segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Sobre chacretes e mulheres-objeto
Aproveitei o feriado para ir ao cinema e ver Alô, Alô, Terezinha!, documentário de Nelson Hoineff sobre o Chacrinha. Estava curiosa para ver o filme, do qual nem gostei muito: achei superficial e pouco informativo, vale mais pelas imagens da época em que o apresentador fazia sucesso e pela bizarrice que eram os shows de calouros e apresentações musicais na tevê. Agora, se teve alguma coisa que me tocou na fita, foram as entrevistas com as chacretes. Aquelas que foram ouvidas pelo diretor devem ter lá os seus 50, 60 anos, não menos. Mas, até hoje, vivem presas à imagem de gostosas, ao estereótipo de mulher-objeto.
Eu não tenho nada contra o fato de uma mulher se achar gostosa. A gente tem que se achar mesmo, se amar! E isso inclui o corpo, por que não? Somos forma e conteúdo sim. A questão é que o tempo passa. E ninguém terá 20 anos para sempre. Assim, ver a ex-chacrete Índia Potira, hoje uma senhora fora de forma, rindo e dançando para as câmeras sem roupa, só com alguns acessórios, dentro de uma fonte de uma cidade do interior, achando que ainda é a boazuda de outrora, me pareceu uma cena bem deprimente.
Índia Potira, você não precisava dessa apelação. Imagino que, ao longo dos anos, tenha feito muita coisa boa, vivido, experimentado, trabalhado, viajado, casado, descasado, tido filho. Tudo bem se você não for mais jovem, quem disse que as mulheres não podem ser lindas na maturidade?
Eu não tenho nada contra o fato de uma mulher se achar gostosa. A gente tem que se achar mesmo, se amar! E isso inclui o corpo, por que não? Somos forma e conteúdo sim. A questão é que o tempo passa. E ninguém terá 20 anos para sempre. Assim, ver a ex-chacrete Índia Potira, hoje uma senhora fora de forma, rindo e dançando para as câmeras sem roupa, só com alguns acessórios, dentro de uma fonte de uma cidade do interior, achando que ainda é a boazuda de outrora, me pareceu uma cena bem deprimente.
Índia Potira, você não precisava dessa apelação. Imagino que, ao longo dos anos, tenha feito muita coisa boa, vivido, experimentado, trabalhado, viajado, casado, descasado, tido filho. Tudo bem se você não for mais jovem, quem disse que as mulheres não podem ser lindas na maturidade?
É triste, bem triste ver a máscara de mulher-objeto colada no rosto de uma senhora. Como se o passado fosse limitado à lembrança daquilo que um dia foi um corpo perfeito.
Isabela – A Divorciada
12 comentários:
Nossa... q triste... e imagino que a cena não deve ser das mais lindas e agradáveis de se ver...é uma pena...
2 de novembro de 2009 às 22:58Bom final de feriado...
Bjo.
É triste quando a pessoa se prende ao passado, e não quer largar, mesmo que tudo tenha mudado. Esse parece ser o caso da chacrete.
2 de novembro de 2009 às 23:07Amiga, fiquei imaginado sua cara e aquele seu sorrisinho vendo a Índia Potira dançando nua na fonte, nossa!!!
2 de novembro de 2009 às 23:56Dantesco isso.
Amei o texto, como sempre foi no ponto.
Um beijo
E na vida é tão fácil encontrar Indias Potiras por ai... elas não estão nuas, nem foram chacretes, mas fingem que o tempo não passou, sem se dar conta do ridículo de estar vivendo os seus 17 anos que já se foram a muito tempo.
3 de novembro de 2009 às 09:04Cada idade tem seu encanto, né?!
3 de novembro de 2009 às 09:39Realmente não precisava... Eu já havia lido a crítica do filme e já estava sabendo da ìndia.
Eu conheço, na vida real, pessoas que não querem deixar o tempo passar... Perdem mais do que ganham...
Não falo nem pelo ridículo, já que cada um vive como quer, mas pela tristeza que é não saber se desvencilhar do passado. Também conheço pessoas assim, que nçao andam pra frente e se prendem ao que passou (e não só à aparência do passado, mas à vida do passado).
3 de novembro de 2009 às 12:51E quantas outras Índias Potiras estão por vir? A TV é um meio muito vaidoso e narcisista. Poucos sobrevivem ilesos as tentaçoes da vaidade. Fico pensando nos arqueólogos daqui alguns milhoes de anos encontrando ossadas e 2 bolsas de cilicone. Coisa estranha!
3 de novembro de 2009 às 12:56PS: Estive ocupado. Também estava com saudades de escrever e ler essas "belezuras"!!! Bjók
Fiquei pensando o quão vazia deve ser a vida dela vivendo do passado...
3 de novembro de 2009 às 13:27Aff!!!
Beijão Bela!
Faço das palavras da Paloma, as minhas!!!
3 de novembro de 2009 às 14:47Concordo em gênero, número e grau!
3 bjos
Ai que meda! Vale o filme por essa cena?? =D
3 de novembro de 2009 às 16:19bitocão
deb
Eu gostei do documentario. cresci vendo meus pais assitirem ao Chacrinha. Adorei a India Potira!lembro do meu pai falar que era uma mulher muito bonita. Não cabe a nos julgarmos ninguem. isso e fato. Temos que aprender a respeitar o proximo, seja qual for sua personalidade e carater. Todos nos erramos. Se ela e feliz dessa forma, respeitamos isso. Não vejo mal nessa atitude dela. Ha males muito piores no mundo, guerra, fome, etc. Pois todas nos temos uma historia de vida, eu, vc que le meu comentario, a India Potira. Por ser uma pessoa publica, todos criticam. Teremos a idade dela no futuro e so Deus e cada um de nos sabemos o que vai no nosso intimo, Ser chacrete para todas elas foi e é muito importante. Tiveram seu espaço na televisão brasileira, sendo objeto ou não. Respeitemos cada um, seu passado seu presente e seu futuro. Abraços a todos! mirna aléxia, 44 anos, mãe solteira e muito feliz!
8 de março de 2011 às 19:13lamento o que a india fez no filme pois sou uma das chacretes e não gostei de ser chamada por ela de mulher de programa, quanto ao nosso passado é impossivel de esquecer pois as pessoas como voces mesmo que nos criticam estão sempre curiosos perguntando por nós e nos cobrando juventude eterna casei,tive filho e sou guia de turismo como se ve minha vida não parou por causa do meu passado, caminho, faço academia e fecho a boca pra me manter como qualquer mulher saudavel.
7 de abril de 2011 às 09:07Postar um comentário