quarta-feira, 22 de junho de 2011

Mais de 20 anos depois

Muita gente critica as redes sociais, mas às vezes elas nos colocam, ou recolocam, em contato com pessoas inimagináveis. Comigo, um desses reencontros aconteceu no último domingo. O meu primeiro namoradinho, quando eu tinha 15 anos, me achou numa dessas redes e, depois de algumas trocas de emails, nos encontramos para um café.

Senti-me entrando em um túnel do tempo. Depois de mais de 20 anos, eu mal me lembrava daquela história e muito menos podia imaginar que um dia o encontraria novamente, já que ele mora numa cidade a cinco horas de carro de São Paulo.

Foi duro conseguir resumir as últimas duas décadas de nossas vidas em apenas duas horas. Mas o encontro me fez um bem danado. Primeiro, porque resgatar estas pessoas que nos foram tão especiais nos ajudam a enxergar a nossa essência de novo, já que muitas vezes o dia a dia massacrante nos faz esquecer de quem realmente somos. Ele não só me proporcionou uma tarde leve e gostosa, mas também me ajudou a acreditar de novo na minha capacidade de ser especial para alguém. Lembrou-se de detalhes daqueles momentos que já tinham sido apagados da minha memória, e fez questão de ressaltar o quanto tudo aquilo foi importante e marcante.

Segundo, me mostrou o quanto é essencial que a gente valorize o hoje e as pessoas que fazem parte da nossa vida no momento, porque hora ou outra elas vão tomar outros rumos e deixarão saudades. Apesar do meu caminho ter cruzado com o dele quando tínhamos 15 anos, depois tomou direção completamente oposta. Ele se casou aos 20 anos e está até hoje com a mesma pessoa, teve o primeiro filho aos 21 e a outra filha três anos atrás. Queixa-se da falta de tempo para ele e de que poderia ter avançado mais na carreira se não tivesse uma família para cuidar. Eu, como muitos de vocês sabem, tenho uma vida que é uma gangorra. Descasei, morei fora, não tive filhos. E, da minha parte, reclamo muitas vezes de solidão e da falta de estabilidade emocional para segurar os outros aspectos da vida. Milhares de “e se” ficaram borbulhando na minha cabeça naquele dia. O que teria acontecido, por exemplo, se tivéssemos mantido aquele namoro, se tivéssemos nos reencontrado antes, se... Mas parei com estes pensamentos, porque acho que cada um tem sua história, que é resultado das escolhas que fazemos todos os dias, pelas quais temos que ser responsáveis e, seguir em frente, sempre.

Patrícia, A Solteira

11 comentários:

Paula disse...

Lindo texto. Parabéns pela sensibilidade.

bjs

22 de junho de 2011 às 09:00
Anônimo disse...

Parabéns pela coragem de ir ao encontro dele e revirar um baú de memórias que muitas vezes fazemos questão de esquecer por motivos diversos.

22 de junho de 2011 às 10:05
Lília disse...

Que história legal!! Eu tb já encontrei gente que nem me lembrava e que já foi super importante em determinada época da minha vida!!

Esses reencontros muitas vezes são maravilhosos!!

Beijocas

22 de junho de 2011 às 10:10
Anônimo disse...

Que coincidência! Meu ex de quando tinha 14 anos também me adicionou no facebook. No nosso caso não tivemos nenhum encontro, mas saber da vida dele me fez pensar em vários "se" também. Só que nosso caso é o contrário: eu casei, tenho um emprego estável e uma vida mais tranquila. Ele mora no Rio, trabalha em uma grande empresa de eventos e vive na gandaia... Tudo isso me fez me sentir muito feliz com minhas escolhas pela estrada da vida!

22 de junho de 2011 às 10:20
João do Espírito Santo disse...

Oi Pat,

Voltar no tempo faz um bem danado mesmo. Também senti isso no ano passado quando voltei a frequentar um lugar e reencontrar velhos amigos. Como você disse, nos ajuda a voltar a nossa essência.

Bjo e much love, como diria a Bela.

22 de junho de 2011 às 11:52
3 x Trinta - Solteira, Casada, Divorciada disse...

Muito bunitinhu!
Eu reencontrei meu primeiro namorado ano passado e tb fizemos nossas reflexões em conjunto. O saldo final, como diz a fofa Tiê, "foi mais positivo que mil divãs".

Reencontre-se, sempre.

beijos!

deb

22 de junho de 2011 às 12:20
Andarilho disse...

Muito fofo o texto.

22 de junho de 2011 às 13:55
3 x Trinta - Solteira, Casada, Divorciada disse...

Em frente, sempre!

Beijo grande,

Bela - A Divorciada e A Noiva

22 de junho de 2011 às 18:35
Alynne disse...

Oi Patricia!

Que bacana seu texto. Também reencontrei meu primeiro namorado através das redes sociais e tivemos um encontro super carinhoso, assim como o seu.

Mas, mais importante ainda, foi poder reencontrar meu atual marido através das redes. Este reencontro sim foi abençoado pela tecnologia moderna!

Beijos!

24 de junho de 2011 às 11:53
Marta Melo disse...

Lindo texto!Realmente a vida é cheia de escolhas e somos diariamente obrigados a abrir mão de certas coisas.São essas coisas que abrimos mão que ,após um tempo,nos trazem esse "e se"...Mas continuo acreditando que se não foi,não era pra ser.Como diria aquela famosa frase "quando as coisas tem que ser ,elas têm uma força imensa".Bjão!!!

28 de junho de 2011 às 09:15
Patye disse...

Nossa gente,estou vivenciando uma história super parecida...Depois de 17 anos reencontrei meu primeiro namorado e o pior é que ele demonstra o mesmo carinho daquela época e isso acabou fazendo minha vida virar de cabeça pra baixo.Ele está separado a dois anos e não tem filhos,e eu estou casada a 12 anos e com 3 filhos,e infelizmente ou felizmente não sei já estava com vontade de me separar e agora essa vontade só aumentou,sei lá meio que me deu forças,não por pensar que iria reviver uma história de amor com meu primeiro namorado,até mesmo pq vivemos praticamente em mundos diferentes,ele mora no Estados Unidos e eu aqui no Brasil,conversamos muito pela net e eu estou vivendo no meu mundinho da lua rsrsrsrs....E agora ele resolveu vir para o Brasil no final desse ano só pra me ver e eu meio que estou em choque!!!Tá td muito lindo mais morro de medo de sofrer,ele sempre me procurou na net e isso mexeu muito comigo,mais infelizmente depois de tantas decepções meio que fico com o pé atras com td e com tds.Não sei o que fazer,não consigo parar de pensar nele um minuto sequer,e meu marido já esta desconfiando pq estou muito distante dele,ai vem a frustração de que quero me separar,mais penso muito nas crianças e acabo sofrendo muito.Uma das maravilhas que esse pré reencontro me proporcionou foi pra resgatar valores que eu ja tinha perdido,pois meu casamento já estava indo de mal a pior devido as noitadas fora do meu marido.E pelo fato do meu marido agir assim acabei ficando depressiva e engordando muito e agora dei uma levantada na minha auto estima e to me cuidando muitooo,e pensar nesse reencontro é o que está me dando forças.Só posso dizer que estou vivendo um mix de emoções e de duvidas e acabo não sabendo o que fazer,se alguém que está passando ou passou por essa situação puder de algum jeito me ajudar ficarei muito grata!!!!Bjus:)

31 de maio de 2012 às 08:17