O casamento do meu melhor amigo



A gente se conhece já faz mais de dez anos. Éramos bem novinhos e estávamos ambos começando em nossas respectivas carreiras, eu no jornalismo e ele na fisioterapia. Apesar de pertencermos a mundos tão diferentes, de cara percebemos várias afinidades. O tempo passou, perdemos contato e, um belo dia, lá por 2007, nos reencontramos graças a duas coisas: rede social e aikido. Naquele tempo a bombação ainda era o Orkut. E foi por causa das saudosas comunidades orkutianas que ele me achou. Coincidência: estávamos ambos praticando aikido.


Voltamos a nos falar com frequência e descobri que ele estava namorando uma menina chamada Rita, muito linda nas fotos dele do Orkut. Demorei a conhecê-la pessoalmente, mas já sabia que ela era incrível por tudo o que ele dizia sobre ela.

Dois anos depois, o Ricardo virou peça fundamental na minha vida. Era ele que acompanhava os bastidores do tumulto que eu vivia. Que aguentava minhas ligações chorosas a qualquer hora e qualquer dia (Rita é uma santa!) e que me deu ombro durante o meu maior sofrimento. Só por isso, sou eternamente grata.

Nos últimos meses, acompanhei a empolgação dos dois, Ri e Ri (um casal bem risonho!), nos preparativos do casamento deles, que acontece hoje. Eu estarei lá, bem pertinho deles, como madrinha, mandando toda energia do amor e da felicidade ao casal.

Que Ricardo e Rita sejam muuuuito felizes!

E prometo postar algumas fotos lá no Face depois ;-)


Débora – A Divorciada



Legenda: Os noivos lindos no dia do casamento civil

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Vida na nuvem

Tem gente que faz a gente se sentir uma velhinha coróca. Tenho um colega de trabalho assim. Tudo dele está na nuvem. Não, ele não é avoado e fica contando carneirinhos o dia todo. Não estou falando das nuvens branquinhas lá em cima do céu. Mas do mundo digital.

Ele não tem agenda. Ela está na Google Agenda, onde é possível não só marcar seus compromissos como compartilhar eventos com outros interessados. Arquivos gravados em pastinhas no computador é coisa do passado. Está tudo no Google Docs, onde ele também pode dividir com outros, sem ter que ficar anexando e-mails. Aliás, e-mail pra ele já está meio ultrapassado, só usa porque a maioria ainda está presa a esta antiga (?) ferramenta. Ah, as contas do banco. Eu que me achava super organizada com minha pastinha com divisórias para os comprovantes de cada coisa fiquei constrangida quando ele me disse que não guarda nada destas coisas. Ainda tentei argumentar. Mas fui vencida: “Para que se está tudo arquivado no seu banco, é só ir lá e imprimir se precisar”.

Senti-me ainda mais ultrapassada quando demonstrei uma certa preocupação com relação à privacidade destes dados. E mais uma vez perdi a parada: “Estes dados não ficam disponíveis para todo mundo, só para você e com uma senha que só você sabe”.

Acabei me convencendo do quanto essas ferramentas são mesmo revolucionárias, porque elas conseguiram até aposentar o próprio PC, que é a sigla de personal computer. Ou seja, com a vida na nuvem, ninguém precisa nem mesmo carregar pra lá e pra cá o micro. Necessita apenas de qualquer micro conectado à rede para trabalhar e se comunicar.

Essas coisas me fascinam e ao mesmo tempo plantam um certo temor de ficar para trás. Mas que venham mais facilidades que nos dão cada vez mais liberdade (tanto de expressão quanto de ir e vir) e que eu tenha fôlego pra entender tudo isso, mesmo quando me tornar de verdade uma velhinha coróca.


Patrícia, A Solteira

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Dicas de anfitriãs: post coletivo


Vamos fazer um post no melhor estilo amiga dona de casa (pode ser amigo dono de casa também, só para registrar) sobre fofices domésticas? Não sou nada prendada, morro de preguiça de ficar horas cozinhando, nunca consegui colocar sequer uma linha numa agulha, mas adoro receber. Com carinho e com alguma pequena produção, um toque.

Nesse sentido, vocês me contam o que de especial gostam de fazer quando recebem pessoas queridas em casa? Eu, por exemplo, gosto de ter sempre flores na mesa. E guardanapos fofos (de papel mesmo, mas daqueles melhores, maiores, mais macios), coloridos, combinando com o arranjo. Também não abro mão de servir algo com chocolate para a sobremesa, pode ser um doce com o sabor ou bombons. O prato principal é sempre algo que eu mesma adore comer, faça bem e fique pronto em até duas horas (acho um porre ficar mais do que isso na beira do fogão, não tenho paciência). Minha especialidade é moqueca de camarão.  

E vocês, o que têm produzido? Eu quero saber. Aguardo as experiências de todos e organizo num texto coletivo. Combinado?

Uma versão 3xtrinta dos posts do blog Anfitriã, que eu acho fofo e adoro.Vamos lá? 

Beijos, beijos,

Isabela – A Casada 

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Ninguém atropela


Cantada na rua é algo que eu detesto e dispenso. Devo confessar, no entanto, que adorei quando, dia desses, perto do trabalho, prestes a atravessar uma rua, um senhor que aparentava ter 80 e poucos me disse:

“Mulher elegante e bela ninguém atropela”.

Com um sorriso, respondi: “Tomara”. Sinal aberto, me despedi com um “até mais” para, em seguida, ouvir:

“Tchau, bela!”.

É claro que ele deve dizer isso umas 200 vezes por dia nos semáforos da vida, mas eu quase perguntei se ele lia o 3xtrinta, hahaha!!! Muito bom. Todos os homens deviam envelhecer assim, fofos, ternos e galanteadores.

Beijos, beijos, beijos,

Isabela – A Casada 

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Vocês eram muito diferentes...


Agora é assim, viro, desviro, cruzo a rua e ouço a frase: é que vocês eram muito diferentes...
Decidiram me dar o diagnóstico do fim do meu casamento. Dois anos depois. Vai ver é porque, passado um tempo e assentados os sentimentos, todos ficam mais confortáveis em dizer o que pensam.
Na festa de casamento, a mãe da amiga disse a frase e ainda completou: esse daí é mais animado, tem mais a ver com você.
Já ouvi isso também da minha irmã, da cunhada do cunhado, do amigo do amigo e até do papagaio.
E é verdade. A gente era muito diferente. Durante a maior parte dos nove anos juntos, no entanto, esse diferente foi o tempero da coisa toda. Era aquilo mesmo que eu queria: o certinho, limpinho, contido, tímido, calado, inteligente e educado. Eu, a debochada, queria mais era a minha compensação. E deu certo porque me sentia completa. Até o dia em que eu já não queria mais aquele modelo.
O tempo vai deixando a gente diferente. E os dois vão ficando diferentes do que eram no começo. Quantos casais verdadeiramente mudam e continuam conectados? É difícil. Ou é sorte.
Não vejo o fato de ele ser diferente de mim o motivo da separação. Mas entendo a necessidade das pessoas em achar um argumento. Eu, volta e meia, palpiteira que sou, me pego fazendo isso também.
O casamento acabou porque o amor e a admiração acabaram. E é tudo.
E agora, que delícia, tenho alguém que tem a mesma energia animada ao meu lado, mas ainda assim, um bocado diferente.
Se a gente não ficar junto, não ficarei surpresa se voltar a ouvir isso.
É que vocês eram tão diferentes...

Débora – A Divorciada

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Síndrome da boazinha

Uma vez ganhei, de aniversário, um litro de cachaça chamada Boazinha, uma mineira forte que, confesso, só dei umas curtas bicadas. Ficou mais para os cabras presentes na comemoração. Mas o presente foi emblemático. Eu tenho mesmo esta mania, de querer agradar sempre, e uma necessidade desesperada de receber a aprovação de todos. Sei lá qual a fonte psicológica deste traço de comportamento – algum episódio da infância, diriam os terapeutas.

O fato é que descobri já há algum tempo que ser boazinha e ficar correndo atrás de um elogio ou afago nem sempre é saudável. E tenho conseguido me livrar muitas vezes da culpa por não agradar ou do sentimento de peso por possuir desafetos. É um grande alívio, garanto para vocês, e também descobri que a gente acaba sendo mais respeitado por se impor e ainda sobra mais tempo para tomarmos conta da própria vida. É muito cansativo ficar o tempo todo tentando ir ao encontro das perspectivas alheias, porque a gente acaba se perdendo das nossas.
O tema me veio à cabeça devido à notícia do lançamento de um livro justamente sobre pessoas assim. Aliás, nem sabia que isso era uma síndrome. Para os muito bonzinhos que precisam dar chegas pra lá por aí fica a dica:

A síndrome da boazinha - Como ser poderosa curando sua compulsão por agradar”, de Harriet B. Braiker
Síntese: Embora as pessoas que se esforçam constantemente para ajudar os outros sejam vistas como "boas", muitas vezes elas sofrem em silêncio por não realizar seus próprios desejos. Em “A síndrome da boazinha - Como ser poderosa curando sua compulsão por agradar”, a psicóloga Harriet B. Brakier ensina as mulheres que estão sempre dispostas a fazer o bem para os outros a inverter esta lógica e se colocar em primeiro lugar. A autora elaborou um teste para descobrir se o nível de bondade ultrapassa o limite do que é saudável e oferece um plano de ação para que a compulsão por agradar seja superada. Neste livro, a Dra. Harriet também relata casos de seus pacientes e mostra que agradar os outros é bom, desde que a pessoa não anule suas próprias necessidades.


Patrícia, A Solteira

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2006, 2008, 2010, 2012


Seis anos. Quanta coisa cabe nesse tempo.
Fazia mais sentido eu fazer uma retrospectiva em maio, que é quando começa meu ano novo. Simplesmente aconteceu.

Aconteceu porque eu me lembrei que eu estava na Nova Zelândia em abril de 2008 quando a Bela me mandou um e-mail falando de sua separação. Junta da tristeza de não poder estar por perto, me veio a sensação boa daquela fase. Lembrei da vibe gostosa de estar naquele lugar tão distante e entre uma gente que prezava tanto o bem-viver, o frugal, o tempo livre. E não essa maratona diária e doida dos workaholics paulistanos.

Foi ali que eu decidi que eu queria ser assim também.

Puxei na memória e tentei me lembrar o que eu estava fazendo nos outros “abrils”. Dois anos após a NZ, eu estava começando na Istoé. Empolgadíssima, cheia de gás e ideias, conhecendo aquelas pessoas que, mal sabia eu, seriam meus grandes amigos. Eu também estava, naquele abril de 2010, tentando reatar meu casamento.

Quatro anos antes, era o início do meu casamento. Abril de 2006. Fazia poucos meses que eu tinha me mudado para a casa do meu ex e tava toda feliz brincando de casinha, cheia de planos. Tinha saído de uma redação grande e ido para uma agência pequena, com um ritmo mais tranqüilo. Na verdade, aquela decisão tomada na NZ de ter uma vida menos complicada foi gestada já na essa época.

E eis me aqui, em abril de 2012 num movimento parecido com o desses outros anos pares. Troquei a vida agitada por uma mais tranqüila, estou brincando de casinha de novo – dessa vez, sozinha; estou empolgada e cheia de gás para outros projetos, vou lançar meu primeiro livro e faço planos com um novo amor.

Confesso que já achei que estava vivendo um retrocesso quando a vida parecia repetitiva. Mas a danada é cíclica: traz e leva coisas que parece que já vimos e vivemos. São os tais recomeços. O que não quer dizer que não existe a evolução. A caminhada nos leva sempre por uma nova picada, por mais que pareça velha conhecida.

Importante é saber que olharei com doçura para esse momento agora quando abril de 2014 chegar (se passarmos desse ano claro =P).

Débora – A Divorciada

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Preta, preta, pretinha




Preta é uma cachorrinha linda, fofa, educada e querida que, perdida na rua, não resistiu a um cafuné do meu vizinho, um anjo chamado Fernando, e o seguiu até a porta de casa. Hoje, ela vive numa casinha colocada na nossa vila, na Vila Mariana, e é alimentada e cuidada por todos os moradores, mas não tem um lar para chamar de seu. Quando chove, por exemplo, fica complicado, já que a água molha o edredon deixado no local para ela.

Resumindo a história: Preta precisa de um dono, alguém que lhe dê todos os cuidados que ela merece. Aos interessados, aviso que ela já passou por um veterinário, foi vacinada e, segundo o médico, tem ótima saúde. Isso sem falar que obedece todos os comandos básicos, como “senta”, por exemplo. Uma lady total.

Gostou da Preta? Só mandar e-mail para 3xtrinta@gmail.com Eu mesma farei a ponte para a adoção.

Beijos, beijos, muito amor para nós, obrigada,

Isabela – A Casada

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A pior geração de mulheres


Que mulher nunca se pegou pensando “e se eu tivesse nascido em outra época, como seria?”. Tendemos a achar que qualquer outra época, por mais romântica que fosse, devia ser um fardo para as mulheres, sempre privadas de liberdade. Somos sortudas de vivermos agora. Quando penso sobre qual época foi a pior de se viver, não vou muito longe. Acho que foi a da geração da minha mãe.

Desculpa, mamãe (ela sempre lê esse blog), mas é verdade.

Analisem só. Essa geração, entre 50 e 60 e poucos anos, se viu entre dois paradigmas fortes e opostos: elas tinham que ser independentes financeiramente. Foram, em massa, para o mercado de trabalho e se dispuseram a ser como homens no front. Fortonas!

Por outro lado, foram ensinadas pelas nossas vovós, mães delas, que elas deveriam ter um macho para chamar de seu. E, o pior, um macho só a vida todinha! “Casamento é para sempre!”, ouviram da mãe, do pai, do padre, da vizinha. E ser “solteirona” era quase pecado. Para piorar, essa escolha tinha que ser feita muito cedo. Afinal, 25 já era idade considerada velha para casar. E assim elas se tornaram dependentes emocionalmente.

Que conflito imenso esse de ganhar seu próprio dinheiro, mas ter que ser dona de uma casa, cuidar dos filhos e ser quase uma serva do marido.

Não é à toa que vemos agora uma horda de cinquentinhas e sessentinhas se separando e descobrindo que há vida fora do casamento. Ou que, com os filhos, crescidos, permitem-se viver além dos muros da vida doméstica e das asas do marido. Elas ganharam dinheiro, afinal. Podem ser livres.

Claro que nós, trintinhas e quarentinhas, herdamos fortemente os dois paradigmas: da independência financeira e do príncipe encantado. E tendemos a repetir padrões. Mas conseguimos ir um pouco além. Vemos outros caminhos, novas possibilidades, nos permitimos mais. Não sem certo sofrimento, claro.

E os homens de hoje também já não são tão ambíguos como os nossos pais. Muitos desses homens mais velhos eram revolucionários fora de casa – contracultura, contraditadura, contracensura – e grandes canalhas machistas e repressores dentro de casa.

Honestamente? Acho que foi essa a pior geração de mulheres. Elas sofreram mais para que nós pudéssemos ser mais livres. Graças a elas, buscamos a independência financeira sem ter que parecer homem e acreditamos muito mais no amor que no casamento (no fundo, somos uma geração muito romântica).

Obrigada, senhoras!

Estamos sempre abrindo novos caminhos para as novas gerações. E não duvido nada que as meninas que têm, hoje, dez anos, um dia sintam pena da vida que a gente levou.

Débora – A Divorciada

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Sobre solteirice, felicidade e solidão


Me fez muito bem entrevistar, para o blog da revista Herbarium, a psicóloga norte-americana Bella dePaulo. Especializada em solteirice, ela levantou pontos muito interessantes sobre a vida sem marido (ou mulher). Não que eu nunca tivesse refletido sobre o assunto, claro. Já refleti bastante e inclusive registrei pedaços da minha opinião aqui, mas Bella (Com esse nome, ela só podia ser ótima, né? Hahaha!!!) me fez pensar além.

Em primeiro lugar: por que tanta gente se incomoda com o fato de que o mundo está cheio de pessoas que não se casaram? Por que os casados são aqueles que mais querem arrumar casamento para os outros? “(...) Algumas pessoas consideram assustador que tanta gente esteja vivendo só e amando essa escolha. Isso vai contra a crença delas de que é preciso estar casado para ser feliz”. Achei perfeito. É a velha história da diferença que incomoda. Por que é tão difícil aceitar que os outros tenham feito escolhas opostas às nossas? Ai gente, que preguiça dessa superficialidade. Que preguiça de lembrar o óbvio: exibir uma aliança na mão esquerda não é garantia de felicidade para ninguém, nunca foi.

Outra questão que eu achei ótima: abaixo o mito de que os solteiros estão fadados à solidão na velhice. “Alguns estudos feitos nos Estados Unidos apontaram que os solteiros ajudam mais seus parentes, amigos e vizinhos do que muitos casados. Isso além de manter contato com esses grupos com mais freqüência. Muitas vezes, os casais dedicam quase todo o seu tempo e atenção para o parceiro. Nesse caso, quando o casamento acaba, eles descobrem que estão sozinhos, que não têm ninguém ao lado deles já que, até então, só tiveram olhos para o companheiro. Já os solteiros, especialmente as solteiras, normalmente dedicam parte do seu tempo aos parentes e amigos ao longo de toda a vida adulta. Isso significa que eles têm menos chances de ficarem solitários na velhice.” Viram só? Eu só tenho a acrescentar um comentário: para mim, ter um filho ou permanecer ao lado do marido só para ter quem cuide da gente lá na frente é de um egoísmo sem tamanho. Melhor economizar para poder pagar um bom lar de idosos no futuro. Eu já fiz matéria sobre um tão luxo, glamour e riqueza perto da Av. Paulista que fiquei com vontade de me mudar no dia seguinte.

Obrigada pelas reflexões, Bella! Vamos tratar de ser felizes. E, como a gente adora registrar aqui, independentemente do estado civil.

Besos a todos, muito amor,

Isabela – A Casada que acredita que a solteirice pode ser ótema também 

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Meus maridos e minhas mulheres


Alguma outra mulher além de mim, diante de alguma patacoada do marido, já se perguntou um dia se só as lésbicas são felizes, por serem casadas com outras mulheres?  Pois bem, a leitora Cecília Amarante, de 34 anos, dentista, é capaz de esclarecer a minha dúvida. Ela já foi casada quatro vezes: duas vezes com homens e duas com mulheres. Foi só saber disso, claro, para pedir post. Vamos ouvi-la então? Poucas pessoas que eu conheço têm mais o que dizer em matéria de casamento do que ela.

Obrigada, Cecília! Mesmo. Amei o texto. Parabéns pela coragem, torço por você, be happy.

Beijos, beijos, para a nossa autora de hoje e para vocês todos,

Isabela – A Casada e A Curiosa

Eu tinha 18 anos quando aproveitei um raro dia de camaradagem entre eu e minha mãe para lhe contar uma coisa que me era muito importante naquele momento dividir:

 - Mãe, eu vou morar com a Alice.
- Vai morar com sua amiga, então?
- Mãe, ela não é minha amiga, é minha namorada.

Ela ficou em choque, chorou uma semana e por uns três meses não falou comigo. Não a culpo, eu simplesmente deveria ter contido o meu impulso “sincericida”. O fato é que, àquela época, perdidamente apaixonada que estava pela minha então patroa – alguns bons anos mais velha –, eu estava obviamente cega e tinha certeza de que era lésbica.

A relação durou quase quatro anos, o suficiente para viver várias fases: paixão, vida em comum, crises, relações familiares, e ciúmes, muitos ciúmes. Ela me deu um carro e, na primeira noite, fez questão de ir me acompanhando para saber quanto tempo eu gastaria entre nossa casa e a faculdade. Se eu me atrasasse um pouco, o mundo caía.

Com o tempo eu fui percebendo que a relação era como uma bolha. Toda nossa vida em comum era uma repetição de programas, companhias e padrões.  Não havia espaço para improvisações, nem para espontaneidade. Eu tinha 21 anos e fui com os amigos da faculdade para um seminário numa outra cidade. Participei das palestras, mas nas horas vagas, eu me dediquei a matar as saudades de estar com um homem.  Atolada em culpa, contei tudo a ela na volta, declarando-me bissexual (o pesadelo das lésbicas).

Fui mirim, eu sei. Ela quebrou o apartamento todo, enquanto eu quase podia garantir que se houvesse trilha sonora, seria a Elis Regina cantando Atrás da Porta. Peguei minhas (poucas) coisas e fui para um apartamento, morar sozinha. Lembro-me bem, era uma quinta-feira. Na sexta, uma amiga me ligou convocando-me a estar num jantar com outros amigos, alegando que eu precisava de companhia neste momento.

Foi uma noite deliciosa entre amigos queridos até hoje.  Também especial por causa de um par de meias alaranjado usada por um homem heterossexual (HT). Achei aquele tipo HT com alma gay muito interessante, tanto que dei para ele naquela mesma noite, e fiquei casada (com ele) por quase cinco anos.

Foi uma relação muito didática. Com ele, aprendi o quanto é delicioso cozinhar para os amigos em casa, escapar para uma cachoeira no final de semana, ligar para os amigos para saber se estão bem. Mas ele é um tipo mal humorado e com o tempo foi se fechando de tal forma, que não era possível para mim acessá-lo mais, sequer ajudá-lo. Então, fomos nos distanciando um do outro, até que a separação ocorreu.

Voltei para casa da minha mãe, e tive que ouvi dela que não sei “segurar homem“. Não a culpo. Ela é de uma geração que foi criada para casar-se para sempre.

Mudei de emprego e de cidade, e durante muito tempo só namorei, ou fiquei mesmo sozinha. Até que conheci o Artur. Mesmo padrão: HT sem preconceitos, sem frescuras – alma 60% gay. É talvez um dos homens mais feios que já vi, mas fiquei fascinada pelo mundo dele, e na sua forma muito particular ele era um ugly sexy. Era para ser só um namoro, mas fomos morar juntos quando fiz uma cirurgia delicada e acabamos nos casando de papel passado, com direito à mudança de nome da minha parte. De novo, eu estava cega de paixão.

Até o casamento foram quatro anos, e depois, menos de um ano. Sim, me separei menos de um ano depois de ter me casado no papel, e transei com ele no dia em que assinamos nossa separação diante da juíza. A crise toda começou porque ele não aguentou a barra de me dividir. Explico-me: um dia ele me disse que eu poderia ter quem eu quisesse, desde que (1) não levasse esta pessoa para nossa casa, (2) não andasse com esta pessoa nos lugares que frequentássemos e (3) que eu não me apaixonasse.

Olhando por perspectiva, os dois primeiros itens são fáceis, mas o terceiro é uma incógnita, de tão imprevisível quanto imponderável. Ele não suportou meu encantamento por uma jovem estudante de medicina, que conheci numa boate gay na minha cidade natal.

Depois de mais este casamento que deu certo, mas que durou tão pouco, eu resolvi que não dividiria mais minha vida com ninguém. Até que conheci a Duda. Tive um estalo, e na hora pensei “eu quero esta mulher para mim”. Na tarde do dia em que a conheci, escrevi no MSN para um amigo que eu havia conhecido a minha futura esposa.
Tem uma piada que ilustra bem o que aconteceu entre nós:

- Sabe o quê uma sapa leva no segundo encontro?
- Não, o quê?
- A Granero (a mudança, as chaves).
- Sabe o quê um gay leva no segundo encontro?
- Que segundo encontro?

Em menos de um mês depois que nos beijamos pela primeira vez, ela estava morando na minha casa. Fiz por ela o que a Alice tinha feito por mim, ou seja, cuidando mais financeiramente do que afetivamente. Assim, da mesma forma alucinante que nasceu, a relação morreu, um ano depois, sufocada por cobranças, ciúmes e paranoias. Dei um basta e o que se seguiu lembrou-me novamente a Elis Regina.

Foram então quatro casamentos, sendo um apenas com papel passado, dois com homens, dois com mulheres, e não posso dizer que os melhores foram estes ou aqueles. Em todos, a união só ocorreu porque eu estava apaixonada e queria muito viver a experiência de estar na companhia daquela pessoa. De minha parte, posso afiançar que nunca me importei com pequenas coisas, tampouco com a dor da separação, donde nunca me faltou vontade de pular de cabeça em todas minhas paixões.

No entanto, hoje, pensando de forma um tanto mais racional, quero viver um dia de cada vez quando conhecer um novo amor. Sem pressa, sem atropelar fases, ir sentindo a relação amadurecer serenamente.

Se será com um homem, ou com uma mulher, só depois poderei lhes contar. Para mim, o que importa é sentir as borboletas batendo asas na barriga e a vontade de engolir aquela pessoa inteira, impressionada com o que quer que seja que venha dela.

Não me importo com grana ou posição social: quero é me apaixonar de novo. Arrependimento só o de ter saído do armário para minha mãe. Eu poderia tê-la poupado disto tudo.

Cecília Amarante 

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Mais mulheres, mais eficiência


Vocês sabiam que equipes de trabalho com mais mulheres do que homens apresentam resultados melhores? Pois fique sabendo. Só clicar aqui para ler mais a respeito.

Beijos a todos, Feliz Páscoa,

Isabela – A Casada 

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Uma nova empreitada

Faz uns dois meses que tudo mudou novamente na minha vida. Por mais que tenha retornado à minha terra e mesmo estando em um local de trabalho onde já havia estado, não deixou de ser uma grande mudança (de novo). Já muitas vezes me questionei por que fico tanto de lá pra cá e não paro em lugar algum (casa, cidade, emprego). Mas já faz tempo que percebi que é justamente isso que move a minha existência e dá sentido à minha vida. Entendi que nem sempre uma rotina certinha é sinônimo de felicidade para todos.

E foi nesta toada que decidi mexer ainda mais no que já me parecia corriqueiro e automático. Cismei de aprender um esporte do zero, depois de anos no esquema corre-nada-pedala-pesos. Os anos em São Paulo e as atividades mais confinadas me jogaram para o ar livre. E foi seguindo esses sentimentos e tentando respeitar meu momento, meu corpo e minha inspiração, que conheci o tênis. "Você sabe jogar?", me questionou o professor na primeira aula. "Nunca pisei numa quadra de tênis antes", avisei, percebendo a cara de preocupação dele diante de uma não tão jovem nova aluna.

Mas encarei o constrangimento de não conseguir acertar uma única bola, lançando várias a perder de vista. Aguentei as broncas (o professor leva mesmo tudo muito a sério): "Patrícia, está me ouvindo? Já disse que não é assim". E nem me importei de correr como uma pata choca atrás daquela bendita bolinha. Até tenho sonhado que estou arrebentando com ela com minha raquete e fazendo um ponto lindo no adversário.

Passada a vergonha dos primeiros treinos e sentindo meu corpo se adaptar aos novos movimentos (no início tudo aquilo me parecia muitas vezes impossível), já me sinto uma quase-tenista. Continuo sem grandes pretensões no esporte. Mas a sensação de desafiar a inércia (não aquela do movimento zero, mas do constante) me dá mais confiança, mais coragem e oxigena a minha mente. Tenho muito a avançar, mas ter começado algo totalmente novo mais uma vez me move e inspira meus dias. No meu último aniversário, como não poderia deixar de ser, raquetes e bolinhas foram meu mais festejado presente.

Patrícia, A Solteira-Guga

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Por que homens e mulheres traem?



Caberia uma única resposta para a pergunta título deste post, baseado no livro homônimo de Mirian Goldenberg, antropóloga, escritora e musa? Não, não caberia. Cada pessoa é um mundo e tem lá os seus motivos para agir dessa ou daquela maneira. O mérito do trabalho de Mirian é lançar luzes muito interessantes sobre o assunto, promover reflexões e apresentar relatos. Tudo baseado nos estudos dela.

Antes de entrarmos no tema da traição propriamente dito, eu gostaria de registrar que a obra vale a leitura também por ser muito bem escrita, capaz de prender a atenção (não é para quem quer, eu acho). Isso sem falar que as pesquisas e debates são permeados pela história real de uma mulher, Mônica, cuja saga me deixou bastante tocada. Torço por ela.

Mas vamos aos fatos. De acordo com a autora, os cinco motivos mais citados pelos homens para traírem suas parceiras foram: crise do casamento, crise pessoal, natureza masculina, essência masculina e ser poligâmico por natureza. Do nosso lado, as principais razões apontadas para pular a cerca foram insatisfação com o parceiro, defeitos do parceiro, crise no relacionamento, problemas no relacionamento e rotina. Resumo da ópera: conforme os entrevistados de Mirian, eles têm na “falta de compreensão” o problema básico no relacionamento, enquanto nós sentimos a falta de intimidade com os nossos pares. Essas seriam as bases da insatisfação que leva à traição.

Querem mais? Com a palavra, Miss Goldenberg: “Do lado feminino, a ânsia por intimidade. Do masculino, a busca por compreensão. Talvez aqui, neste descompasso entre os desejos femininos e masculinos, esteja a chave para compreender a questão da infidelidade”.

Eu achei perfeito, uma boa referência para que a gente possa se entender melhor e refletir sobre esse papo de traição.

Vocês concordam? Vamos debater o assunto nos comentários? Por que homens e mulheres traem?

Isabela – A Casada 

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Resultado da Promoção: O Homem Lésbico



Batido o martelo: o ganhador da promoção “O Homem Lésbico” é o Andarilho ou Emilio Yamane, de Florianópolis, Santa Catarina. Segue a resposta dele para a nossa pergunta: 

Em que situações os homens deveriam ser assim, um pouco lésbicos?

Sempre. Ou pelo menos sempre que quiserem entender melhor, se colocarem no lugar de uma mulher, saber o que se passa na cabecinha delas, sobretudo na hora de conquistá-las.... o que é praticamente toda hora. E sendo lésbica, com a vantagem de não deixar de gostar de mulher. =P

Parabéns, Andarilho! Obrigada a todos os participantes, foi difícil escolher, só vieram reflexões bacanas sobre o tema.

O prêmio, o livro “O Homem Lésbico”, de Helio Santos, será enviado pelo Correio até o dia 9 de abril, conforme as regras da disputa. Com todo o carinho, claro.

Beijos a todos,

O Trio 

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Ah, que lindo comendo macarrão!

Gente apaixonada é assim, insuportável. Tenho uma amiga que vive dizendo: “Hoje não estou a fim de ambiente com casais apaixonados”. E eu entendo. Eles não desgrudam (porque mais do que dois minutos sem se tocar já é motivo de saudade). Os olhares cruzados todo o tempo, como se nada mais interessante houvesse em volta. E os beijos... Lentos, roçantes, molhados, entremeados por cheiros, infindáveis... E o papo só gira em torno das qualidades de um e de outro. “Sabia que ele sabe tocar violão”? E os sorrisos... Abertos, exagerados e jogando a cabeça para trás. Ao comerem, trocam beijos mesmo com as bocas sujas de molho. “Argh”, diriam. Mas, para eles, a necessidade de um beijo a cada segundo é muito maior, por isso, simplesmente se esquecem das etiquetas. Além disso, acham um ao outro simplesmente irresistíveis mastigando. “Ah, que lindo que você fica comendo macarrão!”. E vivem limpando a boquinha um do outro com o guardanapo, bem lentamente, e mantendo o olho no olho. Entram numa espécie de catarse com este simples gesto.

Definitivamente, ficam ridículos para o resto da humanidade não-apaixonada. E o humor? Nunca perdem a paciência. Acham tão bonitinho um ao outro nervoso que esquecem porque um ou outro estava nervoso. Agarram-se no supermercado, no semáforo fechado, no restaurante, no consultório, no portão. Simplesmente não se pode virar as costas para esse tipo de gente que, pronto, estão lá já atracados.

E assim circulam... Circulam, não, flutuam, como se só o hoje existisse. Que bom seria se este estado de graça dos primeiros momentos de paixonite aguda permanecesse. Mas já que não é assim, melhor esquecer o restante da humanidade mesmo. Afinal, tem coisa melhor do que querer estar dia e noite grudado em alguém? Morrer de rir do sem graça? Achar lindo um desajeito? Charmoso um desalinho? Não enxergar a olheira, os pés sujos, o furo na camiseta, a maquiagem borrada, a unha lascada, uma gordurinha aqui e ali. Ganhar presentes, flores, poesias, torpedos, emails, bilhetes, chocolates. Ai... ai... Uma semana cheia de amor para todos vocês. <3 <3 <3 <3 <3 <3 <3 <3 <3 <3 <3 <3 <3 <3 <3 <3

Patrícia, A Solteira

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