A pessoa aí acima deve ser uma mala, né? E é. No caso, sou eu mesma. Ou o meu lado B. Ao menos conforme as três últimas críticas que eu recebi das minhas amigas e parceiras desse bloguinho. O placar está vantajoso para a Patrícia, o que é mais que justo, já que ela que convive comigo todo dia, quase o dia todo. Primeiro ela disse que eu debocho da pessoa quando discordo do ponto de vista dela. É verdade, debocho mesmo (bochechas rosadas de vergonha). Pouco tempo depois, ela me disse que eu sou muito melindrada quando o assunto é minha aparência, que vivo na defensiva e que ninguém pode falar nada (o que não adianta nada, porque todo mundo fala assim mesmo, há!). Mais recente foi a crítica da Bela, sobre algo que aconteceu faz meses já. Ela disse que eu sou muito insensível e que falo de forma ríspida de vez em quando. Achei o termo inapropriado, afinal, se sou melindrada com os comentários sobre aparência, sou é sensível demais. Acho que a Bela quis dizer que eu sou rude, grosseira e que dou patadas.
Claro que ouvir críticas é horrível. A gente ouve mil elogios e eles acariciam a gente como brisa suave no rosto. É uma delícia. Ouça uma crítica e sinta o peso de um elefante nas costas. A primeira reação é a de negação: Eeeeu disse isso? Jamais! Uma vez reconhecido o erro, vem a fase da injustiça: Pô, mas isso é tão injusto...eu sou tão legal a maior parte das vezes e ela só lembra disso? Aí vem a fase do bico. “Vou ficar um tempo sem falar com ela e ela vai ver só...hã!”. Tem ainda os adeptos do “a melhor defesa é o ataque”: E você??? Teve aquela vez, em 1917, que você foi super grosseira comigo!
Quando levo uma invertida dessas, vou para o “cantinho do pensamento”, sento como indiazinha e fico de mãos cruzadas, girando um dedão ao redor do outro. E penso muito. Um parêntese: cantinho do pensamento é onde minha irmã coloca minha sobrinha quando ela é malcriada. Um nome mais fofo para “ir pro castigo”. Na última ida ao cantinho, fiquei tentando entender porque sofremos tanto com as críticas. Acho que nos falta, ainda crianças, uma educação voltada para isso. Somos todos fofos e incríveis para nossos pais. E, quando erramos, somos devidamente castigados e depois fica tudo bem. Ninguém nos ensina a lidar com a crítica e, menos ainda, a fazer uma – a grande maioria é desastrosa quando critica alguém. Outra razão é a óbvia: não queremos nos sentir diminuídos, preteridos ou rejeitados. E toda vez que alguém que amamos nos chama a atenção, dói. Por fim, ninguém gosta muito de visitar seu próprio lado B. Saber-se rude, carente, folgado, impaciente, mal-educado, mal-humorado, imaturo, antipático, preconceituoso, entre outros, é ter que mergulhar na própria mente, ou n'alma, e lidar com essas imperfeições.
Só que ninguém é 100% fofo. É natural, demasiado humano, que a gente derrape na pista. E, no geral, sobra para quem está perto. Importante é saber pedir desculpa e reconhecer o que foi exagero seu e o que é sensibilidade extra do outro. E seguir adiante, entre muitos carinhos e algumas patadas.
E você, qual é o seu lado B?
Débora – A Separada
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