Pessoal, participação especial da leitora Lourdes
Enjoy it!
beijos do trio
Minha história começa pelo fim. Ou melhor, pelo momento atual. Voltei com o meu ex-marido, pai dos meus filhos, por quem me apaixonei há quase trinta anos. Esse retorno aconteceu faz pouco tempo. E foi tudo muito rápido, como tudo em minha vida. Depois de doze anos separados, me dei conta de que eu estava com vontade de voltar. Isso aconteceu depois da formatura da nossa filha Iara. Eu andava sonhando muito com ele naqueles tempos. E ele estava um amor comigo na cerimônia. Fomos todos jantar e percebi que ele combinava com aquele cenário. Tive vontade de chamá-lo para um chope. Mas, por estranho que pareça, não me sentia íntima o suficiente do cara com quem tinha passado 17 anos da minha vida.
Depois disso, decidi escrever uma carta. Fiquei três meses sem resposta. Pouco tempo depois, passamos a trocar e-mails. Num deles, fui incisiva e exigi uma resposta. Ele disse que uma volta estava fora de cogitação, mesmo porque estava com outra pessoa. Enfiei minha viola na sacola e fiquei na minha (na verdade, não foi tão simples assim, mas estou resumindo). Em junho de 2010, acho, ele terminou com a perua. Meses depois, o pai dele faleceu. Fui ao enterro e todos os familiares dele, que eu não via há exatos 12 anos, me trataram como se eu ainda fosse esposa dele. Isso mexeu muito comigo.
Um belo dia, decidi convidá-lo para um chope. Ele topou. Confesso que o meu coração bateu forte quando o vi chegar. Fomos a um bar todo sofisticado e caro. Detalhe: rachamos a conta. Foi muito agradável, conversamos sobre nossos trabalhos, colegas, amigos, como se fôssemos velhos amigos. Depois disso, ele começou a arranjar desculpas para ir em casa. Chegou o Natal e, pasmem, ele me tirou no amigo secreto. No dia seguinte fomos ao cinema em um dia de chuva torrencial. Dividimos um guarda-chuva. Mas nada de beijinho. Ainda. Quando o filme acabou, fomos jantar e desta vez ele pagou. Já em casa, o convidei para um café achando que íamos terminar num rala-e-rola. Mas só ficamos no café mesmo.
Passamos o Ano Novo juntos e, logo após a meia noite, já cansada de enrolação, mandei um torpedo com um trecho de uma música da Marisa Monte e o pedido: quer namorar comigo? A resposta: já pensei nessa possibilidade. Dias depois tivemos uma loooonga conversa colocando todos os pingos nos is. E rolou, então, finalmente o beijo. Mais alguns dias e nossa “first night” após 12 anos. Aos poucos ele foi se mudando para minha casa até entregar a chave e mudar de vez. E agora existe um compromisso consciente de mantermos a chama acesa todos os dias. De mantermos o respeito acima de tudo, o carinho e, claro, muito sexo!
Na verdade, esta história começou há 30 anos, quando nos conhecemos na revisão de um grande jornal. Os dois eram recém-separados. Eu já tinha uma filha. Ele não. Revisão vai, revisão vem, em três meses já estávamos morando juntos. Em 1986 tivemos uma filha, no ano seguinte fomos morar no interior. Em 96 tivemos nosso filho. Três anos depois, separamos. Eu que quis, estava infeliz. Ele levou um susto, mas não chorou. E disse algo de que nunca mais me esqueci: “Casamento, se não for com você não será com mais ninguém”. Ele esperou mais doze anos, mas aconteceu. De novo.
Lourdes - A Recasada
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