quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

O comportamento masculino e o efeito dominó

Essa é uma boa história. Continue lendo – eu garanto.


Aconteceu com um amigo meu faz uns meses já. E me foi um tanto reveladora sobre as crenças masculinas.


O causo foi mais o menos aquele de sempre. Ele namorando fazia um tempo, meio na dúvida, meio confortável. Gamou, então, numa outra mulher. Mas logo viu que não rolava nada e manteve a paixão no nível da platonice. Até que um dia, aquilo que parecia improvável provou-se possível. E, já desesperançado, teve dúvida. Trocar o certo pelo duvidoso? Trocar o conforto por uma paixão quiçá passageira?


E ele fez o que (quase) todos fazem: foi ouvir os amigos.


Os amigos eram mais velhos e mais experientes nas cousas do amor. Sabia que dali viriam os melhores conselhos. Um era casado. O outro, um cabra com o passaporte da pegação todinho carimbado. Não falhariam. E os dois concordaram: cai fora. Ou melhor, come e cai fora. É só tesão o que você sente por ela. E deve ser o mesmo para ela. Não corra o risco de perder algo sólido.


Pois foi exatamente o que ele não fez.


Meio cansado daquela vida, daquela lida, daquela mina. Meio cansado de optar pelo seguro, se jogou no escuro. Teve medo, claro. E quem não tem? Mas foi. E, até agora, está bem feliz.


Mas não é o "the end" dele que me interessa aqui e sim os desdobramentos da vida dos amigos conselheiros.


O casado, que já estava apaixonadíssimo por outra, acabou o casamento e também foi apostar naquela que parecia só ilusão. Ou tesão. E, até onde soube, está igualmente feliz.


E o pegador confessou ao meu amigo dia desses: cansei da minha vida de pegação, é muito vazia. Nunca imaginei que um dia seria eu que te tomaria como exemplo.


Débora - A Divorciada

14 comentários:

Evelin disse...

Oh vida de ciclos heim.

Se for para todos serem felizes...=)

Beijos

Evelin

14 de dezembro de 2011 às 00:17
Andarilho disse...

E todos viveram felizes para sempre. Até que o sempre acabou e começou tudo de novo.

14 de dezembro de 2011 às 08:33
Tânia Regina disse...

E a vida da voltas...sempre!
Adorando o blog e seguindo ta bom?
Beijo.

14 de dezembro de 2011 às 09:16
Lília disse...

Eu acho que o mais importante é ser honesto consigo mesmo, afinal cada um sabe quando quer só pegar e quando quer apostar!!! O risco existe? É claro que existe, mas o pior é viver uma vida mais ou menos por uma provável segurança!! Eu digo provável porque nada é realmente seguro quando envolvemos outra pessoa!!!

Acho que é isso aí, meter as caras de acordo com seu propósito e ver no que dá!!!

Beijo grande!!!

14 de dezembro de 2011 às 10:40
A. Marcos disse...

Não são só homens que dão esse tipo de conselho: mulheres também. Apenas não dizem: vá, come e deixe-a. Apenas dizem para manter-se seguro com a mulher que se está.

Agora, uma coisa que poucas mulheres sabem e que nenhum homem admite: a maioria dos seres do sexo masculino é sensível demais quando o assunto é amor.

Por motivos diversos os homens aprenderam que devem ser sólidos e fortes. E o são, de fato. Mas nesse quesito....o buraco é mais embaixo.

A questão é que desde tempos remotos os homens aprenderam que apaixonar-se os torna vulneráveis e lhes retira a for;á e o poder que os caracteriza.

Não é a toa que em diversas mitologias o homem é retratado como vítima de sua fraqueza pela mulher amada: Sansão e Adão, por exemplo, todos caíram por sua fraqueza ocasionada pelo paixão por uma mulher.

Não é à toa, também, que na Grécia e na Roma antigas apaixonar-se por uma mulher era a perdição íntima e social já que homens que caíssem nesse erro estavam fadados ao fracasso e à loucura e eram desprezados por seus pares.

Isso prospera até hoje e a maioria dos homens que eu conheço sentem-se insatisfeitos casados mas estão numa zona de segurança tal, promovida por seu domínio sobre as coisas do lar e do amor, que não arriscariam serem vulneráveis.

Também por isso, a crise dos 40 faz com que homens deixem o lar em troca de algo incerto.

14 de dezembro de 2011 às 11:11
Sofia Vassilopoulos disse...
Este comentário foi removido pelo autor. 14 de dezembro de 2011 às 11:57
Sofia Vassilopoulos disse...

é como eu li outro dia...

"Se estiver em dúvida entre duas pessoas, escolha a segunda
porque se você amasse realmente a primeira
nunca teria existido a outra opção."

Isso é fato... e não acontece somente com os homens, mas com as mulheres também.

Ainda bem que a nossa vida é feita de escolhas, porque somente assim podemos ser felizes.

Beijoconas

14 de dezembro de 2011 às 12:01
3 x Trinta - Solteira, Casada, Divorciada disse...

Bom, já fiz um post sobre os pegadores aqui recentemente. E a conclusão que tenho é a de que eles é que são os inseguros e não os que ficam com uma de cada vez. Por quê? Porque precisam de mais de uma mulher pra ficar falando que eles são gostosos.

Bjos da Solteira

14 de dezembro de 2011 às 12:02
3 x Trinta - Solteira, Casada, Divorciada disse...

Perfect!!!

Besitos,

Bela - A Casada

14 de dezembro de 2011 às 12:11
carol disse...

Uma geracao em busca do prazer rapido, superficial, que entorpece, por que a vida já é difícil o suficiente. O 'eu' sempre acima de qualquer necessidade alheia. Como serão os filhos deles?
Se apaixonam por uma possibilidade criada nas proprias mentes. Mas ao se deparar com as dificuldades do mundo real, sao fracos, e vao buscar outra ilusao em outro lugar.

14 de dezembro de 2011 às 13:52
A. Marcos disse...

Ser pegador não tem relação com insegurança e a busca do prazer rápido e superficial não é sinal de fraqueza.

Esse tipo de rótulo só faz perpetuar a falta de compreensão do ser observado.

Existem homens pegadores e mulheres pegadoras.

Existem homens e mulheres que casam por insegurança e que precisam sentirem-se amados para se autoafirmar.

Ao mesmo tempo que existem homens e mulheres que diversificam seus pareceiros (os pegadores) pelo simples prazer de fazê-lo e sem precisarem disso como fator de autoafirmação.

A mesma idéia se aplica ao prazer e ao sexo descompromissado e casual (que muitas mulheres cham de superficial): há quem faça sexo com seu parceiro fixo, seu marido, e sinta um aterrorizante vazio, jamais experimentado por tanta gente que curte sexo casual. As nossas avós e bisavós (quem sabe até nossas mães) que o digam...

Se as gerações passadas era mais bem estruturada ( e isso em absoluto é uma inverdade) como poderiam ter gerado pessoas que buscam o vazio se não tivessem plantado o vazio em seus corações e mentes????

O fato é que é preciso aceitar que prazer é uma coisa e não há mal algum em perseguí-lo. Amor, por outro lado, é outra coisa e, como tudo nessa vida, não dura para sempre e é difícil de se construir.

14 de dezembro de 2011 às 14:59
Marta Melo disse...

Adorei o texto!

14 de dezembro de 2011 às 17:18
Inaie disse...

Eu nao me surpreendo nem discordo da decisao tomada pelo seu amigo.
Eu mesma me apaixonei por outro e deixei meu marido pra viver essa paixao.
La se vao 16 anos e duas filhas. Acho que nao da pra dizer que fiz mal, ne?

O que me surpreende e me entristece e a crenca de que ha duas possibilidades: largar tudo e apostar na nova paixao ou comer e sumir.

Com a primeira opcao eu concordo plenamente, se voce tem certeza dos SEUS sentimentos. Se a coisa nao e so fantasia, ilusao ou saco cheio da propria historia, do dia a dia.

A outra opcao e ficar e tentar reinventar seu cotidiano, perceber que se vc acha que esta apaixonado, e pq ta faltando alguma coisa na vida que voce esta vivendo - seja emocao, aventura, tesao... Da pra ir atras, tentar reconstruir.

As duas opcoes pra mim, sao validas e igualmente sabias.

Agora sacanear as duas outras pessoas envolvidas ( a nova paixao e a relacao estavel) me parece mais canalhice do que qualquer outra coisa.

Feio isso.

14 de dezembro de 2011 às 19:02
Myst Romanov disse...

Hi Débora.
Hi 3x30 mil parabéns pelo blog de vocês.
Agora falando sobre o texto, honestamente acredito que por mais cafageste que seja o rapaz "não é só de pão que vive o homem", muito menos só de conforto.
Ao menos esse efeito dominó deixou todo mundo feliz.

abraços :D

15 de dezembro de 2011 às 19:09