terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Eternos insatisfeitos
Vovó Dolores é que sabe das coisas. Aos 99 anos, de tanto ouvir o povo se queixando de tudo, ela segue repetindo: “Ninguém tá feliz como está...”. A bisa Lola é a avó do Charlie. Tenho saudade daquela carinha boa dela, meio cansada da vida, meio assustada com tanta novidade. Fora a disposição de se levantar da mesa e ir lavar a louça após os almoços familiares.
Lembrei da bisa Lola porque chegou dezembro e, com ele, uma certa tristeza no peito. Vai ser meu primeiro Natal e Reveillon sem Charlie depois de oito anos de festanças de fim de ano juntos. Um vazio do tamanho do buraco do metrô linha amarela se abriu no meu peito. No ano passado, no entanto, o sentimento era outro: “ai, que saquinho, lá vamos nós de novo negociar o fim de ano...”. E já rolava uma certa tensão. “Reveillon na praia de novo?...”
E agora me deu uma puta-saudade-danada daqueles reveillons na praia.
Por que a gente é tão insatisfeito assim? Só dá valor quando não tem mais? O que é fácil e está à mão não tem tanta graça assim? É isso mesmo?
Hoje cedo, consegui me lembrar de cada Reveillon ao lado dele. O primeiro lá em Conchas, quando ele conheceu minha pequena-gigante família, o terceiro em Roma, vestidos de preto por causa do frio e cercados de desconhecidos no Panteon (a gente se desejou Feliz Ano Novo umas quinhentas vezes já que estávamos apenas os dois) e os demais em Juquey com a família dele. Teve também aquele em Barra do Una, que choveu tanto que a gente nem se arriscou a ir para a praia. Nesse ele ficou meio mal-humorado. E o último...o “Reveillon festa no apê”, em São Paulo mesmo, quando agregamos todos os amigos que também não foram viajar.
(E o que foi que eu pedi mesmo naquela noite para ter me acontecido tudo o que aconteceu esse ano?)
Pois agora, nesse momento de saudade e belas recordações, só posso pedir uma coisa pro Papai Noel neste fim de 2009: um Natal docinho ao lado da minha família e um Ano Novo "feliz do jeito que eu estiver". O primeiro sem ele em oito anos. O primeiro da minha nova fase.
=D
Débora – A Descasada
13 comentários:
Normal a gente não estar feliz com o que tem. No dia que a gente estiver assim, para de se mover e afunda.
8 de dezembro de 2009 às 11:00O negócio é, mesmo não estando satisfeitos, apreciarmos o momento.
Ah, Débora... To com um sentimento parecido com o seu. Uma melancolia forte... Mas eu curti muito cada um dos natais, reveillons e aniversários que passamos juntos. Estive feliz em todos, com um sorrisão no rosto. Pra mim, essa época que sempre foi triste em família, passou a ser feliz quando eu tinha o amor ao meu lado. Parece que supriu o vazio. Mas agora, cá estamos de novo... tendo que aprender a conviver, da melhor forma possível, com o status "all by myself". É a vida, sempre cíclica. Beijo grande, e que suas festas de fim de ano sejam ótimas.
8 de dezembro de 2009 às 13:06ETERNAMENTE INSATISFEITOS...
8 de dezembro de 2009 às 13:21Que coisa louca é a vida:
- Se temos cabelos enrolados, queremos lisos.
- Se somos brancos, queremos cores.
- Se temos peitos pequenos, colocamos silicone.
- Se toca samba, queremos rock'n roll.
- Se estamos vivos, queremos morrer (como disse Leila Lopes, hahahahaha).
A vida é mesmo bela! Quem complica, somos nós!
FELIZ NATAL PRIMA, pois o ANO NOVO já começou =)
.Olívia.
caraca, não tinha ainda pensado nisso....
8 de dezembro de 2009 às 16:12me melancolizei tb!
beijos
Oi, querida,
8 de dezembro de 2009 às 20:44Ah... Como o passado, em retrospecto, parece sempre bom, quando o presente põe nossas escolhas em cheque.
Porém, tenho certeza que você soube, sim, aproveitar os momentos bons que viveu. E mais, aquilo que você achou chato, era chato mesmo! Se lhe parece melhor agora, é porque às vezes a gente acha que "antes mal acompanhado do que só"...
Final de ano é essa festa toda, ruim pra quando a gente está se sentindo igual a uma música antiga da Marina:
"Eu espero acontecimentos, só que quando acontece, a festa é em outro apartamento".
Enfim, se não podemos estar com o Amor, podemos nos cercar de amores: amigos, família. E esperar a Roda da Fortuna girar outra vez.
beijo pra vc!
Olá Débora,
8 de dezembro de 2009 às 20:47Com certeza, o ser humano sempre foi e sempre será um eterno insatisfeito! O importante é acreditar q as coisas sempre vão melhorar! A proximidade das festas sempre nos deixam "down". Nos últimos anos tenho mantido um ritual no 31/12: Escrevo tudo o de ruim q aconteceu durante o ano e depois coloco fogo, é como se tudo acabasse ali e desse início a uma nova fase...
Bjss
Por que somos assim principalmente nesta época do ano?
8 de dezembro de 2009 às 22:08Acho que deveríamos repensar sempre, todos os dias, pois é no AGORA que fazemos nossas escolhas.
Saudade é bom, mas é melhor o presente, satisfeitos ou não ;)
beijo grande
P.S. Sabe que tem um ombro aqui para lhe acolher.
Andarilho está certíssimo: a gente tem mais é que apreciar o momento. E, complemento eu, valorizar o que se tem.
8 de dezembro de 2009 às 22:15Be happy, baby.
Belly, muito bom o seu ritual do fogo.
Beijão,
Bela - A Divorciada
Tks, buddies!!
8 de dezembro de 2009 às 22:22Mas em tempo: eu AAAAMOOOOO essa época do ano!! Desde sempre, mesmo nos Natais mais complicados (como aquele da minha prima que eu já citei aí abaixo).
Confesso, no entanto, que esse ano dei uma baqueada pela primeira vez.
Mas estranho seria se eu não sentisse isso.
Uma coisa eu tenho certeza: no dia 24 e no dia 31, seja lá onde eu estiver e com quem eu estiver, estarei muuuuito feliz!!
=D
beijossss e muchas gracias!
Deby
Ai Debora...chorei! Eu sempre gostei muito de Natal e Reveillon. Esse ano está tudo esquisito. Talvez esteja sentindo o buraco do tamanho da linha amarela do metrô.
8 de dezembro de 2009 às 22:33Beijo
NA verdade sinto que andamos a busca de marcos, de " seixos do Rio Jordão", memoriais de momentos bons, e infelizmente agora, o seu ex é parte indelevel de suas memórias, o que não é unicamente ruim. Indica, na pior das hipoteses, que vc soube escolher a pessoa certa para esse momento X da sua vida.
9 de dezembro de 2009 às 01:37E fim de ano sem lembranças deve ser doído demais, melhor assim, apenas construa outras a partir de agora.
Bom blog, vou voltar
O ser humano quer sempre mais, é de sua natureza, é isso que provoca a evolução do mundo, claro que também as conseqüências das escolhas...
10 de dezembro de 2009 às 00:24No fim o que conta mesmo é o que vc sentiu naquele momento, é disso que deve lembrar, guardar um pouco daquela sensação no bolso e sacar sempre que for necessário!
Bjsss
então nunca ninguém esta satisfeito mesmo ne?! que otimooo!
13 de dezembro de 2009 às 16:04odeio quem acha q "ta tudo bem" ou que adora um "tanto faz"... o mundo é dos incomodados e os acomodados que se mudem!
hahaha
bjo DeBscasada preferidaaaa
Postar um comentário