segunda-feira, 7 de março de 2011
Raquel, Deborah, Bruna
Em setembro de 2004, fui entrevistar uma garota de programa que estava fazendo sucesso com seu blog. Ela atendia por Bruna Surfistinha e não revelava seu nome de forma alguma. Quando entrei no apartamento dela, onde ela fazia programa, encontrei uma menina de 19 anos, tímida, um pouco temerosa de dar entrevista para uma revista semanal. Seis anos depois, a reencontrei mais leve, solta e segura de si, alguns dias antes da estreia do filme que conta a sua vida. Hoje ela diz, sem medo de ser feliz, que se chama Raquel e que a Bruna Surfistinha foi um personagem que ela precisou criar no auge de sua rebeldia adolescente. Entendi ainda melhor tudo isso quando fui ver o filme. Ser prostituta, por mais estranha que pareça, foi a forma que ela encontrou de achar seu lugar no mundo.
No filme, quem a interpreta, como todo mundo sabe, é a Deborah Secco. Achei a interpretação dela incrivelmente boa, o que me surpreendeu. Depois de “Confissões de Adolescente”, nunca mais gostei dos papéis dela. Isso porque, como a Raquel, ela também precisou criar um personagem para sobreviver em meio à selva global. Criaram uma nova Deborah, nada moleca, super gostosa, que está em absolutamente todos os papeis dela da TV. Mas foi assim que ela se garantiu como primeiro escalão da emissora. Ao vê-la fazendo Bruna Surfistinha, a senti livre, confortável no papel. A mesma sensação de conforto que senti em Raquel.
Acho que a Bruna, no final das contas, fez bem para as duas.
No filme, quem a interpreta, como todo mundo sabe, é a Deborah Secco. Achei a interpretação dela incrivelmente boa, o que me surpreendeu. Depois de “Confissões de Adolescente”, nunca mais gostei dos papéis dela. Isso porque, como a Raquel, ela também precisou criar um personagem para sobreviver em meio à selva global. Criaram uma nova Deborah, nada moleca, super gostosa, que está em absolutamente todos os papeis dela da TV. Mas foi assim que ela se garantiu como primeiro escalão da emissora. Ao vê-la fazendo Bruna Surfistinha, a senti livre, confortável no papel. A mesma sensação de conforto que senti em Raquel.
Acho que a Bruna, no final das contas, fez bem para as duas.
Débora – A Separada
8 comentários:
Muito bom post!
7 de março de 2011 às 02:51No fim das contas nunca importa o papel que a gente desempenha.
Basta que se encontre.
Débora, também adorei o filme. Tanto que sai da sala de cinema e fui direto ler o livro que ainda não tinha lido!
7 de março de 2011 às 10:50O fiz em 48 horas!
Rs.
Adoraria um dia poder bater um papo com a Raquel, ela deve ser um enigma!*))
Beijos, adorei o post!
Cora.
O que para uma era prisão, para outra significou a liberdade.
7 de março de 2011 às 17:39Gostei.
até
Já li o livro e ainda quero ver o filme.
8 de março de 2011 às 09:08No livro a sensação que temos é mais essa mesmo: peraltices. Não é vítima e nem faz por sacanagem, é por brincadeira.
E se divertiu, experimentou coisas novas como menage a trois e depois realmente a adolescente virou mulher e amadureceu.
Duas coisas eu admiro na Raquel, experimentar coisas novas, diferentes e a coragem de dar cara a tapas pois julgamos muito, muito.
Vejo nas paroquias quantos julgamentos sumários são feitos, quantas sentenças de indiferença, deselegancia e má educação são executadas.
É uma pena que as pessoas vão para o lado mais fácil: apontar o dedo para o outro. Ver suas proprias mazelas é muito mais dificil. Como disse noutro post, admiro quem sabe o que dá ou não dá conta pra si e respeita a sua dignidade, e sabe respeitar as escolhas do outro convivendo com maturidade.
Bjs
Não lio livro, não vi o filme. Acho que só o verei quando estiver em dvd. Tenho uma certa dificuldade em achar que prostituição pode fazer bem à mulher seja de que jeito for e acredito haverem outras possibilidades de se lidar com a rebeldia e a sexualidade.
9 de março de 2011 às 12:04beijocas,
Mari
Moralismos à parte, essa Raquel é muito da corajosa. Parabéns pela história de superação dela e parabéns à Débs pela matéria.
9 de março de 2011 às 17:14Bjs da Solteira
Sem moralismos, eu acho muito perigoso promover essa Bruna Surfistinha a heroina, como se fosse uma coisa bonita a ser seguida por outras jovens adolescentes.
9 de março de 2011 às 23:57Ela é uma heroína sim por ter conseguido superar tudo que passou. O filme mostra mais o lado triste do que o glamouroso da vida de uma prostituta. Então, pelo contrário, ele mais alerta que incentiva. E não acho que mostrar esse tipo de história influencie alguém a fazer a mesma escolha. É melhor levar a discussão ao cinema do que esconder que isso exista, varrendo o problema para debaixo do tapete.
10 de março de 2011 às 20:08Bjs da Solteira
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