terça-feira, 26 de julho de 2011
Homens que compram sexo
Hoje tem convidada especial. Fiquem com Paula, A Casada que ainda não chegou aos 30. Thanks pelo texto, baby, ótima discussão essa que você levantou. Volte sempre, a casa é sua.
Beijos do Trio
Sempre me perguntei o que faz um homem pagar para ter sexo com uma mulher. A velha desculpa de que eles sentem mais vontade de transar do que elas pode até fazer sentido, mas se fosse assim, todos os homens do mundo recorreriam a esse expediente, o que não é verdade (né??). Eu mesma conheço alguns rapazes que nunca transaram com uma prostituta. Mas tenho de admitir que eles são artigo raro. O fato é que homens de todas as idades, raças e religiões compram sexo. Mas quem são eles? E porque pagam por uma relação?
Uma pesquisa norte-americana publicada na Newsweek nessa semana traça um perfil dos homens que compram sexo nos Estados Unidos. A maioria tem em média 41 anos e está casado ou em um relacionamento sério. Eles enxergam o sexo como algo dissociado das relações amorosas e consideram as prostitutas “mercadorias”, como disse um deles.
Um dos argumentos de quem paga para transar é “ter um momento gostoso com alguém que está lá para te servir e que te deve obediência total”. Já entre os que não pagam por sexo, a justificativa mais usada é “não quero apoiar um sistema que degrade a mulher”. A pesquisa também revelou algo chocante: compradores de sexo demonstram atitudes agressivas contra mulheres e muitos afirmaram que estuprariam uma mulher, se tivessem a certeza de que não seriam pegos!
Diante dessas constatações, não consigo deixar de pensar em como a visão masculina do sexo pago afeta as relações entre homens e mulheres. Será que todo homem que paga por sexo tem fetiche em dominar a mulher e sente prazer em vê-la submissa, como uma escrava sexual?
Paula – A Casada que ainda não chegou aos 30
Beijos do Trio
Sempre me perguntei o que faz um homem pagar para ter sexo com uma mulher. A velha desculpa de que eles sentem mais vontade de transar do que elas pode até fazer sentido, mas se fosse assim, todos os homens do mundo recorreriam a esse expediente, o que não é verdade (né??). Eu mesma conheço alguns rapazes que nunca transaram com uma prostituta. Mas tenho de admitir que eles são artigo raro. O fato é que homens de todas as idades, raças e religiões compram sexo. Mas quem são eles? E porque pagam por uma relação?
Uma pesquisa norte-americana publicada na Newsweek nessa semana traça um perfil dos homens que compram sexo nos Estados Unidos. A maioria tem em média 41 anos e está casado ou em um relacionamento sério. Eles enxergam o sexo como algo dissociado das relações amorosas e consideram as prostitutas “mercadorias”, como disse um deles.
Um dos argumentos de quem paga para transar é “ter um momento gostoso com alguém que está lá para te servir e que te deve obediência total”. Já entre os que não pagam por sexo, a justificativa mais usada é “não quero apoiar um sistema que degrade a mulher”. A pesquisa também revelou algo chocante: compradores de sexo demonstram atitudes agressivas contra mulheres e muitos afirmaram que estuprariam uma mulher, se tivessem a certeza de que não seriam pegos!
Diante dessas constatações, não consigo deixar de pensar em como a visão masculina do sexo pago afeta as relações entre homens e mulheres. Será que todo homem que paga por sexo tem fetiche em dominar a mulher e sente prazer em vê-la submissa, como uma escrava sexual?
Paula – A Casada que ainda não chegou aos 30
14 comentários:
Li o artigo e fiquei chocada com como a violência contra a mulher é um ato normal entre os compradores de sexo. Com certeza é uma discussão interessante.
26 de julho de 2011 às 03:35Essa pesquisa é absurda para os padrões brasileiros. Talvez até para os padrões mundiais.
26 de julho de 2011 às 09:54Aliás, ela chega a contrastar com outra existente no segundo livro FREAKONOMICS.
No Brasil, como no mundo, os homens recorrem ao sexo pago por razões diversas.
Jack Nicholson uma vez foi indagado sobre o que o motivava a contratar garotas de programa e pagar por sexo quando ele poderia facilmente ter sexo sem pagar. A essa pergunta ele respondeu que não pagava para fazer sexo, pagava para que a mulher fosse embora depois. Está aí um ponto de vista!
Sendo homem e estando rodeado por homens eu posso afirmar que não conheço um homem sequer que tenha chegado aos 50 anos sem nunca ter pago por sexo.
Nenhum! Nem que o cara tenha pago para saciar um fetiche.
Há os que pagam por massagem tântrica ou massagem tailandesa (que muitos não consideram sexo e aí saem dizendo que nunca pagaram).
Agora uma coisa é certa: sexo pago é serviço! Não é a mulher que é a mercadoria, o sexo ou a companhia é que o é e, de fato, dissociam isso de sentimentos mais profundos.
Exatamente por isso é que existem profissionais de entretenimento adulto para cada nicho: que fazem só sexo oral, que fazem tudo menos sexo anal, que não têm restrições para nenhuma forma, que só fazem sexo com dominação, que só fazem sexo com submissão, que atendem só casais, que só atendem em casais, que vão a casas de swing, que atendem fetiches e por aí vai.
Essa pesquisa é desinformadora!
Com certeza, uma grande parcela que procura prostitutas vai por algum fetiche, não necessariamente a dominação. Isso pq a visão é que é mais aceitável vc expor o seu "lado sujo" pra alguém que vc não conhece e que vc de certa forma controla (pelo pagamento) do que se mostrar pra alguém que te conhece.
26 de julho de 2011 às 09:54E nem todo mundo procura prostitutas pra sexo violento ou dominador. Muita gente acaba indo pra ter um ouvido feminino. Sim, é triste, mas nem todas as mulheres são tão bacanudas quanto as aqui do blog, né?
E lendo a matéria, achei o estudo meio moralista demais. Tipo, a definição de "não usuários" de sexo pago adotada diz que a pessoa não usou pornografia mais de uma vez no último mês. Desse jeito, sinceramente, não me espanta não terem achado tantos não usuários assim. #NedFlandersFeelings
Além disso, a matéria ao misturar prostituição com escravidão/tráfico de mulheres, procura influenciar o público a ver as duas coisas como uma só (e apesar da segunda depender da primeira, não são uma coisa só). Um tanto sensacionalista, ao meu ver.
Ah, esqueci de dizer no comentário, mas o profissão repórter fez um programa sobre prostituição muito bom, há uns tempos atrás. Vale a pena ver e dar uma olhada nele, que reflete muito mais a realidade. Especialmente por mostrar a realidade brasileira.
26 de julho de 2011 às 10:06O grande problema da prostituição - refiro-me ao momento atual da civilização humana, vez que a prostituição, é uma das profissões mais antigas da humanidade - é a transformação não apenas da mulher, mas sim do sexo, em mercadoria.
26 de julho de 2011 às 12:40Mas porque buscar sexo pago? Pelo puritanismo religioso que permeia nossa sociedade, em que, homens e mulheres, são condicionados a adotarem certos limites nas relações sexuais com seus parceiros, a adotarem certas máscaras. Em outras palavras, não são poucas as mulheres, como também não são poucos os homens, que não tem coragem de exercerem com seus parceiros(as) a plenitude de suas necessidades sexuais. Muitos homens acham que determinada práticas só com prostitutas, muitas mulheres acham que determinadas práticas é só para prostitutas.
A prostituição, nos dias de hoje, é, entre outros, subprodutos deste moralismo.
Quanto a violência contra a mulher, infelizmente, em nossa sociedade, a mulher é exibida como mercadoria (vejam a associação da figura da mulher com produtos, feitas, por exemplo, nas propagandas de cerveja). Ao comprar o sexo, ou seja, ao pagar a mulher para lhe ser servir, não são poucos que acreditam que estão diante de um produto seu, que tem todo direito sobre elas.
O respeito à mulher, deveria partir, pois em todas as esferas da vida humana, homens e mulheres merecem ser respeitados plenamente, inclusive aqueles e aquelas que vivem da prostituição.
Por fim, há que dizer que a falta de perspectivas no mercado de trabalho e os baixos salários, pagos às mulheres em nosso país, é um atrativo à prostituição.
Eu penso, finalmente, que deveria haver maior organização, inclusive do ponto de vista sindical, dos trabalhadores do sexo, como forma de se combater a violência, cuidar da saúde e, ainda, enfrentar os cafetões e cafetonas, que exploram financeiramente tais trabalhadores.
Concordo com o comentário acima. A prostituição se deve em parte ao moralismo, inclusive dos que contratam profissionais.
26 de julho de 2011 às 13:19Tem machão por aí que diz que tem coisa que a mulher dele não pode fazer. Só se faz com prostituta.
Que isso, minha gente?
Quanto aos menos moralistas (porque todo mundo é pelo um pouco), os motivos vão desde realizar uma fantasia, satisfazer o simples desejo sexual quando não se tem uma parceira até para "que ela vá embora depois".
Não pagar porque muitas vezes, ao contratar ese tipo de serviço, está financiando cafetões e mafiosos.
Também sempre me pergunto isso. E conheço muitos que nunca pagaram nem têm vontade. Lembro de uma amigo que me contou que a única vez que esteve com uma, meio que por pressão dos amigos, até transou com ela, mas contou que sentiu pouco tesão e depois ficou conversando com a mina e até sentiu pena dela. Enfim, acho que tem a ver com fetiche sim, temos aí uma longa história da imagem da mulher ser mostrada como mercadoria, aí quando não podem demonstrar isso em casa senao apanham rs, acabam pagando pra realizar as fantasias. Acho que isso só vai diminuir quando houver igualdade de verdade de gêneros. Espero ainda estar viva pra presenciar isso.
26 de julho de 2011 às 18:58Bjs da Solteira
Tenho uma conhecida que diz que toda vez que o marido queria sexo anal, ela dizia: procure as profissionais!
27 de julho de 2011 às 11:53Hahahahahaha
Por isso acho que a prostituição tem sua função biopsicosocial (sempre quis escrever isso!=P)
Mas eu confesso que, para o meu mundinho privado, acho bem estranho alguém pagar por sexo.
E mais estranho ainda as mulheres não terem comentado esse post.
beijos
deb
Sabe Deb, as mulheres talvez não tenham comentado pelo simples fato de que desconhecem o mundo da prostituição e como ele funciona.
27 de julho de 2011 às 12:21Não é a toa que a maior parte das pessoas que compraram o livro da B runa Surfistinha tenha, justamente, sido o publico feminino.
Não li o livro mas ontem vi o filme. Ele é elucidador sob vários aspectos.
Uma breve leitura dos depoimentos da mulher que criou a DASPU também ajuda a desmascarar os mitos e inverdades sobre essa prática.
Não creio que a procura por prostitutas vá acabar um dia, como também não creio que tenha estrita relação com fetiche (embora seja uma das vertentes).
Dou aqui um exemplo: um cara bem apessoado, gentil, interessante, inteligente, economicamente estável, agradável e bom partido precisaria buscar os serviços de uma profissional do sexo já que poderia seduzir qualquer garota e ter sexo de graça? A lógica apontaria para um estrondoso NÃO. Mas é comum que, sim, ele pague por sexo pelo simples fatio de não querer nenhum tipo de envolvimento emocional, não querer seduzir ninguém e não querer ver a cara dela depois sem ser acusado de cafajeste.
Outros pagam R$ 10.000,00 para sair com uma modelo conhecida que faz programas na surdina pelo simples gosto de sizer que já esteve na cama com fulana de tal.
Outros, ainda, saem dizendo por aí que foram forçados pelos amigos a buscar os préstimos de uma garota de programa e que com ele ficaram conversando e tal.....maior lorota impossível. Típica coisa que caras dizem para mulheres com a nítida finalidade de passarem-se por bons moços.
Seria interessante, um dia, que as mulheres tivessem a oportunidade de se transmutar em homens para entender a verdadeira diferença entre a vida real e a retórica.
O buraco é mais embaixo...
Sim, é verdade.
27 de julho de 2011 às 17:28Em 2006, por causa da Bruna, eu fiz uma longa reportagem sobre prostis para a Época e frequentei alguns inferninhos, falei com as meninas e tal. Entendi melhor o universo delas. Mas o dos homens que frequentam (e vc diz que são todos, rs), ainda não fui "estudar" não. Acho que vale um belo estudo/livro/filme etc.
Só tenho o depoimento de alguns amigos.
Agora, uma coisa é fato: como eu já disse aqui uma vez, a gente também adoraria ter a possiblidade de transar vez em quando sem ter que passar pelo processo do seduzir - e depois ejetar o cara da cama.
Não se iluda achando que isso é uma coisa só masculina...
bj da deb
Deb,
27 de julho de 2011 às 18:03Eu não me iludo não.
Mas é mais fácil vc achar um P.A. sendo bem objetiva em seu pedido e sem ter o cara te enchendo a paciência depois (e se ele for casado por certo não te encherá a paciência) do que o inverso.
Homens não ficam se lamuriando porque foram "usados como objetos sexuais".
Lembrei de um amigo que quando solteiro, lá por seus 24 anos, vivia dizendo que não via sentido em transar com "putas"como ele dizia e que não faria isso por nada no mundo.
27 de julho de 2011 às 18:09Agora ele tem 46 anos e virou habitué de lugares para diversão masculina adulta.
Ele tem grana (antes não), é executivo (antes era trainee), era solteiro (agora é casado) e ainda está interessante: podia sair com quem ele quisesse na empresa ou fora dela sem pagar, sobretudo pq ele viaja o mundo a negócios.
Por que paga? Por que mudou de idéia? As respostas são tanats que isso aqui viraria um post.
Isso além dos outros que vivem dizendo que nunca sairam ou sairiam com mulheres de programa e depois foram flagrados com uma.
Esses homens são mais comuns que vocês imaginam e 80% de suas queixas e a falta de sexo em casa, porque vocês mulheres casadas não levanta essa questão para outras mulheres casadas, porque o sexo deixa de existir ao longo do tempo se vocês estao carecas de saber que homem é gosta de sexo o tempo todo ao longo de sua vida
11 de março de 2016 às 13:53Eu sou Profissional do sexo e nao me deixei levar pela marginalização da profissao , não me sinto uma mercadoria, e sim uma prestadora de serviços, tenho vida normal, meus familiares sabe o que faço porque não vejo que seja algo imoral, entao o que faz ser mercadoria ou coisa e tal é o posicionamento da mulher diante a profissao e isso serve para qualquer profissao
11 de março de 2016 às 13:55Postar um comentário