segunda-feira, 14 de setembro de 2009
Réquiem para um prego
Ótimo emprego, salário excelente, um relacionamento estável e um baita esforço para "estar sempre por dentro de tudo que é novidade", não importa que "tudo" seja esse e nem como. Se for por osmose está valendo também. O sujeito (ou a sujeita) empenha-se em seguir à risca a cartilha das pessoas incríveis. Só que não adianta nada porque nasceu e vai morrer prego.
Quem não conhece um que atire a primeira pedra. Ter um moleskine é essencial, e o prego paga o que for necessário para ter o bloco de notas do momento. Tudo isso porque as 12 pessoas que trabalham com ele, o seu mundo, tem um desses na bolsa. E ele não pode ficar de fora dessa. Quando o boom do Second Life rolou, o prego ficou maravilhado, só que muitos meses depois, quando o negócio já estava indo para o buraco. Entrar nesta onda do momento é um lampejo criativo, sob a ótica do prego.
Quem não conhece um que atire a primeira pedra. Ter um moleskine é essencial, e o prego paga o que for necessário para ter o bloco de notas do momento. Tudo isso porque as 12 pessoas que trabalham com ele, o seu mundo, tem um desses na bolsa. E ele não pode ficar de fora dessa. Quando o boom do Second Life rolou, o prego ficou maravilhado, só que muitos meses depois, quando o negócio já estava indo para o buraco. Entrar nesta onda do momento é um lampejo criativo, sob a ótica do prego.
As comunidades virtuais são fatais para os pregos. Ali, eles se comportam tal qual entrassem pelados na sua casa e fizessem cocô no meio da sala, na frente de todo o mundo. E, pior, sem se dar conta do tamanho da encrenca. Só você e o resto do universo ficam com vergonha, enquanto o prego procura onde sentar, o que vai emporcalhar ainda mais o seu espaço.
Sendo mais clara, ele encara uma página de Facebook ou de Orkut como uma mesa de bar e fala todas as merdas que lhe vem à cabeça. Escreve lá no seu mural coisas do tipo: "E aí, quantos já pegou até agora?" ou "Oi sumida! Caçando alguém por aí para estar tão ocupada?". Discernimento? Nunca ouviu falar.
A piadinha que passaria em branco entre um gole e outro de chope, e que ficaria restrita a um grupo de seis pessoas no máximo, vira um par de linhas escritas no seu mural para todo o sempre, e que pode ser lido a qualquer hora e por qualquer um dos seus amigos que sequer conhecem este ser humano-prego. Neste caso, a saída é teclar o delete e mandar a criatura para fora da sua listinha. Fazer faxina na lista de contatos destes comunidades é um ótimo exercício, aliás.
Amigos pregos têm sempre um elogio customizado para você. As belas palavras são cuidadosamente escolhidas e largadas em momentos estratégicos. A propósito, pregos adoram ser estratégicos, apesar de não o serem porque não é da sua natureza. Se fossem, ninguém notaria, certo?
Também adoram cursos, cursos, cursos e mais cursos! Destes tomamos conhecimento porque ele mesmo lança alguns de seus mais novos conhecimentos técnicos-estratégicos-diferenciados, só faltando citar a página ou o capítulo do parágrafo em questão. Meteu uma venda nos olhos e segue o mercado. Tira da sua vivência-prego conselhos prontos, elaborados como os elogios, e também largados nos momentos estratégicos - olha aí essa palavra de novo.
Pregos são cansativos, não dá para ter por perto por longos períodos. Eles podem ser da mesma geração que você, só que parecem aqueles parentes chatos, tipo primo de segundo grau da mãe ou do pai, que exige preparo psicológico pesado para aturar em maratonas de eventos familiares, gênero festas de final de ano. Prego assiste ao Zorra Total e seu repertório cômico é daquela cepa.
Prego-apaixonado pega no pé. Prego-amigo é inoportuno. Prego-parente é penitência. Prego-jornalista faz perguntas idiotas e por aí vai... Prego não tem cheiro, no entanto é fácil identificar quem mereceria umas boas marteladas nas ideias. Pregos, não adote um.
Giovana - A Solteira
7 comentários:
Que legal sou o primeiro a comentar...Ah, de pregos a vida está cheias, e muitos deles estão do seu lado na maioria das vezes. A grande questão para um prego é chamar a atenção, seja de maneira discreta ou seja fazendo aquele "fundunço danado" nos cantos. Sabendo usar, eles mais ajudam do q atrapalham, afinal nenhum carro ou pc funcionaria sem uns pregos. E sabendo ignorar, eles acabam sendo inúteis, uma vez que prego que eh prego, precisa de barulho e platéia pra reinar...
14 de setembro de 2009 às 01:29Eu conheço alguns pregos e concordo em tudo com vc!
14 de setembro de 2009 às 01:39Haja paciência!
Beijos e ótima semana para as três!
Hahaha, muito bom o texto. Eu adoto o estilo martelo de ser.
14 de setembro de 2009 às 08:41Encheu? Martelada nele! =)
Já reparou que prego do sexo masculino é bem mais prego que as "pregas" do sexo feminino???
14 de setembro de 2009 às 10:43Prego bom é "prego no pão" - "o" lanchinho português! :D
14 de setembro de 2009 às 17:38Beijinhos e uma ótima semana!
Prima...otimo teu texto!!! Aqui tambem ta cheio de pregos...hehe
15 de setembro de 2009 às 07:53Grande beijo e saudades!!!
Ave... será que sou um prego e não me dei conta ainda?
16 de setembro de 2009 às 11:26Postar um comentário