1147 posts
DEB – A Divorciada
Foi duro
decidirmos pelo fim deste blog. Mas uma palavra dita pela nossa
Débora (“desapego”) me aliviou da culpa de deixar tantas pessoas
especiais na mão. Ontem, um amigo escreveu meio em tom de
brincadeira: “A gente é responsável por aquilo que cativa”,
numa citação de O Pequeno Príncipe. E mais uma vez a culpa bateu.
Principalmente porque a gente sempre acreditou que nossos dilemas
aqui tinham muito mais alcance do que poderíamos medir muitas vezes,
talvez nem tanto em quantidade, mas em profundidade na hora de
tocar a vida das pessoas.
Foi a Bela quem falou disso a primeira vez: e se a gente criasse um centro de apoio, uma ONG, um centro de valorização dos divorciados? Claro, a vocação era natural. Como ex-divorciadas, somos, de uma certa forma, referência no assunto. Esse papo surgiu a primeira vez no começo do blog, há quase quatro anos, quando ela era A Divorciada. Era ela quem recebia e-mails de homens e mulheres desconsolados de todo o Brasil. O que fazer com o vazio? Como lidar com esse luto? Como aliviar a culpa (quando era o leitor que tinha terminado o namoro)? Qual era a hora certa de...hum...hã...transar de novo? Ou ao menos de beijar? Eram tantas perguntas, tantos corações rasgados.
Aí eu me separei. E, sem querer, acabei influenciando alguns divórcios por aí. E virei doutora também. Na última semana, recebi duas ligações de corações partidos que me partiram o coração. A minha vontade era sair correndo e abraça-los, apertar a mão deles e contar o que vem depois das trevas. Porque separar dói para caraléo. É quase morte mesmo. Com a vantagem de renascer depois. E esse renascer é uma delícia, é melhor que a adrenalina de terminar uma corrida, que um orgasmo, que comer chocolate meio-amargo, que beber vinho com os amigos, que se divertir lendo um livro delicioso. É tudo isso junto - porque cada coisinha aí descrita vira uma grande aventura no processo de recuperação.
Até o dia em que você...*suspiros*...se apaixona de novo! E tem certeza absoluta de que seu novo amor é mooooooito melhor que aquele outro(a) lá. E percebe que só sente isso porque amargou uma dor que parecia dilacerante.
A gente sabe que não adianta nada contar o próximo capítulo para quem está no inferno nesse exato momento. Mas que é bom ter alguém para segurar nossa mão e dizer que vai ficar tudo bem, ah, isso é...
E aí, abrimos nossa ONG?
beijocas
Débora - A Divorciada com PhD em separação
A frase,
dita por um amigo em comum, traduz direitinho o meu amor. Não dá
para não se apaixonar por ele. Comigo foi praticamente à primeira
vista. De repente, não conseguia mais ficar nem algumas horas longe
e me peguei agindo como adolescente, com beijos sem fim e recadinhos
com coração.
De uma
hora para outra, tudo em volta ganhou mais brilho, cor e sabor. Com
ele, tanto faz se está frio, se o céu está cinza ou se a comida
ficou fria. Porque estou com ele... Com ele, ir ao supermercado já
é superdivertido, comer espetinho na padaria é um jantar romântico,
a noite se torna dia, o dia da semana é como sábado e o domingo
nunca mais foi chato.
Na semana do Dia dos Namorados, vamos dividir com vocês esse momento único na história do blog no qual as três estão totalmente in love! Vamos dizer o que faz dos nossos respectivos os eleitos. Se quiserem entrar na onda e mandar a história de amor de vocês, fiquem à vontade. Vocês sabem que amamos publicar as histórias de vocês.
Meu rei
Eu tive certeza absoluta, a certeza que faltava (aqueles 5% restantes) de que ele era O cara somente na semana retrasada. Foi durante uma viagem à cidade dele, lá na Bahia, ao conhecer toda a família. O tio dele me contava, indignado, que o sobrinho não acreditava piamente que o homem foi à Lua.
- Como é? Ele não acredita? Que coisa...
Gamei! Gamei mais ainda do que já tinha gamado. Sim, porque enquanto meu ex sempre dizia para eu não sair por aí dizendo publicamente que eu não acredito que o homem pisou na Lua, o atual pensa parecido comigo.
- Não é que eu não acredite, mas...também não boto fé totalmente.
Ele me entende. Ele sempre me entendeu. Desde o dia em que nos conhecemos. Não foi paixão à primeira vista, confesso. Nem amor. Foi um carinho imenso logo de cara. Isso foi. Os primeiros 50% já ganhamos ali mesmo, naquelas primeiras semanas de amizade. Mas eu ainda saía de uma fossa a la Elizabeth Gilbert (casamento e paixão frustrados em uma só tacada) e ele estava namorando. Levou um tempo até aquilo virar outra coisa.
E quando virou, uau...aí garantimos os outros 45%. Sintonia fina. Os dois são dados aos chamegos, beijinhos e carinhos sem ter fim. Adoramos demonstrações públicas de afeto (oba! existe homem assim!) e compartilhamos uma visão de vida parecida. Apoiamos os sonhos um do outro.
E aí só faltavam aqueles 5%. Aquele tiquinho de desconfiança que faz a gente temer se entregar de vez, que faz a gente questionar o que é bom e ser refém do medo. E então veio o papo do homem na lua e essa descrença típica de gente caipora e pouco sabida das coisas. É, a gente faz parte desse grupo. E ali, olhando para uma lua quase cheia do sertão baiano, eu tive a certeza.
Débora - A Divorciada