sábado, 30 de junho de 2012
Eu e Você
O
texto abaixo nos foi enviado pela Paula, um leitora querida e muito fofa do Rio
Grande do Sul. Direto da caixa de recordações dela, encontrado por acaso. E
compartilhado conosco.
Beijão, Paula!
Thanks, viu? Bom sábado, gente!
Muito amor,
Isabela – A Casada
No primeiro dia em que fomos caminhar, senti
algo diferente. Uma vontade de estar junto, de ficar perto, de conversar mais e
mais. Eu passaria a noite ali somente ouvindo você contar sobre o seu antigo
trabalho, suas histórias, admirando o seu jeito. E, dois dias depois, estávamos
lá, no mesmo lugar. Dessa vez ouvimos música dentro do seu carro. Uma banda que
nós dois curtíamos muito. Não sei se você ainda curte. Eu fiquei muito tempo
sem conseguir ouvir os CDs que você me deu de presente. Hoje já consigo ouvir
essas músicas, até assisti ao show dessa banda com um novo amor, mas não gosto
mais porque me lembram um tempo muito bom que nunca mais irá voltar. Então
prefiro não ouvir para não lembrar... E dois dias depois voltamos lá. Essa
banda era a nossa trilha sonora tocando no rádio do seu carro. E depois de me
fazer uma pergunta, você falou algo que criou um clima de suspense e então me
beijou. E desse beijo eu me lembro até hoje. Depois do beijo você me disse algo
que me deixou triste. E confusa. E vi você na mesma situação em que eu estive
um dia. Ou seria essa situação semelhante e diferente ao mesmo tempo? E vivemos
momentos muito intensos dentro do seu carro.
Foi tudo muito
confuso para mim. Eu me apaixonei, me envolvi e não sabia administrar o que
estava acontecendo. Acho que não sei até hoje. Sofri muito também. E sonhei com
nós dois juntos, ignorando a realidade. A saudade era tanta que eu fazia tudo
errado: te procurava, te perguntava as mesmas perguntas, te escrevia longas
cartas, tudo o que você não gostava. E eu não enxergava que você não gostava
das minhas atitudes simplesmente porque você não gostava de mim.
Mesmo assim, ainda
vivemos muitos momentos. Nossa intimidade aumentava de uma forma incontrolável.
Pegávamos fogo quando estávamos juntos. Depois que esses momentos terminavam,
tudo se tornava pesado para mim. Talvez tenha sido mais leve para você, embora
você diga que tudo ficou pesadíssimo. Sinceramente, não sei. Tive medo de todos
os nossos beijos de despedida. Medo de serem os últimos.
Mas, mesmo triste, eu
não repeti um erro do passado e procurava sempre sair nos finais de semana. Mil
programas com as amigas para me distrair e esquecer que, de novo, meu coração
estava machucado.
Então eu conheci
alguém que, ao contrário de você, me procurava todos os dias, queria saber como
eu estava, queria me ver, queria estar comigo. E, como o meu coração e a minha
cabeça não se entendem, meu coração continuava pensando em você mesmo com a
minha cabeça me dizendo que eu deveria investir meu tempo e meu amor com esse
alguém, que me achava especial e adorava a minha companhia.
Você não imagina
quantas vezes eu o beijei pensando em você, querendo que fosse você, lembrando
de nós dois. Desejando abrir os olhos e ver o seu olhar, o seu sorriso. Mas era
ele que eu via. Então tentava convencer meu coração que eu precisava me
apaixonar por ele. E, assim, o tempo foi passando. Tive várias recaídas por
você, porque era você que mandava no meu coração.
E nós dois brigamos
muito, magoamos um ao outro várias vezes. Olho para trás e vejo que a saudade
imensa, que não cabia dentro de mim, fez com que eu misturasse tudo. E
seguimos, como diz a música, “entre tapas e beijos”.
Ele não me fazia
feliz. Tudo com ele era morno, cinza. Mas ele me dava o que você nunca me deu:
valor, companhia, segurança, amor, uma família, um futuro. Irresistível para
uma mulher com o coração partido em mil pedaços como o meu. Ele passou a ser
meu companheiro nos teatros, caminhadas, cinemas, passeios, viagens. É meu
companheiro todos os dias. E com o passar do tempo meu sentimento por ele foi
crescendo, a vida com ele foi ficando colorida, pois não tinha como não gostar
de quem me faz sentir assim tão especial, tão amada. Foi uma escolha sua: você
escolheu não ficar comigo. Ele me escolheu como a mulher da vida dele. Você
escolheu me fazer sofrer. Ele faz de tudo para me ver sorrir e me fazer feliz.
De qualquer forma, sei que você não se importa nenhum pouco com isso. Além de
que acho que não daríamos certo juntos, porque você precisa de uma mulher que
prepare o seu jantar, passe suas camisas e arrume todas elas dentro do seu
armário enquanto você está trabalhando, estudando. Já ele precisa que eu fique
com ele durante o tempo que levaria para preparar o jantar, passar e arrumar as
camisas. Esse tempo ele quer aproveitar muito bem, de forma muito mais
divertida. Você sabe o que penso sobre isso: que existe muita vida “lá fora”
para ser vivida, aproveitada. E você sabe também que ainda penso em você, na
verdade, penso muito em você, ainda lembro de todos os momentos, ainda gostaria
de voltar no tempo e vivê-los outra vez. Ainda sinto muita saudade... É difícil
resistir ao seu sorriso, ao jeito como você me olha, aos momentos em que
ficamos simplesmente olhando um nos olhos do outro... Mas não há como me
esconder de você, fugir de você, ir para bem longe de você... Não consigo te
esquecer. Mas preciso. Um dia vou.
Paula – A Nostálgica
1 comentários:
Nossa, que historia!!!
30 de junho de 2012 às 02:05Muito bom ela ter seguido em frente e se permitido ser feliz com alguem que a valorize. Eu acho importante amar quem nos ama, nos deixar ser amadas. Se a gente for viver de acordo com a paixao, so querendo o "quente", a "loucura", o friozinho na barriga, nunca vamos viver verdadeiramente uma historia de amor, que eh sim morna muitas vezes, mas tb eh cheia de amor verdadeiro, amor que cuida e que quer ver o outro feliz! Por isso eu prefiro remar contra a mare desses dias de hj, em que caiu no morninho, ja ta todo mundo pulando fora, jogando a toalha...Viva o amor verdadeiro! E sorte pra vc Paula, vc vai conseguir esquece-lo sim ;D
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