sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
Entrevista com a trans
A presença de uma transexual no Big Brother Brasil pode não ter contribuído para levantar o nível do debate no País, mas gerou um montão de pautas na imprensa. Só eu fiz duas. A primeira, em parceria com a Débs, a Separada, sobre a gradativa saída dessas pessoas do gueto. E a segunda, uma entrevista com uma das mais bombadas trans do momento, a Lea T, filha do ex-jogador de futebol Toninho Cerezo, que mora na Itália e esteve por aqui para desfilar no São Paulo Fashion Week.
Descobri que não sabia quase nada sobre transexualismo. Achava que eles eram apenas homossexuais que decidiram trocar de sexo, nem tinha parado para pensar na diferença entre gays, lésbicas, travestis e trans. Confesso que fiquei bem confusa na hora das entrevistas, sem saber se falava as coisas no feminino ou masculino, e morrendo de medo de ofendê-los. Quase deu um nó na cabeça ao saber que há casos de lésbicas que se relacionam com homens trans (uma mulher que decidiu virar homem) ou de mulheres trans (homens que se tornaram mulher) que saem com héteros etc, ou seja, uma infinidade de gêneros e possibilidades. Também sofri ao ouvir as histórias difíceis de vida dessas pessoas. Há quem tente se mutilar por negar o próprio sexo e até se suicida por não ser aceito pela sociedade.
A conclusão que tiro depois deste intensivão de mundo trans é que definitivamente não existem somente dois gêneros (homem + mulher) no mundo. Sexualidade é um assunto muito mais complexo do que imaginamos e, por isso, deveríamos respeitar muito mais as diferenças. E que, apesar de ser inato ao ser humano procriar, o amor pode assumir várias formas. No final das contas, isso que é o mais importante mesmo, que haja amor. Fica aqui meu apelo por um mundo mais tolerante e em paz para todos nós.
Patrícia - A Solteira
6 comentários:
Excelentes reportagens, parabéns.
18 de fevereiro de 2011 às 08:48Parabéns pelo texto Patrícia.
18 de fevereiro de 2011 às 12:11Acredito que precisamos falar mais, questionar mais, e começar a ver que não deve existir separação ou pré-conceitos definidos. O importante é viver feliz, não importa sua escolha sexual. bjsssss
Como diria Leão Lobo (adoro ele, hahaha!!!):
18 de fevereiro de 2011 às 13:40DIGNIDADE JÁ!!!
Apoiadíssima, Pat.
Beijos, beijos, beijos,
Bela - A Divorciada
Parabéns, Patricia! A entrevista com a Lea T ficou ótima! Dá para sentir o constrangimento dela em determinadas respostas e a posição de estar quase sempre na defensiva. Incitar o debate de temas como a transexualidade é o início do caminho para minimizarmos o preconceito que, infelizmente, ainda é muito presente no Brasil. Gostamos de nos dizer modernos, mas sabemos que a sociedade brasileira ainda caduca em muitos juizos de valor, dando margem ao preconceito.
18 de fevereiro de 2011 às 15:05Boa abordagem!
beijão
Um tempo atrás, o Dráuzio Varella fez uma matéria sobre o atendimento precário que travestis e trans recebem ao chegar nos hospitais. Primeiro, o preconceito. Depois, dizem que não tem médico "especializado" para atendê-los. E eles mesmos acreditam que não é de seu direito exigir por um atendimento como qualquer outro cidadão.
18 de fevereiro de 2011 às 15:28É triste essa marginalização.
Triste é o sofrimento que essas pessoas passam. Como se a felicidade não fosse direito delas.
18 de fevereiro de 2011 às 15:31Postar um comentário