. A coach Patrícia Camargo explica abaixo um pouco do seu trabalho, o coah afetivo.

beijos e bom feriado!

Coach é um termo em inglês que designa técnico, treinador. O trabalho de coaching consiste em um processo em que o profissional coach fornece ferramentas e conhecimento para que seu cliente alcance seus objetivos. O coach dá condições para que as pessoas se auto desenvolvam.

Cada processo de coaching é único e pessoal, em que a pessoa será guiada para que obtenha o melhor aprendizado de suas experiências.

No trabalho de coaching afetivo, o coach atua como um facilitador, para que o cliente atinja seus objetivos em seus relacionamentos, estando atento a seus padrões de comportamento e resposta perante determinada situação.

O trabalho é destinado a todas as pessoas que querem melhorar seus relacionamentos. Com foco no casamento, o trabalho é destinado às pessoas solteiras que vão se casar, às casadas que já encontraram seu parceiro, porém perderam a motivação para vencer os obstáculos da vida a dois, e às que precisam encerrar um ciclo de separação.

Através do coaching afetivo, qualidades e ganhos da vida a dois serão pontuados, e através do auto conhecimento, o cliente estará apto a avaliar melhor a situação em que se encontra e o caminho que já percorreu e/ou que pretende percorrer.

Patrícia Camargo - Coach Pessoal / Afetiva.

Contatos através do e-mail: bom-conselho@hotmail.com

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Terapia é coisa de gente doida

Outro dia escutei uma pessoa muito querida dizendo: “Preciso fazer algo porque estou muito estressada, mas terapia eu me recuso. Não acredito nisso”. Ela não foi a primeira e nem será a última a me dizer tal frase. E sei que ainda vou ouvir tantas outras dizendo que isso é coisa de gente doida e que se é para ficar falando horas com um desconhecido, mais vale o velho e bom amigo. Quanto mais nos afastamos dos centros urbanos, neuróticos e estressados, mais essas verdades se solidificam e se tornam sentenças. Principalmente nos rincões deste Brasil varonil onde comer, morar e vestir-se se fazem mais urgentes - e analisar-se soa como coisa de gente mimada que tem dinheiro para rasgar.

Pesa também o fato de vivermos em um momento pragmático, no qual todos querem um retorno rápido e eficiente de tudo, até da análise dos sentimentos. O que faz com que nossos afetos também sejam tratados de forma comercial. Tudo precisa ser mensurado, palpável, visível. E a terapia, nesse contexto, parece inócua. Oras bolas, que “perca” de tempo. Temos muito a fazer. Temos metas a cumprir.

Que pena. A terapia é um processo de autoconhecimento dos mais ricos e um verdadeiro exercício para a saúde mental, tal qual a ginástica para o corpo. Não acredito que todos tenham que fazer, nem que precisem, e tampouco acho que a psicologia salvará a humanidade. Longe disso. Mas fico morrendo de vontade de ir até o túmulo de Freud, Jung, Lacan e outros gênios que desbravaram o encantador reino da psicologia e oferecer minhas condolências toda vez que ouço essas coisas.

Além disso, existem inúmeras linhas de terapia que atendem aos mais variados perfis. Aquela imagem clássica de uma pessoa deitada no divã falando e o terapeuta ouvindo é só uma das possibilidades.

O que eu sou a favor é do cuidado com a saúde mental. Li, certa vez, um neurocientista dizendo que o limite entre a mente sã e a mente doente é um lapso. Um pequeno descuido e uma obsessão vira paranóia, um medo vira fobia, um estresse vira síndrome do pânico. Há de se estar atento. E observando a mente com muito carinho. Fazer terapia é uma das formas de se fazer isso.

Por fim, a verdade é que todos somos um pouco doidos. Uns mais, outros menos. Uns disfarçam melhor com suas máscaras sociais. Atuam como fortes e indestrutíveis e caçoam dos mais frágeis. Todos somos imensamente frágeis e fortes. O que verdadeiramente nos diferencia é justamente a capacidade de olhar para si e buscar se diagnosticar a todo momento.

Repito: não acho a terapia o único caminho possível. Só temo que o exagerado preconceito contra ela seja também um tremendo medo de olhar para dentro de si mesmo.

Débora – A Divorciada Doida

Em tempo: só fiz terapia uma vez na vida, durante um ano e meio, já faz dez anos. Mas foi essencial para o meu crescimento e minha formação, foi o ponto de virada para encarar com mais maturidade a vida adulta. Faria, e certamente farei, de novo.

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Seu dilema: antecipo minha saída?

Sou consultora da área de TI e tenho um contrato de trabalho até julho de 2012. É um trabalho bom, bacana, paga bem. Entretanto, surgiu a possibilidade de fazer um trabalho temporário no começo do ano, de apenas dois meses, em outro estado e que paga um dinheirão! Sou chegada a uma aventura e a desafios. E tenho pânico à mesmice. Até por isso optei trabalhar por contratos temporários. Mas como também acabei de montar uma casa, fico com receio de ir para outro estado e deixar minha casinha aqui.

Normalmente eu iria sem pensar muito. Mas estou em dúvida. Posso demorar a fechar um novo contrato quando voltar e...

O que vocês acham?

Ludi – A Cigana

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A primeira lição

Eu devo ter feito uma cara bem assustada quando, no rádio do táxi, a uns 200 metros do aeroporto, ouvimos o locutor da CBN informar que todos os voos daquela manhã para Buenos Aires estavam suspensos (culpa daquele vulcão chileno cujo nome eu faço questão de não decorar. Nosso algoz espalhou suas cinzas sob o céu da Argentina e do Uruguai na ocasião). Digo isso porque, ao ver a minha reação diante da notícia, meu marido apertou forte a minha mão, me olhou nos olhos e, sem falar, tentou me tranquilizar. Ele também ficou assustado, claro, quem quer planejar, esperar, sonhar com uma lua de mel, e, aos 47 do segundo tempo, saber que a ordem é voltar para casa e esperar pela hora em que o espaço aéreo do seu destino esteja livre outra vez?


A gente não merece, mas, assim foi feito. Como me disse Guarda Belo ainda no táxi, de certa forma seria uma experiência para nós, um batismo de fogo de como, juntos, teremos que lidar com as adversidades que virão com o casamento. Nossa temporada de vinhos, carnes e dulces de leche em terras portenhas teria que ser adiada. E aí?


Mesmo decepcionados, descobrimos que o plano B imaginado por ambos era o mesmo. Ou seja, no meio da agonia, cada um, sozinho, teve a mesma ideia: transferir a honey moon para São Paulo, a nossa cidade. Usar a semana livre para ficar juntos, ver filmes, ir a exposições, almoçar e jantar fora, ir andando para o Ibirapuera, curtir a nossa casa. Não como normalmente fazemos, mas dentro do espírito de celebração da nossa recente vida de casados.


Querem saber? Foi bom demais. E romântico, e leve, e divertido, e especial. Ainda embalados pela alegria que foi a nossa festa de casamento, tiramos de letra o primeiro incidente, digamos assim, do novo estado civil. Bom saber que estávamos prontos para a empreitada.

Muito amor,

Isabela – A Casada


PS: Buenos Aires? Remarcamos tudo para breve. Oxalá agora vai dar certo, torçam por nós. Brigada!!!

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Lições do feminino: as quatro estações da mulher

Quase toda mulher reclama de menstruar. Se não reclama, resmunga da TPM. Ou da cólica. A imensa maioria se queixa de, como diriam os Raimundos, ser uma mulher de fases. Eu, particularmente, passei os últimos 20 anos desejando nascer homem – ou cachorrinho de madame – na próxima vida a cada vez que o sangue batia a minha porta (digo no passado porque estou passando por um valioso processo de mudança, o que começa com o discurso).

Pois eis que nessa empreitada de matérias do feminino, eu encontrei Melissa Setúbal. Coach de saúde integrativa, a Melissa, capixaba de Vila Velha, aplica a técnica poderosa do coaching para a saúde, em especial para a saúde feminina. Cansada de ouvir mulheres se queixando dos problemas do nosso complexo aparelho reprodutor, ela decidiu apresentar um tratamento baseado em atitudes bem mais simples que remédios cheios de hormônios e intervenções cirúrgicas. A mudança começa pela alimentação, passa pelo estilo de vida e pode contar com alguns suplementos vitamínicos naturais.

A verdadeira mudança, porém, começa na cabeça. Sempre.

E eu, que já faz um tempinho tinha começado a transformar essa raiva toda de ser mulher (durante a fase vermelha), fiquei maravilhada quando ela me disse que, em vez de reclamarmos, podemos tirar proveito disso. Como? Ela mesma que ensina. Divido com vocês o que ela dividiu comigo:

Fase da ovulação – com os hormônios em ebulição, é o momento perfeito para prospectar. É uma fase de energia expansiva, hora de socializar, se mostrar, dar palestras, pedir aumento, investir em vendas. Hora também de atrair os olhares (isso, instintivamente, a gente sabe).

Fase lútea – é quando o corpo se prepara para a gravidez. Tempo de desacelerar. Fase de gestação de ideias, projetos, sonhos. Bom para arrumar as gavetas, por a casa em ordem e fazer trabalhos organizacionais.

Menstruação – Apesar de ser a mais criticada, é a fase mais poderosa da mulher. Momento de ativar a intuição, sonhar e deixar a criatividade fluir. Bom para ficar introspectiva para revisar e replanejar a vida.

Pré- ovulatória – Acabada a menstruação, é hora de colocar os planos em ação. Fase de colher os frutos e realizar conquistas.

Claro que nenhuma mulher tem um trabalho ou um parceiro que respeite suas fases. Ninguém espera pela sua fase criativa para passar um desafio ou pela sua fase organizacional para sugerir um trabalho burocrático. Mas quanto mais consciência se tem daquilo que se é, mais fácil fica planejar um bom dia, uma boa semana e uma vida muito da boa.

Beijocas da Deb

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Troca de nomes

É sempre a mesma história, a pessoa troca de namorado (a) e quando começa a se acostumar com a nova companhia, acaba cometendo o deslize de chamar o (a) atual pelo nome do (a) ex.

Daí começa uma crise, tem gente que chora (as mulheres, of course), se descabela e até diz que vai se separar. A maioria das pessoas, percebo, considera este lapso uma infração gravíssima, sujeita a perder a habilitação de namorado (a). Penso que estas pessoas talvez se sintam traídas, como se o (a) companheiro (a) estivesse apenas fingindo um sentimento, quando na verdade ainda pensa na (o) outra (o).

Concordo que seja difícil quando, numa conversa, de repente, o nome da (o) outra (o) aparece de repente, como um fantasma que ressuscita e vem puxar o nosso pé. Claro que já aconteceu comigo. Fica mesmo um mal estar, faz a gente lembrar que a outra pessoa já esteve exatamente ali no nosso lugar, desempenhando o mesmo papel, com a mesma importância. Bate ciúme, insegurança e até uma certa raiva.

Mas quando aconteceu comigo, tentei não superdimensionar a mancada dele. Na hora, dá um sustinho, mas a gente tem que ter consciência de que o engano pode simplesmente se tratar de uma força de hábito, não necessariamente que a pessoa esteja com saudades da (o) outra (o).

O que me ajudou a controlar a decepcção foi lembrar que já estive do outro lado, não de quem troca o nome, mas de ser a dona do nome trocado. Explico: Certa vez, um ex me contou que chamou a então namorada com o meu nome. Segundo ele, a menina até chorou, e o ciúme de mim que ela já alimentava se potencializou. Ouvindo aquilo, percebi o quanto este equívoco pode não significar nada e não vale a pena estragar a noite por isso.

Patrícia, A Solteira

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A Pomba Enamorada

People!

Dica bacaninha de teatro.

Estreia hoje, em São Paulo, a peça Pomba Enamorada ou Uma História de Amor, uma adaptação que a atriz Simonia Queiroz fez do conto da Lygia Fagundes Telles. É uma comédia romântica, em que uma mulher independente, bonita e engraçada, busca viver um grande amor, ser amada, desejada e única - conhecem alguém assim?

O bacana é que a Simonia adaptou a história para os nossos tempos, já que no conto a personagem é uma mulher típica dos anos 50 e 60.

A peça ficará em cartaz no Teatro da Livraria da Vila, no Shopping Pátio Higienópolis, até 18 de dezembro, aos sábados, 21h.

beijos do Trio


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Meus homens

Dia de convidada especial. Quem escreve hoje, atendendo a um pedido meu, é a jornalista Dani Costa, uma querida com quem eu já tive o prazer de trabalhar. Gata, fofa, mãe de duas crianças lindas e adoráveis, namorada e trintona, ela escreve aqui como é cuidar de um homem de quatro anos e de outro de trinta e poucos. Fiquem na ótima companhia dela.

Beijos, Dani! Obrigadíssima, viu? Adorei. Seja bem-vinda e escreva sempre que quiser, a casa é sua.

Isabela – A Casada

Relacionar-me com um masculino com mais de 30 anos parecia-me assustador quando, enfim, dediquei-me a namorar. Até então, eu só tinha responsabilidade sobre os sentimentos de um menininho que cresceu na minha barriga, me ama incondicionalmente e aceita exatamente tudo o que vem de mim.

Diante dos dois, por alguns meses, quando o namoro começou, via a enorme dificuldade que era me envolver com alguém que não me conhecia direito, que tinha a mesma idade que eu, que exigia em linguagem adulta, atenção, e esperava que eu reconhecesse a que me prestava. Putz, achava muito mais fácil quando esse roteiro era vivido com o meu filho, no afinado vocabulário direto que possuímos, sem incógnitas e suposições. Ah, o meu pequeno masculino que nunca me deixava na incerteza...

Fluir com um adulto foi mais difícil para mim do que fluir com uma criança. Temia falar ao meu namorado o que não devia, temia dar uma resposta atravessada, no mau-humor da manhã, e ele não gostar. Temia que, no auge da minha loucura hormonal natural feminina, eu o colocasse de castigo durante uma briga (“já ‘pro’ quarto, fica lá no cantinho do pensamento até segunda ordem!”). Temia que eu avançasse no prato dele e cortasse toda a sua carne, para facilitar sua refeição. Temia não resistir à tentação de limpar suas orelhas e cortar as suas unhas (não resisti mesmo, mas já parei com isso). Temia trocar sua roupa, depois de enxugá-lo após o banho, já que eu tinha alcançado a fase de escolher e passar o que ele iria vestir. E ainda conferir se estava bom.

Eu sentia uma vontade desesperadora de ser a mulher dele, sem parecer ser sua mãe. E ele bem disse por diversas vezes que eu lembrava a minha sogra: “minha mãe também saía na rua com chapéu de palha nos dias de sol”; “minha mãe usava cabelo enrolado cheio como o seu”, “minha mãe me presenteia sempre com roupas, como você faz”, “minha mãe também comia os enfeites da tábua de sashimi”.

Bolei, então, um plano esquisito e passei a evitar carinhos maternais: não fazia mais cafuné nos cachinhos, não deixava a escova de dente pronta em cima da pia, não colocava o chinelo prontamente disposto à sua frente para evitar colocar o pé no chão frio quando tirasse o tênis.

Ele não gostou. Reclamou aqui, reclamou ali (“tá tudo bem? Tá tudo bem com a gente?”). Mas deixou rolar.

Fiquei confusa, porque acima de qualquer coisa nesse mundo, queria cuidar dele sem parecer menos sexy, sem parecer a grande matriarca. Ao mesmo tempo, queria por à tona o meu eu zeloso e, ahhhhhhh, louco para por aquele homem lindo para dormir no meu colinho!!!!

O filho, meu pequeno homem que, até aquele momento, recebia todos os mimos e era o único masculino que me fazia rendida, me fazia útil, me fazia inesgotável, que me fazia ser a melhor do mundo, cobrava da mãe mais carinho com o namorado (por sinal, a única referência masculina que ele possuía na vida). “Mãe, você trouxe o meu refrigerante, cadê o dele?”, “mãe, você pegou o meu casaco, pega o dele?”, “mãe, você lembrou de comprar o biscoito que ele gosta?”

Pensei: cúmplices.

Mais tarde, ponderei: solidários.

Então, entendi: são iguais, são amados pela mesma mulher. Evidente que esperem o mesmo carinho.

Nesse estágio, perdi o medo de cuidar do homem com mais de 30 anos, visto que ele não exigia mais do que se podia fazer por um menino de 4 anos (hoje com 6). E essa certeza veio quando o meu namorado fez uma cirurgia de recuperação dolorosa, que o tornou frágil, necessitado de muito cuidado e muito jeito.

E, apesar de nunca ter cuidado de nenhum adulto dessa maneira, foi extremamente simples, sem qualquer estratégia ou renúncia: bastava, todo o tempo, falar com voz mansa, sentimental, e acarinhá-lo com o mesmo zelo que acarinho o meu filhinho.

Dani Costa – A Mãe de Dois e A Namorada

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Seu Dilema: É possível amar dois ao mesmo tempo?

Sou casada há oito anos, tenho uma filha de cinco e amo o meu marido. Ele é bonito, inteligente, trabalhador, carinhoso. Nos damos muito bem e eu nunca pensei na minha vida sem ele. Há um ano e meio, no entanto, apareceu outro homem na minha história.

Sou professora universitária e conheci esse outro cara no trabalho. Foi impossível resistir. Quando me dei conta, já tínhamos marcado um café, depois um almoço, um happy hour....Logo ficamos juntos. Ele também é casado.

O mais estranho é que, por mais maluco que pareça, isso não abalou o meu casamento. Continuo me dando bem com o meu marido e gostando dele pelos mesmos motivos de sempre. Também adoro o meu amante. Ele e o meu esposo são homens muito diferentes e eu me sinto completa exatamente por, dessa forma, contar com características maravilhosas de um e de outro. Como se, juntos, eles me preenchessem. Dá para entender? Será possível amar dois homens ao mesmo tempo? Sinceramente, por mim, viveria assim para sempre, com ambos, mas sinto que é impossível. Se o meu marido descobre, já era. Não sei o que fazer.

Alguém me ajuda?

A Anônima apaixonada por dois ao mesmo tempo

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Como Simone de Beauvoir e Leila Diniz



Dica de leitura para o feriado: a entrevista com a antropóloga Mirian Goldenberg na TPM de outubro. O material está inteiro no site da revista. Para ler, só clicar aqui. Na conversa, Mirian discute temas como infidelidade, descobertas, inseguranças, medos, avanços e recuos do feminino hoje. Um papo que, de certa forma, dialoga com a busca no equilíbrio do ser mulher muito bem colocado pela Debs no post de ontem.

Eu sou fã do trabalho da Mirian, autora de livros como Toda mulher é meio Leila Diniz (que eu li e recomendo) e A outra (estou louca para ler. Alguém aí já leu? Me conta o que achou?). Da entrevista na TPM, destaco o fato de a pesquisadora ter colocado como meta de vida buscar “a liberdade de Simone de Beauvoir e a felicidade de Leila Diniz”. Sem dúvida, um excelente desafio.

Boa leitura para todos. Bom descanso. Beijos!

Isabela – A Casada

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Lições do feminino: nem Amélia, nem Madonna -o novo lugar da mulher

A mulher morreu, virou homem. A mulher tá yang mesmo. A mulher quer tudo. A mulher não sabe o que quer. A mulher tem que ser mais dócil. A mulher não pode esquecer do que conquistou com o feminismo. A mulher não precisa ter medo de ceder. A mulher está muito competitiva. A mulher está com medo de ser sensual. A mulher é naturalmente sensual.

A mulher se perdeu.

Essas são apenas algumas das frases que ouvi ao longo da apuração das matérias que fiz sobre o feminino nos últimos meses. E me fez pensar muito mesmo sobre essa busca por algo que é natural.

Por que, de repente, ficou tão difícil ser aquilo que se é?

A teoria de todas as especialistas que auxiliam as mulheres nessa busca é a de que para entrarmos no mercado de trabalho, embrutecemos. Passamos a falar mais grosso e fomos chorar no banheiro que é para não ouvir a acusação de que somos o sexo frágil. Foi um movimento importante, necessário e revolucionário. E ainda não definitivo. Afinal, ainda temos que brigar por, pelo menos, um salário mais igualitário. Entre outras injustiças típicas de gênero.

Só que eu percebi, e aprendi ouvindo essas mulheres todas, que dá para fazer isso com suavidade e leveza. E gostei do que ouvi. Afinal, em 2006, quando dei meus primeiros tombinhos no aikido, eu passei a trilhar um caminho no qual busco justamente o equilíbrio entre a energia masculina e feminina. Eu só não sabia que estava fazendo isso. Foi meio instintivo. Aliás, fazendo essas reportagens eu cheguei à conclusão de que o aikido é mais feminina das artes marciais. Não é competitiva, pelo contrário, é cooperativa. Busca a paz, não o conflito. Liberta o oponente, deixa-o ir em vez de o prender no tatame com uma chave ou na porrada. Só que é, ao mesmo tempo, vigorosa, precisa, a arte da energia. Uma contradição só. Como todos nós.

Eu mesma sempre fui uma mulher yang, mais agressiva. Mas também sempre fui uma baita de uma chorona bicudona. Sempre me vali do que alguns psicólogos chamam de “carícia negativa” – dava umas patadas em busca de atenção. E, ao mesmo tempo, era extremamente carinhosa com quem amo. Nesse poço de contradições, percebi que tinha todos os ingredientes para ser uma mulher assertiva, sim. E também doce. Vi que podia direcionar minha agressividade para nuitas coisas - sem ser grosseira. E que não tinha nada de submissa em ser meiga. Era, e ainda, um treino para usar a energia certa na hora certa.

Essa minha busca pessoal reflete um pouco esse novo caminho que as mulheres estão buscando. É um mix entre o feminino e o feminismo.

De todas as pessoas com quem conversei sobre o tema, adorei em especial o que a terapeuta junguiana Fernanda Tonon, quem eu tive o prazer de conhecer meditando na Shambhala, disse sobre essa busca:

“Ainda estamos no meio de uma transição, e todo processo de transição é caótico. Tenho esperança de estar viva para ver o momento em que vamos chegar ao equilíbrio. O que ajuda nesse sentido é que o mundo está mesmo precisando do feminino. As empresas estão doentes, as famílias estão em conflito, os relacionamentos estão brutos. E a mulher é fundamental para trazer o equilíbrio de volta. Só que não precisamos, para isso, voltar ao passado. Quando sai do útero, não tem mais retorno. O que conquistamos até aqui, fica. Só precisamos ir aprimorando. Eu diria que em breve os veremos um feminismo renovado”.

Gostei disso. Acho que vale até tese de mestrado e tudo mais (alguém se habilita?).

Resumindo as palavras da Fernanda, diria que não precisamos ser nem Amélia nem Madonna. E nem ter medo daquilo que somos e aprendemos a ser. Mas que dá para ir melhorando, sempre, opa! Isso dá.

Beijocas, meninas e meninos

Débora – A Divorciada

As matérias sobre o feminino:

ISTOÉ

Revista Herbarium



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