terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Francesca e Robert
Francesca era só mais uma dona-de-casa do interior dos Estados Unidos nos anos 60. Robert, um fotógrafo andarilho, cheio de histórias para contar. Um dia, a encruzilhada da vida coloca um diante do outro. E a paixão é inevitável.
A primeira vez que vi As Pontes de Madison fiquei com aquela sensação de que era só mais um filme de amor. Decidi rever como quem se propõe a fazer uma lição de casa sentimental. Para entender que histórias de amor podem sim ser marcantes e eternizadas mesmo quando não vividas “para sempre”. Tava meio com medo de ver. Mas vi mesmo assim.
Quase me afoguei em minhas próprias lágrimas. A hora que ela decide não ir com ele por causa da família é angustiante. Eu comecei a gritar com a TV: “Vai, Francesca! Vai”. E fiquei balançando a cabeça, concordando com Robert (Clint), quando ele olha para trás e diz: “Esse é o tipo de certeza que só se tem uma vez na vida”. Fiquei arrasada.
Ela não teve coragem. O que falariam dela? A família dela sobreviveria à fofoca? Os filhos a perdoariam? E o marido dela, o que ele tinha feito de errado para “merecer aquilo”? Clint-Robert fica devastado. Nunca, em suas andanças pelo mundo, tinha vivido nada igual. Era mesmo o tipo de história única. Mesmo com pesar no coração, ele a entende. Ele compreende a escolha dela, por mais que esta o exclua completamente.
Na carta aos filhos, Francesca confessa: desde então, não passou um só dia sem que ela pensasse nele e naquele amor de quatro dias. Os filhos, ao descobrirem a grande história de amor da mãe (da qual o pai deles não fazia parte) ficam em choque. Aos poucos, começam a se sentir tocados por ela.
E Francesca-Maryl Streep termina sua carta dizendo a eles algo do tipo: “Eu fiz a opção pela minha família. Vocês tratem de fazer de tudo para serem felizes”. Não é bem isso, mas foi assim que eu entendi. E eles se dão conta de como a vida deles anda estagnada.
Se você nunca viu, veja. Se você já viu, reveja. Definitivamente não é só mais um filme de amor.
Débora – A Descasada
18 comentários:
Eita, eu também gosto demais desse filmaço. A história em si é maravilhosa e os atores dão um banho. Sem nem precisar de efeitos especiais, né não? E fica aquela confirmação de que nós somos o resultado de nossas escolhas, definitivamente.
1 de dezembro de 2009 às 10:52Portanto, companheiros, vamos à luta!
Abração a todos,
Marcia A.
Por uma dessas coincidências maravilhosas (embora Borges ponha dúvidas sobre as coincidências), descobri este blog. Bom, também vi o filme. De uma delicadeza ímpar. Logo enviarei um poema de meu próximo livro a vocês (se assim quiserem, claro). Abraços a todas.
1 de dezembro de 2009 às 11:17Roberto Kenard
Este filme é DUCA! Parabéns pelo post! ;-)
1 de dezembro de 2009 às 11:19Dé, vi esse filme uma vez e me lembro nos detalhes. Gosto muito, muito mesmo. O mais legal de tudo é que ela tinha certeza do que estava fazendo.
1 de dezembro de 2009 às 12:29No caso dela, imagino, deixar os filhos é que não teria volta.
beijos, Gio
Esse filme é lindo!!!
1 de dezembro de 2009 às 13:33Eu tb me afoguei em lágrimas...
As vezes as decisões tem um peso grande né? Mas de verdade, ninguem nessa vida pode ser infeliz!! Mas devemos pesar o que temos nessa vida!
Aff... que difícil...
Grande mulher....
bj
Deb,
1 de dezembro de 2009 às 14:51Adoro seus textos!
O filme é muito bonito (embora todo homem que eu conheço - menos um - odeie. Os homens, pelo que percebi, tendem a se identificar com o marido traído).
Mas eu acho triste, muito triste, passar a vida toda vivendo de recordações e idealizando o que não houve. Porque o difícil não é o início do amor, mas o dia-a-dia. Trazê-lo para a realidade.
Talvez, na verdade, ela soubesse disso, e era o que tinha com o marido. E tenha escolhido, ao invés da paixão arrebatadora, a "sorte de um amor tranquilo".
Agora, quando a gente escolhe uma coisa, tem que bancar. Não dá pra passar a vida se lamentando....
beijo!
Esse filme é maravilhoso, perdi as contas de quantas vezes eu o assisti, todas as vezes choro, hoje entendo sua escolha, e esse filme é lindo porque é ao mesmo tempo romântico e real, pois a vida é essa mesmo.
1 de dezembro de 2009 às 15:29bjs
Deb
1 de dezembro de 2009 às 18:04Esse filme é maravilhoso. Daqueles que dá vontande de assistir e voltar a assistir muitas vezes.
Bom relembrar!
Beijos
Simplesmente incrível, não sei que cena me arrebata mais, talvez seja a do jantar na casa dela, quando as coisas começam a esquentar.....Ou a do carro, quando ele a vê na chuva......Fortíssimas emoções.
1 de dezembro de 2009 às 18:29Beijos,
Bela - A Divorciada
Que lindo Dé!
1 de dezembro de 2009 às 19:37Eu AMO esse filme! É maravilhoso! Adoro aquela cena em que ela - depois de comprar o vestido novo, a comida e as flores, se olha no espelho e se sente bonita, desejada... provalvelmente de uma forma como nunca se sentiu antes.
Já na cena em que 'ela' aperta a maçaneta da porta do carro com força, enquanto o sinal está vermelho e 'ele' está ali no carro da frente, eu quase tenho um ataque.
Ainda não sou mãe, ainda não senti o amor incondicional que a maioria descreve sentir pelos filhos. Porque, no caso dela, o que mais pesou certamente foi isso. A relação com o marido parecia ser bem meia-boca.
Mas, também tem outro detalhe. Quem sabe a história de amor dos dois só foi linda assim porque eles não tiveram que enfrentar o monstro da rotina.
Bjs
Realmente esse filme dá o que pensar né Débora? Eu entendi o seguinte: "Não precisa ser eterno, basta ser inesquecível"
2 de dezembro de 2009 às 01:43concordo com a Geo, de repente a história deles foi linda pq foi de 4 dias!
2 de dezembro de 2009 às 10:56é o famoso - e torturante - 'e se....'
de qq forma o filme é lindo, e pra mim a cena mais forte é essa em que ela está no carro com o marido, no sinal vermelho, chovendo, e ela aperta a maçaneta...aaahhhhh q nervoso!
Ola!!
2 de dezembro de 2009 às 12:08Já assisti esse filme umas trocentas vezes, é incrível como em todas eu choro até soluçar!!!
Pq todos nós de algum modo tb precisamos fazer escolhas que precisam ser movidas pela razão outras pela emoção somente.
O que toca nesse filme é que vc não consegue dizer que a atitude dela é errada, que vc faria diferente e tal...Eu consigo compreender totalmente a atitude dela, mesmo tendo aquele sofrimento enorme...
Acredita que só de lembrar das cenas, já fico com lágrimas nos olhos?
P.S: Até 20 de dezembro está tendo uma peça no teatro Renaissance em SP baseado no filme...ainda não assisti, mas vou com certeza.
Eu sou TARADA por filmes, né... Já tenho então o próximo... Já sei que vou chorar... Ai, ai, ai...
2 de dezembro de 2009 às 14:13Mas eu ADORO!!! Mesmo que fosse só mais um filme de amor...
Um grande beijo!
Eu ainda não assisti, e admito que não pretendia, sempre achei que fosse um filme muito 'mulherzinha'.
2 de dezembro de 2009 às 19:48Mas agora me bateu uma curiosidade...
amiga tem selinho pra vc na postagem,passe la e pegue amiga,é o selo,seu blog é super fofo,va la e pegue ,beijao e gostei muito das postagens.Eu vi tb esse filme e gostei muito.
2 de dezembro de 2009 às 23:20Eu diria que As POntes de Madison é um dos meus filmes de cabeceira. Eu queria muito que ela fosse com ele, mas às vezes tenho vontade de contar a história pela versão do marido. Não me leve à sério porque o meu "Francesco" também não veio, então estou melancólica. Ou será a TPM? Eu aposto na última alternativa.
3 de dezembro de 2009 às 20:14Não tem como não sentir a angustia dela e mto menos deixar de chorar.. é meu filme de amor preferido.
6 de dezembro de 2009 às 12:38Eu sei que a informacao é incompleta mas as pontes é um livro e tem uma continuaçao num outro livro de 100 paginas +- e é a historia dele com o passar dos anos relembrando a francesca por cada dia que viveu até a velhice, com cartas escritas e nao entregues e por ai vai...
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