O dia em que nossos caminhos se cruzaram

Acho que você veio do mato. Eu vim de uma montanha japonesa. Acho que você era uma índia em outra vida. Eu, um pequeno samurai. Você fala em espíritos da floresta. Eu falo em códigos de respeito e confiança. Teu templo é uma planta. O meu é o tatame. Teu Deus é o mesmo que o meu. O sentimos de formas diferentes. Você dá nós, laços, escala árvores e viadutos. Eu uso uma espada de madeira e dou cambalhotas. Eu sou um espírito faminto de prazer, ideias, sonhos e aprendizados. Você é um espírito sedento de luz, paz e sabedoria. Você, tão grandão e magrinho. Eu, tão baixota e gordinha. Você, um menino que clica coisas. Eu, uma menina que gosta de joaninhas.

Um dia, numa pororoca do destino, o rio que você navegava desaguou no meu. E eu te descobri. E eu percebi que meu beijo é o seu beijo, que o teu suor é o meu suor. Que tua risada é a minha risada. Que o teu carinho é o meu carinho. E dois estranhos, tão diferentes, se acharam no amor. Nossos barquinhos seguiram juntos por um cadinho de tempo. Mas você teve que voltar para a floresta e continuou remando. Eu desci do meu barco e subi a montanha. De lá de cima, toda vez que um vento bate, ouço a voz doce do meu homem do mato.

Débora - A Separada

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O Museu dos Corações Partidos


Vocês já ouviram falar do Museu dos Corações Partidos? Eu passei a conhecer essa semana, por dica da minha amiga Cláudia. Trata-se de um site, acompanhado de blog e Twitter, onde todos podem registrar suas experiências no campo das desilusões amorosas. Mostrando a cara ou sob anonimato, não tem problema. Estão lá mensagens de pessoas “à procura de um coração partido para formar um inteiro”, do autor do “Hino do Coração Partido”, poeminhas, anúncio de eventos, desabafos mil de leitores como a Florzinha, que escreveu, sem economizar nas exclamações:

“Cadê eu?
Sumi tentado me achar em você!!!!”

A ideia surgiu de um projeto da videoartista e documentarista Inês Cardoso, que estava à procura de material para um filme. E continua na internet, como um fórum de românticos que andam abalados, mas, no fundo, bem sei, mal podem esperar para se apaixonar outra vez.

Bom domingo, gente!

Much love,

Isabela – A Divorciada

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Como você foi pedida em casamento?


Já faz tempo, li uma reportagem fofa na Marie Claire com mulheres contando como foram pedidas em casamento. Estão lá situações como a entrega das alianças num balão, debaixo d’água, durante um mergulho, dentro de um ovo de Páscoa. Desde então, fiquei louca para fazer um post sobre isso aqui no blog. Com as participações luxuosas de vocês, claro. Que tal? Vocês me ajudam?

Então podem registrar as suas histórias de pedidos de casamento aqui, nos comentários, ou por e-mail: 3xtrinta@gmail.com

Fico à espera. Desde já, curiosa.

Beijos!!!

Isabela – A Divorciada

PS: Não é TUDO a Barbie noiva da foto acima? Eu quero!!!

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Tinha que ser mulher

Domingo passado, a pé, fiquei “ilhada” em um posto de gasolina por causa da chuva. Aproveitei para tomar um café com leite na lanchonete e me sentei do lado de fora para observar o movimento das pessoas fugindo da tempestade. De repente, um estrondo, que não era de trovão, me chamou a atenção. Um carro na calçada do posto foi dar ré e bateu numa pilastra. Imediatamente, um senhor sentado ao lado pergunta para o ar: “É mulher?” Faço de conta que não escuto. Uma moça nervosa sai do carro, nem olha o que aconteceu na traseira do veículo, pede a um rapaz orientação para chegar ao Morumbi e sai às pressas.

Embora as estatísticas mostrem todos os anos que as mulheres se envolvam em menos acidentes e que a grande maioria das ocorrências com feridos e mortes tem homem envolvido, ainda temos que ouvir estas grosserias por aí. Até o seguro para mulher é mais barato. Às vezes me surpreende a necessidade dos homens (nem todos) de nos rebaixarem para se sentirem melhores.

Eu, modéstia à parte, me considero uma boa motorista. Gosto mesmo de dirigir. Amo pegar uma estrada e só ver o sol ao longe e vacas e árvores ao redor por horas. E me divirto quando vou fazer uma baliza, por exemplo, em um lugar bem apertadinho, e percebo os olhares masculinos torcendo para que eu não consiga – acho que para reafirmarem a teoria de que somos ruins no volante e se auto-afirmarem. Respiro, me concentro, calculo tudo, olho nos retrovisores e dou o tiro certeiro. Aí saio orgulhosa e faço de conta que nem reparei na presença deles. Humpf! Sempre que isso acontece me sinto vingando as amigas que ficam nervosas e até fogem das vagas por se sentirem acuadas pelos olhares reprovadores masculinos. E ainda por aquelas que têm medo de dirigir e que, por isso, são excessivamente cuidadosas, o que acaba irritando os apressadinhos causadores de acidentes.

Conheço muitos homens extremamente conscientes no trânsito, que obedecem à sinalização e respeitam pedestres e ciclistas, assim como mulheres que saem atropelando tudo e colecionando multas. Mas, em geral, talvez pelo instinto materno e por não sermos regidas pela testosterona, somos mais cuidadosas. Que vocês homens, portanto, tenham um pouco mais de paciência com quem não encara as vias públicas como pistas de kart. Os pit bulls do trânsito deveriam aliviar seus hormônios fazendo coisas mais prazerosas em vez de nos xingarem em cruzamentos e avenidas. É meu apelo pela paz de todos nós nas ruas.

Patrícia - A Solteira

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O que você só aprende aos 30


Tem uma matéria divertida na Nova desse mês – com esse título aí acima. A repórter conta, em tom confessional, o que mudou na vida dela dos 20 para os 30. Concordei com os cinco tópicos e até acrescentaria mais alguns. Minhas beloveds amiguinhas de 20 (que amo, admiro e com quem aprendo muito, que fique claro) ficam meio bravas quando eu e minhas amigas de 30 falamos sobre as diferenças e aprendizados. Mas, meninas, é tudo verdade. As coisas mudam, para melhor (até mesmo quando a barriga é maior) porque o tempo traz uma certa tranquilidade em relação às ansiedades que temos aos 20. E fico mais feliz ainda quando ouço das minhas amiguinhas de 40 e 50 (adoro ter amigas de todas as idades) que muitas coisas melhoram ainda mais! Ou seja, o temido envelhecimento é, na verdade, uma benção. Mas vamos aos tópicos da matéria:

- O metabolismo: definitivamente não é mais o mesmo aos 30. Como diz a Mariliz (autora da matéria), não rola mais comer quatro pedaços de pizza e dormir numa boa. Pesa! Aliás, dependendo da hora, dois pedaços já têm pesado demais. Se quiser manter a forma, precisa suar a camisa de verdade e fechar a boca. Coisas que, confesso, não sou o melhor exemplo. Mas eu acrescentaria aqui uma coisa: mesmo com quilos extras e metabolismo tartaruga, qualquer mulher de 30 fica bem mais tranqüila em relação ao próprio corpo.
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- Ruguinhas e cabelos brancos: cuidando, a gente vai postergando. Mas não tem jeito. Eles chegam. O lado positivo é que a gente adora comprar uns creminhos. O segundo lado positivo – Poliana é meu nome – é que, de novo, estamos mais tranqüilas com a aparência...
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- Independência: a gente percebe que ser forte e independente não é o mesmo que ser machona e durona. Dá para se virar sozinha e ainda ser meiguinha e doce. E, não, não nos preocupamos mais em provar que somos fodas em tudo. Mesmo porque, não somos.
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- Sexo: “fica tudo mais gostoso!”. Assino embaixo. Você pode até me convencer de que pira entre quatro paredes aos 22 e que já fez de tudo um pouco, mas mesmo assim, te prepara, só vai melhorar. Certas coisas, diz ela (e eu faço coro), só aprendemos a fazer e a gostar de fazer quando já temos uma certa quilometragem.
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- Tempo: não se afobe não que nada é para já. Aos 20, queremos abraçar o mundo e achamos que até os trinta temos que ter feito tudo. Tudo mesmo. Incluindo ter filhos e ficar milionário – embora filhos levem mais ao prejuízo que ao enriquecimento. Aos 30, percebemos que o tempo é nosso aliado. E que dá para fazer tudo que queremos. Uma vez entrevistei um cara que disse exatamente isso: “ao contrário do que diz o chavão, a vida é longa, e dá para mudar de rota muitas vezes”. Concordo.
Para quem está chegando aos 30 em breve, sorria!!

Débora – A Separada

ps: aos trinta a gente tampouco tem medo do ridículo e encarna Sandra Rosa Madalena na festinha domiciliar

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Acredito em anjos

Roubamos esse post do blog alheio porque ele está fofo demais e merece ser republicado.
Grazie, Olíver!

Um beijo do Trio

Ando confusa com relação à minha crença. Sou bombardeada todos os dias com tantas religiões, seitas, movimentos e filosofias que não sei o que seguir. É Chico Xavier pra cá, Jesus pra lá, Buda pra cima e Santo Daime pra baixo que prefiro não acreditar em nada. Mas eu acredito em anjos. Não aqueles com asinhas, sem sexo, com cabelos cacheados loirinhos, de olhos azuis que ficam voando por aí. Mas nesses de carne e osso, altos, baixos, de cabelos negros, ruivos, de olhos castanhos, verdes, homens, mulheres. Esses são os verdadeiros anjos das nossas vidas e a eles eu agradeço por existirem.

O primeiro anjo da minha vida eu conheci quando vim à luz. E foi esse anjo que me ensinou que não existe idade certa para ser mãe, que não é necessário nascer numa família perfeita para crescer com dignidade e a lição mais importante: se você quer, lute!Aí apareceram outros anjos na minha vida que me ensinaram a ser o que sou. Houve aquela professora na terceira série, aquela menina da quinta série que é minha amiga até hoje, aquele mocinho no curso técnico que reza por você até hoje, aquela mocinha do grupo de oração (que sumiu) e até aquele professor do cursinho que reapareceu na sua vida graças ao Facebook.

Vim para São Paulo e me aproximei do meu anjo de 1,58 m de puro deboche (a prima Deb). E como esse anjo é especial. Mais me ouve do que fala, mas quando fala sabe o que dizer. Tenho dois anjos malas no meu trabalho, os quais amo demais. Tenho vários anjos perdidos por aí, que não falo direto, mas os tenho em pensamento e coração. E nesse último mês, devido a um problema "x", ganhei outro anjo. Um anjo querido que passa mensagens de conforto, me dá um ombro amigo e um ótimo papo na mesa de bar.

E é assim que eu me sinto protegida, crente na vida e no amor.Dou graças aos meus anjos, amém!

Ahá!

Olívia - A Prima Solteira

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Vânia e Théo

Vânia (nome fictício) tem 50 e poucos. Théo (nome fictício também) está na casa dos 30. Conheceram-se por intermédio de amigos em comum, na internet. Sem segundas intenções. Eram todos fãs de música clássica que eventualmente se encontravam em concertos ou reuniões informais. Aconteceu, ficaram juntos. Estão juntos até hoje, há mais de três anos, nas minhas contas. Casados.

Mais de vinte anos os separam, mas é ele o “velho” da relação. O mais sério dos dois, digamos. Vânia não é uma deusa, uma mulher incrivelmente linda aos 50. Não tem nada de Vera Fischer. Pelo contrário: está acima do peso e se veste conforme o seu estilo (normalmente calça comprida e camisa de botão, folgada, com poucos acessórios e maquiagem leve). É uma das dez pessoas mais adoráveis que eu já conheci na vida. Alegre, inteligente, culta, engraçada, carinhosa, calorosa. Muda qualquer ambiente em cinco minutos. Só precisa estar lá, seja onde for.

Por achar que ela merece toda a felicidade do mundo, principalmente depois de ter tido um casamento capenga por anos, foi com muita alegria que eu ouvi dela, durante um almoço, o relato desse encontro. O testemunho, em primeira pessoa, de que, quando acontece, e é verdadeiro, o amor é capaz de quebrar qualquer lugar-comum:

“Eu percebo que ele gosta do meu quadril ser largo, dos meus seios serem grandes, de tudo o que ele vê em mim. Você acredita?”.

É claro que eu acredito, Vânia. Ele gosta é de você. Simples assim.

Isabela – A Divorciada

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Respeito

O sinal abre e um carro avança em cima de um pedestre com dificuldade de locomoção – mais respeito, por favor.

Um mendigo pede um trocado a dois rapazes às 10h30 da manhã, no centro de São Paulo, e recebe, em troca, socos e tapas – mais respeito, por favor.

Uma mulher afobada fura uma fila de seis pessoas num bar, sexta à noite, porque tem pressa para ir embora. Mas sequer pede licença ou se justifica – mais respeito, por favor.

Um motorista num carro “deluxe” Santa Fé joga uma embalagem de chocolate para fora da janela – mais respeito, por favor.

Um motorista de ônibus freia bruscamente, uma passageira cai, reclama e é ofendida em troca – mais respeito, por favor.

Um jornalista chega pontualmente na pauta e espera duas horas para fazer a entrevista. Nenhum pedido de desculpa é feito – mais respeito, por favor.

Um locatário é avisado por um oficial de justiça que deve se retirar em um mês sem que nenhum aviso prévio. Por que não um simples aviso da imobiliária? – mais respeito, por favor.

Uma mulher deixa o totozinho na privada e o absorvente encharcado e escancarado no lixo no local de trabalho – mais respeito, por favor.

Uma pessoa tenta sair do trem e é imediatamente empurrada para dentro de volta por uma menina apressada (e mal educada) – mais respeito, por favor.

Uma pessoa entra no elevador e ignora a outra – mais respeito, por favor.

A Vivo nunca me atende e me manda mil protocolos de atendimento – mais respeito, por favor.

O supermercado popular do lado de casa só tem um caixa funcionando em horários de pico – mais respeito, por favor.

Alguém mais está revoltado com alguma coisa e quer acrescentar algo nesse post-protesto?

Sugiro uma semana com bastante respeito ao próximo =)

Débora – A Separada revoltada

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Reportagem no IG

Quem nos acompanha no Facebook e no Twitter já viu: na última sexta, entrou no ar, no portal Delas, do IG, uma reportagem sobre o divórcio antes dos 30 com a minha participação. Para ler, basta clicar aqui.

Beijos a todos, em especial para a Verônica Mambrini, a jornalista chiquérrima que me entrevistou, ótimo domingo,

Isabela – A Divorciada

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3xtrinta indica: Comer, Rezar, Amar - A Trilha


Dinossaura que sou, ainda ouço e adoro CDS. O último da coleção, aliás, me foi dado de presente pela Debs: a trilha de Comer, Rezar, Amar. Assim, sem ocasião nem nada, porque ela viu na loja e lembrou de mim. Fofa elevada à vigésima potência, de longe uma das pessoas mais especiais que eu conheço. E não foi só por causa da energia ótima da minha amiga que eu fiquei viciada no disco. Há canções de variados estilos, mas quase todas, de alguma forma, delicadas e belas. Deixo vocês com as minhas prediletas:

Better Days (Eddie Vedder) – A música tema da película, linda, forte, cheia de esperança. Que venham dias melhores para nós. Sempre!

Harvest Moon (Neil Young) – Ai que baladinha fofa.....Ouço mil vezes direto sem cansar.

Samba da Benção (Interpretada por Bebel Gilberto) – Amo, amo, amo. É melhor ser alegre que ser triste, concordo!!!

Wave (Interpretada por João Gilberto, ídolo) – Coisas que só o coração pode entender....

Bom sábado, gente! Beijos a todos, muita música, muita diversão,

Isabela – A Divorciada

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Entrevista com a trans

A presença de uma transexual no Big Brother Brasil pode não ter contribuído para levantar o nível do debate no País, mas gerou um montão de pautas na imprensa. Só eu fiz duas. A primeira, em parceria com a Débs, a Separada, sobre a gradativa saída dessas pessoas do gueto. E a segunda, uma entrevista com uma das mais bombadas trans do momento, a Lea T, filha do ex-jogador de futebol Toninho Cerezo, que mora na Itália e esteve por aqui para desfilar no São Paulo Fashion Week.

Descobri que não sabia quase nada sobre transexualismo. Achava que eles eram apenas homossexuais que decidiram trocar de sexo, nem tinha parado para pensar na diferença entre gays, lésbicas, travestis e trans. Confesso que fiquei bem confusa na hora das entrevistas, sem saber se falava as coisas no feminino ou masculino, e morrendo de medo de ofendê-los. Quase deu um nó na cabeça ao saber que há casos de lésbicas que se relacionam com homens trans (uma mulher que decidiu virar homem) ou de mulheres trans (homens que se tornaram mulher) que saem com héteros etc, ou seja, uma infinidade de gêneros e possibilidades. Também sofri ao ouvir as histórias difíceis de vida dessas pessoas. Há quem tente se mutilar por negar o próprio sexo e até se suicida por não ser aceito pela sociedade.

A conclusão que tiro depois deste intensivão de mundo trans é que definitivamente não existem somente dois gêneros (homem + mulher) no mundo. Sexualidade é um assunto muito mais complexo do que imaginamos e, por isso, deveríamos respeitar muito mais as diferenças. E que, apesar de ser inato ao ser humano procriar, o amor pode assumir várias formas. No final das contas, isso que é o mais importante mesmo, que haja amor. Fica aqui meu apelo por um mundo mais tolerante e em paz para todos nós.

Patrícia - A Solteira

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As mal-amadas




Sabe aquelas mulheres que fazem de tudo para ter uma migalhinha de amor? Que se submetem a situações horrorosas em troca de um “eu te amo”? (na hora do sexo selvagem, claro). Que tratam o marido ou namorado como se eles fossem bebês? Então, são todas elas mulheres incríveis, fortes, independentes e lindas. E só se esquecem disso ao idealizarem – demais – o amor romântico com o qual sempre sonharam. Quem afirma isso é uma psicanalista venezuelana que de tanto ver mulher assim em seu consultório, escreveu o livro Mujeres Malqueridas (ainda sem tradução para o português). A Folha fez uma entrevista bacana com ela faz um tempinho. Veja aqui.

Eu já tive meu momento amor-migalha, mas tive que botar o racional para funcionar se não me transformaria num membro permanente do clube das mal-amadas. Isso porque eu sempre tive para mim que amor é para agregar, fazer evoluir, transformar. Não que ele seja 100% cor de rosa. Não é, mas também não pode fazer sofrer 95% do tempo. Eu acompanhei durante um bom tempo uma mulher que poderia ser a presidente desse clube. Diria que ela tem PhD em amor-migalha de tanto que se sujeitou aos maus tratos e maus momentos com seu ex-marido em nome de um "casamento sólido". Em nome dos raríssimos momentos de quase-ternura que ele dava a ela. Na verdade, ele nem dava. Mas se ele ria de uma coisa que ela dizia, aquilo soava como um “eu te amo”.

Um dia, enfim, ela se olhou no espelho e finalmente viu que ela era incrível, linda, independente e cheia de amor para dar. Deu tchau ao marido e foi viver a vida de uma nova forma.

Hoje, sozinha, se sente bem-amada.

Débora – A Separada

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Gente que se garante


“É que, naquela balada, as meninas vão de mini-saia mesmo. Tem muita mulher bonita, bem feita. E até as que não são magras vão assim também, viu? Eu acho ótimo, gosto de gente que se garante. Que nem eu, que sou assim, barrigudo e feio, mas tenho uma namorada linda, hahaha!!!”.

Da Vila Madalena ao Campo Belo, Daniel (nome fictício), o taxista, demonstrou mais amor-próprio do que muita gente que eu conheço externou a vida inteira. Atrasada que estava para uma entrevista, nem consegui dizer a ele que aquele depoimento ia parar neste lindo bloguinho. Seja como for, o mais importante eu falei:

“Muito bem, Daniel. Também gosto de gente que se garante, atitude é isso aí”.

E tenho dito. Vamos nos garantir mais!!! Hahaha!!!

Besitos,

Isabela – A Divorciada

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Fácil na teoria, difícil no coração

Quando o assunto são as coisas do coração, todo mundo tem sua teoria, todo mundo se acha certo e todo mundo aponta o dedo para o que considera errado. Parece futebol. Vejo o tempo todo gente criticando solteiro que sai muito, solteiro que não circula, casado que trai, solteiro que sai com casado, casamento aberto, casamento muito fechado e por aí vai. Justamente porque são tantos os caminhos do coração que acho meio anacrônica esta imensidão de críticas. Afinal, todo mundo está sujeito a situações delicadas, a momentos inesperados, a paixões arrebatadoras e impasses que nos fazem reavaliar tudo que já passamos ou pensamos na vida.

Minha vida sentimental está em um momento que chamaria de delicado. Aí diversas vezes me ponho a tentar aplicar as minhas teorias na história. Decido por uma delas, tento botar em prática e sempre quebro a cara. Nenhuma delas se mostrou útil desde que tudo começou. Minha mente sabe exatamente como as coisas deveriam ser, quais são as regras que precisariam ser seguidas, tim tim por tim tim. Mas meu coração insiste em seguir seus próprios caminhos, ignorando a teoria. Semana passada, uma troca de e-mails sobre as minhas teses me provocou um grande desgaste, uma semana de tristeza e noites mal dormidas. Tudo em vão. Porque bastou abrir uma frestinha para a enxurrada romper as comportas que a razão havia construído.

Isso me faz pensar sobre como não temos controle sobre o que sentimos, quando o que se sente é realmente forte. Analisando friamente, apesar de estar no olho do furacão, é positivo que seja assim. Afinal, como seria chata a vida se até sobre isso tivéssemos controle? Seria tudo muito previsível, sem a emoção da surpresa, e as coisas não teriam tanto gosto. Vendo-me sem saída depois de tantas vezes ver minha mente perder a batalha para o coração, decidi não ficar mais botando pitaco nas decisões que ele toma. Eu mesma sempre digo que ele tem sempre razão, não é mesmo? Decidi, então, seguir o conselho da Débs (a Separada e guru do amor) e agir sabe como? Fazendo nada!

Patrícia - A Solteira

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Slow Work


Eu adoro o que faço. Entrevistar pessoas, destrinchar um novo assunto, aprender a cada dia. Contar histórias. Tentar me desafiar a fazer um texto minimamente diferente em meio a mesmice nossa de cada dia. Me divertir com as presepadas, com os infortúnios e tentar crescer com os tropeços. Mas eu ainda acho que a equação entre as horas trabalhadas e as vividas no mundo lá fora estão desequilibradas. E olha que minha irmã que tem horário de firma (9h às 18h) acha que eu tenho uma vida mansa por que pego no batente pra lá das 11h. Ainda assim, mesmo nesse flexível mundo do jornalismo, acho que a gente trabalha demais. Acho que todos nós trabalhamos demais. Por que cinco em sete dias? Por que onze meses em doze? Por que 8h ou 9h (muitas vezes bem mais que isso) em 24h? (Lembrem-se que ao menos 6h são investidas no sono). Num mundo ideal, ao meu ver, trabalharíamos apenas 6 horas por dia, quatro dias por semana, nove meses por ano. Nos outros três meses, teríamos tempo livre para fazer o que se deseja.

Meu objetivo de vida é ser dona do meu tempo. Como eu ainda não aprendi ganhar dinheiro & ser dona do meu tempo – ao mesmo tempo – vou me organizando para um dia, quem sabe, realizar meu sonho. Enquanto isso não acontece, procuro tirar mini-férias diárias. Chego mais tarde no dia seguinte ao que trabalhei até bem tarde, faço um almoço mais longo com direito a caminhada, reservo uma hora do dia para bater papo com a Olívia ou escapo mais cedo para um cinema. Fora o tradicional café com leite na padoca no fim de tarde. E procuro me divertir no batente – sempre. Ou então a lástima toma conta e o dia a dia e tudo fica um inferno. Às vezes, não tem jeito, entro no reino da resmungolândia. Para não habitar muito tempo essa terra sombria, me lembro de que sou um afortunada porque faço o que gosto. E que, brevemente, serei a dona do meu tempo.

Débora – A Separada Cigarra

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3x30 indica: Cartas para Julieta


Posso indicar um filme bobão, porém fofo, para o domingo? Daqueles perfeitos para uma sessão meninas no sofá, para relaxar mesmo? Então lá vai: Cartas para Julieta. A fita conta a história de uma mulher que, em férias na Itália, mais precisamente em Verona, encontra uma carta de amor escrita há 50 anos. Uma missiva sobre um relação que não se concretizou. E decide ir atrás dos protagonistas daquela história. Bonitinho demais.

Além disso, a película ainda tem dois elementos que valem os seus 105 minutos que você vai passar diante da TV: a Amanda Seyfried (ótima atriz e uma figura encantadora com seus cabelos de comercial de xampu) e o interior da Itália, a Toscana, como cenário. Um festival de imagens amplas daquelas estradas pelas quais todo mundo merece passar um dia. E aquelas pessoas tomando vinho....E comendo queijo e experimentando massas...Devo falar dos gelatos ou aí já é covardia???

Bom cinema em casa procês. Ótimo finde a todos.

Beijos, beijos,

Isabela - A Divorciada

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O troglodita e a calcinha


“Você é um ser primitivo? Sim porque não dá para imaginar, nos dias de hoje, alguém agarrar uma mulher pelo calcanhar para tentar enxergar a calcinha que ela está usando por baixo da saia. O que você faz quando vê uma calcinha pendurada num varal? Fica louco? Pois alguém que se comporta assim não pode viver em sociedade, precisa ser preso”.

Foi assim que uma juíza que trabalha num fórum da Zona Oeste da capital paulista enquadrou um mala que, após segurar uma mulher pelo calcanhar, numa escada de uma casa noturna famosa por tocar música country, levou uns sopapos do namorado da própria. Não satisfeito, ainda processou o companheiro da vítima, que alegou ter tentado conversar antes e agido em legítima defesa depois, sendo absolvido pela magistrada em questão.

Resumo da ópera para o brutamontes: mais de R$ 15 mil gastos em advogados para tentar processar o namorado da moça atacada, sequelas permanentes no fêmur por conta da briga e a cabeça baixa, de vergonha, ao ouvir poucas e boas no júri.

Precisa dizer que eu ADOREI essa juíza? E que o 3xtrinta repudia toda e qualquer forma de desrespeito e violência contra a mulher? Estamos de olho, trogloditas!

Isabela – A Divorciada

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Presente 38

Ontem foi o aniversário da Carla, minha melhor amiga. Tenho algumas melhores amigas, mas com ela não dá para concorrer e as outras melhores amigas concordam e não sentem ciúme. É que nos conhecemos há quase 30 anos, desde os primeiros anos de escola. Então ela está mais para irmã do que para amiga, entendem?

Parece que faz tão pouco tempo que ela escreveu que nossa amizade seria para sempre na minha agenda da quinta série. Lembro ainda como se fosse ontem a gente indo a pé para a aula de inglês e comprando bolacha de leite no caminho de volta. Nos revéillons, deixávamos nossa Cidra rosé bem geladinha pra ir bebericando até a praia e aquela era a única noite do ano que amanhecíamos meio breacas na rua. Quando casei, ela era a única que me visitava sempre, apesar do meu sumiço das rodas de amigos. Nunca passou mais que duas semanas sem me ligar pra saber se eu estava bem. Quando me separei, era ela que tinha a paciência de me levar para a balada, de me ver bêbada e desequilibrada, e mesmo assim dizer coisas sábias com a voz sempre doce.

Tantas vezes me viu chorar, mas já rimos infinitas vezes juntas também. Ela sempre tem um comentário inédito e perspicaz para tudo, íntegra, inteligente e sensível, um orgulho tê-la ao lado. Aliás, já inspirou inúmeros posts por aqui. E, apesar do aniversário ser dela, me presenteou com mais um dos seus comentários "a vida nua e crua como ela é" e me fez ir às gargalhadas. Perguntei qual a sensação de se fazer 36 anos já que mês que vem serei eu a passar pela experiência.

"Ah, amiga, não ligo pra idade não, o que me importa é continuar usando manequim 38".
Justo!

3xParabéns, Carla!

Obrigada por ser minha melhor amiga e que venham mais 30 anos.

Patrícia - A Solteira

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Meu tipo preferido? Homem!

Essa conversa é recorrente. Entre amigas, volta e meia, alguém diz: fulano não é meu tipo. O que desencadeia a conversa dos tipos. Hoje, do alto dos meus 31, cheguei à conclusão de que meu tipo é homem. E ponto. Acompanhem a variação dos meus lovers: o primeiro me chegou suado de basquete, 1,84m, era nerdão e cheio de espinhas. Éramos adolescentes, então ok. Era branquelo, quase louro, dos olhos azuis. E falante, agitado, ariano. O segundo chegou dançando forró. Mais baixo que o primeiro, de cabelo bem preto e sobrancelha taturana. Calado, engraçado, conservador. Queria casar logo e essas coisas que homem não quer aos vinte e poucos. Jogava bola e era meio barrigudo. O terceiro foi o mais baixo de todos, 1,70m, castanho claro, olhos mel, magro, lorde, de voz mansa e fala pausada, introspectivo, aquariano prático, super cuidadoso e parceiro. Aí teve aquela paixão de cabelo preto, meio caipira, meio dono da verdade, grandão, forte, olhos profundamente escuros, barriguinha saliente na medida e também quieto. Entre esses, variações de tamanhos (altura!), cor, comportamento, gostos. Teve ainda aquele loiro baixinho com cara de anjinho, aquele grandão, magrão com cara de anjão...A única coisa que todos eles têm em comum é o caráter. Não tenho do que me queixar de nenhum deles. Foram todos, mesmo nas situações mais adversas, muito nobres comigo. Talvez aí esteja o tipo que eu mais gosto: homem de caráter. A casca, no final, é o que menos importa.

Débora – A Separada

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A crise dos 30

Bianca (nome fictício) está em crise. Prestes a fazer 30 anos, essa muy querida leitora de Vitória (ES) nos escreveu para dizer que anda repensando a vida. E se sentindo mal por estar solteira ao completar três décadas. Acha que já devia ter encontrado a “tampa da sua panela”, o que aconteceu com suas duas melhores amigas, hoje casadas e com filhos. Ela sabe que as companheiras não padecem no paraíso por isso, ambas têm problemas, mas, mesmo assim, está se perguntando por que com ela não foi a mesma coisa.

Em seus questionamentos, Bianca se pergunta até se não é uma mulher pouco interessante para os homens, “indesejável”. Para completar, há bem pouco tempo, ouviu da mãe que adoraria ver um netinho vindo dela (gente, como as mães conseguem ser cruéis às vezes, não?). E isso após ver um relacionamento complicado terminar no final de 2010. Muita pressão, não restam dúvidas.

Agora vamos nós, Bi: em primeiro lugar, no meu mundo, na minha visão das coisas, é normal demais ter 30 anos e estar solteira. Ter qualquer idade e ser solteira, aliás. O importante é ser feliz. E isso independe de estado civil, sabemos. Foi-se o tempo em que, aos 20 e poucos, todas as mulheres já estavam casadas e com filhos. Eu me separei aos 30, baby. E me vi exatamente na sua situação. Simplesmente relaxe e viva a sua vida. Não há nada mais a fazer. Para que sofrer? Já parou para pensar em todas as coisas ótimas que você pode fazer exatamente por não ser casada e ter filhos? Que tal planejar uma viagem incrível para as próximas férias? Para onde der na telha? E se matricular numa pós ótima? Ou num curso de cinema? Uma aula de balé? O que bem quiser, lindona, o mundo é seu!!!

Eu acho que essa autoestima baixa é reflexo desse relacionamento complicado que terminou há pouco tempo. Vai passar. E, com esses olhos claros (verdes ou azuis? Fico em dúvida nas fotos), esses cabelos ruivos e essa barriguinha chapada, meu amor, pare de reclamar da vida. Você é um deslumbre de mulher e não se fala mais nisso. Só precisa se amar!!! E, como diria Ronnie Von, ídolo maior desse trio de blogueiras, não se preocupe com nada porque, aos 30, você ainda é uma bebê. E tem muito o que viver.

Beijo grande, muito amor procê,

Isabela – A Divorciada

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Minha vida de cigana

Estava aqui fazendo os cálculos. Em uns 10 anos, acho que me mudei de casa em média uma vez por ano. Quando me casei, fui morar de aluguel, depois nos mudamos para uma casa própria. Três anos depois, me separei e voltei para a casa dos meus pais. Aí fui embora do Brasil de mochileira e morei em cinco lugares ao redor de Londres. Voltei para o Brasil e fui para um apartamento na cidade onde minha família vive. Um mês depois já estava em São Paulo de favor na casa de uma amiga, aí fui dividir apartamento com outra. Mais uns meses e precisei me mudar. Agora estou de mudança de novo. Ufa!

Olha, essa brincadeira cansa. E manter a ordem da vida em meio ao caos é um grande desafio. Sem falar nas coisas que se perdem ou quebram e nos gastos para se adaptar ao novo cafofo. Mas tem suas vantagens. O olhar sobre as coisas nunca se vicia, a necessidade de se adaptar torna a gente mais flexível também em outros aspectos da vida e, o principal, a gente reduz o apego material. Mudar-se constantemente faz da vida da gente uma constante renovação e um eterno recomeço. Gosto especialmente da parte de explorar um novo mundo, procurando serviços, traçando novas rotas para lá e para cá e me adaptando às novas pessoas ao redor. E é gratificante quando constato que eu consegui retomar o meu cotidiano em um novo contexto, com tudo novo de novo.

Até admiro pessoas de espírito constante, aquelas que conseguem ser felizes no mesmo emprego ou na mesma casa a vida toda. Mas já me convenci que é neste turbilhão de mudanças e nesta gangorra de emoções que encontro sentido para a minha vida, apesar de bater um grande cansaço muitas vezes. Talvez nunca mesmo acabe minha vida de um jeito que já idealizei um dia, em uma casa com varanda com uma rede preguiçosa pra deitar. E confesso que me satisfaz a ideia de não ter a menor idéia de onde estarei no mês que vem, muito menos daqui a 30 anos.

Patrícia - A Solteira

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Revendo "O Clone"



Ando meio viciada em acompanhar a reprise de O Clone em Vale a Pena Ver de Novo. Como Insensato Coração é muito chata (você pode mais Gilberto Braga!!!), tento aplacar o vazio noveleiro que existe em meu peito revendo as desventuras de Jade na hora do almoço, nos restaurantes que têm TV perto do trabalho. Não dá para ver um capítulo inteiro, mas dois ou três blocos que já me permitem enumerar os dez motivos que me levam a ficar de olho na trama de Glória Perez outra vez. Lá vai:

O folhetim é breeeeeeeeeeeeeeeeeeeega demais, mas, confessemos, muito divertido.

Giovanna Antonelli está ótima como Jade (não se pode dizer o mesmo de Murilo Benício, o Cigano Igor do elenco).

As músicas árabes que tocam cena sim, cena também, são clichês, mas muito bonitinhas.

A Eliane Giardini é o máximo como a megera Nazira. Se eu fosse a autora, teria dado o triplo de cenas para ela.

Ouvir o Tio Abdul (personagem de Sebastião Vasconcelos) falando de mulheres “espetaculosas” é TUDO.

Bordões como “arder no mármore do inferno” e “inshalá!” estão entre os clássicos das novelas da Globo, mesmo que não se comparem ao “keeeeeeeeeeeeeeenga!” de Joana Fomm como Perpétua, em Tieta, o meu predileto.

Todo mundo merece “muito ouro!!!”, hahaha!!!

O Dalton Vigh arrasa. Não me conformo jamais de Said ser o marido renegado.

A Letícia Sabatella é linda e faz um papel super fofo na trama.

Vera Fischer e Reginaldo Faria deram muito certo como Ivete e Leozinho. E o que é aquela música, Luna, que toca sempre que eles pensam um no outro????? Trash, trash, trash, morro de rir quando ouço. Adoro.

Bom domingo, babies. Ótima semana procês.

Besitos,

Isabela – A Divorciada e A Noveleira

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Ter um amigooooo, na vida é tão bom ter amigo!


Dica de leitura leve para o fim de semana: a Superinteressante desse mês traz uma capa fofa sobre amizade. Para os céticos, está ali toda a explicação científica e evolutiva do porque nos juntamos em bandos. Segundo a matéria, ter amigos é a maior razão de satisfação das pessoas. Nos faz mais felizes que dinheiro, amor e sucesso. A reportagem também diz que não é saudável ter mais que 150 amigos (eu acho isso muito!) porque o cérebro não processa tanta informação. E que nós formamos grupos de amigos: os cinco mais próximos, os do “círculo da empatia”, os colegas, os amigos dos amigos e por aí vai.

Eu adorei e concordo: meus amigos são, ao lado da minha família, a maior fonte da minha felicidade. E sou muito sortuda de ter gente tão maravilhosa ao meu redor. Mas eu acredito mais na força do encontro das almas que nas maravilhas produzidas pela ocitocina.

E já que o tema é esse, mais uma dica: o filme Mary & Max, que uma amiga fofa me mandou de presente aqui no meu trabalho (não é o máximo?). Eu e Olívia (categoria “prima-amiga”) choramos um monte. É uma das coisas mais lindas que já vi sobre amizade.

Beijos, bom sábado!

Débora – A Separada

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"Nunca estive tão bem!!"

Inspirada no comentário da Evelin, eu, Olívia e Carol decidimos fazer uma lista das célebres frases que aparecem no Facebook, Orkut, Twitter, MSN e na Caras, Contigo, Quem e Istoé Gente quando anônimos e celebridades ficam solteiros. Não importa idade, classe social, gênero nem profissão. Num ímpeto de mostrar ao mundo que, sim, estamos bem e fortes, deixamos esses recadinhos por toda parte. No fundo, ainda estamos na lama. Mas não deixa de ser um processo terapêutico de autoconvencimento de que a gente ainda vai virar esse jogo e ficar numa boa. Só não convence mesmo é quem está lendo.

Se esquecemos de alguma pérola, por favor, acrescente.

Beijos e 3xbom fim de semana

- Eu sou mais eu
- Estou me namorando
- Minha prioridade agora é a espiritualidade
- Tô sozinha porque eu quero
- Esse é um momento só meu
- Solteiro sim, sozinho nunca
- Nunca estive tão bem!
- Amo ficar sozinho
- É importante ter um tempo só para você
- Estou me encontrando
- Encontrei a pessoa mais especial da minha vida: eu!
- Estou na melhor fase da minha vida!
- Eu me amo
- Nunca se esqueça de quem você é (haha)
- Adoro minha própria companhia

Débora – A Separada e solteira! (Porque eu sou mais eu!)

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A ex

Momento da leitora. Senhorita Eva (nome fictício), de Belém (cidade que eu tenho loucura para conhecer, beijos aos paraenses), noiva de Álvaro (nome também fictício), não aguenta mais a ex mala dele. E escreveu para nós contando a situação. Em resumo, a fulana “vive procurando por ele, dizendo que sente saudade e que ele é o amor da vida dela”. Além disso, ainda “espera por ele e reza todas as noites para que eles fiquem juntos mais uma vez, acreditando que meu namoro com ele tem prazo de validade”. Detalhe: Eva já está com Álvaro há mais de três anos. Ou seja, a piriguete não passou a ser ex ontem para se sentir naquela fase de ter esperanças de que o cara resolva voltar amanhã.

Ao conversar com Álvaro sobre o assunto, nossa querida ouviu dele que a namorada anterior “pode esperar sentada”, afinal, “no tempo em que eles ficaram juntos, ele tentou gostar dela e não conseguiu”.

Diante do exposto, Eva me perguntou se tem motivos para ficar chateada. E disse que se sente mal por ter alguém rezando contra ela. Diante da causação, nossa leitora diz que vem sentindo uma “vontade medíocre de chegar perto dela e falar poucas e boas”.

Lindona, simplesmente relaxe, não vale a pena esquentar a cabeça com essa doida. Álvaro está com você porque quer. Teria voltado para ela antes se ainda existisse alguma coisa. Tem mulher que é assim mesmo, simplesmente não consegue esquecer um fora. E fica aí, na cola, remoendo forever.

Neutralize essa energia ruim desejando o melhor para ela. Mandando vibrações positivas para que essa coitada supere. Eu no seu lugar mentalizaria essa pessoa ao lado de um homem lindo, maravilhoso, o melhor entre os melhores companheiros, morando numa mansão, na Toscana. E usando as melhores roupas, tomando vinhos italianos todos os dias para celebrar a paz e o amor. Que a vida é curta demais para a gente ficar perdendo tempo com o que já passou.

Beijos grandes, lindona. Com todo o meu carinho por você,

Isabela – A Divorciada

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Minha avó agora é velha

Pessoal, compartilho aqui um texto que escrevi já faz uns três anos, mas que gosto muito. É sobre meu reencontro com a minha avó materna. Espero que gostem.

Quando nasci, minha avó já era velha. Eu com zero ano e ela com seus cinquenta e poucos. Ainda lembro que, lá pelos meus seis, sete anos, reparava em suas mãos manchadas no fogão, nos cabelos grisalhos e nas rugas do rosto e da boca. Ela já era meio gordinha também.

Puro engano de um olhar infantil. Passados cerca de 30 anos, agora sim a descobri realmente velha. E foi assustador, me provocando tristeza (um pouco de raiva também), pena e profundos questionamentos sobre o sentido da vida. Havia talvez uns dois anos que não a via. Já quase aos 80 e teimosa que só decidiu se mudar para outro estado, Rio Grande do Norte, longe de seus
familiares em São Paulo. Construiu casa idêntica por aquelas terras (geminada, com um quarto em cada extremidade e cozinha e sala conjugadas). É possível andar no escuro em qualquer uma de suas casas. Todas iguais e com os mesmos móveis de décadas.

Após as aventuras por aquelas bandas e eternamente insatisfeita, outra mudança. Desta vez, Bahia. Tudo na companhia do anjo do meu avozinho, pobre coitado. Até que, como diz minha mãe, a "porca torceu o rabo", ou seja, tiveram mesmo que pedir ajuda. Doentes e sozinhos, apelaram para as duas filhas, que prontamente foram buscá-los e os alojaram nas proximidades. Neste dia, ao chegar em casa, levei o susto. Ela não era mais a avó que, apesar das rugas e manchas, fazia comida para os netos, ia ao supermercado, limpava a casa e costurava. Agora seu olhar estava longe, o corpo esquálido e murcho, sem curvas nem mesmo na barriga. Os cabelos já haviam passado do branco para o amarelo, cor de sujo. O cheiro era ruim, o hálito também. Lembrei de Amor nos Tempos do Cólera, de Gabriel García Maques – no final da história, quando os protagonistas finalmente se reencontram, sentem o cheiro da velhice.

Pode parecer duro, mas quando ficamos muito velhos cheiramos a coisa degradada, a alguma coisa descascando. A pele não tem mais brilho, é seca e ruim de tocar. Os cabelos se endurecem e o olhar afasta em vez de atrair. O corpo se arrasta. Minha avó tem dificuldade para sentar, para levantar, para subir escadas. Não faz mais nada em casa. Suas manias ficaram piores e agora faz até travessuras de criança. Precisa de ajuda para ir ao banheiro e tomar banho. Não sabe muito bem que dia está, mas vê na televisão que o presidente é o Lula e morre de raiva.

Tudo isso me fez constatar que a vida toda estive errada sobre ela ser velha. Além desta descoberta, fiz uma outra, o mundo só se importa e presta atenção ao que é novo e radiante. Observo minha sobrinha de três anos em meio aos parentes na sala. Qualquer gesto dela enche os outros de curiosidade.

Portanto, somos isso, corpos em constante decomposição e facilmente substituíveis. Já que todos apodreceremos, para que brigar tanto? O melhor caminho é amar as pessoas como se não houvesse amanhã, parafraseando Renato Russo – aquele cantor da época em que eu ainda nem pensava nestas coisas...

Patrícia - A Solteira

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Debochada, melindrada e insensível

A pessoa aí acima deve ser uma mala, né? E é. No caso, sou eu mesma. Ou o meu lado B. Ao menos conforme as três últimas críticas que eu recebi das minhas amigas e parceiras desse bloguinho. O placar está vantajoso para a Patrícia, o que é mais que justo, já que ela que convive comigo todo dia, quase o dia todo. Primeiro ela disse que eu debocho da pessoa quando discordo do ponto de vista dela. É verdade, debocho mesmo (bochechas rosadas de vergonha). Pouco tempo depois, ela me disse que eu sou muito melindrada quando o assunto é minha aparência, que vivo na defensiva e que ninguém pode falar nada (o que não adianta nada, porque todo mundo fala assim mesmo, há!). Mais recente foi a crítica da Bela, sobre algo que aconteceu faz meses já. Ela disse que eu sou muito insensível e que falo de forma ríspida de vez em quando. Achei o termo inapropriado, afinal, se sou melindrada com os comentários sobre aparência, sou é sensível demais. Acho que a Bela quis dizer que eu sou rude, grosseira e que dou patadas.

Claro que ouvir críticas é horrível. A gente ouve mil elogios e eles acariciam a gente como brisa suave no rosto. É uma delícia. Ouça uma crítica e sinta o peso de um elefante nas costas. A primeira reação é a de negação: Eeeeu disse isso? Jamais! Uma vez reconhecido o erro, vem a fase da injustiça: Pô, mas isso é tão injusto...eu sou tão legal a maior parte das vezes e ela só lembra disso? Aí vem a fase do bico. “Vou ficar um tempo sem falar com ela e ela vai ver só...hã!”. Tem ainda os adeptos do “a melhor defesa é o ataque”: E você??? Teve aquela vez, em 1917, que você foi super grosseira comigo!

Quando levo uma invertida dessas, vou para o “cantinho do pensamento”, sento como indiazinha e fico de mãos cruzadas, girando um dedão ao redor do outro. E penso muito. Um parêntese: cantinho do pensamento é onde minha irmã coloca minha sobrinha quando ela é malcriada. Um nome mais fofo para “ir pro castigo”. Na última ida ao cantinho, fiquei tentando entender porque sofremos tanto com as críticas. Acho que nos falta, ainda crianças, uma educação voltada para isso. Somos todos fofos e incríveis para nossos pais. E, quando erramos, somos devidamente castigados e depois fica tudo bem. Ninguém nos ensina a lidar com a crítica e, menos ainda, a fazer uma – a grande maioria é desastrosa quando critica alguém. Outra razão é a óbvia: não queremos nos sentir diminuídos, preteridos ou rejeitados. E toda vez que alguém que amamos nos chama a atenção, dói. Por fim, ninguém gosta muito de visitar seu próprio lado B. Saber-se rude, carente, folgado, impaciente, mal-educado, mal-humorado, imaturo, antipático, preconceituoso, entre outros, é ter que mergulhar na própria mente, ou n'alma, e lidar com essas imperfeições.

Só que ninguém é 100% fofo. É natural, demasiado humano, que a gente derrape na pista. E, no geral, sobra para quem está perto. Importante é saber pedir desculpa e reconhecer o que foi exagero seu e o que é sensibilidade extra do outro. E seguir adiante, entre muitos carinhos e algumas patadas.

E você, qual é o seu lado B?

Débora – A Separada

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