sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
Quase bom
Aquilo que tinha tudo para arrebentar, porém virou mais um papel na ventania. Com um efeito de um tomara-que-caia de corte impecável, aniquilado pela marquinha cafona do biquíni, o quase bom vive nos espreitando. O chiclete gostoso de sabor rápido, o cafezinho perfeito que ficou morno, o cara que só te chama para almoçar, a viagem já feita na cabeça com riqueza de detalhes, mas que foi adiada. Aquela tentativa deixada de lado quando ainda era só uma ideia.
O quase bom é um fracasso retumbante. O sapo engolido em seco antes da ousadia se instalar. O passo em falso cheio de vontade e que não aconteceu. Melhor ser muito ruim para não cair no esquecimento, então? Ou falar o que todos querem ouvir para ter cinco minutinhos de fama e elogios para massagear o ego. O discurso pronto vira fumaça e, lá vem de novo, o quase bom. O mediano, que todos sabem como é e o que reserva pela frente. Só que não cansa, vira mantra. Reverbera no rol das obviedades.
A situação indefinida, mantida por apego e nada mais. A relativização do que está na cara, tanto para o bem, quanto para o mal. O quase bom adora "depende", "talvez", precisa e necessita de tempo. Tempo para adiar mais uma decisão que, quase nunca, vem de fato.
O quase bom cansa rápido daquilo que é inseguro, foge sob a máscara do tédio. Se fica, não dá um passo adiante e senta no problema. Vive na espiral, não se prende à nada. Não gosta, nem desgosta. Quase bom é tão chato...
Esse tal de quase bom tem uma queda pelo papo cabeça, que nada diz, nem desdiz. Nega tudo que gostaria que os outros vissem nele. Adora ter personalidade calcada em adjetivos, não na própria vontade. Se há uma linha traçada no chão, ele pára e fica olhando. Decidir? Não vai dar, depende, é relativo. Ora, mas escolher é tão mais divertido.
Giovana - A Solteira
9 comentários:
Tem gente que esquece que o quase bom é medíocre.
22 de janeiro de 2010 às 08:29Tem gente que só vive no quase bom!!! rs
22 de janeiro de 2010 às 09:52Mas vocês ultrapassam o bom!
Vc escreveu o texto baseado em uma pessoa que conheço, só pode.... :P
22 de janeiro de 2010 às 11:10O quase bom é deprimente!!
Uma visão otimista... o quase bom, poderia ser um copo metade cheio?
22 de janeiro de 2010 às 11:33bjs
Oi Vida Simples! :O)
22 de janeiro de 2010 às 12:37Então, não é o caso aqui pois rola uma atitude conformada ou uma não-atitude. E isso é tão broxante quanto o chiclete gostoso de sabor rápido...
beijos, Gio
Chega de quase bom para mim...
22 de janeiro de 2010 às 16:42eh.. tah tdo quase bom...
23 de janeiro de 2010 às 00:25¬¬'
mas jah resolvo jah.. =) rsrss
Seus texto parece aquele tipo de chapéu que serve em muitas cabeças e fica perfeito! Tem um monte de gente assim, quem não gosta de quase bom é que deve seguir em frente, para mim o melhor sempre esta por vir...
23 de janeiro de 2010 às 08:31Quem não sabe o que quer e pra onde ir não serve nem pra co-piloto! Bjsss
concordo. eu, que sempre fui uma menina mediana, quero mais é tudo ou nada, hahaha.
26 de janeiro de 2010 às 11:31bjss
debs
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