quarta-feira, 30 de março de 2011
Branca de Neve, Mainha, Felipe e os Pratos
Alguém aí tem alguma coisa contra a Branca de Neve? Eu não. Muito pelo contrário: é a minha princesa predileta. Não à toa, fiquei completamente passada ao ler, no caderno Equilíbrio, da Folha, em entrevista com a pedagoga Tânia Brabo, da Unesp, que a personagem já foi citada num dos exemplos mais bizarros de como os pais erram ao educar os filhos estimulando o sexismo, ou seja, ao desempenho de determinados papéis de acordo com o sexo. Ao longo do papo com a repórter Julliane Silveira, Tânia contou ter tomado conhecimento de um pai que foi tomar satisfação com uma professora por não aceitar que o seu filho estivesse lendo o livro da Branca de Neve, afinal, aquilo não era “leitura de menino”.
Dá para acreditar? Nesse sentido, a pedagoga lançou o alerta: é desde cedo, na escola e em casa, que o sexismo finca raízes. E que a gente vai colocando na cabecinha das crianças o que meninos e meninas podem ou não fazer. Segundo ela, um garoto que nunca chegou perto de uma boneca, ou seja, que nunca teve autorização para tanto, pelo contrário, sempre foi reprimido nesse sentido, pode se transformar num homem que não se aproxima muito dos filhos, por exemplo. E assim por diante.
Não sou mãe, portanto não posso escrever em primeira pessoa nesse campo. Mas fui educada por uma mulher que sempre estimulou a divisão de tarefas. Lembro até hoje do dia em que, após ouvir de Felipe, um dos meus dois irmãos, que ele não ia enxugar e guardar os pratos “porque era homem” (deve ter surtado, afinal, devia ser a bilionésima vez que ele fazia aquilo), mainha decretou: “Ah é? Pois já que você é homem agora vai lavar, enxugar e guardar os pratos. Pode sair da pia, Isabela”.
Feliz da vida, admirando Dona Marlúcia forever, deixei a bucha de lado e fui brincar enquanto Felipe aprendia a lição. Afinal, homens enxugam e guardam pratos sim. Além de ler as histórias da Branca de Neve, claro.
Abaixo o sexismo.
Beijos, beijos,
Isabela – A Divorciada
12 comentários:
Meu pai conta que uma vez minha mãe foi chamada na escola, pois eu estava brincando com um carinho e a professora disse que eu tinha que brincar com a boneca e meu amiguinho que estava brincando com a boneca deveria brincar com o carrinho.
30 de março de 2011 às 08:49Eu perguntei pra professora por que tinha que ser assim?
Já que em casa meu pai ajudava a cuidar de mim e minha mãe tmb dirigia carro!!!
Absurdo, né!!!
Também não tenho filhos, mas menino ou menina a criação será a mesma!!!
Abaixo o sexismo, jáááá!!!
Beijos
Enquanto os adultos forem sexistas, isso não vai mudar.
30 de março de 2011 às 08:59Por isso que se eu tiver uma filha ela vai usar azul, vai poder brincar de carrinho e super herói.
30 de março de 2011 às 09:15Meu irmão desde pequeno foi ensinado a limpar a casa... e nunca se achou menos homem por isso...
ABAIXO O SEXISMO
.Olívia.
O meu Pedro tem 03 anos, mas já "sabe" (pelo menos ele diz que sabe)lavar louça e passar o pano na casa. Eu deixo ele fazer (mesmo que depois eu tenha que fazer tudo de novo) pois ele vai precisar fazer mesmo quando crescer...
30 de março de 2011 às 09:46Outro dia ele me entregou um confete e disse: Toma Mamãe, esse rosa é de mulher, o meu é azul.
Aí eu perguntei onde ele tinha escutado isso. E ele: na escola!
Enfim... Fui falar que não existe cor de homem e cor de mulher...
Dá um trabalhinho, mas é gostoso passar as coisas certas para eles.
Beijos,
Cinthya
http://odivaadellas.blogspot.com
Aplausos pra dona Marlúcia!!!!
30 de março de 2011 às 12:04E para dona Cinthya tb!
=)
bjks
deb
Boa tarde Bela!
30 de março de 2011 às 14:11Concordo plenamente com o Andarilho,é horrível assumir mas sociedade em sua maioria é sexista.
Tb sou pedagoga, tenho um pimpolho de 6 anos, e logo no início do ano letivo a escola informou q a classe faria um rodízio de leitura. O mesmo funcionaria assim: Eles iriam levar o livro de casa e a cada dia a professora escolheria um para ler. Na semana do Gui, ele me perguntou se ele podia levar a história da Cinderela. Eu percebí q eu fui sexista, tentei convencê-lo de uma maneira sutil q não era para ele levar, me dei conta do q eu estava fazendo, me sentí extremanente preconceituosa e acabei relaxando a respeito.
Moral da história: Ele levou, arrasou e a professora ainda me elogiou por eu ter incentivado a leitura de um livro q em princípio é voltado para as ¨meninas¨.
Detalhe: Ela q não leia este comentário e perceba q eu qse cometí um erro feio de não permitir a escolha livre da leitura do meu filho!
Um bjo enorme no trio!
E mais uma vez, parabéns pelo post!
Pois é Bela apoio total a tia Marlúcia!Se todas as mães fizessem isso não existiria tanta briga de casal(pois existem homens até hoje que acreditam que o dever da casa é da mulher,pode?!).Bjs
30 de março de 2011 às 18:44Concordo com o Andarilho. Os namorados que tive, foram todos educados para cuidar de uma casa pelas suas mamães, inclusive, cozinhar também, que lamento dizer, fazem tudo melhor que eu.
31 de março de 2011 às 08:36Então Bela,
Que engraçado. Estudei pedagogia. Quando falamos da Branca de Neve, era no sentindo de que ninguém é 100% alguma coisa, tipo, uma pessoa boa até morrer. E, ainda, também era criticado o fato da Branca de Neve ser a pessoa que faz tudo dentro de uma casa, que é uma leitura não indicada, tanto para menina, quanto para o menino. Estranho. Entretanto, acho um pouco de exagero, pois adoro a Branca de Neve. E a leitura que faço disso tudo, é as coisas não são como eram, não podemos mais educar uma criança como fomos educados. Aliás, eis o “grande male” da educação. Tenho quatro irmãos pequenos ( de 3, 8, 9, 11 anos) e eles exigem desenhos que tudo está explicado. Exemplo disso: o pica-pau, que antes, somente picava o pau, e agora vai a escola, formula armadilhas, discute com a irmã, etc.
Beijos.
Evelin.
Ainda bem q ela nunca botou a gente pra cozinhar em casa...
31 de março de 2011 às 11:52Sobre a Branca de Neve e outros contos infantis da Europa medieval queria dar uma dica de um livro de um historiador francês "O Grande Massacre dos Gatos" do Roger Darnton, neste livro ele mostra como contos populares e fábulas infantis eram usados para formar padrões comportamentais,sexuais e sociais nas crianças. Algo que se pertpetuou até os dias de hoje,
31 de março de 2011 às 12:02A história de Chapeuzinho Vermelho é um ótimo exemplo sobre a sexualidade das meninas,super indico este livro para quem quer entender este assunto partindo de uma ótica histórica/antropológica.
Outro livro legal, mas já da psicologia é o do Bruno Bettelheim, "A psicanálise dos contos de fadas". Onde ele tenta demonstrar que em todos contos de fadas esta a sexualidade altamente inserida, e uma sexualidade conservadora e muitas vezes castradora.
E sobre o Felipe.... bem, o que Dona Marlúcia, falaria se soubesse que até hoje ele não lava os pratos, nem enxuga, nem limpa a bebida derramada ou o vômito no chão na casa dos amigos...
O Ogro.
kkkkkkkkkkkkkkk... esta é minha tia!!
31 de março de 2011 às 13:02meu Deus, isso não é uma mãe, é uma mestra! To bem pensando em empresariá-la por uns workshops aí pelo Brasil, quiçá pelo mundo!
4 de julho de 2011 às 11:21beijo
Kézia
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