segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
Autodeboche, eu pratico!
Só o humor salva.
E só sabe rir quem sabe rir de si mesmo.
Mas pra valer mesmo, nada de dizer que "sempre ri das próprias desgraças" porque leu isso n’algum manual de auto-ajuda.
Eu sempre tive uma tendência ao deboche – de mim mesma e dos outros. O problema é que eu ofendia os outros e me sentia igualmente ofendida quando mangavam de mim. Não conseguia entender. Tinha algo errado.
Foi um longo caminho até perceber que o deboche é uma arte, e que, como tal, exige dedicação e prática. A primeira regra é JA-MAIS debochar dos outros até se ter a certeza de que você é capaz de se debochar como ninguém.
Meu nariz, por exemplo, tem uma bolinha na ponta.
É meio grandinho, quase cômico. Orna com minha alma engraçadinha. Um dia, lá trás, quando eu me achava um bocado disforme, pensei que operá-lo seria a solução. Ainda bem que eu não fiz isso. Mamãe conta que foi a bolinha nasal a primeira coisa que ela reparou em mim. Não poderia afinar meu patrimônio.
Hoje zombo dele – porque ele não é o padrão – sem a menor vontade de ter o nariz perfeitinho da novela das nove.
Aprendi também, não sem algum (enorme) sofrimento, rir dos meus tropeços. Tem gente que transforma dor em poesia, música, pintura, livro. Eu transformo em risada.
A Universidade da Califórnia fez, pela primeira vez, um estudo sobre o tema. Ao analisarem 70 estudantes de psicologia, os pesquisadores chegaram à conclusão de que quem não se leva tão a sério é mais otimista, animado e tende a ter uma vida bem mais leve que os demais – quase um equipamento de sobrevivência em tempos tão carrancudos.
Quando rir da própria desgraça já foi assimilado, fica muito mais fácil não se ofender quando caçoam de você. Claro que tem gente mestra na arte de irritar a pessoa alheia. Que não quer brincar, quer mesmo é ofender. Ainda assim, mesmo na ofensa, quem já é nível intermediário no autodeboche, tende a tirar de letra.
Por fim, o nível "advanced" do manual do debochado é quando você tem o timing perfeito para, vez ou outra, debochar de alguém fazendo com que a brincadeira arranque um grande sorriso dela – e jamais a ofenda. Que dê leveza ao tema que está azucrinando a vida dela, que a faça fazer piada também. Isso é uma arte refinadíssima. Eu ainda não cheguei lá, mas tenho treinado para isso.
Débora - A Debochada
10 comentários:
Saber rir de si mesmo é mesmo uma arte quase perdida.
5 de dezembro de 2011 às 08:30Posse dizer que é arriscado debochar de pessoa desconhecida, principalmente, aquela que você pensa que conhece.
5 de dezembro de 2011 às 10:51As pessoas que conhecemos e sabemos do limite, o deboche é piada e ambos se divertem.
Beijos
Evelin
Você já pode mesmo escrever um manual sobre isso. E que todo mundo tente se levar menos a sério e ser mais feliz.
5 de dezembro de 2011 às 12:18Bjos da Solteira
Gosto da capacidade que algumas pessoas em caçoar dos outros de forma leve, não ofensiva.
5 de dezembro de 2011 às 13:36Não me levo tão a sério, mas não consigo essa sutileza para debochar.
Um dia aprendo.
Muito bom.
5 de dezembro de 2011 às 13:44Ass:
Cabeçudo marelo-barrigudo de perna e braço compridos e nariz achatado.
Concordo com a Pat, vc é mestra nisso.
5 de dezembro de 2011 às 13:46Beijão,
Bela - A Casada
Debora, seu blog sempre é uma boa leitura!
5 de dezembro de 2011 às 17:07Vai aqui um pedido pessoal. Sei que vc já tem vários blogs aí elencados, então, coloque mais um, coloque o meu: http://lumariver.blogspot.com/
Mais uma mulherzinha pra sua lista!
Obrigada!
Bjo!
Debora, Te achei no Facebook e ainda descobri essa belezura! Ótimo blog, ótima filosofia. Preciso praticar mais.
5 de dezembro de 2011 às 17:36Beijos
Rachel
ah, como eu queria conseguir essa proeza também, rir de tudo. Vc é assim mesmo, Débs! que bom, né? Bjs. Isaura
9 de dezembro de 2011 às 19:37Autodeboche, eu pratico!!!!!!!!!!!! E vocês??????? ;P HahahahA!
12 de dezembro de 2011 às 16:56E nem vem falar q vc não é muito boa nisso, pq SEMPRE me faz rir quando estou com vc!!!!!!! Saudade da minha jornalista queridíssima!
Beijo Deb e se cuida, tá?
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