terça-feira, 3 de maio de 2011
Meu garoto de programa
Prontos para o texto de hoje? Escrito pela minha amiga Kate (nome fictício em homenagem à princesa, hahaha!!!), traz um tema nunca antes abordado na história deste bloguinho. Fiquem com ela.
Beijão, Kate. Obrigada pelo texto, escreva sempre.
Isabela – A Divorciada
Era uma baladinha de um sábado qualquer. Eu tinha terminado um relacionamento - para o qual acabei voltando depois - e fui voar as tranças com uma amiga na noite. A minha amiga, que era de fora da cidade, estava toda animada com o fuzuê, mas para mim o local, de música popular, não era novidade. Eu estava em uma mesinha, sozinha, quando o moço se aproximou. Ele era bonito, mas não bonitão. Um pouco reforçadinho, do jeito que eu acho bonito, bem vestido, mas discreto. Era de jeito até bem simplório.
Ele sentou na minha frente, começamos a conversar, eu estava mais na época de chorar as mágoas e falar da vida do que de arrumar gatinho novo. Acho que ele gostou do meu jeito assim, cheio de blá, blá, blá, meio professora. E aí, entre um assunto e outro, ele entendendo que íamos ficar juntos (eu sem essa certeza), me contou que tinha sido prostituto. E explicou: “estou te contando porque se a gente namorar e alguma senhora me cumprimentar em um restaurante, você vai saber do que se trata”. Fiquei surpresa com a sinceridade do moço. Ele me contou também que tinha parado de fazer programas e que com o dinheiro que tinha juntado com a prostituição – uns R$ 30 mil - comprado um pequeno negócio.
Eu acho que se eu tivesse me apaixonado por ele ou achado que tínhamos coisas em comum, não teria deixado de namorá-lo pelo fato de ter sido prostituto. Mas esse foi um dos fatos da vida (outros vieram naquela fase) que me ensinaram que os homens têm o coração igual ao das mulheres, ou pelo menos muito parecido. Ele me falou sem problemas de como tinha vivido, aparentemente ele próprio não tinha problemas com aquilo. Mas conversamos algumas vezes mais, saímos uma vez, demos alguns beijos e notei que ele tinha mágoas muito profundas no coração por ter feito sexo por dinheiro com mulheres que não amava ou curtia. Essas mágoas no coração também não teriam me afastado dele. Não sei nem porque não saímos mais, falamos algumas vezes na internet ainda e simplesmente a coisa não foi para frente. Lembro dele como um homem bom, mas triste e magoado. Acho que prostitutos são, neste nosso mundo machista, menos discriminados que prostitutas. Mas no fundo, o peito bate igual, a cabeça funciona bem parecido, as dores de falta de amor, de oportunidade, etc..são as mesmas. Vide "Garoto de Aluguel", do Zé Ramalho. Espero que o moço triste esteja bem e feliz!
Kate
Beijão, Kate. Obrigada pelo texto, escreva sempre.
Isabela – A Divorciada
Era uma baladinha de um sábado qualquer. Eu tinha terminado um relacionamento - para o qual acabei voltando depois - e fui voar as tranças com uma amiga na noite. A minha amiga, que era de fora da cidade, estava toda animada com o fuzuê, mas para mim o local, de música popular, não era novidade. Eu estava em uma mesinha, sozinha, quando o moço se aproximou. Ele era bonito, mas não bonitão. Um pouco reforçadinho, do jeito que eu acho bonito, bem vestido, mas discreto. Era de jeito até bem simplório.
Ele sentou na minha frente, começamos a conversar, eu estava mais na época de chorar as mágoas e falar da vida do que de arrumar gatinho novo. Acho que ele gostou do meu jeito assim, cheio de blá, blá, blá, meio professora. E aí, entre um assunto e outro, ele entendendo que íamos ficar juntos (eu sem essa certeza), me contou que tinha sido prostituto. E explicou: “estou te contando porque se a gente namorar e alguma senhora me cumprimentar em um restaurante, você vai saber do que se trata”. Fiquei surpresa com a sinceridade do moço. Ele me contou também que tinha parado de fazer programas e que com o dinheiro que tinha juntado com a prostituição – uns R$ 30 mil - comprado um pequeno negócio.
Eu acho que se eu tivesse me apaixonado por ele ou achado que tínhamos coisas em comum, não teria deixado de namorá-lo pelo fato de ter sido prostituto. Mas esse foi um dos fatos da vida (outros vieram naquela fase) que me ensinaram que os homens têm o coração igual ao das mulheres, ou pelo menos muito parecido. Ele me falou sem problemas de como tinha vivido, aparentemente ele próprio não tinha problemas com aquilo. Mas conversamos algumas vezes mais, saímos uma vez, demos alguns beijos e notei que ele tinha mágoas muito profundas no coração por ter feito sexo por dinheiro com mulheres que não amava ou curtia. Essas mágoas no coração também não teriam me afastado dele. Não sei nem porque não saímos mais, falamos algumas vezes na internet ainda e simplesmente a coisa não foi para frente. Lembro dele como um homem bom, mas triste e magoado. Acho que prostitutos são, neste nosso mundo machista, menos discriminados que prostitutas. Mas no fundo, o peito bate igual, a cabeça funciona bem parecido, as dores de falta de amor, de oportunidade, etc..são as mesmas. Vide "Garoto de Aluguel", do Zé Ramalho. Espero que o moço triste esteja bem e feliz!
Kate
9 comentários:
Para a gente ver que eles também podem ser bem sensíveis. E sentir os mesmos incômodos que nós.
3 de maio de 2011 às 11:39Beijos, Kate,
Bela - A Divorciada
Nossa, eu não sei qual seria minha reação! Bem, acho que primeiro pediria para ele fazer um post pro blog! HAHAHAHAHA
3 de maio de 2011 às 11:56Depois, o entrevistaria. Mas se me encantasse por ele, bem, teria que superar meus preconceitos mais profundos.
Valeu a participação!
bjks
deb
ps: amei o "voar as tranças", vou adotar, mesmo de cabelinho =)
sou da mesma opinião da Deb...
3 de maio de 2011 às 12:06E faça trancinhas Dé!!!
.Olívia.
Puxa, como o cara foi corajoso (ou maluco) de já ir falando logo na lata que era garoto de programa.
3 de maio de 2011 às 12:07Se relacionar sem amor não deve ser fácil pra ninguém. Por isso não entendo como tem gente que fica com alguém por outros motivos que não o amor. Enfim...
3 de maio de 2011 às 12:07Não concordo que homens sofram menos preconceito. Prostituição é, infelizmente, considerada a mais degradante das profissões para ambos os sexos.
Kate, obrigada pelo texto. Essas pessoas que a gente encontra perdidas na noite dão sempre boas histórias rs
Bjs da Solteira
Uau. Não sou jornalista, mas faria com a Deb. rrsrsr
3 de maio de 2011 às 22:58Também concordo que o preconceito rola em ambos os sexos. E, confesso, que nunca imaginei que ser prostituo se igualava a prostituta quando o assunto é o sentimento.
bjs
Evelin
Já me deparei com uma situação assim e confesso que não foi fácil.
4 de maio de 2011 às 10:38Bjos
Creio que preconceito existe sobre vários temas da nossa sociedade. Acho que sempre vai existir. Talvez seja daquelas coisas ruins inerente ao ser humano.
4 de maio de 2011 às 12:31Já notaram que há pessoas que são super descoladas para uma coisa são completamente travadas e 'caretas' para outra? Acho que varia de pessoa a pessoa mas temos que admitir que todos temos preconceitos.
Admiro a honestidade do rapaz. Ser sincero, nesse mundo preconceituoso, onde homem demostrar sentimento é sinal de fraqueza ou de que esta mentindo, é muito dificil.
Achei interessante, ele tinha um objetivo na vida e quando conseguiu desistiu da vida que levava. O importante é termos consciencia das nossas escolhas e do risco que podemos correr.
22 de maio de 2011 às 11:26Postar um comentário