sexta-feira, 18 de novembro de 2011
Sobre a arrogância
A gente vai ficando velho e tomando ciência, cada vez mais, daquilo que nos incomoda. Pelo menos comigo é assim. Eu particularmente detesto injustiça, ingratidão e grosseria. Faz pouco tempo, acrescentei outro ponto à lista: a arrogância. Talvez tenha sido por isso que, dia desses, não me contive e disse o que precisava ser dito a um arrogante de plantão. Aos fatos:
Tinha acabado de entrar numa canoleria (casa que serve canolli, doce de origem italiana que consiste num canudinho frito recheado com algum creme doce, bem polvilhado de açúcar) que fica dentro de uma escola de italiano perto da Paulista, um casarão lindo. O dono de estabelecimento (ou o chef, ou o gerente, não sei ao certo, mas acho que era o dono) me cumprimentou na língua de Michelangelo. Como o idioma não falo, educadamente respondi boa noite em português. E pedi um canolli com o recheio clássico, de creme mesmo.
Estava péssimo. A casquinha era velha, nada crocante. O recheio, sem gosto. Do cappuccino que pedi para acompanhar só consegui tomar dois goles. Já não era lá grandes coisas. E ficou ainda pior com o adoçante que eu coloquei, o único disponível na casa, nem lembro a marca, mas era uma bem desconhecida. Enfim, não dei sorte, mas, OK, hora de pagar a conta e seguir em frente, acontece.
“Mais alguma coisa?”
“Não, só isso mesmo”.
“Já conhecia o canolli?”
“Sim”.
“Onde você comeu?”
“Não sei se você vai conhecer, foi no Malandrino, uma casa de massas pequena, na Vila Mariana”.
“Conheço sim, eu faço os meus doces num local lá perto, na Borges Lagoa. O canolli deles é bom. Mas o meu é muito melhor, não é?”.
“Você vai me perdoar, mas eu não achei não.”
“Não?”
“Não.”
“Mas olhe aqui, veja quantos elogios, todo mundo falando bem do meu canolli”, disse o mala, apontando para vários quadrinhos com críticas de jornalistas e blogueiros famosos, especializados em gastronomia.
A resposta correta seria “coitados, nunca foram ao Malandrino”, mas era hora de ir ao cinema e eu apenas disse: “Pode ficar tranquilo, vocês estão longe e o Malandrino não vai te atrapalhar em nada. Agora, a verdade é que, quando eu fui lá, o canolli estava novinho, saboroso, cheio de açúcar, maravilhoso”.
Disse obrigada, tchau e fui embora. Paciência com gente arrogante eu não tenho mais. Nunca mais. Em defesa ou óbvio, ou seja, do fato de que ninguém precisa se achar melhor do que o resto do mundo para ser bom naquilo que faz. Né, não?
Beijos, beijos, beijos, ótimo finde para nós,
Isabela – A Casada
Tinha acabado de entrar numa canoleria (casa que serve canolli, doce de origem italiana que consiste num canudinho frito recheado com algum creme doce, bem polvilhado de açúcar) que fica dentro de uma escola de italiano perto da Paulista, um casarão lindo. O dono de estabelecimento (ou o chef, ou o gerente, não sei ao certo, mas acho que era o dono) me cumprimentou na língua de Michelangelo. Como o idioma não falo, educadamente respondi boa noite em português. E pedi um canolli com o recheio clássico, de creme mesmo.
Estava péssimo. A casquinha era velha, nada crocante. O recheio, sem gosto. Do cappuccino que pedi para acompanhar só consegui tomar dois goles. Já não era lá grandes coisas. E ficou ainda pior com o adoçante que eu coloquei, o único disponível na casa, nem lembro a marca, mas era uma bem desconhecida. Enfim, não dei sorte, mas, OK, hora de pagar a conta e seguir em frente, acontece.
“Mais alguma coisa?”
“Não, só isso mesmo”.
“Já conhecia o canolli?”
“Sim”.
“Onde você comeu?”
“Não sei se você vai conhecer, foi no Malandrino, uma casa de massas pequena, na Vila Mariana”.
“Conheço sim, eu faço os meus doces num local lá perto, na Borges Lagoa. O canolli deles é bom. Mas o meu é muito melhor, não é?”.
“Você vai me perdoar, mas eu não achei não.”
“Não?”
“Não.”
“Mas olhe aqui, veja quantos elogios, todo mundo falando bem do meu canolli”, disse o mala, apontando para vários quadrinhos com críticas de jornalistas e blogueiros famosos, especializados em gastronomia.
A resposta correta seria “coitados, nunca foram ao Malandrino”, mas era hora de ir ao cinema e eu apenas disse: “Pode ficar tranquilo, vocês estão longe e o Malandrino não vai te atrapalhar em nada. Agora, a verdade é que, quando eu fui lá, o canolli estava novinho, saboroso, cheio de açúcar, maravilhoso”.
Disse obrigada, tchau e fui embora. Paciência com gente arrogante eu não tenho mais. Nunca mais. Em defesa ou óbvio, ou seja, do fato de que ninguém precisa se achar melhor do que o resto do mundo para ser bom naquilo que faz. Né, não?
Beijos, beijos, beijos, ótimo finde para nós,
Isabela – A Casada
8 comentários:
Eu responderia que o chefe deve ter servido pros jornalistas e blogueiros famosos um outro canolli especial, e pros mortais, um qualquer.
18 de novembro de 2011 às 08:55E mal sabia ele que nossa intrépida degustadora era a famosa do 3xtrinta. :P
Não vejo necessidade nenhuma em se achar melhor do que as pessoas, mas uns e outros precisam disso para si, como uma espécie de auto-afirmação do eu sou o bom, o tal.
18 de novembro de 2011 às 12:32Aí não tenho paciência! Me limito a observar, deixo a pessoa se achar e só de péssima ainda dou corda.
Bjinhos
ainda que vc foi corajosa!
18 de novembro de 2011 às 12:39eu diria que estava ótimo, sairia, nunca mais voltaria e faria o boca a boca negativo, rsrs
e vc esqueceu de contar que a gte está cercada de gente arrogante nessa nossa lida...
bjk
deb
É sim, ninguém precisa se achar melhor do que o resto do mundo para ser bom naquilo que faz.
18 de novembro de 2011 às 18:44Eu heim! Gente assim segue aquela máxima "cachorro que late não morde".
E assim como Carol, encho a bola de quem se acha, e depois, assim como a Debora, faria o boca boca negativo, que aliás, acabaste de fazer haha
Beijos
Evelin
Bela e sua sinceridade nata!Eu não teria coragem de ter sido tão direta assim kkkkk.Pelo menos ele demonstrou interesse na opinião dos clientes e tb não desfez o canolli do concorrente.Visite outra vez e veja se sua sinceridade surtiu efeito,quem sabe não estará mais caprichado?Bjs
18 de novembro de 2011 às 19:17Eu sou cliente de poucas lojas...
19 de novembro de 2011 às 22:28tenho visto um atedimento decadennte, de pessoas maus pagas... e que tem na mente que podem ter trab melor, que ali só ela fica entao fz o que quer...
na verdade nao sei bem...
eu entro nas lojas reviro as bancas ara achar o numero desejao da cor preferida rss a caminho de pagar recebo aquele paqpelzinho com os nomes delas...
esta semana na horaq foi pedido o ta papelzinho eu disse q alto me atendi...
bjs Insanos da Insana
Que figura!
20 de novembro de 2011 às 08:39Ele poderia ter dito, que o do Malandrino era muito gostoso tb e com certeza vc nem falaria nada...mas, quis se aparecer, desmerecendo o outro, tomou!rsrs
Beijos Bela
PS:Nunca comi canolli, fiquei curiosa ;)
Morri de rir com o coment da Deb...eh, eu tb faria um boca a boca negativo!Hahahaha
20 de novembro de 2011 às 08:41Postar um comentário