Cinthya e o italiano

Eu li, curti, pedi para publicar. Elas, fofas forever, deixaram na hora. O post de hoje foi escrito pela Cinthya, blogueira de O Divã Dellas com a Verônica. Duas queridas que, direto de Petrolina, Pernambuco, escrevem sobre relacionamentos, amores e outros assuntos mil. Fiquem com Cinthya, que a história dela é boa. Eu achei totalmente visual e cinematográfico.

Thanks, meninas!!! Vevel, quer ser a minha próxima vítima e escrever um “Dez razões para visitar Petrolina” para nós? Que tal? Amo a sua terra, ia ficar TUDO.

Beijos a todos, ótimo final de semana para nós,

Isabela – A Divorciada e A Noiva

Era natal e eu viajei com amigas para Salvador. Noite quente, um calor do cão e a gente desceu pro Pelourinho para tomar uma gelada! Música agradável, brisa passando, papo gostoso, muita risada, muita descontração e eis que aparece um italiano tagarela na história e acha de roubar meu coração. Existiu tanta química e afinidade que parecíamos conhecidos de velha data.

No dia seguinte, praia. Juntos, claro. À noite, ensaio do Araketu, com muito suor e dança! Como ele não conseguiu entrada, eu fiquei com as amigas no show e ele me esperando na entrada. Depois fomos para a outra boite e dançamos muito mais até a madrugada.

O sonho chegava ao fim e eu precisava voltar para minha cidade. Não parei de pensar no italiano e em todos os momentos agradáveis que passamos juntos. Então decidi: vou voltar no réveillon! Combinei com uma amiga. Eu sabia o hotel em que ele estava e fiz reserva no mesmo local. Comprei uma cesta de café da manhã e viajei a noite toda com ela no colo, pra fazer uma surpresa. Sim, surpresa. Ele não sabia que eu ia. Eu nem temi o fato de ele estar com alguém, nem me senti temerosa com a hipótese dele não querer mais me ver.

Minhas amigas acharam arriscado eu chegar assim, mas eu estava irredutível. Como ariana teimosa que sou, fui. Apostei no amor.

Chegando no hotel, instalamo-nos no quarto e eu fui direto para o quarto dele, com a cesta na mão. Bati na porta às 6 da manhã e ele:

- Quem é?
- Serviço de quarto, Senhor!

Ouvi um resmungado e ele abriu a porta: Surpresa!

Foi tudo um sonho, foi um réveillon lindo, dias dos quais eu nunca esquecerei. Nos divertimos muito, nos conhecemos muito, sugamos tudo o que era possível sugar daquela história. Na hora de ir embora ele me levou ao terminal rodoviário. Quando eu ia subir no ônibus ele gritou:

- Vejam que mulher linda. Eu sou apaixonado por ela. Nunca vou te esquecer, menina!

Todo mundo aplaudiu. O motorista me deixou descer e voltar lá para dar mais um beijo e um abraço (os últimos). Subi no ônibus com todos nos aplaudindo. Foi incrível!

Enfim, nos falamos ainda algumas vezes, mas há muito tempo não tenho notícias dele. Foi uma linda história, daquelas que me acompanharão pra sempre.

Cynthia

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Seu dilema: ele quer, eu não

Meu marido quer ter filhos. E eu não quero. Sei que eu deveria ter avisado isso antes de casar, era o mais honesto. Só que antes de casar eu queria sim. Tinha aquele projeto padrão da família completa. Isso foi há cincos anos. Daí nos casamos, comecei a curtir minha vida a dois e a observar a vida dos casais com filhos. Eu perdi completamente a vontade, não consigo pensar mais em uma só razão para tê-los. O problema é que agora eu criei um clima ruim no meu casamento, que era quase erfeito. Meu marido está frustrado comigo. E como eu tenho 36 anos, está fazendo pressão. Corro o risco de perder meu amor por causa dessa decisão. Mas não estou muito disposta a abrir mão. O que faço?

Obrigada!

Alice

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Minha solidariedade às amigas com cólica

Aproveitando o gancho do assunto de ontem:

Todos os meses agradeço a todos os santos por nunca ter sentido um tiquinho de cólica na vida. Mas me solidarizo imensamente com as amigas que ficam sofrendo à minha volta. E acho tão injusto quando quem está do lado menospreza este sofrimento, como se fosse algo que as mulheres fossem obrigadas a passar, ou seja, deveriam enfrentar sem reclamar.

Se a menstruação é parte da ovulação, e se a ovulação é uma condição para a perpetuação da espécie, então todos os seres humanos deveriam ter uma parcela de responsabilidade com isso. Assim como as mães têm direito constitucional de se ausentar alguns meses do trabalho para cuidar do novo ser humano que gerou, cólicas e outras consequências desse processo também deveriam ser vistas com olhos mais solidários. Não estou propondo aqui uma “lincença-cólica” – apesar que às vezes elas são tão agudas a ponto de incapacitar mesmo a pessoa por uns dias – mas acho que as mulheres precisam começar a dividir este ônus, não escondendo o que sentem, pedindo ajuda e, sim, se ausentando de suas atividades, se necessário.

Também acho que a medicina está muito atrasada neste quesito. Não é possível que os cientistas já estejam quase chegando na fórmula da vacina contra a Aids e não conseguem resolver um problema tão antigo e aparentemente simples como as cólicas menstruais.

Enfim, é só um desabafo de quem não aguenta mais ver as colegas passarem por este martírio todos os meses, chegando ao trabalho como se tivessem sido atropeladas e precisado fazer de conta que tudo está muito bem, obrigada. Como elas ainda conseguem sorrir?

Para os leitores do sexo masculino, ou para as que nunca passam por isso, proponho que façam o seguinte cálculo: Se o problema acontece por uma semana por mês, isso representa um quarto do mês. Considerando uma menina que menstruou com 15 anos e que ovulou até os 50, serão, portanto, um quarto de 35 anos, ou seja, quase nove anos de dor. É tempo demais!

Patrícia, A Solteira

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Uma burca, por favor

Para nós, ocidentais, a burca é algo incompreesível. Uma verdadeira afronta contra a liberdade feminina. É difícil entender como uma questão cultura, por mais que a gente leia zilhões de usuárias dizendo que, sim, okay, é algo tão natural. Uma vez, numa roda de bar, ouvi duas meninas moderninhas dizendo que amariam poder usar burca quando não estão afim de tomar cantadas grosseiras na rua.

Pois vou confessar que tem uma ocasião na qual eu adoraria ter a veste no armário: no primeiro dia da menstruação.

Não tem dia em que eu me sinta mais gororoba, insossa, derretida e avessa à vaidade que no primeiríssimo dia do ciclo. E eu ainda tenho um adicional de ter uma puta-baita-cólica-filha-da-puta desde que me conheço por mocinha. Vontade zero até de sair na rua. Se é fim de semana, vá lá, eu me escondo. Mas e quando é dia útil justo quando me sinto mais inútil?

Tem uma historinha ótima de uma ex-colega de trabalho sobre um dia em que ela estava saindo toda descombinando e que o marido olhou, mediu e perguntou: você está menstruada, né?

Fiz uma matéria sobre gente que louva a menstruação e recria rituais sagrados de agradecimento ao feminino. Talvez no dia em que eu descobrir como ser tão grata assim, eu não sinta nem mais dor nem vontade de me esconder.

Até esse dia chegar, uma burca (e seis buscofens), por favor!

Débora - A Separada

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O sonho de Carla

Tudo começou quando, naquela noite, Carla sonhou com uma menina da vizinhança entrando no quarto e pedindo para ela ir até a sala. “Seu marido chegou”, disse a criança. Ao atender o chamado e se dirigir ao tal cômodo, ela viu Rodrigo à sua espera, um cliente no salão de beleza da protagonista deste post há seis anos. Divorciada há 11 meses, a cabeleireira nunca tinha tido nada com o homem que o seu inconsciente destacou na ocasião. Nem um flerte sequer, apenas algumas afinidades, descobertas entre uma tesourada e outra. Ele também era divorciado há pouco tempo.

Dias depois, um grupo de amigos evangélicos a convidou para ir à igreja, receber uma oração que lhe daria força para enfrentar aquele momento um tanto recente ainda do fim de seu casamento. Ela foi, por que não? Ao final da reza, um pastor que nunca a tinha visto (nem poderia, já que é cego), sentenciou: “Eu vejo um varão na sua casa”. Ela disse amém e foi embora feliz, que mulher não ia gostar de ouvir uma coisa dessas em plena fase de solidão?

Eis que o tempo passou mais um pouquinho. E Rodrigo apareceu para cortar o cabelo. Naquele dia, se mostrou particularmente gentil e atencioso. Com todo o jeito, mas agindo de modo diferente do usual, perguntou pela separação dela, se tinha volta, aquela coisa toda....Sim, Carla estava sendo paquerada. E gostando muito da situação.

Estava aberta a temporada de xavecos. Nesse sentido, para fazer surpresa, ela, que é católica, apareceu um dia para acompanhar um culto na igreja dele, que é evangélico. Ao vê-la entrando no templo, ele começou a chorar. Emocionado com a celebração, pensou ela, que depois veio a saber dos reais motivos daquelas lágrimas: ele havia sonhado com ela naquela mesmíssima situação, chegando para rezar no local que ele frequenta. Por isso desabou de felicidade quando a viu.

Não é especial demais essa história? Os dois terem sonhado assim um com o outro? Já se conhecerem, já se gostarem cordialmente e, um belo dia, se virem na mesma situação, divorciados, livres e à procura de um novo amor?

Carla querida, vou repetir o que já eu te disse na hora em que ouvi o seu relato: vai fundo, seja feliz, fique com ele. Esse romance é um presente da vida procê. Não demore para desembrulhá-lo, viu?

Muito amor, boa semana para nós todos,

Isabela – A Divorciada e A Noiva

PS: Em suas brigas com o ex, que bebia muito, Carla costumava ouvir dele que ela deveria arrumar um “evangélico”. E não é que ela arrumou? Hahaha!!! Amei isso!!!

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Mais dilemas

Alguém tem Seu Dilema aí? Só lembrando que vocês podem desabafar geral aqui, tá? Toda quinta-feira. E-mails para o 3xtrinta@gmail.com

Beijos, beijos, thanks, ótimo final de semana para todos, divirtam-se,

O Trio

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Para ficar sarada



Bom mesmo é ficar na minha casa, vendo novela e comendo pizza, maaaaaaaaaaaaas, aqui estou para dizer que, acredito, enfim fiz as pazes com a atividade física. Na última terça fez um mês que eu entrei na academia. Pela bilionésima vez, mas, agora, é diferente. Nunca tinha completado trinta dias de exercício direitinho assim, três dias por semana, sem furos. A única pausa foi por conta da minha ida para Maceió, na semana passada, para provar meu vestido de noiva, como vocês sabem.

Foi a motivação com o casamento, aliás, a responsável pela mudança de hábitos. A Operação Noiva Sarada, aqui já citada. Além de regime e de um pacote de massagens modeladoras, resolvi que era hora de criar vergonha na cara e me exercitar. Primeiro tentei balé clássico, que fiz dos 7 aos 14 anos e adoro (época boa, tinha uma postura incrível, sem fazer força alguma, naturalmente, até hoje ficou uma certa flexibilidade no corpo. Natalie Portman cortaria os pulsos de inveja de mim se me visse antes de filmar O Cisne Negro, coitada, hahaha!!!). Infelizmente, não achei escola e horário compatíveis com a minha rotina.

Assim, parti para uma academia dessas específicas para mulheres, cujas aulas consistem em circuitos de exercícios que duram meia hora (na verdade, com os alongamentos e tudo, fico uns 50 minutos por lá, ninguém entra e sai em meia hora não, mentira isso). Tem funcionado, viu? Admiro profundamente essas pessoas dispostas e tão superiores a mim que conseguem encarar, sozinhas, os aparelhos de musculação. Não dou conta, odeio. Se é aula com hora marcada, eu enrolo, me atraso e falto, ficando naquele esquemão de fazer doações mensais à escola sem pisar por lá. Por isso o formato das unidades femininas tem dado certo comigo: é só chegar, fazer o que as professoras (duas normalmente, super fofas) mandam ali na hora e está tudo certo.

Agora vai!!! Estou amando me sentir mais leve, mais cheia de energia. E digo procês: sedentários do mundo, uni-vos e combateis a preguiça!!! Se eu, de todos os tempos a mais picareta para os exercícios consegui, qualquer um consegue.

Isabela – A Divorciada, A Noiva e Aquela que finalmente está no caminho para ficar sarada

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Seu dilema: caso ou compro uma bicicleta?

É brincadeira, claro. Mas a metáfora me serve. Tenho um dinheirinho guardado e sonhava fazer uma grande viagem por alguns lugares que amaria conhecer. Só que faz quase um ano que conheci um cara incrível - por quem estou apaixonada! - e com quem adoraria brincar de casinha daqui um tempo. Coisa que ele também já demonstrou querer fazer em breve. A questão é: saio correndo e viajo antes que use esse dinheiro para outra coisa ou deixo guardado para esse futuro em comum?

Ah, sim, ele não iria viajar comigo por questões profissionais (momentos bem diferentes da carreira).

Eu quero fazer as duas coisas. Mas é briga de cobertor curto. Preciso decidir.

Joana

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O melhor lugar é aqui

Tenho aplicado um método para descobrir o que de verdade me é essencial na vida. Em certas situações, paro e me pergunto se gostaria de estar em algum lugar ou em alguma situação que não aquela. Esse exercício tem sido especialmente eficiente para pessoas como eu, que estão o tempo todo preocupadas se estão utilizando bem o tempo, pensando no que precisam fazer mais tarde e amanhã e, na maioria das vezes, sentindo que poderiam estar fazendo alguma coisa muito mais legal.

Mas graças a este método, consegui descobrir alguns momentos em que sou eu de verdade, quando não penso em estar em nenhum outro lugar do mundo. Uma delas é quando estou suando fazendo alguma atividade física, entro em alfa e esqueço da vida. Deitar a cabeça no colo da minha mãezinha para receber cafuné também é uma catarse, não troco por nada. Itariri, o lugar onde meus pais têm uma casinha, também me é especial. Quando estou lá, não fico sonhando em ir para Istambul, Indonésia ou Hawai, simplesmente estou lá.

A prática também serve para eu saber se gosto mesmo de alguém. Se estou com uma pessoa e não sinto minha mente divagar pensando em outras coisas legais que poderia estar fazendo, então, bingo! Estou apaixonada. Tudo isso me faz concluir sobre como ser feliz é simples e como a gente demora para perceber estas coisas.

E com vocês? Como este mecanismo funciona?


Patrícia, A Solteira

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Família desunida

Família desunida é um saco. Dá o maior trabalho. Acho legal quando cada membro é independente, tem sua própria vida e não é aquele grude sem personalidades próprias. Só que quando tem briguinha, rusguinha, farpinha e diz-que-diz-que, a desarmonia toma conta e uma família, de cinco, por exemplo, vira uma família de dois – porque você só fala com um deles por vez e nunca com o grupo todo. Eu mesma me vejo na seguinte situação: para ver meu pai, minha mãe e minha irmã mais velha, eu praticamente preciso de um dia para cada. Muito difícil vê-los juntos, especialmente meu pai dos demais, já que desde que meus progenitores se separaram, meu pai vive praticamente só. Minha irmã mais nova – e o primão – eu ainda consigo ver quando vou na casa de mamãe.

Quanto maior a família, maior a briga, maior a desunião. E aí é um tal de um que toma partido do outro, o outro que deixa de ir ao churrasco do um. E tudo por causa do quê mesmo? Olha, se pedir para alguém contar o motivo primeiro, talvez sujeito já nem se recorde. Já virou um bololô tão grande de motivos, uns mais "nobres" que os outros, que o importante já nem é mais saber os porquês, mas seguir brigando e marcando posição.

Eu tenho cá para mim que tem gente que gosta de brigar. É bélico por natureza e quer mesmo é ver o circo pegar fogo. Aí, se você tem uns dois ou três desses na sua família, tá feito o rolo. Porque o resto é contaminável.

Acho tudo isso não só uma grande idiotice como uma pena. Família enche o saco, fala merda, se mete onde não deve, é tudo verdade. Mas família é, acima de tudo, nosso retrato mais antigo na parede. Nossa origem, nossa história. E, para mim, minha grande diversão.

Uma lástima que os rancores se sobreponham aos laços.

Débora – A Separada que gosta de gente unida

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O vestido de renascença










Estávamos lá, mainha and I, passeando pela Expoflora, maior mostra de flores e plantas da América do Sul, coisa fofa, lá em Holambra, interior de São Paulo, quando ouvimos, pelo sistema de som, que logo mais iria começar um desfile de roupas e arranjos para casamentos. Divorciada há cinco meses naquela ocasião, comentei com Dona Marlúcia: “Mãe, quando for me casar de novo, meu vestido vai ser de renda renascença. Nem que eu me mate para pagar depois, vai ser. Quero nem saber”. A resposta dela: “É, vai ser. Vamos lá ver o desfile e começar a pensar no seu vestido de noiva”.

Qual das duas é mais louca eu não sei. Digo apenas que rimos juntas naquela hora, brincando com um futuro que, enfim, chegou. Na semana passada, fui para Maceió City provar meu figurino rumo ao altar. De renascença, claro, lindo e maravilhoso, assinado pela talentosa Neide Freire.

Lembro muito bem que, na minha primeira experiência matrimonial, queria que o meu vestido fosse feito com essa renda (a tal renascença, feita no interior de Pernambuco e ainda um tanto desconhecida fora do Nordeste). E só não foi assim porque, como o traje seria presente dos meus pais, não quis abusar escolhendo um modelo mais caro.

Pois o mundo deu muitas voltas e, cá estou, prestes a usar o melhor vestido, na melhor hora, para o homem que eu amo. Presente de mainha e painho outra vez. Pura verdade quando dizem que, seja como for, no fim, sempre dá certo.

Beijos, beijos, muito amor,

Isabela – A Divorciada e A Noiva do Vestido de Renascença

PS: Acima, Isis Valverde usa um vestido feito com a minha renda. Foi figurino na novela Tititi. Nada a ver com o meu modelo, tá? Só para vocês conhecerem a matéria-prima. Depois, farei post sobre a minha estilista, a Neide Freire, mais que chiquérrima.

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A mulher morreu?

Estou fazendo uma matéria que rende uma polêmica interessante. É baseada na teoria da Claudya Toledo, dona da agência de encontros A2, que diz que o problema da mulher atual é que ela esquece de ser...mulher. Há mais de 20 anos buscando par para mulheres e homens, ela diz que a mulherada, no intuito de competir de igual para igual com a homarada no campo profissional, virou homem. E que homem, se não é gay, não gosta de homem. E estaria aí a razão pela qual muitas não conseguem achar alguém interessante: estão abordando da forma errada, agressiva e sem nenhuma sensualidade.


Preciso colocar algumas opiniões, femininas e masculinas, na matéria. Vocês podem me ajudar? Podem escrever aí abaixo o que pensam – e se posso usar a opinião na matéria, ou mandar um e-mail para mim: mailto:d%C3%A9bora_rubin@hotmail.com


Obrigada!


Beijos da Deb

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A vitória da espontaneidade













Tenho uma livro de cabeceira chamado a Arte da Paz, de Phillip Dunn. É uma visão diferenciada sobre A Arte da Guerra. Vez em quando vou lá e leio algum trecho. Outro dia li um texto maravilhoso sobre o “guerreiro pacífico”. Paradoxalmente, o pacífico é aquele que reconhece quando está em guerra e não o que busca loucamente a paz. Porque este, diz o autor, está se iludindo, uma vez que guerra e paz coabitam nossas vidas. Estamos o tempo todo entre o céu e o inferno.


Mais adiante, ele fala sobre a necessidade doentia que temos em cumprir tarefas de olho em resultados – uma obsessão do ego e da mente. Ter que fazer, ter que ser, ter que cumprir para um dia colher. Em tese, é isso aí mesmo. O problema é que o resultado tá lá na frente, no futuro, e costuma ser meio difícil ter controle sobre as coisas que estão num tempo que não se conhece. É melhor fazer pelo prazer de fazer.


O texto termina – e finalmente vocês vão entender as fotos que acompanham esse post – com um lindo paradoxo: quem está pronto para algo, tende a se frustrar e levar a pior. Isso porque nunca se está completamente pronto para nada. Sempre pode haver um percalço, um tropeço, uma interrupção e estragar algo tão planejado. Quem abraça o espontâneo e age com o coração, o verdadeiro guerreiro pacífico, se sai melhor.


Não consigo enxergar exemplo mais perfeito que isso que a vitória da Miss Angola na segunda-feira, no Miss Universo, realizado aqui no Brasil. Entre tantas meninas prontas e super preparadas – a Miss China parecia uma Miss Robô e a Miss Brasil contratou especialistas para ajuda-la a se preparar – venceu a menina do sorriso sincero, brilhante, toda coração. Ela errou, tropeçou e, mesmo assim, sorriu ao mundo. E o mundo não cansou de aplaudi-la. Uma verdadeira guerreira pacífica. Uma rainha.


Débora – A Separada e Missóloga

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Seu Dilema: Devo mudar de religião por ele?

Sou católica e gosto muito da minha religião. Rezo antes de dormir e vou para a missa todo domingo. Acontece que estou paquerando um evangélico. Ele é um homem bom, uma pessoa séria. Tem tudo a ver comigo, combina com o meu jeito, temos tudo a ver. Até a nossa idade é a mesma, 39 anos.

Tudo na paz, só que, se a nossa história for para a frente, sei que vou ter que abrir mão da minha fé. Ele é mais religioso do que eu, duvido que aceite deixar a igreja dele. Não tenho nada contra os evangélicos, nunca tive, mas fico pensando se vou me acostumar a abrir mão de algumas coisas, como as roupas mais abertas, por exemplo. Não que eu saia por aí de roupa curta, não faz o meu estilo, mas, de uma blusa decotada, de vez em quando, eu gosto.

Queria saber o que vocês fariam no meu lugar. Se alguém já tiver atravessado uma situação assim, por favor, me ajude.

Obrigada, leitores e Trio. Adoro o blog, leio todo dia, vocês escrevem muito bem, parabéns.

Anônima Católica

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Minha primeira drenagem

Acabei cedendo aos encantos desses pacotes de 10 sessões das (milagrosas?) drenagens linfáticas pelo preço de duas. Sempre tive dúvidas sobre seus efeitos e, desculpem o preconceito, normalmente me parece coisa de quem tem preguiça de fazer atividade física (com exceção de quem faz por motivos médicos, claro, como os pós-operatórios).

Estava eu lá nua em pêlo. Primeiro veio o creminho gelado. Gostoso. A esteticista começou delicadamente pelos pés, trazendo um grande alívio depois de um dia todo de trabalho sobre saltos altos. E foi então que aplicou força nas minhas coxas, num movimento pra cima e pra baixo que mais parecia que queria arrancar minha pele fora. Gritei e ela parou: “Como é a sua primeira vez, então vou fazer bem suave”.

Dali em diante foram só uns apertinhos, mais relaxantes que modeladores. E, como não poderia deixar de ser, aproveitamos para colocar as fofocas do salão em dia. Fiquei sabendo que a recepcionista havia se separado do marido por ter se apaixonado por um rapaz de 19 anos (ela tem 35). E que ela mesma descobriu que o grande amor de sua vida sempre esteve ali do lado. “Sempre fomos amigos, mas, numa viagem, olhei diferente pra ele, estamos casados há 10 anos”.
No final das contas, a sessão serviu mais para drenar meu cérebro de preconceitos e injetar esperanças no meu coração do que arrancar minhas celulites. E até as próximas nove.

Patrícia, A Solteira

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Porque a gente decidiu que assim seria

A mulher, quando quer, faz. E às vezes ninguém percebe. Ou demora um tempo a perceber. Foi o que aconteceu com a gente aqui no Brasil, com a baixa taxa de natalidade que temos hoje: 1,9. A mudança radical dos 16 filhos que a minha bisavó teve para o zero filho que eu tenho hoje aconteceu de forma mais concentrada nas últimas três ou quatro décadas por uma razão muito simples: porque nós, mulheres, a despeito de pais, maridos, governo e, principalmente, da igreja católica, decidimos que ter filhos demais atrapalharia nossas vidas como um todo. Minha avó ainda teve nove (uma que morreu logo depois que nasceu). Já mamãe, com pílula a tiracolo e uma profissão, teve três. Três, hoje, é demais. A nossa conta hoje fecha em dois – cada vez mais caminhando para um – quando não, nenhum, algo cada vez mais comum.

Esse movimento silencioso e revolucionário é descrito numa narrativa saborosa e impecável feita pela jornalista americana Cynthia Gorney na National Geographic desse mês. Ela veio ao Brasil para tentar entender porque, afinal, isso aconteceu aqui sem que nenhum programa de governo nos obrigasse a isso, como aconteceu na China. E num país católico, onde o controle de natalidade é, ainda hoje, visto com péssimos olhos. Cynthia aponta diversos fatores para o acontecimento, como uma rápida industrialização que levou milhares de pessoas para as grandes cidades, fazendo com que o mundaréu de filhos que ornava com a vida na roça não fosse mais necessário. Ou ainda pela melhoria da saúde do país, que diminuiu as taxas de mortalidade neonatal e infantil, acabando com aquele pânico que os pais tinham de ter poucos filhos e perdê-los logo cedo. O motivo mais divertido, entretanto, é a influência das novelas, sempre retratando famílias enxutas e bem-sucedidas.

Todos esses fatores criaram o cenário perfeito para que se chegasse a um índice de natalidade digno de um país em plena expansão econômica. Só que nada disso teria acontecido se a gente, em especial a geração das nossas mães, não tivesse invadido as universidades, os postos de trabalho, os cargos mais desejados, os postos políticos e os papeis de destaque na TV.

Ponto para nós.

Débora – A Separada

ps: na mesma edição, tem uma matéria incrível da mesma jornalista sobre meninas que são obrigadas a casar novinhas (até cinco anos!) no Rajastão e no Iêmen

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Meu tipo de gostosa

People,

participação especial de um leitor contando qual é o tipo de mulher que realmente mexe com ele.

Boa leitura e boa semana!

beijos do Trio


“A gostosa perde muito tempo sendo gostosa”. Essa frase, dita por uma amiga enquanto eu contava sobre um fim de semana anos atrás, passou a definir o tipo de mulher que gosto. Eu havia passado os dois dias anteriores fazendo um curso intensivo na minha área, trancado num hotel isolado, fora da cidade. Não imaginava que pudesse transar alguma vez num evento tão improvável, apesar de estar ávido por uma história furtiva após o fim de um namoro arrastado

Após as aulas daquele dia, outros alunos apareceram com umas latas de cerveja, no auditório onde passávamos o dia. Como grande parte já se conhecia do trabalho, eu, de outra empresa, só tive o trabalho de entrar para o grupo. Macho alfa em busca de uma fêmea, passei os olhos nas mulheres do grupo e logo notei aquela que era a atração do evento. Cabelos cacheados loiros, 1,70m, roupinha apertada, desfilava pelo corredor, jogando charme e analisando os homens do grupo – como se submetesse todos a uma prova, a fim de saber se algum ali merecia provar do seu mel.

Claro que olhei para ela com tesão – e queria possuí-la, mas a gostosa não se interessou por mim. E, automaticamente, deixei de dar atenção a ela. Estava tranquilo: seria mesmo coisa de filme arrumar uma ficante – e transar – naquela situação. Só queria tomar umas duas latinhas e dormir. Então a Luiza apareceu. Moletom de corrida, cabelo amarrado num rabo de cavalo, chinelos de dedo, baixinha e, aparentemente, gordinha. Começamos a conversar, nem lembro bem como. Acho que me interessei na conversa, sobre nossa profissão, que ela levava com outra pessoa. Acabei me metendo no assunto e, de repente, estávamos só os dois no lugar, levando um papo profundo sobre fundamentos da biologia molecular (é, sou biólogo).

Antes da segunda latinha, era certeza absoluta para mim que ficaria com ela. E foi natural que nos beijássemos. Poucas horas depois, escondidos de todos, transamos em meio a microscópios, amostras de material genético de plantas e cadeiras com rodinhas do laboratório improvisado do curso – uma fantasia há muito nutrida por esse nerd. Por baixo daqueles moletons, uma bunda linda, nenhuma gordurinha fora do lugar, seios durinhos e, solto o cabelo, uma seda preta e brilhante se revelava. Quietinha, sem se mostrar, com suas roupas de ginástica, a Luiza era a mais gostosa do grupo. E me certifiquei que meu tipo de gostosa é esse. A que não perde tempo “sendo” gostosa, apenas sendo ela mesma. Assim é a minha namorada atual, que me dispara o coração apenas com um sorriso, me faz rir o tempo todo e não tenta ser nada além do que é.

Áureo Caetano - O Apaixonado

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Teoria Energética dos Relacionamentos

Uma amiga minha coleciona decepções amorosas, que se repetem praticamente uma a cada mês. É mais ou menos sempre a mesma história. Ela conhece uma pessoa, em poucas semanas já se mostra completamente apaixonada. E, de repente, o dito cujo inventa uma desculpa e vaza. Ela chora, se descabela, até encontrar outro e começar tudo de novo.

O exemplo serve para revelar aqui uma teoria que tenho com uma outra amiga. É a Teoria Energética dos Relacionamentos. É muito mais simples que os conceitos de física, fiquem tranquilos. Trata-se apenas de dispensar a quantidade de energia necessária que a situação exige, nem mais nem menos. Usando o exemplo da minha amiga chorosa, ela deveria queimar menos carvão em situações muitas vezes superficiais, assim não sofreria tanto depois de tomar um pé na bunda. Em vez disso, precisa guardar essa ânsia de amor para histórias que valham a pena. Então, este seria o primeiro preceito da teoria enérgica dos relacionamentos: não desperdiçar sua energia em casos que já se sabe falidos antes de começarem.

O segundo preceito diz respeito aos pólos energéticos. Chegamos à conclusão de que certas pessoas são pólo negativo, ou seja, sugam nossa energia e nos levam para o buraco. Outras são positivas, nos motivando para olhar para frente e querer melhorar sempre, elas somam, em vez de subtrair. Tenho um exemplo real de caso de pólo negativo. Uma amiga se envolveu com um cara viciado que vive tendo recaídas. Ela já está com ele há anos na esperança de que ele seja o homem dos seus sonhos. Mas, durante este tempo, já quase perdeu o emprego, gasta dinheiro para ajudá-lo e se afastou dos amigos.

Concluindo, temos que dar um “wazari” nos sanguessugas. E, se por um tropeço, nos envolvermos com ele, investir apenas algumas migalhinhas de fôlego na história.

Patrícia, A Solteira

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Seu dilema: Para ficar perto, viramos casais amigos

O dilema de hoje traz uma história bastante complicada de uma leitora. À primeira vista, parece mais um caso comum de duas pessoas apaixonadas, mas que não têm coragem de abandonar seus parceiros para viver esta paixão. Mas, no caso dela, a situação ficou ainda mais enrolada. Decididos a não abandonar seus casamentos, mas incapazes de ficarem longe um do outro, resolveram apresentar seus respectivos um ao outro, de uma forma que viraram casais amigos, daqueles que viajam juntos e comem pizza no sábado à noite. Apesar da solução aparentemente prática, atração e culpa permanecem rondando a vida deles. E tem mais um detalhe: Eles nunca foram para a cama juntos. Confiram e ajudem com seus comentários.

O Trio

"Há dois anos, durante um trabalho, conheci um homem que acabou se tornando uma pessoa importante na minha vida, apesar de eu ser casada e ele também (inclusive com filhos). Mas ninguém nem imagina a profundidade do nosso relacionamento, apesar de nunca termos nos relacionado sexualmente. Quando nos vimos pela primeira vez, de imediato, nos sentimos atraídos um pelo outro.

No começo, trocávamos e-mails. Dezenas deles. Todos os dias. Depois, passamos a conversar por celular. Várias ligações. Todos os dias. Aí, começamos a nos encontrar no carro. Alguns minutos, algumas vezes, com semanas de intervalo. No começo, ele até falou que sentia algo por mim. Mas que não trairia a mulher. Depois disso, eu me declarei algumas vezes. E ele sempre dizia que não sentia nada. Mas continuava a me ligar. Todo dia.

No ano passado, ele começou a insistir para que tornássemos “oficial” nossa amizade. A ideia era que, se déssemos um jeito de eu conhecer a mulher dele e ele, meu marido, seríamos amigos e poderíamos continuar conversando, só que de forma “normal”. Conseguimos “oficializar” a amizade. Só que, depois disso, continuamos a conversar por e-mail e celular sem os outros saberem.

Ele me liga todo dia. Três, quatro vezes no mesmo dia. Quer saber tudo o que eu faço. Me manda ter juízo quando vou a alguma lugar sozinha. De vez em quando, nos encontramos para tomar um café e conversar. Brigamos várias vezes já. Falamos que não vamos mais continuar com essa amizade paralela. Mas depois ele me liga e voltamos a conversar. Paralelamente a isso, saímos juntos quase toda semana: eu e meu marido e ele com a família.

Nunca nos tocamos. Nunca nos beijamos. Mas sempre que estamos sozinhos, ele dá um jeito de mexer comigo: pega na minha perna, fica falando que estou magra, que preciso engordar. Passo semanas muito bem, obrigada. Mas tem dia que tenho recaída e o “se” fica na minha cabeça. Sei que se fôssemos livres já teríamos ficado juntos. Mas também sei que não iria durar. E ele também sabe. Talvez por isso tenhamos optado por “oficializar” nossa amizade. Se tivéssemos um caso, já teria acabado e não nos veríamos mais. Por mais absurdo que possa parecer, gosto da mulher dele e não quero estragar o que eles têm. Mesmo assim, ainda me sinto atraída por ele. E sei que ele também se sente por mim. Sei que isso não nos levará a nada. Mas não conseguimos colocar um ponto final nessa história. O que eu faço?"

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Sofredora, porém maravilhosa

A recomendação de leitura para este feriado é do nosso amigo, leitor, querido e blogueiro Andarilho. Pelo Twitter, ele nos passou o link do texto Sofra LINDA! do blog Figurination, da revista TPM.

Do que se trata? A autora, Nayana Fernandes, recomenda que, diante de um sofrimento daqueles, nada melhor para começar a se reerguer do que cuidar mais de si, procurar ficar linda e maravilhosa, que o mundo sorri de volta.

Eu apoio essa ideia, e você?

Andarilho, seu fofo, obrigadíssima pela indicação. Beijos!

Beijos a todos, bom feriado,

Isabela – A Divorciada e A Noiva

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Sexo é divino

Rita Lee que me desculpe, mas não acho que o amor é divino e o sexo é animal. Sexo, ao meu ver, é também divino. Afinal, em quantos momentos da sua vida você consegue chegar em um grau de união entre corpo, mente, espírito e estar completamente naquele momento presente? Quantas vezes ao longo de sua vida você se sentiu em um estado de plenitude? São poucos. Invejo os meditadores de verdade (porque eu sou uma farsante) porque eles alcançam algo similar, sentados, sozinhos, focados apenas na respiração.

Admito, porém, que acho o sexo é ainda mais especial que a meditação porque pressupõe uma troca grande de energia. É uma interação entre dois seres que estão se buscando um no outro, e em si mesmos, um prazer que não requer grandes luxos, grandes estripulias e tampouco esforço – embora há quem curta só com luxo, estripulia e esforço.

Claro que nem sempre é bom, nem com qualquer um, nem é algo que se está afim de fazer a qualquer momento. Quando se está solteira, então, existe toda a excitação do antes e das preliminares e uma certa frustração com o ato em si - porque falta intimidade. O sexo está banalizado, tem sido mais fonte de angústia para muita gente que de prazer e, vai dizer que não, é mais falado que realizado

Por isso gosto de olhar o mais profano dos atos como algo sagrado. Flerto com o tantrismo nesse sentido. Não consigo ver uma transa como algo sujo, nojento, incômodo e menos ainda como obrigação. Digo tudo isso porque houve um dia, admito, que já foi assim para mim. Talvez faltasse experiência, parceiro com química e, principalmente, destemor. Já tive medo de transar. Medo de engravidar, medo de doença, medo de não agradar, medo de não chegar lá, medo de...sentir medo. Ainda bem que a gente cresce, amadurece e passa a ver as coisas sob novas perspectivas.

Entregar-se ao outro, confiar não só seu corpo, mas também tua alma, a uma outra pessoa, é uma arte. E é divino.

Portanto, nesse dia do sexo. Façamos!

Com cuidado, carinho, entrega e troca.

Tenham todos um excitante dia!

Débora - A Separada

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A tímida ousada

O post de hoje é luxo, glamour e riqueza. Em primeiro lugar, não é um post, é um conto, feito inédito neste lindo bloguinho. Em segundo, foi escrito por uma expert, a minha talentosa amiga Vera Helena Saad Rossi. Jornalista, Vera fez mestrado e doutorado (não é para quem quer) tendo ninguém mais, ninguém menos, que a escritora Clarice Lispector como centro de suas pesquisas. Assim, quando pedi a ela um texto sobre Clarice (musa total), ganhei de presente o conto abaixo. Ganhamos. Fiquem com ela.

Beijos, Vera, acho você TUDO. Obrigadíssima pela contribuição, amei.

Beijos, gente, boa semana para nós.

Isabela – A Divorciada e A Noiva

A tímida ousada

“E, depois que se é feliz, o que acontece?”. A professora a olhou desnorteada. Preparara-se para outras perguntas, díspares de um ponto de interrogação desafinado, a desequilibrar a harmonia de suas respostas prontas.

Prostrou-se diante da aluna. Meu Deus, era uma criança! Mas aqueles olhos grandes, prestes a perscrutar sua alma, esperavam por um movimento. Não uma resposta, mas um movimento, um protesto, um grito, enfim, algo que naquele dia, naquela hora, naquela abafada sala de aula, a emudecia. Nada disse. A menina, aos pulos, saiu para o recreio, invadindo de infância o pátio apertado.

Clarice era seu nome. Bem o sabia. Clarice Lispector. Quase um pseudônimo, tamanha estranheza na sonoridade das palavras Clarice e Lispector. Sobre a escritora que viria a ser, ainda era-lhe um fato desconhecido, entretanto, aquela dúvida se perpetuara por definitivo no coração da professora. O mal já estava feito.

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O barulho da chaleira dizia: “E, depois que se é feliz, o que acontece?”. A professora aposentada ainda se pinicava pelas palavras daquela menina, sibiladas havia mais de 30 anos.

Entrementes, o marido lia o jornal na cozinha. Seus óculos sobre o nariz enxergavam mais nítidos os fatos impressos por palavras, enquanto tragava o cigarro entre uma pigarreada e outra. Aproveitando-se da distração da esposa, abocanhou secretamente alguns dos doces proibidos que escondia na caixinha vermelha. A diabetes lhe roubara o que buscava, naquele ato criminoso, recuperar com alguns hum-hum-hum abafados...Se passasse mal, alguém iria socorrê-lo. E se não passasse bem, quem iria socorrer? Sentiu menos culpa com as próximas mordidas.

Dispersa com o chá quase coado, a professora aposentada fazia bolinhas com o miolo de pão. “E, depois que se é feliz, o que acontece.”, dizia o vapor da bebida quente. Algo nela movimentou-se.

— Olha, meu bem, aqui no jornal uma entrevista com aquela escritora que foi sua aluna. Dizem que ela não gosta de dar entrevistas...

— O chá está pronto.

Sentou-se ao lado do marido, como de costume. Ambos olharam para suas respectivas xícaras, mexendo vagarosamente as colherezinhas imersas no chá. Ela procurou não fazer barulho enquanto sorvia a bebida quente. Odiava quando alguém assim o fazia. Mas aquele barulho era inevitável, e, como que para se justificar, tossiu. Vermelha, a bebida dizia: “E, depois que se é feliz, o que acontece.”. Algo nela protestou.

—Clarice Lispector é seu nome.

—...

O marido saboreava pelo chá seu pequeno delito. À medida que lia, balançava a cabeça, tirava os óculos para coçar o canto dos olhos, recolocava-os inquieto e retornava ao jornal, um pouco realizado, por certo, com o ato ilícito que realizara alguns instantes antes com aqueles doces.

—Lembro-me de, certa vez, ela ter se auto-declarado uma tímida ousada. Alguém que escreve livros sobre pessoas que comem baratas pode até ser ousada, mas tímida, faça-me o favor!

—Hum, hum.

“E, depois que se é feliz, o que acontece”, sussurrou o jornal. Ela gritou, para dentro. Nada disse, de fato. Apenas voltou a sorver o chá, já despreocupada com o barulhinho, contorcida pela vontade de quem um dia também haveria de comer uma barata.

Vera Helena Saad Rossi

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Outros ares, outras viagens

Dica boa: as blogueiras Jussara Soares e Érika Marques, do Outros Ares – O seu guia de turismo independente, acabam de lançar um serviço de organização de roteiros de viagem grátis para os leitores.

Assim, quem quiser, pode escrever para elas contando para onde vai viajar e pedir dicas, luzes, avisos, recomendações, experiências. Não importa se o seu destino fica no Brasil ou no exterior. Luxo, né? Eu achei. E logo vou começar a abusar da gentileza delas.

Para saber mais sobre o serviço, só clicar aqui.

Beijos, meninas, boa sorte com tudo, arrasem.

Beijos, gente. Ótimo final de semana, ótimas viagens para nós todos.

Isabela – A Divorciada e A Noiva

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Micareta do amor

Temos convidada especial: a mineira, jornalista, querida, divorciada, trintona, bonitona, novíssima leitora deste blog, Ana Brown. Na pauta, vida de descasada, homens, rolos, amores vãos. Ou não. Fiquem com ela.

Seja bem-vinda, Ana. Volte sempre. Obrigadíssima pelo texto, viu?

Beijos a todos,

Isabela – A Divorciada e A Noiva

Confesso que o ótimo nome para o estado pós-separação não é de minha autoria. Ouvi de um homem de uma noite só quando ainda chegava a São Paulo e minha caipirice – um medo danado de tudo - nem permitiu achar muita graça. Hoje acho ótimo! Pois é nesse quase empurra-empurra carnavalesco que vamos desafiar a vida de solteiras e Vivas, lembre-se bem, na megalópole latina.

Dias esfuziantes na rua Augusta, no meu caso, se escassearam. Mas o espírito da micareta – que é a diversão acima de tudo – permanece. A diferença é que agora minha ressaca demora uns dois dias para passar, o que me obriga a escolher dias para a micareta do amor.

E não se iluda. A vida de solteiro é muito fácil, tão fácil que rapidamente você pode ficar interessada por um namoradinho. Inho nesse caso é força de expressão. E o amor, também vale lembrar, é imenso quando se está no espírito da micareta, todos vão passando pela cordinha, animados, e você simplesmente distribuiu um amor que está guardado, refastelado, precisando suar, como diz meu amigo Xico Sá.

Há momentos de dúvida, claro, pois o costume da vida de casada pode te pregar peças, ainda que o ex esteja mais longe que o ex-planeta Plutão. Longe do coração, que é o que interessa. Existe uma praticidade da vida de casada que no primeiro momento você tende a levar para a micareta e, como tudo na vida, pode muito bem funcionar, ou não, lembra o baiano famoso. Você já está com o bofe, o beijo é bom, o clima é ótimo, puta cara interessante, vamos lá nosotros, certo? Mais ou menos. Há bofes que ainda se assustam, juro. Querem um teretetê antes do rala e rola, uma conversinha de uma noite, uns beijos, mais uma noite. E de repente você precipita tudo. Anfã. Vícios do casório ou da carençolândia (outra do Xico Sá que aprecio). E você sabe que também quer essas miudezas, mas achou que tinha que ser "muito macho" nessa vida de solteira que te retorna tal qual oferenda. Mulher gosta que a leve na rodoviária, que retorne o email bem rápido, que elogie roupa, batom, comentário, a perspicácia. São nesses intervalos que a gente estabelece cumplicidade, que nos interessa muito, a todo tempo, ainda que esses tempos nos tenham levado a esconder boa parte da feminilidade e de nossos desejos mais prementes. E anotem aí rapazes: uma mulher de 38 gosta tanto da corte quanto uma de 28 ou vice-versa. Corte é gostoso pra caramba. Côrte com acento pra todo mundo entender. Corte é delicadeza, perspicácia também, um respeito inteligente, bem-humorado e afetuoso na direção da amada. Ops, coisa demais! Coisa demais é ter facebook, twitter, linkedin,canal do youtube, email e que mais?

Na administração da micareta do amor é aconselhável manter a suplência – isso se nenhum gatão da pouca idade já tenha te arrebatado ferozmente. Com a suplência, dois ou três paqueras orbitantes, ninguém sobrecarrega ninguém e todo mundo sai feliz daquela dose certeira e verdadeira de amor a cada encontro. Também é legal – ok pode ser um fetiche dos brabos meus – dois bofes de mesma profissão e diferentes fases da vida (eufemismo para abismo etário). Sim! Prove um atorzinho junto com um atorzão já maduro. Ou dois maestros geograficamente separados. As viagens são muito aconselháveis para a amplificação da micareta do amor. Enfim, vale tudo, e contrariando o Tim Maia, vale dançar homem com homem e mulher com mulher. Vide festa de curta-metragista na Cinemateca. Tem muita gente legal nesse mundo e não há regras para se falar de relacionamentos. Desde que todo mundo esteja a fim.

Ana Brown

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Seu Dilema: Ele é bi

Comecei a namorar o Luiz faz oito meses já. Ele é inteligente, atencioso, simpático e companheiro. Um gato! Do jeito que eu gosto. O que está pegando é que ele nunca me escondeu que era bissexual. Tava tão cansada de ficar sozinha, e tão apaixonada, que aceitei. De uns tempos para cá, ele começou a me falar de um namorado, um rolo com um homem que ele vinha levando.

Fui ficando com muito ciúme do cara. Até aceitei participar de uma transa a três, com os dois, só para ver qual era, para conhecer de perto o meu concorrente. Tinha a ilusão de que, na hora, meu amor ficasse mais na minha, sabe? Mais para o meu lado. Não foi o que aconteceu, fiquei péssima. Ele realmente gosta de meninos e meninas, curte os dois do mesmo jeito.

Não sei o que fazer. Gosto dele, queria continuar o namoro, mas acho que não vou aguentar. Me ajudem, meninas! Esse blog é maravilhoso, leio todos os dias.

Se alguém puder me ajudar, agradeço.

Beijinhos,

Anônima

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