Momento de fraqueza

Esse é um desabafo no meio da madrugada. São 3h33 da matina e não consigo dormir. Olho para os lados e sinto um vazio que não tem tamanho. Começo a arrolar todas as pendências profissionais e fico tensa. Hoje me dei conta de que, no meio da confusão toda da separação, aceitei um trabalho insano e mal pago. Não que eu tivesse muita opção - como frila, tenho que pegar o que aparece. E como o tema era “fofinho”, nem parecia dos piores.

Mas aí me dou conta de que ele não exige só tempo e dedicação. Exige também uma série de apetrechos tecnológicos e programas de computador que eu não tenho. Aliás, meu computador está meio debilitado (digito, nesse exato instante, no computador de minha anfitriã). Não é nada complexo, difícil de resolver, eu sei disso. Só que quando se trabalha numa redação ou empresa grande, é só apelar para o boy, a secretária ou o help desk. Na minha vida de frila, eu tinha uma pessoa que resolvia todas essas coisinhas para mim: Charlie!

E de repente olho para o lado e não tenho mais para quem pedir essas coisas bobas do cotidiano. E de repente olho para o lado e vejo que nem tem mais ninguém do meu lado. Me vejo numa cama de solteiro dormindo abraçada ao meu bichinho de pelúcia. Me sinto uma boboca. Tenho 30 anos e não tenho nada. Só um estúpido bichinho de pelúcia do qual eu não consigo me libertar. Tinha tudo e de repente não tenho nada. Um amigo escreveu certa vez que “não deixa de ser libertadora essa noção de que não ter nada é ter tudo”. Nesse momento de chororô na madrugada, essa frase consola.

Só que me sinto impotente por não conseguir lidar com essas coisas simples da vida. Sempre brinco que como boa geminiana que sou, sei tomar decisões grandes (casar, viajar, trocar de emprego, torrar meu FGTS na Espanha, etc). Mas as decisões miúdas me são penosas (que roupa vestir, onde comer, arrumo meu computador onde?) . E nessas horas dói ser sozinha.

Sempre que passo um fim de semana gostoso, cercada de gente bacana e querida, volto revigorada achando que segunda-feira é o dia da revolução! Que vou emagrecer cinco quilos, entregar as matérias atrasadas, escrever um post inspirador no blog e poupar dinheiro suficiente para comprar um carro! Como se fosse possível erguer um castelo num só dia. E aí chegam as buchas. E eu vou ficando atabalhoada. E percebo que não vou conseguir fazer revolução nenhuma. E a segunda vai embora bem diferente daquela planejada.

E mesmo sabendo que tudo passa e que a vida é como as segundas-feiras – sempre diferente do planejado – fica aquele glup na garganta, aquela lágrima no olho e a pergunta: por que tem momentos em que tudo parece tão complicado?

Débora – A chorona

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Divórcio aos quatro meses de gravidez

Ao ler neste blog o post Quatro finais infelizes, sobre desfechos trágicos de casamentos, a leitora Cris, médica de 38 anos, do Rio de Janeiro, nos procurou para contar a sua história. É o que vou fazer agora: casada há nove anos e mãe de uma filha de sete, ela estava grávida de quatro meses quando o marido resolveu pedir o divórcio. Detalhe: o plano de aumentar a família era mais dele, que viu Cris passar por três abortos espontâneos antes de conseguir engravidar. E incluiam até o projeto de mudança para uma casa maior, que os acomodasse com mais conforto. Ao longo do casamento, segundo Cris, nunca faltou carinho, atenção, presentes, declarações de amor de todas as formas, até torpedos pelo celular, frequentes, que diziam "quero vc pra sempre!". O mala se gabava de ser o único homem fiel da face da terra.



Pois bem, um belo dia o marido perfeito chamou Cris para conversar. Aos quatro meses de gravidez, ela ouviu que ele não aguentava mais ser casado, que precisava "experimentar um monte de mulheres". Não demorou muito para ela descobrir que aquela revolução estava ligada a outra pessoa, uma mulher de 19 anos, paciente dele, que é médico. E tem mais: como se não bastasse o rompimento brusco, a fulana ainda deu início a uma campanha contra ela no Orkut, incluindo a participação em comunidades como "Vc perdeu, baranga" ou "Eu sou má, garotas más que se dão bem". Dá para acreditar nisso? Eu nem vou julgar o fato do cara ter tido vontade de ficar com a outra. As pessoas podem se apaixonar, esse é um risco que a gente corre o tempo todo, paciência. Agora, saber que provocou uma separação quando havia uma mulher grávida na história e ainda agir desse jeito é demais para mim. Uma falta de respeito total para com os sentimentos dos outros. Queria muito entender o que esse tipo de gente tem na cabeça. Vá criar a página "Faço parte do Sindicato das Piriguetes", sua palhaça. E deixe a Cris viver a vida dela em paz. Na minha opinião, ela devia era te processar por essas leviandades.


É por isso que eu te digo, querida leitora, passe uma borracha nessa mágoa toda (por mais difícil que seja), concentre-se nos seus filhotes (o bebê dela, um meninão, está com oito meses), fique linda e siga em frente. Você não merecia um babaca como o seu ex, mas coisa muito melhor. Quanto a ele, bem, só estar ao lado de uma imbecil como a mocinha descrita acima já é castigo suficiente. A vida ensina. E não tem nada mais certo no mundo que o tal do aqui se faz, aqui se paga.


Deixo você com uma frase da escritora e roteirista Adriana Falcão que diz mais ou menos assim: "Às vezes, as venturas se disfarçam de tragédias só para enganar a gente". Um dia você vai descobrir o sentido disso tudo, confie. E conte com a gente. Estamos torcendo por você.


Beijão,


Isabela - A Divorciada

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Cueca velha e guarda-chuva

Dia de convidada especial: quem escreve hoje é uma amiga nossa, muy querida, que aqui fala de cuecas, guarda-chuvas e homens. Apareça sempre, baby. Seja bem-vinda ao nosso bloguinho.


Beijão,


Isabela – A Divorciada



Sou amiga das gurias autoras blog e resolvi pedir um espaço a elas para escrever um texto sobre dois motivos - não muito levados em conta no mundo masculino - pelos quais é possível dispensar um homem. As duas histórias aconteceram comigo. Já fui muito baladeira, namorei muita gente, hoje sou um senhora um tanto sossegada. A primeira história aconteceu comigo há mais de dez anos e envolveu uma cueca velha.


Explico: eu tinha acabado de sair de um namoro, ainda estava chorando as pitangas porque gostava muito do ex - tinha levado um pé na bunda - e eis que encontro na balada do final de semana o mais gatinho dos gatinhos da universidade. Detalhe: ele era amigo do meu ex e eu tinha falado para o meu ex, na saída do namoro, que ia ficar com um amigo dele. Tipo assim: vou me vingar porque você não me ama mais! Ele riu de mim e disse que aquela era uma hipótese absurda, que os amigos dele não ficariam comigo.


Pois bem, encontrei o mais gatinhos dos gatinhos da faculdade, amigo do meu ex, e depois de muito tentar resistir ao meu charme, o moço se rendeu. Dei umas beijocas nele. Tudo bem até aí – para mim, porque ele deve ter ficado louco de medo de que eu contasse para o amigo. Mas mesmo assim, ele me ligou. Ou eu liguei. Não sei direito. Ficou marcado que nos encontraríamos na minha casa. E lá veio ele, conforme o combinado, com sua calça jeans e camiseta de algum time, tipo Internacional (tinha que ser colorado!!!).


Eu não tinha tomado nenhuma decisão sobre o que faria com o moço naquela noite. Até então, eu tinha apenas transado com o meu ex. Mas entre um beijo e outro, o mais gatinho dos gatinhos da faculdade arriou as calças. E eis que na minha frente surge uma cueca bege, daquelas com o elástico já soltando nas pernas, bem fuleira. Pois bem, eu, em um momento de lucidez, pensei: se esse moço vem com essa cueca desgraçada me ver é porque não tem a mínima consideração por mim. Pois bem, mandei o moço colocar os trapos e marchar. Fiz isso de uma maneira educada, claro, e nem mencionei a cueca velha. Ele nunca entendeu direito, acho. Mas cueca velha, minha gente, não dá!


O outro caso envolveu um guarda chuva. Há um pouco menos tempo, também no fim de um outro namoro – era o meu segundo namoro sério - eu estava sendo rodeada por um moço. Um bom moço. Na época, eu já estava procurando mesmo homem para casar. E eis que, depois de trocar alguns e-mails, o meu pretendente, que eu pensava em namorar, me chamou para ir ver um jogo de futebol. Era jogo do São Paulo com um outro time argentino, não lembro se Boca ou River. Tudo muito certo. Ele passou na minha casa com seu carro popular quase zero quilômetro, estacionamos lá perto do estádio Morumbi e eis que, antes de nos dirigirmos à bilheteria, acontece o desastre: ele tira um guarda-chuva do porta-malas do carro.


Não estava chovendo, tinha chuviscado um pouco e havia risco de cair alguma água. Mas ele foi lá e pegou aquele guarda-chuva enorme, de quase um metro de comprimento, no porta malas. Eu até falei que não tinha necessidade. Mas ele não recuou e lá se foi com o seu guarda-chuva. Eu do lado. Na entrada no estádio, ele quase foi barrado por causa do tal guarda-chuva. Como era jornalista, disse que ia deixar o objeto na sala de imprensa. Não sei por qual motivo, ele não conseguiu levar o instrumento para a sala de imprensa e eu, ele e o guarda-chuvas vimos o jogo do São Paulo juntos. "Tem coisa mais brochante que homem com guarda-chuva?” Terminado o jogo fomos para casa, eu, ele e o guarda-chuva. Ele não entendeu porque não dei um beijo nele antes de sair do carro. Aliás, nunca dei um beijo nele. Ele ficou meio amigo, depois casou com uma moça, que acho que não tem nada contra guarda-chuvas. Ainda bem que o meu marido sempre esquece de levar guarda-chuva!


A amiga do trio

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O efeito borboleta


De vez em quando tomamos decisões tão grandes que temos um certo medo de bancar “Deus” e interferir no destino que nos foi traçado. Tal como no filme Efeito Borboleta, ficamos repassando mentalmente todas as possibilidades de desfecho “se em vez disso tivéssemos feito aquilo”. O termo, na verdade, vem da física. Faz parte da teoria do caos e ficou famoso por causa daquela história de que “quando uma borboleta bate as asas de um lado do mundo, pode provocar uma tormenta do outro lado”.

Muita gente prefere não se mexer muito justamente na crença de que “se algo tiver que acontecer, vai acontecer”. Ou seja, espera que alguma borboleta bata as asas n’algum canto remoto do mundo. Eu mesma tendo a ter esse comportamento. E acabo “jogando para o universo” decisões que estão ao meu alcance, nas minhas mãos. Essa mania de empurrar para o outro – seja ele seu amigo, marido, pai, mãe, Deus ou borboleta – oculta uma grande covardia, um medo enorme que temos de lidar com o peso das decisões.

E uma coisa é fato consumado: quando a gente dá um passo, o mundo sai do lugar, como diz uma música bonitinha do Siba. Às vezes é mesmo necessário que a gente seja “Deus” de nossa própria vida para ver outras vidas se movimentando também. Um exemplo bobo: você deixa seu emprego bacanudo para ir ser missionário na África. Ao fazer isso você não está mexendo apenas com a empresa para a qual você trabalha e com seu chefe ou subordinados. Você está mexendo com a sua família, que vai sentir saudade e achar que você surtou de vez, você está mexendo com aquele pacato colega de trabalho que já não sabe mais o que é sonhar com um mundo melhor, você está mexendo com seus amigos mais próximos, que não te terão por perto por um bom tempo e você está mexendo até mesmo com a empresa de telefone celular que vai sentir falta das suas faturas estratosféricas.

Uma decisão, uma mudança de rumo, gera uma reação em cadeia atingindo pessoas que você nem imagina. E acho que é isso que faz a vida ser tão dinâmica e as pessoas caminharem para frente. Muitas vezes a gente precisa mesmo tomar um baque por causa de uma decisão alheia. Enxergar novas saídas, novos desafios, justamente porque alguém mexeu a peça do xadrez por você. Mas outras vezes, não espere por essa jogada. Seja você o responsável pelas mudanças. De repente, aquela pessoa que você achava super dependente de você, vai é se libertar e descobrir que há vida lá fora. Mas sem o seu chacoalhão, talvez ela nunca perceba isso.

Débora – A borboleta

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1982

Hoje acordei esquisita. O ano é outro. Eu não sei vocês, mas estou em 1982, tenho cinco anos e estou ouvindo "Thriller" pela primeira vez. Acho que foi uma das primeiras coisas que mais me impactaram na vida. A risada no final dava arrepios no meu irmão mais novo. Eu já me achava muito adulta do alto dos meus cinco anos para isso.

O ritmo da música é irresistível. Mesmo em pensamento dá vontade de dançar. Só que o ambiente agora em nada ajuda. Sim, porque escrevo este post de um escritório encravado em São Paulo, já passei dos trinta, estou atrás de uma mesa e diante de um laptop. Enquanto isso, "Thriller" me transporta para a casa em que morei na Bahia, para a sala de estar gigante que dava para cruzar dando umas cinco estrelas. Tenho cinco anos. "Thriller" tocou até furar a bolacha de vinil, não saía da vitrola. Neste momento não sai mais da cabeça.

Os gênios carregam um peso que tem dificuldade em suportar. Michael Jackson já não aguentava o dele faz tempo. Foi autor e carrasco de si mesmo. Completo, perfeito e surpreendente tanto na ascensão quanto na decadência. Seus últimos trabalhos representam a derrocada de um mito. Derrocada? Não, mero engano nosso. Com "Thriller" ele conquistou a prerrogativa de ser imperfeito. Só não conseguiu convencer a si mesmo disso, para a nossa falta de sorte. Agora, só resta curar as mágoas numa pista de dança.

Giovana - A Solteira

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Quindim na portaria

O título acima é de um texto da escritora e jornalista Martha Medeiros e nos foi enviado pela leitora Verônica, que nos sugeriu escrever algo a respeito. Aliás, pode lê-lo aqui. Em sua saga dos quindins, ela conta que, no livro Fidelidades, de Paulo Hecker Filho, leu que o autor costumava deixar os doces na portaria do prédio do poeta Mário Quintana “para estar ao lado sem pesar com a presença”.

Para Martha, e para mim também, essa é uma lógica delicada, de quem quer fazer carinho sem correr o risco de incomodar. Adoro todos os meus amigos e quero estar perto deles, ver, conversar, conviver. Agora, morando numa cidade como São Paulo, em que a distância é um obstáculo concreto, aprender a “estar do lado sem pesar com a presença” é um exercício. É mandar um e-mail lembrando uma história engraçada na hora em que aquele fato lhe veio à mente, contar uma fofoca por torpedo, deixar um comentário no blog do outro, mandar um docinho, por que não?

Eu, que moro longo dos meus pais e do meu irmão mais novo, Miguel Barros - o Belo (gente, ele é lindo), me sinto recebendo cafuné na cabeça sempre que o porteiro interfona dizendo que chegou Sedex. Acreditam que até queijo coalho eu já recebi pelo Correio, lá de Maceió? E que ele chegou fresquinho, seco, enrolado num pano de prato, junto com um bilhete fofo de mainha. Naquele momento, ela esteve presente. Faltou o colo é verdade, mas carinho ela conseguiu fazer.

É assim quando o meu namorado deixa chocolates na minha mesa de trabalho (adooooooooooro, viu? Beijão), quando amigas queridíssimas como a linda Dani Toviansky mandam torpedos perguntando “Onde andará Isabela Barros?” (meu sobrenome, identidade mais que revelada, hahaha!!!) quando Isabela Barros está em plena ponta de estoque da Casa das Calcinhas, comprando lingerie.

Moral da história: quer estar presente? Esteja. Com ou sem presença. Mas sempre com o carinho que merecem as pessoas que realmente importam.

Isabela – A Divorciada

PS: Verônica querida, esse post é para você. Super obrigada por ser nossa leitora e por ter escrito para a gente. Beijos!

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Sobre tocos e revezes


Preste atenção em como um cara te dispensa. Há tocos e tocos. Há o toco na bucha, que fala tudo na cara, destemido e definitivo. Não é ríspido, porém deixa claro que está tudo terminado. A gente conhece bem essa modalidade porque muitas de nós preferimos este caminho quando somos o lado que toma a iniciativa.

Já entre eles....bem, parece que há um consenso nessa história de intuição feminina. Muitos homens acham que isso é suficiente para a gente “sacar” que os trilhos terminam ali. Afinal, eles já sinalizaram com uma xícara bem generosa do tal chá de sumiço. “Pensei que você já tinha intuído”, diria um típico sumido. Rapazes: quando estamos interessadas, sumir não é suficiente. Precisamos ouvir com todas as letras que acabou. T-o-d-a-s-a-s-l-e-t-r-a-s...

Mulher é mestre em não ver certas coisas, somos engenhosas em criar subterfúgios, ouvir conselhos furados de quem não está no olho do furacão e cuidar o fogo banho-maria para ver se a tal receita cria liga de uma vez. A tática todas as letras é um favor que vocês nos fazem.

Se você sumir e a garota não te procurar, sim, ela entendeu que você não está mais interessado e, certamente, estará dando graças a Deus pelo seu desaparecimento. “Não me ligou mais, graças a Deus. Não sei onde estava com a cabeça. Beija maaaal!”, diria a mocinha.

É como qualquer coisa que você começa na vida. Não adianta estrear bem, transcorrer lindamente e terminar de qualquer nota. Um final covarde destrói qualquer história. Os momentos incríveis serão recordados, mas logo sairão de cena para dar lugar ao ato final. Se ele for desastroso, as chances dessa peça ser encenada novamente são poucas, muito poucas... Por favor, não estraguem as boas lembranças.

Giovana - A Solteira

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Sexo fofo

Chega de falar de mim! Vou começar a falar das outras :-)

Tenho uma amiga muito figura que é meio sexomaníaca. Ela tinha acabado de conhecer o namorado e estava naquela expectativa clássica do “hum...como vai ser?”. Quando o momento então chegou, ela se deixou levar para ver qual era o tipo. Ele, bobo nem nada, foi de “furunfada romântica” que era para não assustar a nova conquista. Ela ficou feliz, mas não totalmente satisfeita. Na segunda vez, ele já se soltou e deixou o romantismo um pouco de lado. Amiguinha viu estrelas. E assim foi sucessivamente, até chegar o dia do sexo selvagem. Terminado o ato, ela virou para o lado e disse:

- Ufa, achei que você era desses que só fazem sexo fofo!

E o namoro foi adiante.

Débora - A...

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O blog da divorciada

Não, eu não vou sair deste 3x30 para abrir outro endereço no mundo digital. A novidade, aqui, é uma iniciativa da Cris, uma super amiga que nos pediu ajuda para o seu futuro blog. Vamos colaborar com palpites e ideias de nomes, tá? Que ela é uma fofa e merece o nosso apoio. Falando nisso, meu voto vai para “Divorciada e feliz”. E o de vocês? Façam suas escolhas e bom domingo.

Beijos,

Isabela – A Divorciada


Queridas Leitoras e Leitores do 3x30,

Eu adoro esse blog e vi ele nascer. Apesar de não conhecer a Gio, sei que ela é super bacana, e a Bela e Debs são amigas para todas as horas. Pessoas muito especiais e queridas. Curti cada post e já ri muito, comentei e inclusive chorei ao ler a carta de separação da Debs. Um tempo atrás, me empolguei e escrevi a minha primeira contribuição aqui, o post Procuro Homem Verde. Foi super bacana e, a partir dali, percebi que aquele plano antigo de fazer um blog para falar das minhas experiências depois da separação, que também foi aos 30 anos (será uma crise?) seria bem interessante. Já tenho várias histórias bacanas para contar e também para dar muitas risadas. Algumas, claro, também foram decepcionantes. A ideia é criar um blog para falar das mudanças, dificuldades e novidades de estar novamente “avulsa” nessa vida. Casei muito cedo (aos 20 anos) e agora minha cabeça é muito diferente. Mesmo assim, me pego agindo feito uma adolescente em algumas situações.

Quero a ajuda de vocês para colocar esse projeto para frente. Primeiro preciso definir o nome do blog, que vai falar das experiências, histórias, angústias, alegrias, dificuldades e pensamentos da vida de uma jornalista após a separação, vamos usar a palavra divórcio, apesar de eu ainda não ter assinado o meu. Algumas sugestões surgiram e quero que vocês votem ou sugiram outros nomes.

Vamos lá:
Confissões de uma divorciada
Quebrando regras com o divórcio
Divorciada e feliz

Se quiserem conversar, compartilhar ideias ou mandar sugestões, me escrevam: cristiane.imprensa@gmail.com. Já tenho duas colaboradoras (Bela e Débora), além de uma outra queridíssima anônima. Um dia quero entender porque tantas amigas jornalistas, com 30 anos, estão se separando... mas isso é piração minha. A terra está se separando...rsrss!!!!

Beijos

Cris


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Supernanny!


Desde que deixei meu antigo lar, acampei aqui na casa da Paloma. Já ganhei uma caminha ao lado da cama da pequena Isa – durmo cercada por bonecas - e já atendo o interfone me passando pela dona da casa (nós duas temos voz grossa mesmo). Já arremesso o Miau, o gato mala, longe com meus golpes de aikido e me apossei do computador dela, já que o meu insiste em não funcionar. O porteiro já sabe quem eu sou, minha mãe já liga aqui no telefone fixo. E quando o Juan, namorado dela, chega no final de semana, eu logo digo: “perdeu, carioca, perdeu! Já roubei tua mulher!". Tô "se" achando a dona da casa!

Mas o mais inusitado disso tudo é conviver com uma baixinha de quase três anos. Volta e meia me pego em uns momentos Supernanny! Brincando de lobo mau com a Isa – a gente se esconde debaixo de um lençol – ou vendo pela milionésima vez o DVD da Adriana Calcanhoto, “Partimpim”. Ou então me recusando insistentemente a brincar com ela, como ontem, quando ela quis que eu metesse a mão na tinta guache para ajudá-la na lição de casa. A Isa é muito doce. E eu adoro acordar com ela me olhando com aqueles olhinhos azuis dela. E aquele sorrisinho com os dentes separados. De vez em quando ela surta. Mas aí a Supernanny deixa a Supermãe entrar em ação. E eu saio de fininho...

No dia que eu for expulsa daqui, vou colocar um anúncio no jornal:
“Troco moradia e comida por meus serviços de babá. Adoro crianças, mas quando necessário, as trato como adultos. Sei ser dura e doce. Detesto criança birrenta, mas acho um charme quando elas fazem manha. Brinco de lobo mau, quebra-cabeça, esconde-esconde e conto historinha. Mas quando ficam tagarelas, brinco de vaca amarela. Sem mais. Tipo de moradia e de comida a combinar.”

Débora - A babá

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A anti-caça

Várias leitoras solteiras já escreveram, em comentários, que gostariam de ler sobre "a caça" neste blog, ver aqui dicas de paquera. Resolvi assumir a missão, afinal, aproveitei beeeeem a minha neo solteirice antes de voltar a ser a pessoa apaixonada e monogâmica que sou hoje. Só tem um detalhe: a minha experiência me diz que é melhor escrever sobre a "anti-caça". Na minha muy modesta opinião, o campo da conquista funciona pelo avesso: não procure que você acha.


OK, OK, todo mundo já saiu de casa um dia com vontade de passar o rodo, eu sei. Isso também aconteceu comigo, claro. E é por isso que eu digo: não adianta nada. Arrasa quem está se sentindo bem consigo mesma, e sai por aí simplesmente para se divertir, sem procurar, sem encanar com a tal da busca. Será que algum cientista, de algum país rico, já estudou isso? Prometo que, se descobrir, divido a informação com vocês.


Enquanto isso, trago eu mesma um exemplo para ilustrar a minha teoria: uma amiga, recém-separada, decidiu trocar a foto que usava em sua página no Orkut assim que passou a se sentir melhor, mais confiante e segura de si. Pois bem, pouco tempo depois, um affair do passado deixou um recado/cantada irresistível para ela, que deve encontrá-lo em breve. Ela precisou fazer alguma coisa para ser paquerada? Nadinha, apenas se sentiu bem, deixou que essa energia boa ganhasse aquele pedaço do mundo digital. E as coisas aconteceram. Simples assim, gente.


Resumo da ópera: quer se dar bem? Pare de pensar no assunto, ame-se, cuide-se, fique inteira. Vá para a balada para se divertir, sem aquele radar ligado e apontando para todas as direções. Deixe o acaso fazer a sua parte. E aprontar as surpresas que quiser para você.

Bom sábado e beijos,

Isabela – A Divorciada

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Cento-e-um!!

Bati o olho aí do lado do blog e "arreparei" que batemos a marca dos cem seguidores! Sensacional!!

De sem seguidores para cem em oito meses de existência nos faz muito felizes :-)

Obrigada a todos que nos acompanham, comentam, votam e falam (bem ou mal) da gente por aí!!

beijos

Débora - A...

ps1: em breve, uma votação para decidir minha nova assinatura

ps2: a título de curiosidade, o Google Analytics informa que recebemos 13.188 visitas desde abril, quando ligamos o contador

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Inclusive rugas...

Tudo começou quando eu olhei com mais atenção para o rosto dela. Estou falando de uma amiga da minha idade, 31 anos, uma mulher linda. Às vezes é assim, a gente vê primeiro nos outros. Uma ruga se destacava quando ela sorria. E não demorou muito para que eu fizesse o paralelo: eu devo ter ruga também. E elas já devem estar aparecendo no meu rosto. Será? Serei eu um caso flagrante de envelhecimento precoce da pele? Pode haver uma esperança: minha mãe tem poucas marcas de expressão e duas tias, irmãs do meu pai, são donas das peles mais impecáveis do mundo depois dos 60, quem sabe eu não herdei um pouco dessa genética boa? Guardei tais dilemas para a minha dermatologista, com quem tive consulta na terça-feira.


“Doutora, na sua avaliação, a minha pele parece mais velha do que o normal para a minha idade?”


“Muito pelo contrário, sua pele é ótima”. (Ela é durona, fala com todas as letras quando alguma coisa não está bem, posso confiar)


“Mas olhe, quando sorrio, parece que a parte mais próxima do queixo, dos lados da boca, está meio mole. O que é isso? Flacidez facial?”


“Não, é o formato do seu rosto. O meu é assim também, veja” (E sorriu forçado para que eu observasse as ondulações)


Saí mais tranquila do consultório. Mas, pela primeira vez na vida, consciente de que ter 30 anos é ter muitas coisas. Inclusive rugas..... Mesmo que sejam discretas e pequenas, como as minhas.


Isabela - A Divorciada


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O amor da gente é como um grão

Nosso blog anda meio "separação" demais. Parece triste, e até é. Mas é só uma fase. Minha, da Roberta e de outras leitoras que têm passado por aqui e deixado tristes relatos. Mas quem nos acompanha faz tempo sabe que somos super alto astral, divertidas, charmosas e muito felizes. Mas que, principalmente, olhamos de frente para as questões árduas da vida. Adoramos compartilhar algumas experiências com vocês. E ouvir as vivências de vocês.

Essa carta eu escrevi ontem à tarde, após chegar na minha casa provisória, depois de ter almoçado com Charlie, apelido que nós três demos ao meu (ex) marido. É uma carta para ele. Mas resolvi mandá-la por aqui para dividir com vocês toda a ternura que ainda sinto por ele. E para mostrar que por mais difíceis que sejam as separações, é possível passar por isso com respeito e carinho em relação ao próximo. Como prova de que não se joga fora assim histórias de amor que um dia já foram muito belas.

beijos

Débora



Meu querido Charlie,

Acabo de sair do seu carro. Estou saindo da sua vida. Lembra de quando eu entrei nela? Eu tinha 22 anos e um medo danado do mundo. Você me acolheu, me protegeu. Me “pegou para criar”, como você gostava de brincar. Você me ensinou o que era a paixão sem freios. E depois me ensinou o que era o amor. De mãos dadas nós construímos uma vida, uma história. Um começo de tantos desencontros só podia dar errado. Deu certo! Dos tempos de namoro no sofá da casa de mamãe nós evoluímos para os namoros na tua casa nova - que anos depois virou a minha também.

Você foi me encontrar lá na Espanha em 2003. Passamos o Reveillon em Roma! Um frrrrrrio. Que coisa estranha aquela gente vestida de preto em pleno ano novo...Nossa ceia foi uma salada de rúcula e tomate e uma pastinha semi-pronta, tudo no improviso no apê do compadre Vincenzo. Como vou me esquecer? Para mim, eram essas coisas simples que faziam a nossa vida a dois valer a pena, como aquela nossa fase noveleira debaixo das cobertas. Esperava ansiosa você chegar do trabalho e dizia: rápido, rápido, vai começar!!! E você vinha rapidinho se juntar a mim.

No teu peito dormi tantas vezes. No teu cabelo ondulado eu passei meus dedos nas noites de insônia. Na cabeceira da nossa cama um quadro indicava que ali tinha sim um matrimônio, ainda que insistam em dizer que o nosso não era de verdade. Meus livros se misturaram ao seus. Sua inteligência se somou ao meu carisma. Nossas filosofias no café da manhã sempre fizeram o meu desjejum ser mais estimulante.

Teve uma fase que você me pegava no trabalho. Teve outra que era eu que te pegava. Dividíamos o carro, a casa, os projetos. Meu sonho era ter um filho com esse seu olhinho caído (e o seu nariz, claro! O meu, nem pensar...). Teu sonho era morar fora, fazer grandes trabalhos, conquistar um mundo de coisas. Sempre lutei para que você realizasse cada um deles. Fui guerreira ao teu lado – que é como se há de ser quando se ama tanto.

Você sempre me apoiou nas minhas ideias malucas de trabalho. Nos projetos que nunca deram certo. Mas você sempre foi o primeiro a acreditar. Você acreditou mais em mim que em si próprio. Lembra aquela vez que eu trabalhei com aquela gorducha? Eu acordava de madrugada e te dizia: não quero ir! Não quero ir! Tal qual criança com pânico da escola. Você me abraçava e dizia: então não vá. E graças a você tomei a decisão mais sábia de pedir demissão em três semanas.

Você também foi me encontrar na Nova Zelândia! Lá a gente se divertiu um bocado. Lembra daquele “carrinho de rolimã” lá em Rotorua? E a dificuldade de achar um restaurante aberto em plena segunda-feira naquela cidade de nome bizarro (Otrahonga!). O meu medo de você dirigindo na mão inglesa! Lá descobrimos que Marri ia ter bebê. Compramos um charuto pro Edgar e um body do All Blacks para o feijão que ainda não tinha sexo. A Marina (o ex-feijão) está usando o body agora. E tem a Sofia, que nos batizamos quando ela tinha dois anos. Logo depois, o pai dela morreu e eu vi você chorar pela primeira vez.

São tantas histórias...um dia ainda conto aqui no blog aquela das flores na janela, que já se tornou um “causo” na minha família. São tantos álbuns de fotografia. Tantos abraços e beijos registrados (até da gente passando mal de gripe e febre no Uruguai). Tanto amor, tanto amor...

...mas inexplicavelmente uma hora o amor acaba. A luta continua e o casamento tem sobrevida porque carinho e respeito ainda há. Chega num ponto do relacionamento que é melhor cada um seguir seu rumo e se tornar melhor sozinho que seguir adiante em nome do amor que se foi e do carinho que ainda existe. Antes que carinho azede e birra de dia-a-dia torne tudo mais difícil.

Não tivemos a Marília, nome que você sempre sonhou em dar para nossa filha. Será que o mundo dará voltas e vamos tê-la um dia? Ou será que Deus todo caprichoso te reserva uma Marília com outra mulher? Não faço a menor ideia. Hoje, olho para o futuro e não vejo nenhuma resposta. E, pela primeira vez em oito anos, não faço planos ao seu lado.

É estranho à beça. Sentimento confuso e torto. Mas é um momento que tem que ser vivido. Do contrário, não avançamos.

Quando penso em uma separação doce, como vem sendo a nossa, penso em Drão, a música do Gil. E concluo:

Drão!
O amor da gente
É como um grão
Uma semente de ilusão
Tem que morrer pra germinar
Plantar nalgum lugar
Ressuscitar no chão
Nossa semeadura

Um beijo enorme

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Carta da leitora

Dia de convidada especial. Quem nos escreve hoje é a minha amiga Roberta, jornalista, gata, baiana, escorpiana de 28 de outubro que, como eu já escrevi aqui, é o melhor dia do ano para alguém nascer. Não lembra dela? A fofa já foi citada neste blog, por mim, como Emília, no post Carta a uma quase divorciada. Obrigada pelo texto, baby. Escreva sempre, acho você tudo.


Beijão,


Isabela – A Divorciada



Emília seria o nome da filha que eu teria com meu ex-marido. E foi o nome que usei para revelar minha experiência a este blog, ainda abalada e sem noção, com o apoio de Bela. Agora que consigo respirar pausadamente, revelo-me: Roberta, muito prazer!


Sou leitora deste blog, compartilho com as separadas a mesma dor da perda de alguém que continua vivo. Queria escrever algo bonito, poético até, mas recebi um e-mail dias atrás que me tirou todas as palavras ensaiadas para esta ocasião.


A mensagem veio de um amigo que, apesar de seus vinte e poucos anos, parece traduzir uma história de vida inteira. Este jovem rapaz me disse tudo o que eu queria dizer. Na hora, pensei: “que danado!”. Com a permissão dele, reproduzo este trecho:


“Eu sempre quis lhe dizer que essa dor passa, da mesma forma como ela nos fadiga, ensina: que, às vezes, ela dá uma mistura de dúvida com falta de ar; que, às vezes, provoca sensações que fazem com que o tempo pareça parado; que, às vezes, costura olheiras que escondem horizontes.
Quando a dor nem é dor, vira vazio. Vira desesperança. Daí a gente não sabe o que está sentindo. Se ri para esquecer ou se para brilhar. Quando a dor é dor, o peito dói, de verdade. E pronto. Ou seja, não tem escapatória.
De repente, a terra firme de um, vira a ponte bamba do outro.
No meio do dia: músicas, cheiros, gostos, palavras, pessoas e, sobretudo, pequenas situações. No meio do dia, o dia todo: lembrança.
É a cara que por saber que ainda continua dar-se ao tapa, mostra-se valente.
São tantos sins e nãos, tantos talvez e porquês, tantos quereres...
E daí vem a gradação das miudezas que nos faz eternamente nunca esquecer de um amor. Nunca.
Só que o imponderável é a surpresa cicatrizante. E o tempo passa ao passo em que se vai reavendo o equilíbrio, que pode ser inalcançável, mas nunca uma desilusão.
Da falta de amor sublime ninguém morrerá, já que ele nasce de jeitos novos. Outros tempos, outros ares, outra você.
E aos poucos a gente descobre que amor não morre mesmo e, por isso, temos que reaprender a sentir. Talvez, como diria Chico Buarque, "no fundo falso da gaveta do coração".
No final, que a felicidade seja recompensa.
As coisas práticas a gente vai levando, e as não práticas a gente vai vivendo.
E isso é tudo uma delícia. Tenha certeza disso.”


Roberta

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Tudo ao seu tempo

Aos poucos vou me acostumando com a idéia de voltar, com a hora de calçar os sapatos novamente e de despedir-me dos lugares novos, recém-descobertos, e já tão próximos; tão íntimos que não basta ir somente uma vez, como de novo, de novo e de novo. O que é bom fica memória e merece ser vivido novamente. Claro que nem tudo dá para ser assim. Mas o que depende só da gente costuma ser sempre mais viável neste sentido.


Barcelona me pegou de jeito. Adoro essa cidade do jeito que ela é. Nem mais, nem menos. Com seus problemas e caprichos já tenho a minha Barcelona. A que nasceu do olhar estrangeiro e a de quem já se sente um pouco mais local. Tudo bem, nunca serei uma local autêntica aqui. “Brasileña?” é a pergunta que mais tenho ouvido e acho isso muito divertido. Por aqui, nosso sotaque ao hablar faz o maior sucesso a propósito.

A mala volta um pouco mais cheia, porém o espírito leve, desapegado e mais forte. Como é importante termos os nossos momentos. Fazer uma coisa simplesmente porque se tem vontade, permitir-se viver uma nova realidade quando surge uma chance ou quando podemos fazer esta realidade materializar-se. Sim, podemos. Nada deve ser impedimento para desligar-se por um período. Desculpas para não encontrar a si mesmo não valem de nada.

Há viagens que são turísticas, para constar no currículo. Estas eu nunca gostei muito. Acho coisa de quem gosta mais de cuspir experiências superficiais numa mesa de bar para fazer os outros sonharem. Outras podem também sê-las. No entanto são mais que isso, são de busca, de reflexão, de dar-se oportunidades sem esperar nada em troca. Como num jogo. Você faz um movimento e vê o que acontece. Muito simples.

A recompensa ao final do caminho costuma ser melhor do que se pode imaginar e totalmente diferente de qualquer projeção, afinal não estamos falando de nada muito científico por aqui. Acho que quando retornar vou me sentir uma estrangeira em meu próprio lar. Será? Bom, estou curiosa para saber...

Falta ainda uma semana para a vida real voltar a dar as caras. Quando ela chegar, direi “oi, o que você manda?” sabendo mais o que desejo dela e o que deixo para trás. Já é um grande começo, não?

Giovana - A Solteira

*A foto que ilustra este post foi feita no Raval. Digamos que meus tênis de luta estão ainda dependurados como esses, por enquanto.

** Para quem não entendeu nada, estou de férias. Ou melhor, estou me despedindo das férias. Sim, porque o que é bom acaba, mas a gente precisa de um tempo pra se preparar para o fim... :O)

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Quatro finais infelizes

Quando me separei, achava que a minha separação tinha sido a mais bizarra do mundo. Foi quando comecei a ouvir histórias trágicas de casamentos desfeitos. Todo mundo tinha uma para contar, o que me fez perceber que o meu novelão era nada diante das desventuras alheias. Não existe separação fácil, eu sei, só não sabia que a falta de respeito com o outro podia atingir níveis tão rasteiros. Vamos aos fatos:


História 1 - O marido, um empresário paulista, convida a mulher para uma viagem a dois para Paris, na França. Lá, no meio de um jantar num restaurante romântico, comunica a ela que quer o divórcio. E que inclusive já tem outra pessoa. Para mim, cadeira elétrica é pouco.


História 2 - Eles já estavam há um bom tempo juntos. Duas décadas, pelo menos. Ambos alagoanos e na faixa dos 50. Tinham acabado de voltar de um tour a dois pela Europa. Mal desfizeram as malas quando ele contou que queria se separar. E que aquela viagem tinha sido, na verdade, uma despedida. Na próxima vez, se despeça da sua mãe na Europa, seu FILHO DA PUTA.


História 3 - Aconteceu com um casal de advogados mineiros: naquela manhã, a mulher foi acordada com a informação de que um oficial de Justiça queria lhe entregar um documento. Ao receber o papel, ficou sabendo que se tratava de um pedido de separação de corpos. E que, naquele momento, o marido, que ainda dormia na cama dos dois, determinava que estava saindo de casa e dando início ao processo de divórcio. O que fez logo em seguida, ao acordar. Alguém tem alguma sugestão de pena? Eu não consigo imaginar castigo à altura. E, na pele desse mala, teria medo do "aqui se faz, aqui se paga" que virá um dia.


História 4 - Para não me acusarem de corporativismo, dessa vez a sem noção é a mulher, hoje ex de um jornalista, sendo ela jornalista também. Os dois são paulistas. Mas deixa eu contar o babado: naquele dia, ao acordar, o marido, que tinha um sono pesado, notou que o quarto estava mais vazio. E que um dos lados do guarda-roupa não tinha mais nada. Ela tinha ido embora, levando tudo durante a noite. Assim, correndo mesmo. Mil vezes covarde. Odeio mulher covarde.


Eu já disse e repito: não existe separação fácil, assim como não existe coisa melhor, nessas horas, do que o olho no olho, a conversa aberta e clara sobre os motivos que levaram àquela situação. Respeito é bom e a gente gosta. E isso vale para todas as etapas de um relacionamento: do início ao fim.



Isabela - A Divorciada

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Selo "Esse blog é show!"


Gente, recebemos da Lioness, da Toca da Leoa, selo “Esse Blog é Show”! Super obrigada, baby. Você é uma fofa conosco. Beijos a todos, o Trio.

As regras são:

1) Publicar o selinho em seu blog

2) Citar dez palavras que qualifiquem seu blog: divertido, verdadeiro, irônico, feminino, humano, original, bem-humorado, terapia, desabafo, descarrego

3) Repassar o selo para dez outros blogs:

Larissa e Ana Carolina - Casadinhos
Paula - Mulherzinha


Clara - Clara Pálida

Jardineira - O Blog da Praça

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Dez casais de namorados que eu adoro


1) A Dama e o Vagabundo. Além deles serem lindos, a cena do macarrão à luz de velas é a fofice das fofices.

2) Júlia Roberts e Richard Gere em Uma Linda Mulher. Digam o que quiserem: esse filme é o meu favorito da série “bobão/água com açúcar/menininha/programão para tardes frias de folga quando você está sozinha”. Sem falar da química total entre os dois e daquele final que todo mundo merece.

3) Viúva Porcina e Sinhozinho Malta. Bizarros e loucos, mas tava na cara que se adoravam. Super interpretações de Regina Duarte e Lima Duarte, os melhores personagens de Roque Santeiro.

4) Shrek e Fiona. Horrorosos e encantadores. Prova de que o amor é lindo mesmo entre os feios, hahaha!!!!

5) Miranda e Steve. Meu casal de predileto em Sex and the City. E não me venham falar daquele chato do Mr. Big com a Carrie, please.

6) Florentino Ariza e Fermina Daza. Minha história de amor favorita. Os protagonistas de O Amor nos Tempos do Coléra, livro de Gabriel Garcia Márquez, se perdem e se acham por anos e anos. Até que.....Bem, a quem interessa um romance sem emoção? Recomendo muito a leitura.

7) Lívia e Guma. Principais personagens de Mar Morto, de Jorge Amado. Ele pescador, ela com o coração apertado quando ele vai para o mar. Lindo, lindo. Leiam.

8) Ingrid Bergman e Humprey Bogart em Casablanca. Nada menos que arrebatadores. Quem não viu, veja. “Nós sempre teremos Paris” é uma das melhores frases que eu já ouvi em filmes. E As Time Goes By claaaaaaro, uma das melhores músicas.

9) Jorge Amado e Zélia Gattai, fofíssimos, adoravéis juntos.

10) Eu e meu gato. Sem maiores informações, seus bisbilhoteiros. Eu só precisava de um pretexto para mandar um beijão para ele. E desejar Feliz Dia dos Namorados para vocês todos.

Much love,

Isabela – A Divorciada

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A mobilidade da vida e a mobilidade do blog

Num dia qualquer de outubro de 2008, estávamos eu, Bela e Gio no meu apartamento debatendo a ideia de fazer um blog em trio. Quando veio o nome à mente – 3x30 – Solteira, Casada, Divorciada – alguma de nós perguntou: mas e se um dia a solteira casar, a casada separar ou a divorciada casar de novo, como fica o nome? No que uma outra respondeu: ora, pois o espírito do blog é esse mesmo, mostrar que os estados civis, tais como os estados de espírito, são mesmo mutáveis. Tudo pode mudar a qualquer momento. E fomos além. Queríamos mostrar que o estado de espírito é o que faz o estado civil – e nunca o contrário. Quando se está feliz, se está feliz de qualquer forma, junto ou separado. Quando se está triste, idem.

Pois eis que me encontro na situação imaginada lá trás. Sou a primeira das 3x30 a mudar meu estado civil. Estou me separando. Um processo para lá de estranho e doloroso e com o qual eu não contava até uns meses atrás. Entendo mais minha amiga Divorciada, embora tudo ainda seja muito novo e até difícil de dividir (com leitores de 29 países, como brinca a Bela).

Não sei ainda qual será minha nova assinatura, se Débora – A Separada ou se Débora – A Descasada ou ainda Débora – A Neo Solteira. E isso é o que menos importa. Tudo o que eu sei é que uma nova etapa começa. Muito perrengue do ponto de vista prático, muito questionamento familiar, muito questionamento sentimental, mas nenhum medo. Não tenho, nem nunca tive, medo dos recomeços. Menos ainda medo de cair. Adoro cair, aliás. Porque toda vez que caio, levanto (quando não levantar mais é porque morri). E tudo fica ainda mais emocionante.

Lágrimas e soluços à parte, que venham os novos desafios da nova vida.

Débora – A...

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Elogios, mulheres e batom vermelho

“Ai como eu queria poder usar batom vermelho assim, ficou ótimo em você”. Eu tinha acabado de ser apresentada àquela moça, numa festa, no sábado passado, quando ela me surpreendeu com o elogio. Agradeci e disse que amava esse tom nos lábios, tanto que usava todos os dias. E sugeri que ela fizesse o mesmo. “Não posso, minha boca é muito grande, ia ficar o próprio coringa do Batman”. Será que existe regra para isso? Não sei, aguardo a ajuda de leitoras que entendam do assunto. Sou uma iniciante no mundo da maquiagem que quer saber mais, muito mais.

O mais importante daquele diálogo, para mim, foi perceber que, apesar da propagada competição feminina, nós podemos sim ser fofas umas com as outras. E distribuir elogios assim, de graça. Que esse negócio de medir a outra de cima a baixo é no mínimo deselegante. Melhor abrir o sorriso e dizer que aquele vestido ficou ótimo, perguntar qual a cor do esmalte que ela tem nas unhas, onde cortou o cabelo. Que reconhecer a beleza da outra é provar que você é bonita também. Por fora e por dentro.

Isabela – A Divorciada

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Desabafo de um casado

Hoje é dia de convidado especial. Desta vez, quem escreve para a gente é um amigo meu: O Casado. Em seu desabafo, ele abre o coração e pede a nossa ajuda para decidir o que fazer. Seja bem-vindo querido, estou torcendo por você. Gente, vamos dar uma força, com muitos comentários ótimos e sinceros. Quer contar a sua história para nós você também? É só escrever: 3xtrinta@gmail.com

Beijos,


Isabela – A Divorciada



“Isso que você está me descrevendo seria normal se você estivesse casado há 30 anos.” É isso que ouço quando comento sobre o marasmo matrimonial em que me encontro. Casado há apenas quatro anos, com uma filha de pouco mais de um ano, e já sufocado pelo cotidiano. Pelos compromissos financeiros e familiares. Pela acomodação da rotina.


Olho para o lado e, sem a mesma paixão de outrora, mas com muito amor e sobretudo carinho, vejo-me perdendo aos poucos a intimidade, o tesão. Não dá pra negar que o sentimento ainda existe. E também é indiscutível a emoção de ver o brilho alegre nos olhos da criança que simboliza e sela os bons momentos que vivemos juntos. Mas a vontade de namorar, de ficar junto, de fazer planos românticos não deveria ser espontânea? Pois é...


O que fazer então? Procurar nos amigos conselhos, pensamentos e referências que possam te levar a alguma conclusão! E, pasmem, conforme converso com pessoas casadas também há pouco tempo como eu, percebo que, ao contrário da frase com que comecei este texto, essa situação é sim normal mesmo em casamentos mais recentes.


As gerações anteriores à nossa, na média, optaram por anular a individualidade, relevar a própria felicidade em prol da família, dos filhos. Mas observo aqueles que, como meus pais, fizeram esta opção e não me parece o modelo ideal de uma vida bem vivida.


Há momentos em que, rompendo com as tradições e os costumes, enquanto ainda há carinho e respeito, sentimos vontade de virar para a pessoa com quem vivemos ótimos momentos, honrar a nossa história, guardar no coração a experiência e, com toda dignidade, dizer: “Foi maravilhoso até aqui, mas, de agora em diante, precisaremos caminhar separadamente. Obrigado. Muito Obrigado!”.


Pergunto então para aqueles que já refletiram sobre o assunto: vale a pena acreditar que é apenas uma fase, mesmo quando a maturidade de cada um distancia o casal, quando não se vê mais fazendo planos conjuntos? A intimidade e a espontaneidade voltam naturalmente? Ou seguir adiante é aceitar viver uma “vidinha mais ou menos”?


O Casado



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Separados e felizes para sempre

A frase a seguir é da filha de uma ex-colega de trabalho, uma menina de sete ou oito anos, se não me engano. E foi dita em meio a uma brincadeira com bonecas, na companhia de uma amiguinha:

“Eles casaram, se separaram e foram felizes para sempre”.

Me digam se ela não podia escrever para o 3xtrinta? Achei o máximo. E estou de acordo com a afirmação.

Bom sábado e beijos,

Isabela – A Divorciada

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O efeito das frases

Quando estou com algum problema ou preciso tomar uma decisão, gosto de escutar o que as pessoas que me cercam têm a dizer. Ouço tanta gente que, em tese, poderia ficar confusa com o volume de opinião diferente. Mas não fico. Ouço, ouço, discordo às vezes, concordo. O mais fantástico desse processo é perceber que, aos poucos, vou formando minha própria conclusão ao juntar um pedacinho de cada visão. Lembro que uma vez um amigo tirou sarro da minha cara quando eu perguntei a ele se deveria mudar de emprego ou não. Ele riu e disse: "Adianta eu falar o que eu acho? Toda vez que eu falo o que eu acho você vai lá e faz o contrário!" E eu respondi: "Mas você não imagina como sua opinião foi importante para eu tomar essa ou aquela decisão".

Nesse bolo de teses, considerações, certezas e afins, cada pessoa sempre solta uma frase de efeito que o avô querido costumava dizer ou que leu num livro que marcou muito a vida dela. Ao longo das últimas semanas, virei uma colecionadora de frases de efeito. E quer saber? Elas têm um efeito danado sobre a gente. Compartilho com vocês algumas delas que ainda recordo de cabeça. Pode ser que elas tenham autoria conhecida, mas a mim chegaram como “frases dos grandes amigos”.

Débora

ps: achei até um site só de frases! http://www.frasesdeefeito.com/


“Quem decide pode errar. Quem não decide, já errou”

“Cada um dá aquilo que tem”

“Felicidade não é o oposto de tristeza. Felicidade é a soma dos momentos tristes e alegres”

“As relações não são vias de mão dupla. Às vezes você dá aqui e recebe ali”

“Vida é o que acontece enquanto a gente faz planos”

“As coisas ruins você escreve na areia e as boas, na pedra”

“Aceite os presentes que a vida lhe traz”

“Não existe certo ou errado. Existe a verdade do momento”

“Algumas pessoas vivem, outras apenas existem”

“Experiência não é o que aconteceu com você, mas o que você fez com o que lhe aconteceu” (Aldous Huxley)

E você? Qual é a sua frase de efeito preferida?

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Bazar no finde


Dica para boa o final de semana: nos próximos dias 6 e 7, sábado e domingo, a minha amiga linda, chiquérrima e super fotógrafa Dani Toviansky vai fazer um bazar de roupas e acessórios. Como ela é pessoa mais fashion e bem vestida que eu conheço, não perderei por nada. E super recomendo uma passada por lá. O endereço: Rua Fidalga 593, Vila Madalena, São Paulo. Horário: das 10h às 18h. Quer ver as peças? Pode conferir aqui.

Beijão,

Isabela – A Divorciada

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Era só para ter filhos

"Mãe, você só ficou noiva do meu pai porque queria ter filho, né?". A mulher, que esperava o metrô ao lado do menino, de uns 10 anos, ficou calada quando ouviu a pergunta. Mas ele insistiu: "Eu falei sobre isso na aula ontem. E todo mundo ficou rindo. Não entendi porque eles riram". Foi quando ela se manifestou: "Filho, seu pai não era um homem sério para a gente continuar casado".

Não tenho direito de julgar ninguém, não sei da vida daquela mulher, mas aquele diálogo ficou na minha cabeça. Sou a única entre as minhas amigas mais próximas que ainda não quer ter filho, que não se sente pronta para ser mãe. Meu relógio biológico dorme profundamente, vai ver que nunca acordou. Penso nisso para o futuro? Sim, mas muito mais porque imagino que essa seja uma experiência muito forte e muito boa e menos pela minha vontade genuína de gerar outra pessoa.

Talvez por isso tenha dificuldade de entender as mulheres que têm a maternidade como um projeto, que se casam só para ter filhos, como disse aquele menininho. Posso ser a última das românticas, mas ainda vejo a decisão de ter um filho como consequência de um amor grande entre duas pessoas, um amor que quer dar frutos, não como uma meta individual. Não conseguiria casar com alguém, ficar ao lado de um homem, em nome da "missão família".

É por isso que, se estiver sozinha quando a vontade chegar, procuro a Justiça e adoto uma criança. Alguém que esteja livre e desimpedido como eu, que ninguém precisa parir para ser mãe. Um menino ou menina que nunca vai me perguntar se eu fiquei noiva porque queria ter filho....


Isabela - A Divorciada





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Cuide de você


Em 2004, o escritor francês Grégoire Bouillier terminou um namoro com a artista plástica francesa Sophie Calle por e-mail. O fora virtual era encerrado da seguinte forma: “Gostaria que tudo tivesse tomado um rumo diferente. Cuide de você”. Ele até estranhou não ter tido resposta alguma dela nos dias e meses seguintes. É que Sophie estava ocupada planejando uma exposição de arte sobre o assunto. Ela pediu a 107 mulheres que interpretassem como quisessem o pé na bunda que havia levado, espalhando a mensagem de despedida do ex.

Valia tudo: uma dançarina “traduziu” a carta numa performance registrada em vídeo, por exemplo. Assim, a exposição tem textos, imagens gravadas e fotografias. Entre as 107 convidadas de Sophie estão uma juíza, uma taróloga, uma DJ e uma atriz.

A exposição virá para o Brasil este ano: em julho, no Sesc Pompeia, na capital paulista, e em setembro, no Museu de Arte Moderna da Bahia, em Salvador. Na próxima Festa Literária de Paraty (Flip), em julho, os dois terão seu primeiro encontro público depois da separação, vão participar de um debate sobre vivência pessoal e ficção. A ideia foi de Sophie.

Grégoire Bouillier disse que ficou chateado. Para ele, apenas Sophie tinha o direito de criar algo em cima do e-mail, não mulheres desconhecidas, que não sabiam nada da história dos dois. Eu achei foi bem feito. Se ele, um homem de 48 anos, tivesse tido mais elegância e conversado com ela abertamente sobre o assunto, poderia ter sido diferente. Tenho certeza de que, daqui por diante, o ex de Sophie Calle vai pensar duas vezes antes de decidir terminar com alguém por e-mail, hahaha!!!!

Isabela – A Divorciada

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