sexta-feira, 5 de agosto de 2011
Tá de TPM?
O cara largou essa logo após eu dispensá-lo pela centésima vez. A história não tinha mais por onde e sequer havia espaço para a amizade. E ele insistindo. E eu sendo fofa, mas dispensando. Aí dei um basta em tanta fofice e pedi que ele me esquecesse. A resposta imediata foi essa: Nossa, tá de TPM? E na seqüência veio a matadora: Ou nasceu de TPM? Bem, isso só confirmou meu desejo de que ele sumisse da minha vida em definitivo. Mas fiquei caraminholando sobre essa frase.
A primeira reflexão foi a de que alguns homens dificilmente entendem o nosso sinal de que não queremos mais saber deles – mas ficam putos quando as mulheres não entendem que eles não querem mais.
A segunda reflexão me tomou mais tempo. Por que catso mulheres não podem simplesmente ficar bravas, nervosas, brutas ou incomodadas com uma coisa pontual sem que estejam no período pré-menstrual ou menstruadas? Por que existe essa patrulha hormonal para cima da gente? É como se ainda esperassem que a gente fosse só doçura, pura compreensão, total acolhimento. E que qualquer ruptura com esse pacto de meiguice tivesse somente a ver com sangue. Como se um chefe, um colega, um assédio abusado na rua não pudessem nos tirar do sério.
Nunca vou me esquecer de uma vez em que a Marta (Suplicy), então candidata à prefeitura de São Paulo, disse que toda vez que ela surtava, era chamada de histérica. E que quando o falecido (Mario) Covas dava seus pitis, era visto como um cara de fibra.
Nós não podemos ser bravas. Não podemos falar duro. Não podemos dar uma cortada num cara inconveniente. Temos que ser doces. Quando acontece de falharmos, ah, tudo bem, é só um período do mês, uma explosão de hormônios por causa da gravidez ou da menopausa. E esse discurso é perigoso porque deprecia o que nos faz fêmeas – o sangue que corre todo mês, o sangue que jorra no parto, o sangue que cessa com a idade. Por que temos que nos envergonhar dele?
Prefiro que me chamem de histérica de vez.
Débora – A Solteira
8 comentários:
Olha, tai uma verdade! Mas vamos admitir que às vezes a TPM vem brava mesmo e nem a gente se aguenta, né? Até escrevi um post sobre isto uma vez: http://seviranosquase30.blogspot.com/2011/07/to-pra-matar.html
5 de agosto de 2011 às 00:39O cara, pra te falar isso depois de tomar um toco, realmente merecia o toco hahaha
Beijos
Adorei!!
5 de agosto de 2011 às 09:24Concordo plenamente Deb! Somos antes de tudo humanas, com dias bons e ruins independente dos nossos hormônios...
5 de agosto de 2011 às 11:07Beijos!
O problema é que o cara já espera que a mulher não seja fofa se ela não quer nada. Então se vc é fofa (mas por dentro o nível da paciência vai esgotando) e depois estoura, a primeira suposição é mesmo tpm.
5 de agosto de 2011 às 11:08Lembrem-se, mulheres, que homens são meio burros em reconhecer sinais não verbais (e isso vale tanto se vc paquera ele ou se tá querendo que ele morra), hahaha.
Bom, devo dizer que a Itália está bem a vanguarda nesse assunto, hahahaha. As negas são bravas, brigam mesmo, são histéricas assumidas, sem o menor medo... e coitado do que pensa em dizer que a fulana está de TPM. Na verdade, eu ainda nunca vi essa frase por aqui, ehehehe. Beijos. Clau.
5 de agosto de 2011 às 14:23Pois é, são arrogantes quando a gente demonstra interesse (se afastando) e também quando a gente nao quer nada (nao se conformam).
5 de agosto de 2011 às 17:26Acho que pelo menos este excesso de auto-estima a gente podia pegar um pouquinho pra gente ne?
Bjs da Solteira
Quando meu marido soltou um "vc deve estar com alguma variação hormonal" eu respondi "e vc tem pressão alta e nem por isso eu acho que isso afeta o seu cérebro!" rs Nunca mais usou esse tipo de argumento, tentando desconsiderar o que eu estou falando, alegando que eu estou momentaneamente insana.
5 de agosto de 2011 às 19:57Beijos
http://madrelandia.blogspot.com/
Andarilho falou e disse, como sempre.
9 de agosto de 2011 às 10:54Mas convenhamos, na TPM, a paciência diminui 300%... eu acho.
beijos
Evelin
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