terça-feira, 6 de dezembro de 2011

A Outra



Terminei o livro que dá nome a esse post (A Outra – A amante do homem casado), escrito pela antropóloga Mirian Goldenberg (musa dessas três blogueiras aqui), na semana passada. Na metade da obra, já estava louca para dividir algumas observações feitas pela autora aqui. Antes dos fatos, uma breve explicação: A Outra é baseado num estudo feito por Mirian a fim de entender quem é, afinal, a figura da amante do homem comprometido. Para tanto, foram ouvidas oito mulheres nessa condição, de diferentes perfis e idades. No trecho final do trabalho, é apresentada ainda uma pesquisa que envolveu uma “outra”, Ana, seus parentes e até seu “marido”, Bob, unido em matrimônio oficialmente com Shirley.

O principal ponto observado pela pesquisadora? Para as “outras”, a situação de amante não é pior que a da casada enganada pelo marido. A verdadeira sofredora, nesse contexto, seria a esposa que não tem vida sexual com o cônjuge, apenas carrega o fardo da administração da casa e dos filhos, ou seja, as atribuições do estado civil. De acordo com Miriam, as “outras” acreditam, ou precisam acreditar, que são únicas, especiais. Sobretudo no plano sexual.

É claro que há situações e situações. Concordo plenamente que, na realidade, muitas “outras” são as verdadeiras donas do coração de seus pares comprometidos, que não se separam por motivos mil. Não duvido mesmo. Mas também não acho que seja sempre assim. E que esses casados sejam necessariamente fiéis às suas amantes, não tendo sexo em casa.

Sobre esse aspecto, a autora apresenta um contraponto interessantíssimo em seu estudo de caso com Ana e Bob. Em suas falas, a amante assume essa postura de exclusividade e importância, mas, quando chega a sua vez de falar, Bob afirma que a sua relação com Ana não surgiu de nenhuma lacuna em seu casamento com Shirley. Ao contrário: ele se diz pleno em sua relação com a titular, com direito à admiração mútua e sexo sim senhor. Ana seria um outro amor, que ele consegue levar em paralelo, se sentindo, aliás, casado com a sua “outra” (gente, eu queria muito saber o que aconteceu com os dois depois que o livro foi publicado. No lugar da Ana, seria capaz de assassinar esse Bob usando apenas as minhas mãos, como dizia uma professora do mestrado).

O que vocês acham? Ser a clandestina na vida de um casado pode significar ser a mais especial? Eu quero saber. E recomendar a leitura de A Outra, mais um super trabalho da Mirian que, além de tudo, é uma fofa total, reforçando a minha crença de que as pessoas realmente sábias são simples, abertas ao novo e sempre dispostas a ensinar e aprender.

Beijos para a Mirian, beijos para todos,

Isabela – A Casada

10 comentários:

Anônimo disse...

Querida Isabela, que DELÍCIA seu post. Estou aqui FELIZ da vida: musa das três blogueiras!!!! uma fofa!!!! AMEI! Estou muito muito feliz. Adorei a sua leitura e comentários. Já que quer saber: Bob e Ana continuam amantes e ele continua casadíssimo. Há quase 30 anos!!!!!!
Agora você tem que ler "Por que homens e mulheres traem?" É a continuação da discussão.
Um BEIJO CARINHOSO nas TRÊS e ATÉ BREVE!!!!! Mirian Goldenberg

6 de dezembro de 2011 às 07:39
Anônimo disse...

Querida Isabela, coloquei no meu Facebook! AMEI!!!! Beijos, MIrian Goldenberg

6 de dezembro de 2011 às 07:42
Andarilho disse...

Acho que é muito abrangente esse papo de amante. Aliás, assim como todo tipo de relacionamento.

Acho que a única coisa que significa ser amante é que a oficial chegou antes.

O resto, depende.

6 de dezembro de 2011 às 08:36
Giane disse...

Eu li o livro posterior a este: Infiel.
Onde o assunto principal , a abordagem gira em torno de porque homens e mulheres traem.
Excelente a pesquisa. Mas deixou-me a sensação de que existe mais sobre a mulher infiel a ser dito.
Giane

6 de dezembro de 2011 às 09:32
Carol disse...

Belíssima, eu quero lerr, vc me empresta? hehe.

Como vocês 3 são phynas, chiques e influentes, heim? hehehe.

Beijos

6 de dezembro de 2011 às 14:05
Carol Leão disse...

Tô louca pra ler.

Ser a outra não tem muito haver com ser mais ou menos especial.

Acho q pode até ser que tenha amor e cumplicidade, mas nem por isso a esposa perde o respeito e espaço que lhes são devidos como tal. Homem separa muito bem essas coisas.

Teminha complicado esse !

Bjinhos

6 de dezembro de 2011 às 14:51
Anônimo disse...

Eu acho que religião e hipocrisia resultam em relacionamentos doentios e aberrações amorosas dos mais diversos tipos.
E a Mirian contribui muito para derrubar mitos e pensamentos comuns em suas obras. Também indico a todos seus livros.

Bjos da Solteira

6 de dezembro de 2011 às 17:05
Anônimo disse...

Eu também teria matado o Bob com minhas próprias mãos.
E sentir-se a mais especial nessa situação está longe de acontecer, pelo menos pra mim e pra tantas outras amantes que já li relatos, até mesmo nesse Fofo bloguinho.
Em casos em que a esposa desconfia mas não tem provas,vive a desconfiança e muitas vezes fingindo que não vê até mesmo se alienando de canais como a internet, pois sabe se for fundo alguma coisa irá descobrir...nesses casos pode ter certeza a amante é quem mais sofre com a insegurança e esperança que um dia terá seu amado só pra ela, agora quanto a Esposa quando descobre deve sim sofrer um bucado, na verdade acho que o sofrimento tem o mesmo peso para ambas,o único que consegue levar tudo numa boa é o Homem, infelizmente.

A Ex- amante, que aos poucos está se libertando do grande sofrimento de ter sido a "outra" na vida de alguém.

6 de dezembro de 2011 às 19:02
Evelin disse...

Se ser a clandestina na vida de um casado pode significar ser a mais especial?

Acho que pode sim, como também não.
São infinitas o motivo para ser "a outra" ou para ter "outra". Tema muito amplo, eu acho. Tem gente que vive melhor de três né rs

Beijos

Evelin

7 de dezembro de 2011 às 11:13
Anônimo disse...

Amei essa publicação e quero ler esse livro para entender esse lado que percegue bjs parabéns

7 de dezembro de 2011 às 11:17