Quanto vale um ex-marido?

Está no Diário de S. Paulo (http://www.diariosp.com.br/) de hoje: Nicéa oferece R$ 1 mil para quem ajudar a achar Pitta. E é para ela que eu escrevo esse post. Mas deixa eu explicar primeiro: o ex-marido da Nicéa e ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta, deve mais de R$ 200 mil em pensão alimentícia. E por isso mesmo está foragido da Justiça. Ela quer que ele dê as caras e pague o que deve.
Bem Nicéa, agora vamos nós. Em primeiro lugar, você está sendo muito generosa. R$ 1 mil, pelo seu ex, é muito. E não fique mal: seria muito pelo meu também, que sou uma mulher divorciada e te entendo perfeitamente. Não pague nada por ele, nem mesmo a sua energia merece ser desperdiçada com tal figura.
Eu sei, você está sem dinheiro, mas acredito que há alternativas. Vai na Caixa e penhora aquelas jóias, vende as roupas de grife há muito não usadas para um brechó. E os seus filhos, não trabalham? Não podem te ajudar por um tempo? Fala com eles. Qualquer coisa, menos apelar para o exu sem luz do seu ex. Não, Nicéa, não gaste R$ 1 mil com ele.
Não se convenceu ainda? Pois eu faço uma última proposta: junte-se a mim, vamos fundar uma ONG de apoio às mulheres divorciadas. A Liga da Justiça Unida Contra Ex-maridos Malas, que tal? Você seria a presidente, eu, a vice. Como você não trabalha, a gente pede aos nossos futuros financiadores uma verba para o seu sustento. É justo, você vai lutar pela causa. E, sabemos, terá (teremos) muito trabalho pela frente. Mas as coisas se ajeitam.
Só não vá gastar R$ 1 mil com ele. Eu não pagaria nem um centavo.
Fique bem.
Beijos,
A Divorciada

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Carta de amor fonte times, corpo 12, espaço 1,5

Os dois se conheceram na faculdade. Ele gringo, americano da Califórnia, mãe chinesa, pai judeu. Olhos verdes, rosto exótico, signo de Leão, e um português perfeito demais para quem estava há apenas três meses no Brasil. Enfim, uma mistura irresistível, impossível de passar em branco. O primeiro encontro foi numa aula, Cultura Brasileira era o tema. Mais adequado, impossível.

Rapidinho ficaram amigos. Amicíssimos melhor dizendo. Muitas voltas no calçadão de Copacabana, Ipanema e Leblon falando sobre o mundo, culturas e afins. Cinema, risos, festas, olhares intermináveis e bate-papos também. Ora em inglês, ora em português. Viviam grudados. Em comum, também, a timidez.

Um belo dia, uma colega de classe...

...peraí, rápido resumo da menina, sente o drama: americana, shape Burger King no café da manhã-almoço-jantar, caipira do Ar-kan-sá, sotaque de Pato Donald e, acho até hoje, com uma quedinha pelo american boy*...

.... menciona que o charme exótico ambulante talvez não fosse numa festa porque sua "girlfriend" não poderia. Epa! Armadilha linguística: seria amiga ou namorada? "Pato Donald" do Ar-kan-sá aprendeu português em Portugal. Falava pessimamente a língua de Camões e não fazia o menor esforço para reverter a situação. Ainda bem, pois quando tentava era um ora pois, ó pá só.

Não demorou muito para a verdade aparecer. Ele foi na festa, sim. Com a namorada. Menina emburrada e de olhar torto. "Ah, então é VOCÊ a amiga que ele fala tanto". Por pouco o cabelo da amiga não virou aço, os não olhos envesgaram e uma verruga não saiu no nariz com aquela mirada de ódio da menina.

O tempo passou e ele foi embora. Ia para a Itália e depois voltaria para casa. De Firenze, chegou um cartão. Lindo, escrito de próprio punho e prometendo contar tudo da viagem quando retornasse ao destino final.

Dito e feito, a tal carta chegou. Mas, engraçado, tava digitada no computador. Fonte Times, corpo 12, espaçamento 1,5. Pedaços em inglês, outros em português, como as conversas de antes. Deu para ler perfeitamente as quatro páginas, todas frente e verso. Começou pelos últimos destinos na Europa, seguiu por uma rápida passagem por Nova York para visitar o tio doente e, finalmente, aportou em casa.

Daí, foi um desabafo dele das lembranças do Brasil. E ela estava em todas as linhas. Assim como o arrependimento dele de não ter se declarado, que era ela quem ele queria e em quem pensava todos os dias. Agora, lá do outro lado do continente, sentia saudade do que não foi vivido. Mas não mencionava qualquer gana de correr atrás do prejuízo. Tava resignado, era prático. Afinal, digitou tudo no computador, fonte Times, corpo 12, entrelinha 1,5. A perícia norte-americana que descreve as reações do cérebro apaixonado, também serve para formatar o sentimento via correio.

Diante daquela situação, ela não teve dúvidas: rasgou a carta em mil pedaços, jogou no lixo e deu por encerrada a questão. Precisava de um amor à caneta, letra furiosa, algumas rasuras, e que resultasse em mochila nas costas e vontade de cruzar até o oceano para vê-la de novo. Por um cara desse, ela estava disposta a seguir o mesmo script de quem não tem tempo a perder.

A Solteira

* Não clicou no link? American boy, da Estelle. Musicão, me gusta. Vai lá, última chance.

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O Doce Veneno do Escorpião

Faz tempo que eu quero escrever um post com o nome do livro da Bruna Surfistinha. Não é um título ótimo? Eu acho, inclusive ainda vou ler o livro um dia por causa disso. E porque a considero uma mulher brava por se assumir tão completamente. Gosto de gente assim. Mas chega de enrolação e vamos ao que interessa:
Nivaldo, meu tarólogo, disse, recentemente, que eu tenho que ser mais escorpiana, mais passional, mais pomba-gira. E levar até o fim as características mais marcantes do meu signo, só tendo o cuidado de deixar essa mania de ser profunda em tudo um pouco de lado. Por isso mesmo, não foi à toa que, dia desses, me vesti de vermelho para ir a uma festão (um casamento). Era um vestido longo de cetim, desses que deixam as costas um tanto à mostra, vermelho vermelhíssimo. Cor de sangue, eu podia ser vista num raio de até 10 quilômetros, pelo menos. Bem, alguma coisa acontece quando a gente decide usar vermelho. E eu usei vermelho primeiro para mim mesma. Depois, para o mundo.
De um amigo gay: "Oi, lady in red. Tudo bom? Tá linda, arrasou!"
De uma amiga: "Hoje você está Julia Roberts em Pretty Woman."
Da mãe de uma amiga: "Huummm, mulher de vermelho, mulher fatal ..."
Da mãe de uma amiga parte 2: "Vamos dançar para chamar a pomba-gira, hahaha!!!!"
De um amigo hetero, muy guapo e dono de um sorriso matador: "Olha eu não sei o que você faz, mas consegue ficar mais bonita a cada dia. Tô falando sério ..."
É, Nivaldo, me dei bem. E fica tranquilo, que eu sei destilar direitinho o doce veneno do escorpião quando quero. Além do que, vermelho, você sabe, é a minha cor predileta.
A Divorciada

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Vovó só quer namorar

Hoje eu fiz uma coisa muito especial: levei minha vó para almoçar comigo no shopping Villa-Lobos. Não parece nada demais. Mas é. Minha vó vive numa cidade minúscula do interior de São Paulo, leva uma vida bem simples e não aprendeu até hoje a falar a letra L, que ela sempre substitui por R (chama seus filhos de Craudia, Craudio, Craudete, etc). Fomos ao América. Ela achou o cardápio muito confuso e, para facilitar as coisas, disse que ia comer o mesmo que eu. Uma fofa minha vovó.

Ela tem 71 anos e ficou viúva em 2000. Depois que meu vô morreu, ela descobriu os bailes da terceira idade, as viagens da terceira idade e até as olimpíadas da terceira idade. Descobriu também que não precisava mais fazer almoço todo dia, já que não tinha mais para quem cozinhar. E ela confessa que nunca gostou mesmo de fazer comida.

Pois durante o almoço ela me contou um pouco sobre sua vida amorosa. Foram 46 anos casada com meu avô - de quem, aliás, eu morro de saudade. "E se eu tivesse aceito o convite de um senhor do baile, já estaria casada de novo há dois anos", me revelou entre uma garfada e outra do espagueti veggie que pedimos.

- Ué, vó, e por que não casou com ele???, perguntei indignada

- Ah não...namorar tudo bem, mas ir morar com ele? Ter que cuidar da casa dele? Ter que cuidar dele? E ele já está com 78 anos!

Sábia vovó.

A Casada

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Casamento. Mas pode chamar de "a arte de negociar"

Nunca vou esquecer. Três anos atrás eu estava almoçando com uma amiga que estava para casar e com outra já casada. E eu mesma estava ensaiando a união das escovas de dente com Charlie. A casada foi logo explicando: meninas, não se assustem, casamento é difícil mesmo, tem que negociar tudo o tempo todo. É uma negociação por dia, das contas a pagar ao posto de gasolina ideal para abastecer.

Uma por dia, colega? Que lindo se assim fosse. São várias por dia. Negociações por minuto. Tem mais negociação em casamento que na ONU.

Hoje mal acordamos e já negociamos quem vai ficar com o carro, quem vai buscar quem, que horas vamos ao contador, quanto ele pode me emprestar porque esse mês eu tô duranga, o que vamos fazer no final de semana e outras coisas que já nem sei. E é fim de ano - tempo de negociar Natal e Reveillon. Isso sem contar as negociações domésticas que eu já desisti de discutir faz tempo, como a louça e a cama desarrumada. Pois não tem coisa mais chatinha que negociar - e brigar - por coisa tão pequena.

Imagine só os casais com filhos? Deve ter até assembléia diária na hora do jantar para estabelecer as resoluções do dia seguinte.

Mas difícil mesmo está de negociar os planos de 2009. Charlie quer viajar para Marte. E eu prefiro adotar um extraterrestre a ir para lá. Nossos planos definitivamente não se encontram. E essa tem sido a maior de todas as negociações em três anos de casório-união-estável.

Sobreviveremos a mais essa negociação?

A Casada

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Traída pelo traíra

Começou como uma amizade. Mas a intenção, desde o começo, era que ela fosse bem colorida. E foi exatamente o que aconteceu com aqueles dois. O romance não se cansava de novos cenários. Viam-se entre idas e vindas, pois os amigos coloridos viviam em cidades diferentes. A história era leve e divertida. Com uma pontinha de expectativa sempre à espreita... Quem sabe a coisa não engrena e vira caso sério? Mas será que é isso que se quer?! Ou melhor deixar como está? Questionamentos à parte, a história seguia seu caminho sem compromisso, só com o hoje e o agora. Cada passo pensado de cada vez.

Mas o rapaz revelou-se uma criatura complicada. História pregressa cheia de percalços. Não estava preparado para embarcar naquele vôo. Fechado para balanço, abriu o jogo a respeito. O problema é que a partner já tinha comprado o bilhete de viagem. Boba! Deveria ter perguntado antes. Mas já tinha apostado algumas fichas. O colorido tava tão bonito. Hoje, olhando para trás, ela vê que foi melhor como tudo se encaminhou depois. O cara era um Atlas de problemas complexos demais dentro da própria cabeça.

Os momentos de cada um eram descompassados. Porém, em comum, tinham admiração, respeito e tesão - porque não? - um pelo outro. Até o dia que o rapaz não soube medir o próprio passo e quebrou o encanto.

Numa amizade colorida, traição não existe. Basta não transformar em pó esse tal encanto. E saber escolher a outra. Sim, porque as mulheres se comparam e detestam saber que, mesmo por um único segundo, alguém menos em tudo ocupou o primeiro lugar. Ainda mais quando é menos em idade também... :-/

Se o passo mal dado acontece num círculo restrito, para desconfiar não custa nada. Para descobrir a verdade muito menos. E foi o que aconteceu. A amizade colorida desbotou em dois segundos, o chão sumiu. Mesmo sendo apenas, a-pe-nas, uma amizade colorida. E daí. Ela gostou do cara mesmo. Ele, quem sabe, também dela.

Não teve raiva, ódio nem chororô. Quando o chão reapareceu debaixo dos pés, a decisão foi simples e fria: "não vou ficar sabendo disso sozinha". Celular sacado do bolso, número do fofo discado. Ponto fraco do rapaz identificado: detestava que soubessem da vida dele.

Ele: "Tudo bem?"

Ela: "Mais ou menos. Fiquei sabendo de uma coisa muito chata. Que você passou a noite com a Fulana. E sabe como eu fiquei sabendo? Ouvi, sem querer, uma conversinha cheia de risinhos sobre você e ela. Como você foi ficar com uma menina que só queria te exibir para os outros? Juro, você é livre pra fazer o que bem entender. Não queria mesmo ter tomado conhecimento sobre esta história, muito menos deste jeito."

Ele (esbaforido, desesperado, apavorado): "O QUÊ?!?!? MA-MA-MAS QUEM É ESSA MENINA? DE QUEM VOCÊ OUVIU ISSO? É MENTIRA! É MENTIRA! É MENTIRA! É MENTIRA! NUNCA FALEI COM ESSA GAROTA. É MENTIRAAAA!"

Ela (começando a gostar da história): "Sinceramente, não me interessa. A gente não tem nada mesmo. Só que, não dá para negar, que eu odiei saber disso. E mais ainda: desta forma patética. Achei, de verdade, que você soubesse conduzir este tipo de coisa de outra maneira. Detestei saber. Saber o que sempre deve ter acontecido desde que a gente se conheceu. Mas não é da minha conta. Assim como o contrário. Só que de mim, esse tipo de coisa você nunca vai saber. Muito menos deste jeito. E é aí que reside a nossa diferença. É isso que faz a gente não ter mesmo nada a ver."

O resto da história foi uma gritaria (dele) só. Ela tava nervosa. Não imaginou tal reação naquela proporção nuclear. A ligação foi um tudo ou nada. Havia a total liberdade dele dizer que "sim e daí?" Essa resposta aniquilaria o moral dela. Só que ele não sabia disso. No risk, no fun. O cara perdeu o chão e a glória foi só dela, mesmo sentada na escadaria dos fundos do prédio. Ligação encerrada, ela teve um ataque de riso. Daqueles que o ar falta, a voz some e a cara fica roxa. A sensação de ter saído por cima foi indescritível. Mas a dúvida ainda pairava no ar.

Duas semanas depois, um mail dele querendo saber como ela tava e quando iria visitá-lo de novo chegou a provocar saudade dos bons tempos da amizade colorida. Mas ela já tinha comprado o bilhete para outra viagem. Consigo mesma e para a Europa.

"Desculpa, mas viajo semana que vem. Aquele mochilão que te falei. Um mês rodando pela Europa, com celular em casa e dentro da gaveta. Não vai dar para a gente se ver agora. Quem sabe vou aí a trabalho na volta e a gente tenta se encontrar. Sorry, babe. Beijo."

A Solteira

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Mulheres de fases, a la Woody Allen

Se você ainda não viu "Vicky Cristina Barcelona" então não leia este post, pule para o próximo e, pelamordedeus, resolva isso na sua vida indo a uma sala de cinema mais próxima. Agora, se você já viu, então gostaria de um lero contigo sobre la última película de Woody Allen.

Taí um filme que não termina depois que as luzes se acendem. Levamos tudo o que vimos conosco, e recordamos outras tantas caso a sorte de ir a Barcelona já tenha ocorrido na sua vida. De cenários, o filme é sedutor por si só. Como não querer pegar o primeiro avião até Oviedo? Ou alugar um carro, fazer a costa do Cantábrico rumo a Avilés, e então sentar-se na frente daquele mar sem fim e ficar admirando o farol e tudo em volta? Simplesmente irresistível. Não esquecendo de um bom vinho para acompanhar, claro. Destinos marcados na agenda para serem conhecidos muito em breve, quem sabe.

Sobre as personagens, curioso, acho que somos todas em uma. Quem nunca agiu como Vicky quando surpreendida pela vida? Quem nunca desejou o desprendimento de Cristina ao aceitar o convite do personagem de Javier Bardem para um final de semana incrível? Aliás, aqui cabe um parênteses: até para a Maracangalha iria se o Bardem me convidasse. E você? :O)

E, quem não tem uma María Elena (Penélope Cruz) dentro de si, que atire a primeira pedra.

O grande barato deste filme é justamente essa sensação que ele nos provoca. Nos diz o tempo todo que somos cada uma delas, dependendo da nossa fase. Afinal, somos mulheres! E, aconteça o que acontecer, é o que fazemos com as nossas experiências, com o que aprendemos graças a cada uma delas, o que realmente importa.

Cristina saber o que não quer é sim uma grande coisa. De verdade. Vicky sustentar sua vidinha american way of life, quando o que queria mesmo era que todas as cores de Gaudí invadissem a sua vida, é que é de fato discutível. Porque que é o racional, o convencionalmente certo a fazer e, por isso, tão banal. É muito fácil escolher o que está mais à mão, decidir sobre grandes coisas como se fossem pequenas. Mas não são.

Ao passar uma noite incrível com o pintor interpretado por Bardem, assim no susto, e ao admitir para ele com todas as letras de que estava morrendo de medo do que sentia pelo cara, Vicky parecia que se libertaria daquele "freio" de racionalidade. Mas o caminho rumo ao aeroporto foi mais forte.

Agora de quem dá inveja mesmo é da Maria Elena. Sim, porque o coração, mente e corpo do pintor pertencem a ela. Talvez porque ela não tenha censuras, seja só emoção, mesmo daquela forma canhestra e sem limites. É impossível conviver, mas não dá para esquecer. Parece não haver remédio para o amor romântico entre os personagens de Bardem e Penélope Cruz. E aí, de novo, o filme nos fala que é o que fazemos das nossas experiências o que realmente importa.

Por aqui, fico torcendo para que Vicky, ao se deparar com aquele marido usando chinelinhos sentado na cama com seu laptop e olhando a super TV japonesa, largue tudo e pegue o primeiro vôo de volta para Barcelona. E que Cristina continue sua travessia doida descobrindo o que realmente não quer. Uma hora ela se acha. Alguém duvida?

A Solteira

PS: o filme deste post você já sabe. A trilha sonora é esta.

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Conselhos de mãe


As nossas mães são três mulheres sábias, espertas, lindas e fofas. E nos ensinaram (ensinam ainda) muito sobre a vida. Tanto que nós decidimos dividir com vocês as principais lições que recebemos delas sobre os homens. Divirtam-se e aprendam com elas vocês também.


Beijos,


A Divorciada


"Filha, homem tem que ser inteligente, charmoso e limpo. Não precisa de brinquinho, cabelo grande, nada disso. Homem tem que ser limpo, cheiroso e inteligente!"


Hahahahahaha! Não é muito bom? O cara ter que ser "limpo"! Isso que o pai dela, meu avô, era italiano. Ou seja, não era lá muito limpinho como todo europeu que se preza... Imagino se eu dia eu aparecesse em casa com um cara ostentando um mega dread, um piercing tipo de touro no meio do nariz, e umas tachas em volta da sobrancelha. Ah! E com uma tatoo estilo samurai cobrindo todas as costas, além de alargador nas orelhas. UAU!


A Solteira


"Filha, homem não tem que ser bonito. Tem que ser acolhedor, cuidadoso, atencioso. Homem bonito dá trabalho demais".


Meu primeiro namorado era um tipão que chamava a atenção: 1,85, olhos azuis, pele clara, cabelo castanho claro, jogador de basquete. Foi aquele típico primeiro amor. Não era exatamente boniiiito, mas chamava atenção. Principalmente porque era simpático e brincava com todo mundo. Depois de um ano e meio de namoro, claro, tomei um chifrão (coisa que ele nega até o fim, mas, ha ha ha, até o papa sabia). Pois em meio aquela choradeira toda, mamãe me disse: "Filha, homem não tem que ser bonito. Tem que ser acolhedor, cuidadoso, atencioso. Homem bonito dá trabalho demais". Bem, é claro que acho Charlie lindo, mas ele não chama essa atenção toda. Faz mais o gênero tímido, introspectivo (esses são os melhores!). E é acolhedor, cuidadoso, atencioso. É, portanto, lindo! Será que segui os conselhos de mamãe?


A Casada


"Homem não tem que ser bonito, tem que ser gostoso"


Era assim que mainha respondia sempre que alguém dizia que o meu irmão mais velho era o patinho feio da casa. Talvez pela força das palavras dela, a mulher mais poderosa que eu conheço, ele cresceu e virou um homem lindo. Para ninguém botar defeito. Mais do que isso, o principal bordão masculino da minha mãe influenciou a minha maneira de ver os homens, as minhas expectativas em relação a eles. Deve ser por isso que eu acho o Daniel Graig, o atual James Bond, um espetáculo. É, porque vamos combinar que o cara não é lá tudo isso! Se estivesse no Viaduto do Chá, vendendo DVD pirata, ninguém ia dar a mínima. Só eu, claro. Mas alto lá que esse texto não é uma ode aos homens feios, que esses dão um azar danado (experiência própria, hahaha!!!!). Eu reverencio os imperfeitos, os anti-convencionais, os gostosos. Os melhores, né mainha?


A Divorciada


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Vicky ou Cristina?

Fiquei tão intrigada com o comentário do post da minha amiga Divorciada, A festa do meu divórcio, que aproveitei o feriadão e fui lá conferir o novo filme almodovariano de Woody Allen. Vicky Cristina Barcelona é ótimo, bem-humorado, uma delícia. E me fez pensar muito no contraponto que as duas personagens fazem. Uma é rígida e controladora demais. A outra é 100% easygoing, cuca fresca, quase maluquete. Uma aposta todas as fichas no relacionamento sólido, firme, promissor, com o coxinha master (ou o foRfo) que certamente lhe asseguraria a vida dos sonhos, cheia de filhos, casa grande, TV japonesa de última geração. A outra vive o que vier. Sempre em busca de alguma coisa que ela não sabe bem o que é. Aliás, ela só sabe o que ela não quer. Só que a vida traz surpresas. E enquanto Vicky não sabe bem o que fazer disso, Cristina experimenta, acreditando na sua eterna busca.

Fiquei pensando no que a Divorciada disse, que ela seria uma se tivesse continuado seu casamento e que agora ela é a outra. Matutei, matutei e cheguei à conclusão de o ideal seria ser um pouco das duas. Afinal, a rigidez de Vicky e seu medo de sair da zona de conforto é de dar agonia até mesmo num ser casado e que gosta da zona de conforto como eu. Por outro lado, a busca de Cristina é angustiante. Eu entendo perfeitamente os medos e receios da casada Vicky - não é fácil mesmo lidar com esses conflitos. Como assim aparecer um Javier Bardem em sua melhor forma na véspera do casamento? Isso é de desestabilizar qualquer uma! E entendo também a gana de viver tudo o que pintar pela frente que Cristina tem.

Será que existe esse ponto de equilíbrio entre duas personalidades tão distintas? O filme fala de amor, paixão, romance. Mas acho possível fazer um paralelo com os outros aspectos da vida.

Uma coisa eu sei: Maria Elena é que eu não sou! haha

Aliás, palmas para a atuação de Penélope Cruz. Arrasou.

Ops, contei o filme? Contei nada! Woody Allen é sempre surpreendente. Isso aí é um resumo tontinho de blog. Vale muito a pena ver.

Ah, sim, e foi um prazer rever a cidade onde passei três meses em 2003. Barcelona continua um espetáculo.

A Casada

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O leão de salto alto

Festão com gente importante pede figurino incrível. Figurinho incrível pede sapatos lindos. Sapatos lindos quase sempre têm o quê? Saltos altíssimos! Pois, para uma criatura que chegou nos 1,61m e estacionou (como eu!), um salto alto é o passaporte para a auto-estima inabalável. Isto posto saquei do armário um par de sandálias pretas cheias de tiras, e amarração de cetim, salto tipo 10, ou seja, lin-das! Confiante deste ser o toque para um figurino arrasador, calcei a minha afirmação pessoal de mulher fatal para aquele noite sem medo de ser feliz.

Nos primeiros cinco minutos dava para perceber que, de fato, se cruzasse com um pedólatra teria sido pedida em casamento. Ótimo, queria mesmo chamar atenção. Afinal, estava quase com um 1,70m!!!!! Um recorde para mim. Deus, porque não cheguei lá!? Só que por outro lado, senti o calo que tenho na sola do pé direito, e que fazia tempo não dava o ar da graça, já começar a se manifestar.... Pensei: Relaxa, vai dar tudo certo. Já tive vários sapatos malditos, fiz balé clássico mais de 10 anos, tenho calo de dançar com sapatilha de ponta. Vou tirar de letra.

E lá fui eu para a festa. Cabelão e saltão, um leão exibicionista, e de saltos! A pessoa gosta de andar e foi desfilando e exibindo charme aqui e acolá. Deu até para sambar. Sacolejar o esqueleto loucamente. Tava tudo indo bem até que o calo começou a doer num nível insuportável.

Meu pé parecia a pedra onde estava a espada do rei Arthur, saca? Os dedos, cruzes, começaram a ficar dormentes. Aos poucos, a coluna envergou e o leão que era puro charme começava a dar sinais de que se transformava numa pata choca. Sim, porque o corpo tem vontade própria e, para compensar a dor nos pés, dava um jeito de aliviar o peso do corpo sobre eles, tadinhos.

Só que a solução encontrada não era a que mais beneficiava o andar gazebo do leão, yo. Á aquela altura, meu traseiro tava lá atrás, as costas já davam sinais de lordose e os pés só caminhavam em direção a um banco, cadeira, mesa, enfim, qualquer coisa onde pudesse me escorar.

O brilho foi apagando e o fim da linha se apresentou, literalmente, num sarjeta. Sim, o leão, destruído, sentou-se no meio-fio da calçada. Era o final daquela exibição. Tudo estava terminado quando eis que avisto uma pessoa da produção da festa. Abano, grito, chamo desesperadamente. Minha salvadora me vê e vem em minha direção.

Pelamordedeus, alguém de vocês tem umas havaianas ou qualquer sapato em que seja possível andar? Ela prontamente me levou para a sala de produção. Abriu a bolsa de uma das meninas e só conseguiu achar um pé de havaianas e um pé de bota. É que a garota andou com um pé quebrado. Mas usa assim mesmo, vai ficar legal. Achei melhor não seguir o conselho.

No instante seguinte, entra outra menina da produção na tal sala. Meu desespero era tanto que pedi um sapato emprestado assim mesmo, sem nunca ter visto a criatura antes. E se ela tivesse chulé? Pois a fofa saca um par de sandálias roxinhas, sem salto e que ainda por cima combinavam com o meu dress code. Deixei as minhas sandálias pretas como garantia (coitada dela se tivesse que ficar com elas...) e fui curtir o resto da festa que me aguardava. O cabelão continuava lá, mas estava defasada em 10 centímetros. No entanto, estava livre para fazer o que bem entendia! Baixinha mesmo, e daí?

Bom, no dia seguinte, ao pisar no chão, senti uma bolsa embaixo do meu pé. Lembrei da sola dos pés dos felinos. É, acho que virei um leão mesmo, pelo menos só ali naquela parte do corpo.

A Solteira

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O melhor do Uruguai

Fantasia de viagem: você está num museu pequeno, de um pequena capital da América do Sul, às 15h de uma quarta-feira, quando entra numa sala e vê, de costas, um homem sozinho, que parecia elegantérrimo em seu sobretudo preto. E, na hora, pensa: ele bem que podia ser bonito e olhar para mim. Sim, ele era lindo. E até a madrugada seguinte não tiraria os olhos dessa blogueira aqui.
Eu tinha chegado em Montevideo há duas horas, tempo suficiente para deixar a mala no albergue e ir correndo almoçar no Mercado do Porto, de onde tinha acabado de sair. Foi a minha primeira viagem completamente só. E também a primeira do meu novo estado civil. Talvez por estar tão entretida com a situação, não consigo lembrar como foi que ele me abordou depois de, esperto, esperar que eu visse todos os figurinos daquela ala do Museu do Carnaval. "Mas você acabou de chegar?", "Está viajando sozinha?", "Que experiência ótima!", "Saí do trabalho agora e estou livre até às 18h, quando tenho um curso. Posso te acompanhar?"
Em todos os sentidos, eu não poderia ter arrumado guia melhor...Em uma hora, estava absolutamente situada pelas ruas do Centro Velho, meu pedaço predileto na capital do Uruguai. Tomando vinho de uva tannat num banco de praça, falando da vida, das viagens, de como estamos tão longe e tão perto de nuestros hermanos da América do Sul. "Mas, vem cá, além de não ter namorado, você nunca se casou?" Ele teria perdido 30 mil pontos se eu não fosse uma mulher divorciada, se não tivesse me casado. Será que a gente deixa perceber isso de alguma forma? Leva uma marca? Tipo uma estrela de Davi? Disse que sim, que tinha me separado. "Sei como é, também terminei um namoro de cinco anos faz pouco tempo". Agora sim.
Papo vai, papo vem, já eram 18h. "Não tenha a menor dúvida de que eu faltaria esse curso hoje para a gente continuar passeando, mas é que eu tenho prova. Posso passar no seu albergue às 22h?". Preciso dizer que na hora marcada ele estava lá? E que, dali para a frente, ao lado daquele homem lindo, eu teria uma das noites mais agradáveis da minha vida? Com direito a muito samba, salsa e sangría no bar El Pony Pisador? Não, eu não precisava mesmo de mais nada. Nem de ter terminado a noite bem do jeito que eu terminei, nas escadas da Prefeitura de Montevideo...
É por essas e outras que eu, que nunca tinha tido um romance de viagem, sou a maior defensora do turismo no Uruguai. E não pensaria duas vezes se o gênio da lâmpada me desse meia hora em qualquer lugar do mundo para montar o meu harém particular: Avenida 18 de Julho, Montevideo, lá pelas 18h, por favor. Horário em que os homens mais lindos, sexies, másculos e doces do mundo saem do trabalho. E vão chiquérrimos para casa, com suas roupas de frio.
É meninas, assim como o melhor do Brasil é o brasileiro, não tenham dúvidas: o melhor do Uruguai é o uruguaio.
PS: Te mando un beso, morocho.
A Divorciada

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A festa do meu divórcio

Em reportagem publicada na edição de hoje, domingo, do jornal Diário de S. Paulo, a jornalista Cristina Christiano relata o surgimento de um novo tipo de festa: a despedida de casados. Ou seja, um jeito de comemorar o divórcio. E isso pode ser feito tanto pelo casal que está se separando numa boa (como foi o caso dos chiquérrimos Yolanda Penteado e Ceccillo Matarazzo, que organizaram um grande evento para comunicar a decisão à sociedade), quanto por uma das partes apenas. E isso com direito a "bem-divorciados" e balões com a inscrição "single again" (solteiro outra vez) na decoração.
Achei inspirador. E já decidi: quando fizer um ano de divorciada, vou comemorar a data. Como fazer festa custa caro, principalmente quando se vive na cidade com o custo de vida mais alto do Brasil, não sei se farei algo do tipo. Talvez convide os amigos para uma balada nervosa, daquelas que vão até de manhã. Talvez vá para a balada sozinha, coisa que nunca fiz. O importante é celebrar a minha vida nova. Ter a compreensão de que o divórcio deixou tudo mais divertido.
É bom ser "single again". E inspirada pelo ótimo Vicky Cristina Barcelona (http://www.vickycristina-movie.com/), que assisti hoje, concluir que eu teria sido Vicky se tivesse continuado casada. Pois agora, ainda bem, eu sou Cristina. E não quero outra coisa senão viver com paixão.
A Divorciada

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Com vocês, o foRfo!

Ahá! Acharam que eu ia deixar passar em branco aquele post da amiga Casada na balada? Que nada! Desde que li o relato, não sai da minha cabeça o trecho do cara que deu em cima dela, e depois ficou horrorizado quando nossa Casada disse ser casadíssima - aliás, o maridão dela é carinhosamente chamado de Charlie pelas suas comparsas de blog. Afinal, somos as Panteras não é mesmo? Foto não mente, gente!

Bom, o que mais me chamou a atenção é que ela classificou o cidadão de "forfo". É uma forma que o sotaque paulistano encontrou de reforçar ainda mais o ridículo que acomete a tal criatura, digamos, fofa. E para uma carioca da gema, ouvir "foRfo" é igual ouvir piada de português daquela das boas. É engraçado!

Sem mais firulas, desde então, fiquei imaginando como identificar ele, o "forfo", a versão mais esdrúxula do the wrong man target. Enfim, aí vai! Quem quiser adicionar mais itens, comentários a cá por favor!

Itálico
Atitude: foRfo que se preza acha que tem olhar matador. É aquele cara que no meio da situação está olhando o ambiente, tal qual um radar de fofice, achando que assim visualiza melhor sua(s) "presa(s)". Sim, o foRfo se acha caçador, por isso, estabelece vários targets na noite. Em um ao menos ele anseia acertar.

Mas ele não é el matador! Óbvio.... Particulamente, acho os tímidos. :O)

Aliás, essa é a melhor parte, pois quando o foRfo tá vindo com o fubá, nos já estamos voltando com um caminhão de pamonha, bolo e broa, rindo há horas da criatura sem nexo que invade o salão com um copo de chopp quente achando que tá arrasando o coração da mulherada.

Dress code: foRfo que é foRfo tem um dress code bem abrangente. Caso não, o que dizer de um guarda-roupa recheado de pulôvers - que ele teima em usar por sobre os ombros achando que é o maior charme? E as camisas de trabalho, que o foRfo usa pra sair, e claro acabam com as mangas amassadas e com pizzas debaixo do braço? Sim, o foRfo sente calor, sua, ué?! Então, num arroubo de macheza arregaça as mangas e segue rumo ao ataque, achando do grande barato ficar ajeitando as mangas como um cacoete charmoso capaz de reforçar ainda mais a sua masculinidade.

O cinto tá sempre aparente, camisa pra dentro, pois o foRfo é um rapaz educado. A calça procura ser sempre trendy, muitas vezes Diesel porque os amigos usam e ele precisa estar sempre na moda. Afinal, ele é um foRfo!

Gírias: todas as frases do foRfo enquanto dá em cima de uma mulher.... ou melhor: enquanto xaveca uma mina tem "gata" em algum momento. O cara te conhece nem faz cinco minutos e já te chama de "gata" a cada vírgula usada. Putz, porque não é o cara que a gente tá afim que faz isso? FoRfo mal sabe, mas isto deixa a gente ainda mais sem saco pra ele. Por causa desta associação que fazemos com o fofo desejado (o do pensamento).

Acessórios e afins: essa é a minha parte preferida, pois o foRfo se revela mesmo é nos detalhes. Tem aqueles que não usam acessório nenhum. Mas, quando baixa o aspiracional H.Stern na criatura, aí sai debaixo. É anel em quase todos os dedos, do polegar ao mindinho. Em tempo: anel no mindinho, na boa, fecha a banca e vai se olhar no espelho. Um cara com anel no mindinho dar em cima de você é porque tem alguma coisa errada no reino da Dinamarca. Cordão então, vixe!

Isso merece um parágrafo à parte. Reparei que isso é um must have entre os foRfos paulistanos. Parece que quando mais grosso e evidente o cordão, mais másculo e atraente eles acham que são. Pra mim, que sou do Rio, cordão é coisa de bicheiro, dono de bingo, ou seja, é brega, cafona de úRtima, e tenho dito! Cordão é brochante. Só falta o anel no mindinho, unha deste dedo comprida e reboco de ouro no dente. Pano rápido!

Na cabeça tem muito gel. O cabelo fica aquela placa compacta, tipo cabeça de playmobil e é isso aí. O cara acha que tá arrasando. Imagina pegar um cara desse? Quem gosta de mexer no cabelo (o que aliás é bom pacas quando a gente tá com um gatinho), faz o quê? Senta e chora, né?

FoRfo tem sempre rosto de bebê. Parece que é pecado usar barba. Sei lá, mas conheço muita gente que gosta de homem com barba e eu me incluo neste time. O cara tá sempre cheirando a pós-barba Bozzano, igual pai e avô.

Por fim, antes que o foRfo queira cometer suicídio depois de ler tantos impropérios, a parte final, da cintura pra baixo. FoRfo que é foRfo usa bermuda com tênis e meia e acha isso supercasual. Mas fica igual a um gigante de cinco anos de idade. Vai pegar pra criar? Eu tô fora. O rapaz também adora um boné, nada contra. Mas quando usa virado é porque acha cool. Só que este é o motivo errado, tsc, tsc... De novo, um gigante de cinco anos de idade.

Para trabalhar, sapato social, uma exigência do trabalho. Ou tênis, normal. Mas para dar uma voltinha com a "gata" ele vai de mocassim. Sim, aquele sapato hediondo, com costura em cima e tachinhas de solado. Isso mesmo, as tachinhas SÃO o solado. Arrrrgh! Para mim, é fim de caso.

Deus me livre, um foRfo na minha vida!

Beijos,
A Solteira

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3 x 30 indica

Adoramos blogs. livros, séries, músicas e filmes mulherzinha. Adoramos, aliás, essa "onda mulherzinha". Então aí vão duas dicas bacanas. A primeira é o blog Kit Básico da Mulher Moderna, da Renata, que nos visitou e nos indicou no blog dela. Passei um tempão lendo os posts, me divertindo. Renata, podemos roubar essa sua idéia de entrevistar homens comuns e anônimos para tentarmos entender melhor a cabeça do sexo oposto?

Outra dica são os livros do selo Essência, o braço feminino da Editora Planeta, que faz livros ao melhor estilo "chick lit", sobre as aventuras, alegrias e percalços da mulher moderna. Como tenho uma amigona que trabalha lá, volta e meia recebo os lançamentos. Ontem ela me mandou o Pacto de Infidelidade. A trama envolve quatro mulheres casadas, mães, bonitas, ricas e entendiadas com a vida ok que levam no subúrbio de Los Angeles. Para dar uma mexida naquela pasmaceira, decidem fazer um pacto entre elas: todas trairiam seus maridos durante um ano. Só que a "brincadeira" fica perigosa quando uma pessoa de fora do círculo das amigas descobre.

Eu comecei a ler ontem mesmo. E é um desses livros que quando você vê, já leu metade. Quando eu terminar, escrevo dizendo se vale a pena

beijos e ótimo fim de semana,

A Casada ;-)

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Solteira, Casada e Divorciada comentam

Recebemos uma cartinha de uma leitora - aaaah, meu sonho sempre foi poder dizer isso! desde os tempos em que eu assistia Xuxa e sonhava em brincar naquela montaaaaanha de cartas que ela recebia! - mas...foco, Casada, foco...como eu ia dizendo, recebemos um E-MAIL de uma leitora pedindo que comentássemos um e-mail que está circulando por aí chamado "Como mulher complica...".

É um e-mail grande demais, por isso não vou postar aqui. Mas vocês já devem ter visto. É uma mulher contando detalhadamente o que as moçoilas normalmente fazem para sair com um Zé Ruela qualquer. Desde o tormento da depilação até os retoques finais da maquiagem, passando pela calcinha fio-dental ultra-mega-master sexy. E ao mesmo tempo em que ela vai detalhando todo o processo de embelezamento, ela se questiona o porquê disso tudo, já que se trata de um Zé Ruela que muito provavelmente só quer jantar a moça e nem vai ligar para ela no dia seguinte.

Pois bem. Nossa leitora pediu o ponto de vista de cada uma de nós sobre o tal e-mail/corrente.

Aí vão nossos coments.

Divirtam-se!

A Casada

ps: se alguém quiser ler esse e-mail, só pedir e nós mandaremos!


A Solteira

Querida, se é para passar tanto estresse quando um cara te convida para sair, melhor entrar para o convento. Tudo aquilo ali, qualquer mulher faz num piscar de olhos e sempre.

A Casada

Hum...hum...hum...eu discordo da minha amiga solteira. Acho que sou meio anti-exemplo de mulher. Aliás, por essas e outras, nem consegui terminar de ler o e-mail. Absolutamente não me identifiquei. Não sou de fazer mão, pé, sobrancelha, malhar feito uma retardada, fazer dieta do queijo, etc. Menos ainda por causa de homem. Aliás, bem pelo contrário. Nos meus tempos de solteira, nunca vou esquecer do dia em que estava lá no motel e me dei conta de que estava com a calcinha dos 101 Dalmatas! HAHAHAHA. Não que eu não me cuide ou não ache que os homens não mereçam. Não, não...só nunca deixei de ser quem eu sou, em momento algum. Quem não me conhece deve estar me achando meio bruxinha, mas querem saber? Nunca deixou de chover na minha hortinha. Agora, mais velhinha e casadinha, tô até mais vaidosa. Mas esse ritual todo do e-mail me parece coisa de gente sem amor próprio.

A Divorciada

Em primeiro lugar: como assim, sair com um Zé Ruela? Se o cara não vale a pena, melhor marcar uma balada com as amigas, ir ao cinema sozinha, ficar em casa lendo e ouvindo música. Qualquer coisa, menos apelar para a companhia de quem não honra as cuecas que veste. Observação número dois: vestir-se bem, fazer depilação e pintar as unhas não são cuidados que a gente deve ter para o outro. Mas para nós mesmas. O que pode ser mais básico do que amor próprio? Hello!!!!! Outra informação mentirosa dessa corrente: os preços estão completamente desatualizados!!! Ou alguém conhece algum lugar onde é possível fazer a mão e o pé por R$ 15? E comprar um conjunto bacana de lingerie por R$ 50? Difícil, bem difícil. Moral da história: esquece essas teorias da conspiração que aparecem no seu e-mail. E aproveita....

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Ela não fazia café para mim

Se tem uma coisa que me diverte e ao mesmo tempo me choca nas histórias sobre divórcio são as justificativas que os homens dão para o fim de um casamento. Sim, porque eles são imbatíveis em matéria de criatividade nesse campo. Vamos aos fatos, ou melhor, às desculpas: "ela já não pintava mais as unhas da cor que eu gostava" , "tinha postura de diretora no trabalho e em casa", "não fazia café para mim" (a minha predileta).

As três pérolas cima foram ditas por dois homens diferentes, as duas primeiras por um e a terceira por outro. Detalhes fundamentais: o ex-marido número 1 nunca disse à mulher que sentia falta daquele tom nas mãos e pés dela. Nem tampouco reclamou que a considerava uma "diretora" dentro de casa. O ex-marido número 2 matava e morria por um café expresso. E por isso mesmo preferia fazer sua primeira refeição do dia na padaria mais próxima...

Fico imaginando o tamanho da culpa que leva alguém a dizer esse tipo de coisa. A precisar dessas muletas para explicar o fracasso de uma relação. A covardia de admitir que acabou porque acabou. Uma mulher não tem pudor de deixar claro que quis terminar, levar a vida sozinha ou em outra companhia. Para eles parece ser mais difícil. Talvez pelo peso de anos e anos do cumprimento do papel de macho provedor e responsável pela mulher, aquela que lhe foi entregue por outro homem, aliás, no altar da igreja. O peso de um papel que já não existe, mas que está lá, firme e forte na memória genética do homem do século 21.

Uma culpa que, no turbilhão do divórcio, vira teatro puro. Encenado pelos mais patéticos atores.

A Divorciada

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Profissão: tia

Quando se passa dos 30, e ainda se é solteira, percebe-se que a Natureza é mesmo uma força implacável. Afinal, que lei divina imporia a todas as mulheres balzacas (ou quase todas) que não tem filhos o destino mais certeiro de todos: gente, solteira depois dos trinta é exercer o papel de... tia!

Eu mesma sou tia de três figurinhas, sendo dois deles gêmeos e um deles afilhado - esqueci de citar que solteira trintona é tia, e madrinha em algum momento também. E detalhe: o quarto sobrinho, ou sobrinha, vem por aí.

E você, quando pensa em ser mãe? Não, não me fizeram esta pergunta ainda. Mas deixa essa prezepada começar... Terei prazer em exercitar a criatividade como já feito no caso das perguntas de cunho update amoroso. :O/

Eu gosto de ser tia. De verdade. E olha que não sei cozinhar direito, nem fazer crochê, muito menos escolher para as crianças coisas como roupas entre outras tralhas que a gente odeia ganhar quando se é pequeno. Outro dia, entrei numa loja de brinquedos e surtei.... Testei todas as traquitanas do mundo moderno - e pequeno. Gente, como se pode presentear uma criança com roupas?!?! Isso deveria ser crime!

Até uma Barbie morena eu achei nessa tal loja. Isso na infância dos anos 80 era impensável! Só tive Barbies branquelas, louras ou ruivas. Ou seja: nada a ver com a minha pessoa. Só uma menina ricaça que era minha amiga tinha uma Barbie morena. Ficava dentro de uma das gavetas do quatro de brinquedos dela. Sim, ela tinha um quarto só de brinquedos e com uns gavetões dos quais saltavam todos os brinqueditos mais maravilhosos e inesquecíveis do universo. E ela deixava todas as meninas brincarem com eles.

Aliás, foi quando entendi o que era amizade. Porque a menina, mesmo riquinha e com todos os rococós possíveis, era desapegada daquilo tudo. Só entrava no tal quarto "ilha da fantasia" quando as amigas estavam lá. E deixava a gente curtir tudo como se fossem nossos os brinquedos dela.

Voltando ao assunto original do post, é o seguinte: ok, é possível curtir ser tia e pensar em maternidade em algum momento da vida. Mas com alguém que realmente valha a pena. Nada de wrong man target para esta missão! Aliás, isso merecerá um post...anotado! Entrar numa loja de brinquedos de vez em quando é uma catarse, vale a pena. E, na boa: quando pensar em comprar uma roupitcha para o seu sobrinho, simplesmente entre na loja de brinquedos mais próxima. Você pode até comprar aquele par de meias que ele irá usar até furar. Só que este presente, por favor, entregue diretamente aos pais do pimpolho, combinado?

Daqui uns 15 anos, você vai achar incrível o seu sobrinho(a) lembrar de você como aquela tia porreta que deu aquele brinquedo sensacional. O que é um brinquedo perto de uma lembrança dessa, heim?

A Solteira

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A casada na balada

A casada na balada é um evento anual tal qual a Páscoa e o Natal. Algumas vezes chega a ser semestral. Exige um esforço, uma força de vontade e uma determinação sobre-humana. Não estou falando de conversa em mesa de bar e nem de pizza na casa dos amigos - afinal, essa sim é a balada da casada! Mas sim de sair para dançar, se acabar e voltar cinco da matina relembrando os bons tempos da faculdade.

E eu, que já sou preguiçosa por natureza, tenho tendência a ficar em casa vendo A Favorita fácil, fácil. "Você troca uma balada com muita cerveja, música boa e animação pela novela das oito? SIIIIIIIM".

E o mais contraditório é que sou uma pessoa festeira por natureza. Gosto de farra. Sou a animadora - ao lado de uma prima maluca - das festas de família, sou chegadinha numa cerveja e a-do-ro requebrar ao som das músicas mais cafonas do mundo.

Mas a balada me dá preguiça. Mesmo nos tempos de solteira eu já era assim. Essa coisa de fila para entrar, consumações mínimas a pagar e o clima de guerra total, putz, nunca gostei muito disso.

Agora, então, quando eu saio, parece que está escrito na minha testa: sou casada, não bula comigo! Nem preciso usar aliança para afastar xaveco de noitada. Mas ainda assim, quando algum insistente avança, e acabo dizendo que sou casada, sou fuzilada. O forfo reage de uma forma que parece dizer: "então o que a SENHORA está fazendo aqui??". Como se balada fosse um território de azaração pura. Nada mais, nada menos.

Pois há umas duas semanas, saí com amigas muito queridas. Fomos nessa mesma Choperia Liberdade de onde minha amiga Divorciada foi expulsa. Fui lá para beber e cantarolar. Eu estava num clima tão bom de curtir as minhas amigas que a noite foi uma delícia. Não teve guerra e nem fuzilamento. Simplesmente curti a farra. Cantei (mal) pacas. E até banquei a cupido para uma amiga recém-separada.

Cheguei em casa quase quatro da matina com muita cerveja na cabeça. Maridão roncava profundamente. E pela primeira vez caiu a ficha de que é perfeitamente possível ser uma casada na balada. Por que não?

Considerei até em aumentar a frequência de saídas para 3 vezes por ano.

Mas que dá uma preguiça, ah isso dá!

A Casada

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Se joga na balada!

'Ai que saco esse monte de gente fumando na minha cara'. 'Eu quero a minha cama'. 'Por que eu não fiquei em casa lendo?' 'Não agüento mais esses chatos me perguntando de onde é o meu sotaque!' 'Será que esse show vai demorar muito para acabar?'
Foi assim que eu me senti na minha primeira balada de divorciada. Menos de uma semana depois do fim, fui com o meu irmão mais velho e um grupo de amigos dele ao Studio SP, que na época ainda funcionava na Vila Madalena. Não deixei que ninguém percebesse a minha birra. Talvez tenha ficado um pouco mais quieta do que o normal, mas sem resmungos ou cara feia. Isso eu guardei comigo, que ninguém ali tinha nada a ver com os meus problemas.
Aí veio a segunda noite....Já na companhia de duas amigonas, livres, leves e soltas como eu, emendei uma festa com uma passada no Milo Garage, casa noturna meio podre, muito descolada, com ótima música e freqüentadores modernetes beeeeeem bonitinhos. Meninos, em sua maioria. Vida boa. Adoro chegar em casa com o dia clareando...
Nos meses seguintes, foram semanas e semanas de sono acumulado e programação intensa. A ponto de, na terça, já saber o que ia fazer até as 23h do domingo, no mínimo. Festas, shows, bares, baladas, compras, cinema, teatro (que a gente não quer só comida, afinal de contas). Tudo no melhor espírito 'me chama que eu vou'. Com direito a ser convidada a me retirar da Choperia Liberdade às 6h de um sábado, ouvindo o funcionário do karaokê tentar ser educado: 'Bom dia a todos, a Choperia agradece a presença e avisa que abrirá novamente às 19h'.
Tenho andado quieta nas últimas semanas. Principalmente por motivos de força maior de estudos acumulados em meses de esbórnia. Mas não demoro a voltar. No fundo, adorei descobrir que, dentro da mulher comportadíssima que eu já fui um dia, mora uma pomba gira das boas.
A Divorciada

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The wrong man target

Você já investiu no cara errado? Não estou falando de um cara por quem você se apaixonou, viveu uma história incrível e depois concluiu - ou concluiu ele por ambos - que você + ele não formavam a melhor equação em coisa alguma. Não é disso que estou falando. Me refiro ao the wrong man target.

Ligou o nome a pessoa? Ainda não? É aquele cara gostoso, disponível, legal, gente boa mas que, por alguma razão dos infernos, você NÃO tá a fim. Mas, eis o destino sempre muito caprichoso, fez ele ficar a fim de você. Solteira e de bobeira, a livre-da-silva-só pergunta-se: ah, porque não dar uma chance? Resposta errada!

Ignorando a sua intuição infalível, na qual você duvida quando não deveria, lá vai a senhorita dar a tal chance para o cara. Afinal, tá tão fácil né? Ele é gostoso, disponível, legal, gente boa, quem sabe conhecendo melhor não me interesso? Pééééé! Resposta errada de novo, minha filha!

E, para a alegria do seu ego, você começa a dar corda para o cara que NÃO te interessa. E ele, lógico, responde. Te abraça apertado cada vez que te vê. Fica te encarando sem dar bola para quem está em volta. Passa a mão no seu cabelo mesmo o contexto sendo um simples "oi".

Só que para a sua sorte o cara é roda presa. Não fosse, jamais seria the wrong man target. Ele não percebe seus moles. Ou pior: tem consciência de cada um, e aí, é você quem saca que o cara literalmente arreia os quatro pneus e fica sem ação justo por isso. Estamos num baile onde o partner não sabe dançar.

Ok, você releva e continua levando esse joguinho rame-rame com o the wrong man target (e roda presa!) para ver no que dá. Só que, como dizia aquela empresa de mudanças, "a roda gira, e a Luzitana roda". Por algum motivo de força maior, você precisou sair do seu mundinho e, nessa viagem, topou com um cara totalmente fora da rota. O tempo é curto, ele chega devagar e, subitamente, VOCÊS vão se envolvendo. Enquanto o período juntos passa igual a um foguete de tão bom, tudo é vivido intensamente. Eba, alguém sabe dançar. Só não houve tempo para a sua ficha cair.

Isso, da ficha repicar no chão e com força, só acontece quando a rotina toma conta do pedaço novamente e a saudade do the realy right man target aperta. Mais ainda quando ele, the wrong man target, surge e diz "presente". Mas ele tá atrasado e não passa de um fantoche com o qual não se tem mais graça de jogar. E agora? O que fazer com ele?

A Solteira

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Esse Obama é um charme!

Acabamos de conhecer o mais novo presidente do mundo - digo dos Estados Unidos!?! Comemorações à parte sobre o fim da tenebrosa era Bush, muito justas por sinal, é preciso confessar: sujeito mais charmoso esse Obama! Ok, parece superficial pensar nisso agora, mas é irresistível.


Tentando racionalizar o "irracionalizável" - Dicionário, desculpe. Sugestões dos leitores para um sinônimo, bem-vindas! - que é a empatia por alguém: pra começo de conversa, o cara tem uma história de vida que dá um livro. Mãe branca, pai negro, muitos endereços, uma sociedade racista. E, contra tudo e todos, ele venceu muito antes de chegar ao Capitólio, diga-se de passagem. O cara é poderoso no sentido mais puro da palavra. Superou obstáculos por si mesmo e para si mesmo. E, garotas, adoramos os poderosos no sentido mais puro da palavra, né?

Aqueles caras que têm uma coleção de contratempos no currículo, mas seguiram adiante. Aqueles que tem um quê de loco, já curtiram de tudo um pouco, mas não burramente, se é que me entendem.... E ainda continuam locos... daí a razão desse charme irresistível que não dá para explicar com palavras! Afinal, um mulato se candidatar a presidência de um país ainda racista sim, e vencer, é ser mucho loco. Graças a Deus, Mr. Barack assim me parece para a nossa sanidade.

Escrevo pensando no pronunciamento dele, já como vencedor. Sério, contrito. Na TV, uma reportagem fazia o contratempo entre o semblante fechado do discurso da vitória e o rosto sorridente da campanha. Ora, nada mais natural. Aliás, até curti. Sinal de que ele sabe muito bem a "bucha" que pegou para si. Me admiraria muito se estivesse rindo à toa.

O sorriso saiu só depois de abraçar a mulher. Ali ele mostrou que é um charme mesmo. Torceremos, portanto, para que este dândi não tenha quedas por estagiárias. Pelo menos não no Salão Oval... Seria uma decepção irreparável ao nosso encantamento por
Mr. President....

A Solteira

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E eu não acredito em casamento

Não, não. Não é a Solteira escrevendo. Menos ainda a Divorciada. É a Casada mesmo. Li o texto da minha amiga Divorciada e me arrepiou a espinha: BODAS DE OURO? MEDO! Aí fiquei pensando sobre a minha idéia de casamento. Não acredito nele mesmo. É sério. Pode parecer piegas, mas eu acredito é no amor. Enquanto ele existe, existe casamento. Quando ele não existe mais, o "matrimônio" vira uma grande piada. E eu não tive exatamente um bom exemplo em casa, com os meus pais. Não queria repetir essa história. Quando eu era adolescente, dizia que jamais me casaria. Que teria cinco filhos, um com cada homem, e que eu os criaria sozinha (quando a gente é novinha, pensa cada merda...).

Mas aí dei sorte. Afinal, encontrei um cara que também não acredita em casamento. E assim, com muito pé atrás e receio de que nada desse certo, juntamos nossos trapinhos timidamente. Sem festa, sem cartório, sem alianças. Só o mais puro desejo de criar uma história em comum - mas sem deixar nossas próprias histórias de lado. Por mais irônico que pareça, acho que é essa não crença no matrimônio que faz nosso casamento dar certo - pelo menos até agora.

E temos um pacto que fizemos logo que juntamos. Depois de uma década juntos, nosso casamento vai expirar. É o primeiro casamento - até onde eu sei - que já começou com prazo de validade. Quando essa data chegar, faremos uma reavaliação e decidiremos juntos se renovamos o contrato ou não.

É claro que é brincadeira. Mas uma brincadeira com um fundão de verdade. Afinal, nós não acreditamos em casamento.

A Casada (glup!)

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Eu não vou fazer bodas de ouro

Eu não lembro o nome do casal. Mas prestei atenção quando o locutor disse que a próxima canção ia para eles. O programa inteiro, na verdade, numa espécie de homenagem aos 50 anos de casados dos dois. E ali, durante os 15 minutos de descanso das minhas leituras obrigatórias, me dei conta: eu não vou fazer bodas de ouro com ninguém.
Tá certo que o meu guru espiritual, o incrível Nivaldo (amigo, tarólogo, gênio, louco e escorpiano do coração), já disse que eu ia me casar duas vezes. Com o detalhe de que essa informação me foi passada muito antes de eu ficar noiva do meu primeiro, agora ex, marido. Façamos as contas: tenho 31 anos, portanto, para chegar ao 50º aniversário de casamento, precisaria estar casada de novo amanhã, já com um certo atraso. E rezar para chegar firme e forte aos 81. Eu e ele. É, não vai rolar. Mas e daí?
Daí que ter casado duas vezes, independentemente do quilate das bodas, não há de ser ruim. O divórcio, enquanto divórcio, não me transformou numa mulher descrente, vazia. Dois vestidos de noiva, duas luas de mel, uma chance nova de viver a intensidade que faz com que duas pessoas decidam levar a vida juntas. Além da certeza: na maioria das vezes, a segunda vez é melhor do que a primeira.
Eu acredito nisso, senhor muy gentil e doce locutor. E, de peito aberto, cumprimento eu também os seus ouvintes dourados.
A Divorciada

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Desapeguei. E ponto final.

Você tá naquele festão gente bonita + showzinho privado + muita bebida + decoração impecável. O rega-bofe é boca livre, como manda o figurino, e você tá lá: livre, leve, solta, sacolejando o esqueleto de olhos fechados. O som tá incrível.

Tá tudo muito bom? Booom! Tá tudo muito bem? Beeeem!

Tudo lindo e delícia quando seus olhos pousam num carinha ali no fundo da pista. Ei, é um ex-rolo, que você não vê há séculos. Ué, cadê o frio na barriga? Nada.

Ele te vê, sorri, acena e vem na sua direção saltitante. Ué, cadê a taquicardia? Pulso a 72, irredutível. Ele chega e te dá aquele abraço. Você pensa: Ok, não perde a chance de tirar uma casquinha básica. O cara faz carinho desnecessário no seu braço - com direito a uns apertinhos "fofos", também desnecessários. Capricha no olhar matador e pergunta: Como você tá? Pôxa, você tá linda. Ué, cadê o frio na barriga, a taquicardia, a mão fria e as mexidas frenéticas no cabelo? Niet... Ih, nem soltei o coque quando ele vinha na minha direção, você pensa...

O cheiro dele já não é mais tão gostoso, o comportamento é o mesmo. Você já conhece esse filme e não dá vontade de ver de novo, sequer as melhores partes. Para completar, tem uma morenaça no grupo dele com quem ele faz questão de conversar tête-a-tête, assim como faz contigo quando ela não está. Cara esperto, protege o mercado. Aí, você saca a situação e conclui que está solenemente se lixando pra isso. Porque você não tá mais na dele. Desapegou, coisa que você já sabia há muito tempo. Mas nada como uma situação real para te provar por a + b.

Feliz da vida, você gira os calcanhares e vai lá no gargarejo sacudir os quadris com o som da banda. Tá demais! Cansada, sai à francesa, sem dizer tchau. Hora de ir pra casa e sonhar com quem ainda está para chegar (ou já tá batendo na porta).

A Solteira

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A rota da calcinha

Antes de mais nada, eu juro, eu prometo: nos próximos cinco anos não escreverei nenhum post com a palavra "calcinha" no título. Só queria encerrar a série "O poder da lingerie" atendendo os pedidos de algumas das nossas mais fiéis leitoras. Muitas me perguntaram onde encontrar moda íntima da boa na cidade.
Algumas dicas:
1) Depósito de Meias São Jorge - Rua 25 de Março, com unidades nos números 485 e 680 da via. Fones: 33110844 e 33117400, respectivamente. www.saojorge.com.br. A boa da loja: o Depósito é, na verdade, um supermercado de calcinhas. Lá, é possível encontrar todas as marcas (das mais caras às mais simples), estilos, cores e modelos. Como eles vendem muito, os preços costumam ser mais baixos. Um programão para fazer com as amigas, vale a viagem até o Centro.
2) Puket - Com unidades em vários shoppings, como Villa Lobos, Pátio Higienópolis, Metrô Santa Cruz, Ibirapuera e Pátio Paulista, entre outros. www.puket.com.br. A boa da loja: as peças são confortáveis, descoladas e bonitas de um jeito não óbvio.
3) Verve - Alameda Lorena 1924 Loja A e Shopping Market Place. Fones: 30832635 e 51812536, respectivamente. www.verve.com.br. A boa da loja: confesso que ainda não fui lá, mas a dica vem com o padrão de qualidade da minha amiga Daniela, a fotógrafa mais gostosa do Brasil. Assino embaixo.

Boas compras.

Beijos,

A Divorciada

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Exocet, Calcinha!

Uau, e não é que o tema deu pano pra manga! E então, fizeram o exercício da calcinha? Encararam a verdade das suas gavetas? Aviso aos navegantes que a amiga solteira o fez e, definitivamente, precisa de um re-hab fashion. Hora de acionar aquela amiga que sempre tá envolvida em mil e um romances e, portanto, está completamente por dentro de todos os babados e points de lingerie. Quem não tem uma?

Voltando à cena da Bridget, fiquei pensando como seria na vida real. Muito diferente do que o filme mostra né? Acho que o cara cairia na gargalhada e não conseguiria seguir adiante. Ou faria uma cara de pânico tamanha que a Bridget da vida real se sentiria a maior baranga do universo.

Só restaria à mocinha de proporções botéricas ficar sem-graça, se recompor num segundo e, em meio milésimo, cruzar a porta da rua igual a um foguete exocet! Um foguete, exocet, mega-calcinha. Depois desta cena, nenhum telefone trocado, nenhuma mensagem no Orkut, zero torpedos. Cutucada no Facebook jamais. Eis, então, uma ótima oportunidade de exercitar o desapego para a nossa mocinha de vida amorosa tão tortuosa...

Beijos, A Solteira

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Nietzsche no shopping


Semana passada meu husband, carinhosamente apelidado de Charlie por minhas amigas panteras, me convidou para um passeio no shopping. IUPIIIII!!!! Adorei o convite! Ele queria ver roupas para ele e me dar um presentinho por causa de um trabalho que eu o ajudei a fazer. Nossa, o homem tomar a iniciativa de ir ao shopping não tem preço.

Muy bien. Chegamos lá e começamos a circular. Meus olhos me conduziam às lojas de sapatos. Sapatos baixinhos, sapatos baixinhos, sapatos baixinhos. Muitos deles! Eu estava em estado de euforia. Eis que, de repente, Charlie, começa a me contar o quão fascinado ele está pelo livro de Nietzsche que ele está lendo no momento. Sobre como o filósofo associava o fim do império romano à ascenção do cristianismo. E eu: "ahã, cristianismo...". Usando aquela velha técnica de repetir apenas a última palavra que a pessoa diz para mostrar o quão compenetrada você está.

Aí ele começou a traçar paralelos com a sociedade atual e com o atual momento de vida dele. O papo passou da filosofia à psicologia. Meu ouvido ouvia, minha boca repetia a última palavra mas meus olhos continuavam vidrados nas lojas de sapato.

Aí chegou um momento que eu não consegui me conter. "Gato, Nietzsche não combina com shopping! Não estou conseguindo prestar atenção...".

Ele riu. E fomos comprar nossas roupinhas!

Sorry, Nietzsche, mas discutiremos você mais tarde.

A Casada

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