Tentando entender o desamor

A convidada especial de hoje, a publicitária Marcela (nome fictício), de 29 anos, vive uma fase difícil, ligada a uma decepção amorosa. E divide a sua experiência conosco. Palpites sobre a história são bem-vindos nos comentários, tá? Obrigada por ter escrito para a gente e por ser nossa leitora, baby. Acho você uma fofa . Força aí que as coisas se ajeitam, você vai ver.
Beijão,

Isabela – A Divorciada

Tentando entender o desamor

Nós nos conhecemos no comecinho de 2007 numa festa de amigos em comum na minha cidade. Ele morava em outro lugar, a 6 horas de viagem. Eu estava passando por um momento muito bom comigo mesma, feliz de verdade, tranqüila. Talvez pela primeira vez em anos. E do alto dos meus 27 anos recém-completados, tinha parado de procurar o tal do amor. Deixei de me importar, depois de tantos pseudo-relacionamentos que foram por água abaixo. Se o amor quisesse alguma coisa comigo, teria que me encontrar. E foi o que aconteceu: o dito cujo me encontrou livre, leve e solta na tal festa...

A partir daquele dia, tudo mudou completamente na minha vida. Não teve jogo de cena: automaticamente, nós estávamos um a fim do outro. Aquilo, para mim, era “o encontro”, algo épico – afinal de contas, ele tinha tudo o que eu mais queria, e mais um pouco. Estávamos os dois deliciosamente perdidos, da forma mais apaixonada possível. Mas, ainda assim, as coisas aconteceram no tempo certo: depois de algumas viagens, muita sintonia e longuíssimas conversas pela internet, dois meses depois nós estávamos oficialmente namorando, com direito à apresentação para amigos e família.

E, pela primeira vez, eu ouvi “eu te amo”. E também disse pela primeira vez.

E foram dois anos e meio de um relacionamento muito feliz e intenso, apesar da limitação geográfica. Nós nos dávamos muito bem, sem brigas, sem discussões, com muita confiança, muito contato diário, muito carinho, muita liberdade para ambos, muito amor. E muita cumplicidade, eu imaginava. Mas os acontecimentos mostraram que não era tanta assim.

Um dia, depois de ter ouvido várias vezes “quero muito viver junto com você” das mais variadas formas, surgiu o acontecimento que poderia realizar nosso sonho: consegui uma entrevista muito promissora na cidade dele. Algo que tinha tudo para dar certo. Naquele momento, senti uma picadinha de insegurança: será que era uma boa deixar para trás um trabalho do qual gosto muito, numa empresa em que sempre quis trabalhar? E então resolvi conversar abertamente com ele sobre esta oportunidade. Perguntei o que ele achava da situação, se estava pronto para uma mudança tão grande em nossas vidas, se achava que era o momento certo para isso. E ele foi enfático ao dizer que aquilo era o que ele mais queria na vida, que tinha certeza absoluta de que gostaria de partilhar a vida comigo, que estava super empolgado, mas que queria me deixar à vontade para fazer minhas escolhas. E que ele entenderia caso eu optasse por não ir.

Pra mim, aquilo foi mais uma declaração de amor. E se eu ainda tinha alguma dúvida se ia encarar a entrevista ou não, ela desapareceu. Liguei na hora para a empresa e disse que topava, sim. E então a entrevista foi marcada para uma segunda-feira cedo. Desta forma, eu viajaria para lá e passaríamos o final de semana juntos. E foi um final de semana delicioso, onde ele inclusive me ajudou a preparar os trabalhos que eu apresentaria na entrevista e disse coisas muito importantes para mim. Falou que era muito feliz quando eu estava por perto e perguntou se eu sentia o quanto ele era apaixonado por mim. Sim, eu sentia. E retribua com o meu melhor amor, aquele que a gente cultiva com todo o empenho do mundo.

A resposta da entrevista sairia apenas 20 dias depois, por conta das férias de um dos gerentes da área. Neste espaço de tempo, as coisas pareciam estar absolutamente normais entre nós, mas... Não estavam. Três dias antes da data esperada para a tal resposta, notei que ele estava estranho, meio distante. Resolvi abrir espaço para saber se tinha algo errado, e em uma conversa pelo telefone, ele disse que estava se sentindo vazio e que não sabia mais se sentia algo por mim. Disse, inclusive, que estava “completamente apaixonado pelos finais de semana que passava sozinho”. E pediu para eu me distanciar totalmente nos dias subseqüentes, pois ele precisava pensar. Uma semana depois ele veio para minha cidade apenas para dizer, de forma tensa e fria num quarto de hotel, que não queria mais nada comigo e não me amava mais. Que tinha certeza absoluta do que estava fazendo. Tentei argumentar se aquilo não era apenas uma fase ruim do nosso namoro, que todo romance sofria com altos e baixos, mas ele sequer deixou que eu apontasse alguma porta aberta. Chegou a dizer, com crueldade, que continuou me tratando bem e dizendo que me amava porque sentia “culpa”. Não quis ir até a minha casa, não quis carona, não quis contato, não derramou uma lágrima, jurou que não tinha conhecido ninguém. No mesmo dia, sumiu de todos os lugares onde tínhamos vínculo na internet e bloqueou meu contato no MSN, nosso maior canal de contato diário. E, depois desse dia, há exatos 3 meses, nós nunca mais nos falamos.

As únicas informações que tive foram por intermédio da ex-sogra, por quem sempre tive um grande carinho. Não existe outra pessoa (não até agora). Ele se isolou durante um tempo, emagreceu muitos quilos, foi fazer análise. Mas não quer falar sobre o assunto e pediu para que a mãe não fale mais sobre mim e sobre a nossa ruptura. E assim terminou o relacionamento que eu acreditava ser o último da minha vida: com um desamor que aconteceu da forma mais repentina possível. Agora, minha maior missão é tapar o buraco da tristeza e da ausência, e recuperar a auto-estima que existia lá no primeiro parágrafo.

Marcela

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A feminista da sétima série e a divorciada

Tudo começou ali pela sétima série. Quando ainda estava no colégio, eu era uma feminista, a voz que se levantava contra toda e qualquer opressão contra nós, mulheres. De tão ferrenha defensora da causa, eu era assim uma espécie de líder das meninas, principalmente quando o meu arqui-inimigo, o menino mais machista da classe, falava alguma bobagem (pobrecito, era um ótimo aluno, mas nunca conseguiu me superar quando o assunto era retórica). Pois bem, aquela adolescente cresceu, estudou, viajou, namorou, casou, descasou, fez trinta anos. E hoje vê o mundo de um jeito bem diferente da mocinha brava que foi um dia (tá bom, isso eu ainda sou um pouco, mas só um pouquinho). Com vocês, direto do divã do 3xtrinta, passado e presente, pedaços das minhas duas personas:

A Feminista da Sétima Série...

Não admitia outro sistema além da divisão igualitária de tarefas domésticas entre homens e mulheres.
Ficava puta quando o machista da classe dizia que ela ia fazer Jornalismo para escrever sobre receitas e fofocas, aquele palhaço.
Armava as mais mirabolantes revanches contra o tal mala, que vivia arquitetando planos de ataques públicos nos debates em sala de aula.
Queria ler Simone de Beauvoir.
Sonhava com um homem parceiro, com quem pudesse crescer junto, dividindo admirações.

A Divorciada que vos escreve....

Lava os pratos sozinha numa boa e encara a atividade como exercício para os braços. (Não são eles os responsáveis por tarefas chatas como fazer furos na parede e trocar a resistência do chuveiro? É justo).
Nunca escreveu sobre receitas e fofocas em sua carreira de jornalista, mas adora ler sobre os dois assuntos para relaxar de vez em quando.
Não arma revanches contra ninguém, pois já aprendeu que a vida ensina. E que nada é mais certo que o tal do aqui se faz, aqui se paga.
Já leu algumas cartas escritas por Simone Beauvoir. E quer ler muito mais ainda.
Namora um homem parceiro. E lindo...

Isabela – A Divorciada

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TWITTER!!!!

Yes, nós temos Twitter. Queremos seguir e ser seguidas por vocês. Nos vemos por lá.

Beijos,

O Trio

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Diálogo na porta da igreja

Tô começando a ficar safadinha. E pecadora. Sábado, após o batizado da minha sobrinha Marina, estava eu saindo da Igreja da Consolação quando vi a luz divina! Ela apareceu na forma de um moreno alto, um bocado charmoso, rezando de joelhos na penúltima fileira do lado esquerdo da igreja.

Passei por ele, suspirei e resolvi voltar para conferir se não tinha aliança naquela mãozona rezadeira. Nadica! (O que não significa nada porque eu tampouco usava quando casada, mas...). Saí correndo assanhadinha na direção da Ana Paula, a tia boleira, e disse:

- Menina, você viu que visão do paraíso ali na penúltima fileira? Quase interrompi a reza dele e disse: pode parar de rezar, eu cheguei!!

- Meniiiiina, que tudo! Claro que vi! E o melhor de tudo é que rezando desse jeito aí, é homem para casar!

Logo se vê que a Ana Paula também acabou de separar.

E eu, que não sou boba nem nada, fui embora da igreja puxando a Ana Paula pelo braço. Se o moço para casar não seria meu, não seria dela também!

Há!

Débora – A Pecadora

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À procura de boas histórias

A jornalista Cacau Araújo entrou em contato conosco para pedir dicas de mulheres entre 24 e 34 anos, moradoras da capital paulista, que tenham boas histórias de superação para contar. Detalhe importante: as interessadas precisam topar fazer foto. A entrevista é para uma revista feminina nova e chiquérrima que está chegando ao Brasil.


Ficou interessada? Manda um e-mail para a Cacau: araujo.cacau@gmail.com


Beijos, na torcida por ótimas histórias,


Isabela - A Divorciada

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Quer me prender? Me solte...

Eu já escrevi neste blog que tenho a filosofia acima, do pai da minha amiga-irmã Mariana Camarotti (saudades de você, me escreve), como um lema, um grande ensinamento sobre como lidar com os homens. Quer me prender? Me solte. Não se trata de um conceito simples de aplicar, muito pelo contrário. É preciso ter, antes de mais nada, confiança em si mesmo e no outro, paciência, tolerância, amor para segurar a onda.

Por isso mesmo fiquei tão feliz ao ler, num dos capítulos do livro Assim te conquistei, da jornalista Chris Campos, sobre o qual vou falar melhor num post em breve, que esse é o segredo da felicidade de um casal gay muito conhecido no Rio de Janeiro: o estilista Carlos Tufvesson e o arquiteto André Piva. Ao contar a história dos dois, “Carlos se emociona ao lembrar da época em que construíram mais esse sonho de mãos dadas, sem perder a essência de cada uma das partes – definida numa frase que ele adora: “quanto mais você me deixa livre, mais tenho vontade de voltar””.

Lindo, Carlos. Agora vou me inspirar em vocês também.

Isabela – A Divorciada

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E ainda refletindo sobre a retirada...

Depois de ler o post da Dé, este que reproduz o texto a respeito da retirada, é impossível não ficar pensando nele durante um bom tempo. Eis aí um daqueles textos que ficam martelando e curtindo dentro da nossa cabeça. Exercício dos bons porque nos permite ver algumas situações por novos ângulos e, assim, perceber tudo diferente; até sobre nós mesmos. Certamente muitos que passaram aqui e leram o seu conteúdo conseguiram aplicar boa parte das suas experiências numa das opções de retirada apresentadas.

Fiquei pensando nas tais retiradas. Seja de um emprego que não apresentava mais qualquer desafio, seja de um amor ou paixão terminados, seja de uma amizade que se mostrou pouco proveitosa, opções de situações não faltam. Mas, muito mais do que pensar nas nossas retiradas e quando elas se fazem necessárias, o texto possui latente um outro diálogo, na verdade, uma pergunta. Como é quando somos nós que ficamos?

Seja quem for - pai, mãe, avô, avó, irmão, irmã, amigo, amor, não importa - quando alguém que amamos muito se retira de forma definitiva, temos que lidar com o turbilhão de memórias que vem à tona. Lembranças guardadas há muito voltam à superfície e se fazem presentes como se fossem uma avalanche, quase tudo nos parece incontrolável. Nós ficamos e a primeira coisa a fazer é administrar as memórias. As lembranças da saudade confortam e doem, tudo na mesma intensidade e ao mesmo tempo também.

Lembramos sorrindo das boas coisas e terminamos chorando porque elas nunca mais se repetirão. Com o tempo, só o sorriso é que deve ficar. Tenho a sensação de que é sempre mais difícil para quem fica. Mas compreender a necessidade da retirada definitiva é o primeiro passo para que ela seja plena também para quem ficou do lado de cá.

Giovana - A Solteira

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A Retirada

E finalmente, com um certo atraso, aí vai o texto prometido no post A hora certa de se retirar. O autor é o Bert Hellinger, que criou a constelação.

Para começar esse fim de semana friiiiio e chuvoso (afe, isso não tem fim não?) com um texto-reflexão.

Bom fim de semana a todos!

Bitocas no coração

Débora - A Descasada


Retirar-se significa retroceder diante do que se mostra mais forte que nós. Com isso, nos subtraímos a seu influxo e poder, enfraquecendo-o e impondo-lhe limites. Esta retirada é, portanto, estratégica e temporária. Ela serve para conservar e concentrar as próprias forças. Faz parte de um movimento mais amplo, que não exclui um avanço posterior.

A retirada também pode ser necessária quando avançamos e invadimos indevidamente. Então retrocedemos diante de algo que orgulhosamente queríamos competir e que, com razão, se manifesta como maior e mais forte que nós. Esta retirada nos purifica. Através dela, recuamos para os nossos próprios limites e ficamos modestamente dentro deles.

Retiramo-nos também quando algo se completa, uma tarefa, um trabalho. Então o deixamos entregue ao seu próprio movimento e à sua própria força. Não o seguramos e não deixamos que nos segure por mais tempo. Essa maneira de retroceder recolhe para dentro o que estava sendo dirigido para fora: para outras coisas, para outras pessoas. No interior, isso se acalma, pode se renovar, ordenar e concentrar para um novo movimento ou uma nova tarefa.

A retirada também é oportuna quando algo foi superado – um saber, uma experiência, uma conquista – por mais útil, impulsionador e importante que tenha sido; o apego se converte num obstáculo para o novo – para um novo saber, uma nova experiência, um desafio inesperado. Abandonar o que foi, soltar o que guardávamos nos liberta para o definitivo e para o possível.

Também nos retiramos quando não somos mais necessários, quando outros tomam o nosso lugar, quando se aproxima e se impõe a despedida definitiva. Ela é a última retirada, o retorno ao centro, no qual torna a cair tudo o que se expandiu. Essa retirada, quando bem sucedida, é a recolhida entrada no definitivo.

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A Marida

A Marida é assim: meio brava, durona com ela mesma e com os outros. Comigo inclusive. Às vezes ela me dá umas duras. E às vezes sou eu quem tem que dar umas duras nela. Mas eu faço de um jeito mais docinho. Ela é braba. Mas eu amo ela assim mesmo. E como em qualquer casamento, às vezes a gente briga. Ontem, depois de um dia muito muito triste, de muita carência e aperto no peito, cheguei em casa e despejei tudo em cima dela. Ela disse que eu tava sendo injusta com ela, que estava tendo uma “over reaction” e jogando toda a minha frustração nela.

Ela estava certa. Afinal, ela me acolheu, me arranjou um canto no quarto da filha dela, me arranjou uma cama, me cedeu um espaço no armário, no sapateiro. As máquinas de lavar e secar não param de trabalhar porque aumentou o volume de roupa. A louça aumentou. Agora é mais uma na fila do banheiro. Até o marido dela “cuida” de mim quando ele está por aí. Por duas vezes eu cheguei em casa morrendo de fome e cansada e ele, sem dizer nada, foi lá e fez um lanchinho para mim.

E mais que tudo isso, ela abriu o coração dela para mim. Mas isso aconteceu já faz um tempão. Lá no começo de 2004, quando nos conhecemos na redação da Época. Foi quando eu descobri que aquela menina de cabelinho curto, óculos de aro preto e toda resmunguenta, era um baita coração.

E, no fundo, eu adoro esse seu jeito durão.

Obrigada por tudo, dona Paloma. E pode continuar metendo bronca! Às vezes é disso que a gente precisa mesmo para seguir em frente.

Débora – A Marida
ps: na foto, metade da Isabela, a Marida e metade da Débora numa foto meio bêbada tirada no reveillon

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Um namorado virtual

A nossa convidada especial de hoje é uma leitora carioca que nos escreveu contando a sua história. Casada, ela arrumou um namorado virtual. E não sabe muito bem o que fazer, quis dividir suas dúvidas conosco. Com vocês, a Assistente Social. Beijo grande, querida, fique bem. Obrigada por ser nossa leitora e por ter escrito para a gente. Quer escrever você também? 3xtrinta@gmail.com

Beijos,

Isabela - A Divorciada


Arrumei um namorado virtual. Não sei no que vai dar, mas o homem tá bem animado. Não nos vimos ainda, estamos nos conhecendo melhor primeiro.


OK,OK, vocês vão pensar, tu é casada mulher! Sim, mas resolvi dar uma chance ao acaso. Conheci o cara num chat. Estava em casa, sozinha, deprimida, resolvi entrar pra conversar mesmo. Ele me abordou de um jeito muito fofo e nós fomos conversando, descobrimos várias coisas em comum naquele papo. Depois, ele me mandou um email e não paramos mais, trocamos telefones e tudo.


Um dia, ele deu uma sumida e eu resolvi sair de cena. Até que recebi um email dele dizendo que tava cheio de problemas e precisava conversar (Ok, lá vai a Assistente Social, kkkkkkkkkk). Liguei e ele me falou do enfarte da mãe, fiquei com a cara no chão, porque antes tinha mandado um email pra ele falando um monte, dizendo que não era legal a gente se envolver porque ele era solteiro e eu casada, que era pra ele procurar uma mulher nas mesmas condições dele, blá blá blá. Durante a ligação, eu só falei da mãe dele mesmo, disse que ele podia falar comigo sobre o que precisasse (inclusive porque ela tava internada na rede pública, eu tenho alguns contatos e poderia agilizar algo). Ele agradeceu e desligamos. Depois de um tempo, ele ligou de novo. Detalhe: meu marido tá de ferias em casa e eu fiz um esforço sobrehumano pra disfarçar, ainda bem que ele é desligado e tava no video game. Dessa vez, meu namorado virtual disse que leu o email que eu mandei, que sentiu o coração apertado, que sabia que tudo o que eu escrevi foi de coração, mas que ele tava ali querendo mudar a situação. E ainda disse assim: "Dona assistente social, fique sabendo de uma coisa, eu não desisti de você!". Fiquei derretida, mas mantive a pose.

Na mesma ligação, ele me deu um monte de satisfações pela ausência e disse que, além da doença da mãe, ficou com muito medo de tudo, que eu era alguém especial, tinha uma filha linda e ele não queria estragar minha vida continuando a me procurar, mas que isso era inevitável, porque ele nunca tinha conhecido uma pessoa assim, tão clara e objetiva feito eu, que eu era exatamente o tipo de mulher que ele esperava conhecer, sem nunca ter tido oportunidade.

Meninas, juro, fiquei balançada... Vocês podem pensar que eu sou louca, maluca, mas ele me deu endereço, telefone do trabalho, endereço do trabalho, me contou onde trabalhou, que foi noivo por um bom tempo, contou várias coisas da vida dele... Será que, mesmo assim, ele é um psicopata? KKKKKK!!!! Sei lá, só digo que tô achando bom ser cortejada. E vou pagar pra ver. Ainda vamos marcar um encontro num shopping desses, pra ver o que vai rolar. Quem sabe, né?



A Assistente Social

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Jornais no metrô

Taí uma prova de que tudo na vida é uma questão de ponto de vista. Todos os dias, termino de ler a Folha de S. Paulo no metrô, a caminho do trabalho. Concluída a leitura, deixo tudo no banco, para que o próximo passageiro possa dar uma olhada se quiser. O que você faria se entrasse num vagão e encontrasse um jornal do dia à sua espera? Eu começaria a ler e ficaria feliz por alguém tê-lo deixado ali. Nem sempre é o que acontece.


Já faço isso há um bom tempo, nem sei precisar desde quando. De dois meses para cá, fui hostilizada duas vezes por agir assim. Na primeira delas, uma mulher me olhou e feio e perguntou se eu não ia levar o jornal quando me levantei. "Não, eu já terminei de ler e vou deixar para que outras pessoas possam ler se quiserem", respondi. "Mas você devia juntar tudo e jogar no lixo, não deixar aí", ela rebateu. "Discordo. E ele vai ficar aí sim", finalizei, antes de dar as costas e sair, o trem já estava chegando na estação. Uma observação importante: eu não deixo um monte de papel amontoado. Dobro tudo com cuidado. A segunda agressão foi feita de forma mais covarde, nem tive tempo de me defender. Já estava na porta, esperando o vagão parar, quando ouvi uma voz masculina ao fundo: "É muita falta de educação, né? Lê e deixa aí".


Poucas coisas na vida me irritam mais do que a ignorância. E, nem é preciso dizer, fiquei puta com as duas situações. Mas, querem saber? Os dois espíritos de porco do esquadrão anti-jornal não vão acabar com a minha cruzada a favor da leitura. Eu fico com os passageiros que preferem ver a vida sob outro ponto de vista. E me agradecem quando eu deixo a Folha de S. Paulo do dia no banco, bonitinha e louca para ser lida outra vez.


Isabela - A Divorciada

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Last chance Harvey


Um compositor de jingles que sonhava ser pianista de jazz. Uma quarentona (cinquentona?) solteira que trabalha em aeroporto e que flerta com a literatura. Um encontro improvável. E o amor acontece. Essa seria uma sinopse péssima do filme Tinha que ser você (Last chance Harvey). O filme é daqueles para o qual eu não daria muita bola. Mas como amo a Emma Thompson e já tinha lido um texto muito simpático do Contardo Calligaris sobre o filme, aproveitei a minha primeira ida ao cinema depois de um longo inverno pessoal para conferir essa dica.
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O filme é triste até uma certa parte. Porque os dois personagens são meio tristes. Vivem aquela vidinha meia-boca porque, de uma certa forma, se acomodaram nela. Harvey se distanciou da filha, que agora prefere até o padrasto a ele, e não consegue mais retomar esse elo. É amargo, chatinho, sarcástico. Já Kate (Emma) é fofa, doce, mas um bocado conformada com a vida que tem. E se acha pouco merecedora de um grande amor.
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Eles se encontram – com direito a várias trombadas ao acaso antes de se encontrarem para valer. E por uma dessas coisas inexplicáveis da vida, ele se apaixona por ela e insiste num reencontro porque percebe que mesmo àquela altura da vida, seus sessenta e tra-lá-lá, o amor o chama.
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É muito bonitinho. É uma comédia romântica da terceira idade. Mas que como bem observou o Contardo em seu texto na Folha, mostra como duas pessoas podem se transformar quando se permitem um novo amor.
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Débora – A Descasada
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ps: fui ver o filme com minha doce amiga Geo. Duas recém-separadas vendo filme romântico só podia dar chororô mesmo. E fica aqui meu beijinho para ela e para todos os amigos queridos nesse tal dia do amigo!

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3x30 recomenda!


Um break para um comercial: vai fazer aniversário e quer um bolo que vai deixar os convidados em estado de êxtase? Encomende com a Ana Paula! Esse aí da foto foi o que ela fez para o meu aniversário de 30 anos, em maio. Só me lembro de, ao final da festa, ver duas comilonas disputando os restos do super cake (não queria entregar nada não, mas uma delas era a Divorciada...).

Além de ser uma super boleira, a Ana é tia da minha sobrinha. Há! Me explico: temos em comum o fato de sermos tias da mesma coisa fofa (minha irmã é cunhada dela, logo, conclui-se que, o mala do irmão dela é o meu cunhado).

Visite o Brigadeiro de Colher e faça seu pedido!

beijos e uma semana doce a todos!!

Débora - A comilona
ps: eu, como publicitária, sou uma ótima jornalista

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Canalha responde

Conforme o prometido, ele está de volta. Desta vez, nosso leitor e entrevistado Canalhus Forever responde às perguntas de vocês, feitas nos comentários do post Entrevista com um Canalha. Obrigada, querido. Apareça sempre, arrasou.

Beijos,

Isabela – A Divorciada

Débora: Os homens podem ser canalhas e as mulheres não?

Ser um canalha requer um equilíbrio muito grande e preciso. Reflexões, observações e muito controle das emoções, algo parecido com os monges tibetanos. Se nós homens tivéssemos que enfrentar a maldição hormonal chamada TPM, seria impossível manter tal equilíbrio e elevação espiritual necessária para ser um canalha.



Verônica e Paloma: Se uma mulher tiver muito amor pra dar e não quiser dar a um homem só, mas sim dividir com vários, ela não poderá ser chamada de Canalha? Por que você diz com todas as letras que mulher canalha não é legal? Explique-se!

Lindas mulheres, tudo o que nós queremos nessa vida são mulheres dispostas a distribuir amor pelo mundo!!! Para o máximo número possível de homens, caiam na guerra!!! Enfrentem o bom combate!!! O problema é não sair do caminho do amor. Um homem canalha age baseado no amor, pleno e absoluto, sem se preocupar com território, vingancinhas ou algo do tipo. Quando um canalha deixa de ligar depois do terceiro encontro, ele o faz por amor, já que não quer mais se envolver e a forma mais rápida de romper a história sem que a moça sofra muito é o corte seco. Sofremos ao fazer isso, mas sempre pensando no melhor para a bela dama. Uma mulher que almeja ser uma canalha não pode cair na tentação de ser possesiva ou manter-se perto de quem ela não quer mais. Deve refletir sobre o real sentido de ser um canalha, saber que um canalha é um apaixonado, ele não seduz sem antes ser seduzido, exercita a sensibilidade e o olhar, não é tão simples como sair por aí “catando” todas. Geralmente as mulheres começam bem, mas acabam caindo em pequenas “picuinhas” femininas que estragam tudo. Mas, por favor se tiverem vontade, agarrem todos por aí, façam os homens felizes!!!



Nikita Ferraz : Você já se apaixonou alguma vez?

Eu me apaixono todos os dias, afinal as mulheres estão cada vez mais especiais. Cada uma tem uma beleza, um jeitinho, um olhar, um cheiro. Não foi só em quantidade que a mulherada cresceu, mas a qualidade também. Os motivos pelos quais eu me apaixono são os mais diversos. Uma vez conheci uma menina vesguinha em uma festa, que, de tão tímida e insegura, se tornou a mais bela da noite e fui facilmente seduzido. Ontem me apaixonei pela leitora Mônica, que deixou um comentário indignada pelo fato de que estou escrevendo aqui no blog, papinho machista, etc. Quem sabe não rola um encontro ?



Clévia: Por favor, mande aí três sinais básicos de homens canalhas para identificação imediata!

Hahhahahaha, essa é boa... Pois bem, para um canalha, ligar no dia seguinte não é assim tão importante. O que vale é que, enquanto estamos juntos com alguém, essa pessoa será tratada como uma rainha (ou como uma bandida se assim for desejado).

A conversa não pode cair nunca, toda brecha que uma mulher nos dá é também uma chance para descobrirmos quem é a doce criatura, do que ela gosta, quais os seu interesses e quais assuntos devem ser abordados, vocês sempre nos entregam essas informações preciosas sem perceber.

A terceira e mais importante dica está relacionada às saídas para conhecer amigos e amigas das acompanhantes. Um verdadeiro canalha protela ao máximo esses momentos. Mil vezes mais comer uma pizza acompanhada de vinho em casa do que sair com a “turma da escola”. Nem pensar!


Isabela – A Divorciada: Algo mais a declarar?

Sim, para a leitora “Conversa Atrevida”, que questionou se eu era gay. Digo-lhe que o problema é que a mulherada não acredita mais que existam homens tão sensíveis e afiados como eu no quesito mulher. Um dia nos encontramos pelo mundo.

Por fim, deixo um beijo para a leitora Mônica e digo: não se esqueçam de que um canalha é um ótimo sedutor, verdadeiramente apaixonado e capaz de proporcionar belas histórias. Aproveitem, afinal, ganhamos mais como aliados do que como inimigos. Tenho certeza de que posso garantir, em nome de todos os canalhas do mundo, que amamos vocês mulheres!!! Amamos todas!!!!

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O que fazer com o tempo livre?


Respondam rápido: depois de 15 dias initerruptos de trabalho, com direito a viagem, evento até às seis da manhã de um singelo domingo no Rio de Janeiro, seguido por uma semana de workshop sobre o futuro da empresa + deadlines de trabalho alucinantes, a criatura depara-se com uma dúvida atroz...

O que fazer com um raro final de semana livre?

Vocês não tem isso não? Eu tenho direto. O dilema resume-se a cair na cama dois dias e ficar de bobeira em casa, aproveitando o frio, ou criar uma agenda repleta de eventos sociais que terminam num domingo à noite exaustivo.

E agora? O que fazer? O que vocês fariam? Socorro!

Beijos,
Giovana - A Solteira

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Freud e a felicidade


Uma das melhores descobertas que fiz no meu mestrado, ao longo dos últimos dois anos, foi a leitura de Freud para usar como referência na minha dissertação. OK, sei que não sou ninguém para ousar falar do pai da psicanálise para vocês, queria apenas dividir um conceito simples, mas que já me fez refletir bastante: a felicidade da quietude.

A Divorciada explica: segundo Freud, diante do sofrimento que pode ser causado pelos relacionamentos, algumas pessoas se defendem com o isolamento voluntário, ou seja, procuram se manter distantes dos outros, buscando aquilo que ele definiu como a felicidade da quietude. Estamos falando daqui da opção de não se expor, de não viver tudo o que se pode viver para não correr o risco de quebrar a cara.

Conheço muita gente que age assim. Que procurou ficar longe das emoções do amor, por exemplo, depois de um grande baque. Estou falando de amigas que passam o final de semana no sofá, esperando o príncipe bater na porta, que se isolaram na família, nos quatro cães para criar, em quaisquer escudos que sirvam de proteção para a vida real. Como se isso fosse possível... Mulheres que preferem dizer que os homens não querem compromisso, que o “mercado” tá ruim e que já desistiram de procurar. Por isso vivem assim, felizes pela metade em sua quietude, como muito bem definiu Freud.

Isabela – A Divorciada

PS: Quer ler mais sobre a felicidade da quietude? Está tudo no livro O Futuro de uma Ilusão, o Mal- Estar na Civilização e outros trabalhos. Leitura fácil, leitura boa. Super recomendo!

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A hora certa de se retirar


Ontem me aconteceu uma coisa muito bacana. Fui treinar à noite e, antes do treino, me convidaram para participar de uma constelação. Não sei se você já ouviu falar disso, mas trata-se de uma dinâmica inventada por um alemão aí (me corrijam se eu estiver errada) que trabalha muito essa questão de achar o nosso lugar no mundo e reconhecer o lugar do outro. Ok, essa explicação é meio pobrinha, mas já dá para começar. Tem gente que acha a maior papagaiada. Pois eu achei um super exercício de autoconhecimento.

O meu sensei (mestre) de aikido é quem comanda a constelação. Fui só para fazer número e pensar um pouco na vida enquanto outra pessoa constelasse. Mas na hora, percebendo a minha fragilidade, ele me propôs que eu constelasse. Achei que podia ser bom.

Ele me pediu para ficar em pé e ir, aos poucos, encontrando uma posição mais confortável. Logo sentei estilo indiozinho. Ele pediu que uma outra pessoa, a Rute, se deitasse na minha frente, na posição “morto no caixão”. Nossa! Isso me incomodou profundamente. Fixei o olhar no “morto” como quem diz: sai daí, sai daí já! Disse a ele que estava incomodada e ele propôs que nós duas levantássemos e ficássemos uma de frente para a outra.

Daí a Rute foi se afastando, afastando até ficar bem longe de mim. E virou de costas. Eu não gostei daquilo. Fui na direção dela, botei as mãos nos ombros dela e fiz ela se virar para mim de novo. E fiquei sorrindo para ela, como quem tenta seduzir ou mostrar “pô, vai embora não! Eu sou tão bacana!!”. Daí caiu a ficha. Eu a obriguei a fazer um movimento que ela não queria. E ela me olhava com cara de medo. De “não quero ficar aqui”.
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Eu entendi. E recuei. Me afastei, me afastei até ficar bem longe dela. Ela respirou aliviada e me agradeceu dizendo “obrigada, obrigada”. Eu sorri, fiquei de joelhos e fiz uma profunda reverência a ela. Agradeci por ela ter me entendido quando eu estava errada. E de ter me feito perceber isso. Daí ela se sentiu livre para sumir da minha frente. Saiu pela lateral e foi para o outro lado da sala. Sumiu do meu campo de visão deixando um campo enorme e vazio na minha frente. A pálida parede branca – o vazio – me pareceu super brilhante e receptiva à minha pessoa. Como quem diz: pode vir, o vazio não é tão ruim assim, você pode ocupar esse espaço e fazer grandes coisas aqui. E subitamente eu fui na direção da parede, do vazio, como quem tem uma meta muito clara. Avancei. Me sentindo a estrelinha mais brilhante de tooooda a constelação.

Essa movimentação me fez lembrar um texto que o próprio sensei tinha lido uma vez na aula sobre a hora certa de se retirar. E aí tudo fez sentido para mim. E eu entendi o que eu tinha feito ali durante a dinâmica. Eu quis segurar aquela pessoa que estava ali comigo de toda maneira. Não queria deixar ela ir. Mas quando eu percebi que ela queria ir, que ela precisava ir, eu soube que tinha que me retirar.

Esse texto sobre a “A Retirada” é muito lindo. Vou tentar postá-lo aqui. Mas basicamente a mensagem é essa: a gente não pode segurar nada ou ninguém na nossa vida. As pessoas ficam com a gente, em torno da gente, porque querem. Amores, amigos e até mesmo a obrigatória família. E quando não é assim, não tem porque forçar. É só recuar e deixar o outro ir. Ele já cumpriu sua função.

Débora - A estrelinha
ps: ok, esse texto é o maior delírio, mas ó...essa tal de constelação é porreta!

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Vida de solteira, lado B

Vou direto ao ponto: tem muita mulher que é grude, ok. Entendo os homens neste aspecto, porque o que rola de criaturas do sexo feminino que precisam levar um fora para acordar dá para encher um Titanic. Fantasiam demais, arrumam desculpas quando a real é que não vai rolar nada mesmo, aquela lenga-lenga. Só que, convenhamos, homem quando resolve pegar no pé, ser meloso e mala, põe muita mulher no chinelo.

Alguém aí já foi vítima daquele tipo que acha incrível não desistir e lutar pelos seus objetivos, no caso, você? Mesmo quando sua consciência de alvo da malice alheia está tranquila como a de um bebê, pois já deixou bem claro de que não há qualquer interesse seu, nunca houve, e só falta contratar um carro de som para passar na rua dizendo a mesma coisa?

Me refiro àquele sujeito que você tem vontade de sair correndo ao dividir o mesmo recinto, que fica olhando, rodeando (isso é insuportável!), só procurando o momento certo para vir dar dois beijinhos e arrematar com um "abracinho" gênero "casquinha"?

Queridos leitores e leitoras, como se livrar de um contâiner sem resvalar no esculhacho "querido, hellow"? Nessas horas penso que os conselhos de vovó tinham um fundo de verdade. Os homens quando percebem que a história não vai decolar de jeito nenhum ficam ainda mais apaixonados.

Giovana - A Solteira

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O manual do matador: se ela dança...

Tem mulher que adora reclamar quando o cara não curte muito uma pista. Já algumas adorariam estar no lugar dessas desavisadas, ao invés de carregar a tiracolo um aspirante a dançarino de axé. Agora, quando eles resolvem dançar bem, aí já é outra história. Não é bem a deste post; à exceção da foto acima, claro.

A pista de dança é a prova de fogo do matador. Nada é mais decisivo na hora de provar se o cara tem ou não tem borogodó. E isso também inclui dispensar os quadrados coloridos do chão. O matador com pouca desenvoltura na quebrada sabe que não vai desenrolar, então, nem tenta. Poupa a mulher daquela vergonha alheia que é pior do que quando o negócio é com a gente. Já os que gostam de ser bacanas, no sentido sem critério da palavra, correm sério risco de terminar a noite com duas pizzas de suor debaixo dos braços em vão. Deu para imaginar?

Tá difícil? Então o Manual do Matador vai facilitar o quadro da dor para você. Pensa num cidadão de dois metros de altura, simpático, culto e educado. Era para ser um gato, porém, esconde-se por trás de um par de óculos fundo de garrafa - do naipe vidro temperado a prova de balas. O aparentemente inofensivo acessório, num infeliz efeito ótico, aproxima as têmporas do rapaz. Ou seja, deixa o seu rosto mais estreito só ali, enquanto faz os olhos parecerem três vezes o seu tamanho real. Resumindo: o cara parece usar um aquário na cabeça ao invés de apenas óculos.

Agora, imagine o conjunto da obra arrasando na pista. Movimentando seus dois braços de Golias no sentido horário e antihorário. Sacudindo a cabeça, mãos e pernas, cada um numa direção, enquanto o quadril, vixe, esse não se move um milímetro de jeito nenhum. Nessas horas, um buraco no chão é ou não é uma benção?

Outra desgraça é aquele cara cheio de "molejo", manja? Sacudido, numa saúde e alegria típica de quem samba pra trás sem saber onde vai parar, que pisa no seu pé quando baixa a gafieira e que termina a noite com as famigeradas pizzas, a manga da camisa amarfanhada e alguns botões abertos. E ainda por cima, numa felicidade de dar raiva até em monge, enquanto você fica sem saber o que fazer com aquele demônio da Tasmânia alucinado. E são cinco da manhã!

Isso tudo é para dizer que Matador que é Matador sempre sabe onde lhe aperta o sapato. E se isso inclui a tal pista de dança, ele vai estar ali por perto, quietinho, fora da cena, e por isso mesmo chamando muito a sua atenção.

Giovana - A Solteira (que adora dançar, tá!)

PS: A foto é do filme "Vem dançar comigo" (Strictly Ballroom). Quem não foi ao cinema ver quando era adolescente, que atire a primeira pedra.

PS2: Mais sobre o Manual do Matador: Parte 1, Parte 2, Modo de Usar, Na Cozinha

PS3: Verônica, agora só falta a entrevista com o Solteiro. Aguarde! :O)

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Entrevista com um canalha

Depois do Casado e do Divorciado (Gio promete a entrevista com o Solteiro para breve), chegou a vez do Canalha. Isso mesmo, nosso leitor Canalhus Forever, exemplar assumido da espécie, aceitou o meu convite e, gentilmente, esclareceu todas as minhas dúvidas a respeito do assunto. E tem mais: ele promete responder às suas perguntas também, basta registrá-las nos comentários ou no nosso e-mail: 3xtrinta@gmail.com. Para tanto, faremos um novo post/entrevista. Valeu, Canalhus, você teve muita atitude em colaborar com a gente. Adorei.

Beijão,

Isabela – A Divorciada

Um homem nasce canalha ou torna-se um ao longo da vida?
Um canalha é um verdadeiro amante das mulheres e esse espírito vem desde o nascimento. As artimanhas da alma feminina a gente aprende depois de muita reflexão, observação e amor, muito amor.

Só existem canalhas porque há mulheres tontas que aceitam determinados comportamentos?
Discordo completamente que existam mulheres tontas, acho essa afirmação um absurdo!!! O que existe são criaturas especiais, que não poupam amor e carinho para o mundo. Além disso, elas também sabem respeitar a liberdade de almas livres, que estão dispostas a amar e conhecê-las o maxímo possivel. Deixo abaixo a definição de liberdade segundo o Wikipédia, para reforçar minha afirmação: Liberdade em filosofia designa, de uma maneira negativa, a ausência de submissão, de servidão e de determinação, isto é, ela qualifica a independência do ser humano. De maneira positiva, liberdade é a autonomia e a espontaneidade de um sujeito racional. Isto é, ela qualifica e constitui a condição dos comportamentos humanos voluntários.

Qual foi a sua maior canalhice?
Não gosto do tom perjorativo da sua pergunta em relação à palavra "canalhice". Assim, vou redefinir o sentido de canalhice : amor, amor, amor. Por exemplo, certa vez estava retornando de uma viagem e tinha uma doce criatura para quem eu estava dando amor que se ofereceu para me buscar no aeroporto quando eu chegasse (sem que eu pedisse). Eu fiquei de ligar quando estivesse no terminal, porém o destino me fez cruzar com uma outra criatura também maravilhosa, que estava no avião. Uma bela estudante francesa que estava conhecendo o Brasil. Ela estava sozinha, fazia frio, não conhecia ninguém e só voltaria para seu país na noite seguinte. Por ter muito amor para dar, pensei: a doce criatura número um tem casa, está bem, e pode receber meu amor amanhã ou quando ela quiser. A doce criatura número 2 , não. Por amor eu liguei para a criatura número 1 e disse que minha mala havia extraviado e que iria demorar muito para resolver o problema. Como não sou um monstro, levei a doce francesa para minha casa, dei-lhe abrigo, comida e bastante carinho, afinal eu tenho muito para dar.

Existe mulher canalha? Você já encontrou alguma? Conta aí.
Existe sim!!! Acho até que não é certo chamá-las de canalhas, elas são piores, cruéis, terríveis. Acho melhor chamá-las por um outro nome, escolhi o termo: "monstras insanas". Acredito que existam os bons e maus canalhas, e tenho certeza absoluta de que os maus só o são porque já cruzaram um dia com essas monstras insanas e acabaram indo para o lado negro da força, por puro trauma. Eu também cruzei com várias em minha vida, felizmente pude perceber seus instintos perversos a tempo e me safar ileso.

Quem são seus ídolos?
Jece Valadão, Wando, Sean Pean (que deu um pé na bunda da Madonna) e o Sr. Bernardo Bidlowsky, de 96 anos, recém separado e em busca de uma nova paixão.

Canalha que é canalha....
Ama, ama muito. Ama tanto as mulheres que não cai na tentação egoísta de guardar seu amor apenas para uma, tenta distribuir para quantas puder.

Um recado para as leitoras do 3xtrinta...
Amem, amem muito!!! Sejam livres e não deixem de viver situações que surjam do nada, mergulhem sempre. Não fiquem com essas idéias bobas de casamento, filhos, familia, etc. Isso vira neurose braba e vocês deixam de viver belas histórias. O bom da vida é ter o que lembrar, não o que lamentar.

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Armas, flores e sexo

Dia de convidada especial. Como esse blog anda muito comportado, e nós sabemos que vocês querem ler sobre sexo aqui também, pedimos a uma amiga querida, linda e fofa, que aqui se apresenta como "A Amante", um texto sobre as experiências sexuais dela com um policial do GOE, a elite da polícia paulista. Se eu fosse você, continuava lendo..... Obrigada, lindona. Arrasou, escreva sempre para a gente.

Beijos,

Isabela - A Divorciada

Ele pegou minha mão e começou a beijá-la suavemente, depois foi subindo devagar pelo braço todo até chegar ao pescoço, nuca, orelha e finalmente nossos lábios e línguas se tocaram... Delícia! Senti um arrepio subindo pelas minhas costas, um friozinho na barriga e quando percebi estava dando um beijo longo, molhado e muito gostoso num policial do GOE (Grupo de Operações Especiais). Naquele instante saquei tudo o que poderia rolar entre a gente. O beijo sempre é um ótimo termômetro e a previsão para os próximos encontros era de temperaturas altíssimas.

Ele não estava de uniforme, nem de viatura, obviamente, mas estava de preto e estávamos em seu carro, grande e absolutamente preto. Eu tive que rir baixinho e disfarçar minha excitação e medo. Eu ainda achava que podia dizer não. Aquele beijo aconteceu depois de muitas mensagens via celular, ligações, recados via msn, cafés e até flores e uma bomba de chocolate deixados gentilmente na portaria do meu prédio. Ele me cortejou, me cercou, me seduziu.

Eu juro que tentei resistir e que nunca fui tarada por homens de farda. Voltemos ao começo: Nossos olhares se cruzaram pela primeira vez em plena Av. Paulista. Eu andando apressada depois do trabalho rumo ao cinema e ele andando de bicicleta na volta da academia. Passou por mim três vezes, sorriu, disse boa noite e perguntou se podia andar ao meu lado. O papo fluiu e telefones foram trocados. Mas logo fiquei sabendo que aquele interessante desconhecido era comprometido. Imediatamente decidi que nunca, jamais eu teria qualquer envolvimento além de amizade com aquele homem. Nunca saí com homem casado! Eu disse isso várias vezes em rodas de amigas. E era verdade. Justo eu que fui esposa fiel e dedicada por anos? Imagina. Rs!!!!

Tudo bem que agora eu era uma mulher solteira novamente e que isso simplificava algumas coisas, mas eu não queria admitir o quanto era bom ficar perto dele. Eu cheguei a falar na cara dele que não existia a mínima possibilidade de ficarmos juntos, que eu não queria confusão na minha vida. O problema é que quanto mais eu dizia que nunca ficaria com ele, mais eu imaginava algemas, botas, uniformes pretos e sexo selvagem com aquele homem sarado e com braços tatuados.

Depois daquele beijo eu perdi totalmente o controle. Química rolando, cheiro bom e sensações deliciosas ao mínimo toque de pele com pele... Naquela mesma semana saímos para jantar, bebemos vinho e fomos para o flat que ele já havia reservado. Sempre muito gentil , atencioso e discreto, claro.

Mulheres do meu Brasil varonil... ele é o homem mais dedicado na cama que conheci até hoje. Aquela noite de luxúria e prazer foi memorável. Foram três orgasmos durante o sexo oral, mais um durante a segunda etapa da noite e numa das minhas posições preferidas. Até isso ele parece ter adivinhado. Sou uma mulher mais feliz desde então. Já repetimos a dose muitas outras vezes e em vários lugares diferentes. Viramos Batman e Mulher Gato que se encontram na sombra da noite. Teve uma madrugada dessas que foi especialmente excitante e perigosa... mas isso é uma outra história. Quem sabe um dia eu volto pra contar.

Nunca diga nunca!

A Amante

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Não foi como o planejado


Hoje foi dia de tarefa árdua. Fui finalmente retirar as minhas coisas - livros, CDs, pastas, arquivos, fotos, peças de decoração etc - do meu ex-apartamento. Escalei a Cláudia para ir comigo. Porque além do carro e dos dois braços a mais, eu precisava de um ombro muito do amigo caso começasse a chorar e repetir a mesma lenga-lenga que venho repetindo para minhas amigas desde que me separei.

Passamos primeiro na Etna para escolher umas caixas bonitinhas. Minhas coisas merecem ficar bem guardadas. Escolhi uma de florzinha, uma de bolinha e uma de plástico muito feia, mas com rodinhas e alcinhas. Super prática. Chegamos lá e descobrimos que subestimamos a quantidade de pertences que eu ainda tenho. Faltou caixa. Mas demos um jeito. Joguei duas sacolas inteiras fora. A Clau me fez jogar fora lembrancinhas que não fazem mais sentido, as minhas 12 medalhas de corrida (dos tempos que eu tinha asas nos pés), fitas com entrevistas do passado e disquetes com trabalhos da faculdade. Até as minhas duas primeiras tábuas de madeira que eu quebrei com a mão (coisas do aikido) ela me fez jogar ("Coisa quebrada você joga fora!").

Quase todo o tempo eu fui firme e forte. Mas uma hora eu encontrei um papelzinho solto dentro de uma agenda antiga...era a minha lista de desejos/metas do meu aniversário de 26 anos (2005). Ali estava tudo o que eu gostaria de ter feito até os 30. E eis-me aqui com 30. Quando comecei a ler, desatei a chorar. Nada saiu como o planejado. Não fiz nada do que me propus. Na verdade, fiz sim: meu plano de previdência. Mas com quatro anos de atraso em relação ao proposto...E de fato aprendi a falar inglês com decência. E só.

Fiquei arrasada. Me senti um fiapo de gente. Uma pessoa mal planejada. Cheia de metas e ideias e de pouca ação. Comecei a chorar e maldizer o passado cheio de projetos e sonhos. A Clau me abraçou e disse: não tem problema que não saiu como o planejado. Mas saiu de outra maneira tão boa quanto. Mas foi um verdadeiro balde de água fria aquela listinha...

Respirei fundo e continuei a arrumação. Tentei esquecer aquele maio de 2005. Onde eu estava? Com quem eu estava? Onde trabalhava? Com o que eu sonhava? Nada disso importa mais. Quebrou-se, como as tábuas de madeira. E o que se quebra, me ensinou a Clau, a gente deixa para trás.

beijos e ótimo sábado de chuva (ao menos em São Paulo!)

Débora - A sem metas...
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ps: a outra lição aprendida no dia foi - nunca mais compre a caixa de bolinhas. É bonitinha, mas ordinária.
ps 2: título e foto claramente inspiradas (roubadas!) de uma matéria que li na revista Sorria, da DrogaRaia e do Graac.

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Dois novos blogs

Tem blog novo na praça. Dois, melhor dizendo. Duas ótimas novidades, que eu super recomendo.


O primeiro deles é o Confissões de uma divorciada, da minha amiga Nikita Ferraz. Descoladíssima e engraçada, ela promete contar tudo. Boas histórias não faltam. Não percam.


O outro é o Instantes Literários, feito por outra amiga querida, a jornalista Daniela Diniz, em parceria com a não menos chiquérrima Leda Balbino, ela também uma mulher da imprensa. Aqui, a proposta é apresentar os ótimos textos das duas, além de reflexões a respeito dos textos de terceiros e sobre a literatura de modo geral. Imperdível.


Divirtam-se. Sucesso, meninas.


Beijos,


Isabela - A Divorciada

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Abaixo o preconceito

"Ele tem 42 anos, é publicitário, baiano, bem interessante. Mas é separado. Tem isso, né? Separado....."


Ela me contava que estava entre dois affairs quando mandou essa. Logo para quem, né? Estou falando de uma querida, uma pessoa que eu adoro, mas que, seguindo o senso comum a muita gente, levantou esse "porém" na hora de dar a ficha do cara.


Gente, abaixo o preconceito, né? E daí o cara ser separado? Já pararam para pensar que alguém que enfrentou um divórcio pode ter aprendido muita coisa? Amadurecido? E, uma vez que decide entrar numa nova relação, o fará com muito mais vontade de acertar? Não dá para classificar as pessoas segundo o seu estado civil. Segundo critério nenhum, aliás. Existem homens e mulheres maravilhosos no time dos solteiros, casados, divorciados, viúvos...... Sem falar que discriminar um divorciado é como discriminar essa divorciada aqui, hoje uma mulher infinitamente superior exatamente porque passou pelo turbilhão do divórcio um dia.


Se liga, Lu. Tô torcendo por esse baiano aí.


Beijos,


Isabela - A Divorciada

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Uma carta de desamor

"Meu amor,

Preciso te dizer umas coisas que andei pensando. No começo eu não me perdoava por tudo isso. Mas agora decidi que a culpa foi toda sua. Passada a fase da culpa, veio a raiva. Tenho raiva, sabe? Muita. Porque você não percebeu os meus sinais. Não fui muito clara? O que mais eu precisava ter feito ou dito?

Tem umas coisas que você precisa saber sobre mim: eu sou uma farsa. Eu me moldei ao seu jeito. Banquei a durona, a antirromântica (essa nova regra ortográfica até me corta o raciocínio). Virei adepta do “assim tá bom, para que mais?”. Mas não tava bom. E eu menti para mim mesma. E eu queria bem mais.

Tem outra coisa que você precisa saber sobre mim. Eu sou romântica sim. Posso até botar banca de durona. Mas me derreto com as tradicionais demonstrações de amor. Eu sei, eu sei...já sei o que você vai dizer. Que o amor, e o romantismo, se expressam das mais variadas formas. Eu concordo. E você demonstrou muitas vezes. Mas aquele romance de filme-para-matar-diabético também é super bem vindo. Nós mulheres adoramos. E eu não sou diferente. Fingia que era, mas não sou.

Sabe quantas vezes você me deu flores? Quatro. Uma para me conquistar, outra para me reconquistar, outra de dia dos namorados (em uma década de dia dos namorados) e uma no meu aniversário. Ok, flor todo dia deve encher o saco. Mas quatro é muito pouco. Eu adoro ser surpreendida – e quem não gosta? E eu era mestra em deixar bilhetinhos fofos, cartas apaixonadas, montava altos kits de aniversário e dia dos namorados. E era só isso que eu queria em troca...

Por outro lado, as suas surpresas para mim eram sempre as coisas que você queria para você mesmo. Aquele quadro...sabe que naquele dia que você chegou com ele eu tive que ir ao banheiro chorar baixinho a minha decepção? Jurei que a surpresa era outra. Depois acabei gostando dele. E assim eu fui me adaptando ao seu jeito, à sua forma de demonstrar o amor. Mas, no fundo no fundo, eu queria mais. E ficou faltando a grande prova de amor. A máxima e suprema prova que você nunca me deu. Talvez isso tenha me deixado frustrada de vez.

Pensando bem, não estou mais com raiva de você não. Tô é com raiva de mim. Por ter sido tão incapaz de ter dito tudo isso enquanto ainda era tempo. Mas a gente aprende, não é mesmo? De agora em diante, não vou mais disfarçar nada. E nem ceder tanto assim.

Da sua pequena"

Débora - A grande

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A rede solidária


Existe uma rede solidária de apoio a cada nova divorciada. Além dos amigos e parentes próximos, as pessoas que você adora e que adoram você, fazem parte desse grupo figuras anônimas, espalhadas por todos os lugares, numa operação comandada pelo anjo da guarda de cada uma de nós, tenho certeza (é, eu acredito em anjo da guarda. O meu é ótimo, inclusive). Estou falando do taxista que se despede dizendo "fique com Deus", da atendente da lanchonete que pega os seus óculos escuros para lavar quando percebe que você não está conseguindo limpá-los direito com o guardanapo, da velhinha do quiosque de doces que te dá uma bala quando você compra um picolé e diz que é para "adoçar a vida".


Parte importante desse exército anônimo atua nos salões de beleza. Experimente contar, num desses locais, que você é uma descasada. Ninguém vai perguntar os motivos de nada, só oferecer palavras de carinho. E contar a história de alguma conhecida que, depois de uma separação difícil, no mínimo um milhão de vezes pior que a sua, conheceu um homem incrível e está super feliz agora. Aliás, não me levem a mal, amigas solteiras, mas, de acordo com a rede solidária de apoio às separadas, os melhores homens do mundo são destinados a nós, as divorciadas.


Por acreditar que gentileza gera gentileza, desejo o melhor a todos os participantes da rede que me apoiou quando eu precisei. E, do meu lado, me transformo numa integrante desse time sempre que vejo uma nova divorciada por perto.


Isabela - A Divorciada

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Em ser um homem feminino

Lembram daquela música do Pepeu Gomes? “Em ser um homem feminino, não fere meu lado masculino...” E não fere mesmo. Aliás, reforça, encanta e desperta admiração. Há pouco tempo testemunhei dois exemplos bem próximos desta máxima. Os dois homens foram pais pela primeira vez recentemente. Um aos 30, outro aos 40. Ambos tiveram um menino.

Um deles quase ficou histérico no dia do parto tamanha era a ansiedade, parecia ser ele quem daria a luz. Na verdade foi quase, pois o futuro papai ficou na sala de parto segurando a mão da esposa durante todo o tempo. Da quase histeria para a determinação na hora certa, acompanhou tudo sem vertigens, sem medo, sem tremedeiras, sem desmaio. Ficou ali dentro da sala num claríssimo “tô contigo e não abro” como poucos que já vi.

Já o outro me contou que é capaz de ficar vendo seu filho dormir por horas seguidas e nem sequer notar o tempo passar. Fica lá, assumidamente babando, curtindo cada movimento da respiração, do rosto e das mãos do filhote... Enfim, corujar tem sido o seu esporte favorito nestes tempos. “Se soubesse que era assim, teria tido filhos antes.”, resumiu.

Queridas leitoras: ficaram espantadas? Pois é, foram dois homens que fizeram e disseram essas coisas. Sim, eles estão por aí e sempre estiveram. Vocês nunca perceberam? Num primeiro momento também me surpreendi nos dois casos. Só que, em seguida, percebi o quão infundada esta surpresa era. Eu simplesmente repetia neste espanto um padrão de comportamento que muitas mulheres adotam por ser este o mais fácil. Afinal, não tem nada mais moleza na vida que seguir o senso comum. “Ah, mas isso é exceção. Ah, mas isso não existe. Só mesmo fulano para ser assim”. Quanta bobagem...

Num português bem claro, o espanto é taxativo de quem adora categorizar. Colocar os homens num saco, e as mulheres no outro, por exemplo. Como se a vida fosse um armazém de secos e molhados. Que tal acordar e olhar para os lados sem preconceitos? Antes do gênero, vem a personalidade e o temperamento. E, principalmente, vem a sua escolha. Aconteça o que acontecer, uma escolha foi feita lá atrás.

Será que nada de bom resta de uma relação que terminou? Eu duvido. Sair melhor depois do fim é um grande lucro. E porque espantar-se quando homens dizem, com todas as letras, que pensariam mil vezes antes de sair de casa quando há filhos em jogo? Ué, pensaram que eles não estavam nem aí para as crianças? A realidade não é bem assim não.

Os homens não são todos iguais. Muito menos as mulheres. E então, vamos deixar de ver a vida em preto e branco?

Giovana – A Solteira

** Boletim da Solteira avisa: em breve, mais um episódio de “O Manual do Matador” – tchan, tchan – e a entrevista com um solteiro! Sim, finalmente encontrei um que curtiu a idéia de falar aqui.

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