Tem gente
que faz a gente se sentir uma velhinha coróca. Tenho um colega de
trabalho assim. Tudo dele está na nuvem. Não, ele não é avoado e
fica contando carneirinhos o dia todo. Não estou falando das nuvens
branquinhas lá em cima do céu. Mas do mundo digital.
Ele não
tem agenda. Ela está na Google Agenda, onde é possível não só
marcar seus compromissos como compartilhar eventos com outros
interessados. Arquivos gravados em pastinhas no computador é coisa
do passado. Está tudo no Google Docs, onde ele também pode dividir
com outros, sem ter que ficar anexando e-mails. Aliás, e-mail pra
ele já está meio ultrapassado, só usa porque a maioria ainda está
presa a esta antiga (?) ferramenta. Ah, as contas do banco. Eu que me
achava super organizada com minha pastinha com divisórias para os
comprovantes de cada coisa fiquei constrangida quando ele me disse
que não guarda nada destas coisas. Ainda tentei argumentar. Mas fui
vencida: “Para que se está tudo arquivado no seu banco, é só ir
lá e imprimir se precisar”.
Senti-me
ainda mais ultrapassada quando demonstrei uma certa preocupação com
relação à privacidade destes dados. E mais uma vez perdi a parada:
“Estes dados não ficam disponíveis para todo mundo, só para você
e com uma senha que só você sabe”.
Acabei me
convencendo do quanto essas ferramentas são mesmo revolucionárias,
porque elas conseguiram até aposentar o próprio PC, que é a sigla
de personal computer. Ou seja, com a vida na nuvem, ninguém precisa
nem mesmo carregar pra lá e pra cá o micro. Necessita apenas de
qualquer micro conectado à rede para trabalhar e se comunicar.
Essas
coisas me fascinam e ao mesmo tempo plantam um certo temor de ficar
para trás. Mas que venham mais facilidades que nos dão cada vez
mais liberdade (tanto de expressão quanto de ir e vir) e que eu
tenha fôlego pra entender tudo isso, mesmo quando me tornar de
verdade uma velhinha coróca.
Patrícia,
A Solteira
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