Quando se é uma ilha

Neste momento, estou ilhada. Numa sala de escritório, ar condicionado bombando, mil coisas para fazer. São quase oito e meia da noite. Numa nesga de tempo, escrevo estas ilhas, digo, linhas. Estou totalmente incomunicável. Há dois dias, meu laptop caseiro resolveu rebelar-se e, do nada, não me deixa mais entrar. Simplesmente não aceita a senha que digito de olhos fechados.

Será que me enganei? Tento de novo e vem a resposta: bloqueado! Como assim?, me pergunto. Desconfio que seja vírus, até agora não tenho esta resposta. Computadores são a prova cabal da impotência dos que detestam manuais. Apenas gostaríamos que ele funcionasse direito e para todo o sempre. Afinal, a tecnologia existe para isso, e não para nos criar mais problemas.

O computador tem dormido aqui no escritório. Na espera de ajuda dos mais entendidos, que vão te socorrer na amizade. Uma hora este momento vai chegar. Depois de passada a raiva, vem o consolo. Pelo menos, fico menos tempo diante da máquina. Que claro, será substituída por outra, a televisão; uma cachacinha que hora nos faz rir, ora nos faz relaxar, e em outras tantas nos provoca alguns sentimentos nobres, às vezes, outros tantos impublicáveis.

Uma pilha de livros me espera na cabeceira. Há os livros da aula de espanhol também. Feliz era o Wilson em sua ilha de náufrago. Já nesta daqui, o computador pode ser substituído, mas ainda continua fazendo falta. E a água de coco vem em caixinhas.

Giovana - está solteira

PS: mais uma foto da série Cuba. Chegada na ilha das iguanas, em Cayo Largo, durante passeio de barco

Leia Mais

Melhor que novela


O texto de hoje foi escrito pela nossa leitora Luciana. E fala sobre o fato de que, até nas horas mais complicadas, surpresas agradáveis podem acontecer, a gente nunca sabe. Fiquem na companhia dela. Beijos, Lu, super obrigada por ter escrito. E por ser nossa leitora, viu? Uma fofa você.


Besos,


Isabela – A Divorciada


Foi com um susto que tudo começou. Com o medo de que algo acontecesse à pessoa que mais amo na vida (e que me deu a vida). E assim, em plena noite de sábado, fomos nós parar num pronto-socorro. Tudo bem que havia muito tempo que essa minha carinha alva não via a rua numa noite de sábado (sim, ando numa fase, digamos, introspectiva). Mas ir a um hospital é sempre algo longe de ser agradável.

Na sala do pronto-socorro, esperamos uns 40 minutos. A TV, ligada em Viver a Vida, ajudava minha mamys, eu e as outras nove ou dez pessoas a nos distrair. Foi assim, vendo Helena, Luciana, Bruno, Miguel (ai, Dr. Miguel...) e cia., que esperamos a entrada no consultório. E logo veio de lá o chamado pela minha mãe. E entramos.

Ou aquela porta de vidro era um portal mágico ou a vida é bem mais generosa que Manoel Carlos. Gente, o médico era o tipo do Dr. Miguel. Jovem, magro, alto com aquele jeito “comprido”, cabelos escuros (mas com um ou outro grisalho), sorriso largo, bela voz, simpático... e ainda mais bonito (e sem aliança no dedo)!! Jesus, me abane: acho que sou eu que estou passando mal!!

Pois é, minha gente: eu, que nunca deixo de criticar essas perfeições de ficção (“até parece que existe médico assim!”), fui obrigada (obrigada, Deus, obrigada!!) a reconhecer que a vida real pode ser muuiiittoooo melhor que a novela. Muito melhor, mais ou menos, né: se eu fosse bela como a Luciana de Viver a Vida talvez não tivesse saído de lá levando apenas meus suspiros para casa.

Mas, como a esperança é a última que morre e apesar das surras da vida eu sou romântica até dentro de um pronto-socorro, levei também a alegria de ver que, quando eu pegava o meu carrinho, o médico gato-tudo-de-bom-que-bom-que-ele-existe foi até a porta de vidro do pronto-socorro e olhou disfarçadamente pro lado de fora antes de pegar um copo de água no bebedouro e atender ao próximo paciente...

Luciana – A Leitora

Leia Mais

Os homens que fazem nossos sonhos possíveis


Fui ver Um Sonho Possível com a Divorciada. O filme que deu o Oscar à Sandra Bullock quase me fez chorar. Mas é tão up e otimista que me fez mesmo foi é sorrir. Além dos personagens maravilhosos como o da própria Bullock, o Big Mike e o filho figura SJ – quero aquele menino para mim! – um personagem menos importante me chamou a atenção: o marido. Um cara milionário daqueles podia simplesmente ter internado a mulher. Onde já se viu, levar um baita homenzarrão daqueles, de procedência absolutamente desconhecida, que mal fala, para dentro de casa? Com duas crianças pequenas? Qualquer um acharia que a mulher tinha pirado de vez.

Claro que ele vai cedendo aos poucos, conforme as situações vão se apresentando. E como conhece a mulher, confia na intuição dela. O resultado poderia ter sido desastroso. Mas é mais que feliz. Big Mike é uma Cinderela versão masculina e negra.

Isso me fez lembrar uma história que aconteceu comigo há uns anos atrás. Em 2006, eu “adotei” uma menina do interior de Minas. Cuidava dela a distância. Ela era de uma cidadezinha perto de Teófilo Otoni e sua situação era aquele típico retrato da miséria brasileira: pai preso, mãe desempregada, irmãzinha com fome. Tudo começou porque ela mandou uma carta para a Revista Época, onde eu trabalhava naquele momento, pedindo ajuda para comprar material escolar. Eu roubei a carta para mim porque sabia que ela seria jogada fora.

A carta era de uma dramaticidade até exagerada para uma menina de oito anos. Mas era muito bonitinha. Como era Natal (de 2005), ela contestava a existência de Papai Noel e dizia que ele só existia para crianças ricas. Fiquei arrasada. Comprei o material escolar dela e enviei por Sedex. Depois disso, foram dois anos de correspondência intensa. E volta e meia lá estava eu comprando livros, cadernos, bonecas, mochilas e até uma chapinha de cabelo para a mãe dela ganhar um troco. Em retribuição, ela me mandou uma caneta que o pai dela fez na cadeia na qual estava escrito “Jesus te ama”. Guardei na minha caixinha de preciosidades sem nenhum valor.

Um dia, Charlie falou – tirando o maior sarro – que era capaz de eu trazer aquelas meninas para dentro de casa. E que nossa casa poderia se tornar um mini acampamento do MST. Fiquei triste e fui conversar com ele. Perguntei se ele achava que aquilo tudo era mesmo uma grande besteira. Se o fato de eu estar sempre atendendo os pedidos da menina era ruim, um ato estúpido, de gente culpada. Se eu estava me iludindo que aquilo poderia estar fazendo alguma diferença na vida delas. E se ele me achava meio inconsequente por trocar cartas com meninas desconhecidas, com o pai preso, usando o endereço de casa.

Ele me olhou cheio de ternura e disse: claro que não. Se você confia que esse é um bom caminho e que está fazendo alguém feliz, eu confio em você e sei que você está fazendo isso porque realmente acredita. Honestamente não sei como ele reagiria se de fato um dia eu as levasse para casa. Talvez não concordasse com algo tão radical. Talvez me expulsasse de casa com elas, rs. Mas ele confiar na minha intuição foi uma prova de amor linda.

Pouco tempo depois, elas pararam de me escrever. Não responderam mais. E minha vida também virou uma confusão. Mas acredito que aquele encontro por cartas teve sua razão de ser durante aqueles dois anos.

Débora – A Descasada

Leia Mais

Ciúme e morte no caso Isabella


Além do óbvio, ou seja, do assassinato de uma criança de cinco anos com tanta crueldade, o ponto que mais me chocou no caso Isabella foi o fato de que essa tragédia começou com o ciúme de uma mulher. Condenada a 26 anos de prisão hoje de madrugada, foi Anna Carolina Jatobá quem deu início às agressões contra a menina. E isso porque não conseguia lidar com a insegurança que sentia em relação à ex do marido, Alexandre Nardoni, esse condenado a 31 anos.

O crime é uma prova do que duas pessoas muito más podem fazer juntas. Ela bateu e esganou. Ele, o próprio pai, arrematou o show de horror atirando a filha pela janela, num ato que arrepia a mim e a qualquer um só de ver as simulações elaboradas pelas emissoras de TV, com animações representando os envolvidos. Uma prova de ruindade e descontrole, ciúme que leva alguém a descer o mais fundo na escala da inconsequência e da falta de humanidade.

Por que nada foi feito antes? Por que essa moça nunca procurou tratamento? Por que Alexandre nunca atinou para o descontrole de sua segunda mulher? Onde estavam os familiares desse casal, que nunca se deram conta de que tantos e tantos problemas podiam resultar em atitudes graves, gravíssimas assim?

A notícia da condenação, claro, serviu como conforto mínimo para todos que se comoveram com o crime (e quem não se comoveu?). Mas fica o alerta vermelho: ciúme mata. E todo mundo que se vê no limite deve procurar ajuda e ser ajudado antes que seja tarde demais.

Isabela – A Divorciada

Leia Mais

A romântica Simone de Beauvoir




Aviso aos navegantes: este é um post para os muito românticos. Para aqueles que sentem e têm vontade de dizer. A ponto de se perguntar se não tem açúcar demais na receita do bolo. Eu sou assim. E descobri que Simone de Beauvoir, intelectual-símbolo do pensamento feminista, também era. Tanto que as suas explosões de paixão renderam um livro lindo, cuja leitura retomei esta semana: Cartas a Nelson Algren – Um amor Transatlântico 1947-1964. Na obra, que reúne as missivas de Simone para aquele que teria sido o seu grande amor, o escritor americano Nelson Algren (com ela na foto acima), está registrado todo o sentimento de uma mulher apaixonada. E muito mais. É claro que eu tinha que compartilhar isso com vocês. Pelo menos alguns trechinhos:

“Gostaria de lhe dar tanta felicidade quanto amor, e você, sem dúvida, seria o mais feliz dos mortais, se eu pudesse transformar o meu amor em felicidade para você.”

“Preciso estar segura de que você não é um sonho confuso. Você não se desvanece de modo algum, mas às vezes tenho dificuldade de me convencer de que você é uma realidade de carne e osso, de que não estou contando a mim mesma um conto de fadas. Meu distante, silencioso, marido de sonho, sinto-me na obrigação de acreditar em você do mesmo modo que tinha fé em Deus quando era menina. A diferença é que com você não haverá decepção, um dia você me apertará de novo em seus braços e nossos lábios se encontrarão”.

“Que carta adorável, fiquei tão agitada de amor que não preguei os olhos a noite toda, nem consegui trabalhar durante o dia. Sonhei com você, de olhos fechados e depois com eles bem abertos. Sinto demais a sua falta.”

“Ontem à noite contei para mim mesma um belo conto, nossa história completa, desde nosso primeiro encontro no pequeno café até nossa última separação. É uma bela história, Nelson, meu amor. Que sorte possuir lembranças como essas, esperanças como essas. Boa-noite. Sinto-me bem, no calor, deitada em seus braços quentes, junto de seu coração quente, sou sua rã, sua amiga, sua mulher”.

Beijos, gente. Que o final de semana seja romântico para nós todos.

Isabela – A Divorciada

PS: Quer saber mais sobre Simone de Beauvoir? Vale a pena reler o Mulheres que Amamos Amar escrito pela nossa super leitora Márcia Albuquerque em julho do ano passado. Falando nisso, beijão, Márcia!

Leia Mais

Por que amo o Dr. Wilson


É verdade, o House é um tremendo de um charmoso. Olhos lindos, grandão, sarcástico e extremamente inteligente. Mas é chato, carente, infantil, imaturo, grosseiro e perverso. E miserable, claro. Já o James Wilson, o ‘caro Watson’ do maluco House, é tudo o que eu admiro em um homem. Fofo, querido, tranquilo, sarcástico na medida certa, coxinha, tem prazer no que faz, também é extremamente inteligente e romântico – dá até para acreditar que a Amber virou uma boa moça depois que começou a namorar com ele.

O Wilson acredita no amor. Afinal, foi casado três vezes (fato até meio estranho para um coxinha) e se apaixona com uma certa facilidade. E acredita também no amor universal, ao próximo, naquele amor que transforma as pessoas. Tipo de amor raro e que eu mais admiro em alguém. Por isso nunca abandona seu amigo insuportável – mesmo quando esse só faz sacaneá-lo. O Wilson parece um grande trouxa. Mas não é. Dr. Wilson é uma grande alma. Ele acredita no ser humano. Até no pior deles. E está sempre disponível para os outros. Não sabe ser rude.

E ele tem aqueles olhinhos miúdos e meio caídos que me lembram um cachorrinho pedindo colo. Cabelinho sempre arrumado, roupa social e sala impecável – alguém já reparou no ursinho de pelúcia vestido de médico que fica atrás dele? (foto!) É o oncologista mais fofo da ficção!

Dr. Wilson, quer namorar comigo??

Só não vou querer dividir sua guarda com o House, viu?

Débora – A Descasada e futura namorada de Dr. Wilson

ps: sorry, gato, mas ele é o meu amor só na ficção

Leia Mais

Charme por vias tortas

A bengala imprime um jeito muito pessoal no andar. Longe de lhe dar limites, o problema no joelho faz com que sua língua não conheça outra coisa senão o sarcasmo; que nos planta aquela semente do amor e ódio e torna o doutor House tão irresistível. Às vezes, ele diz o que gostaríamos de expressar. Outras vezes, ele diz o que não gostaríamos de revelar, mas deveríamos. Ok, que fosse de outra maneira.

House anda de moto. Porém isto está longe de ganhar os holofotes. Não lembro de nenhuma cena dele desfilando pelas ruas montado na sua duas rodas. Se houve, não ficou registrado no meu HD. Aliás, se algum fã mais assíduo lembrar desta cena, por favor, conte aqui. É sempre ele embarcado na moto parada; prestes a sair, no hospital já com a jaqueta de motoqueiro; ele vai sair, ou em casa; depois da motoca. Ele anda de moto quando deveria ser o último mortal a fazê-lo. Só isso já basta. Para muitas mulheres, isso o deixa ainda mais interessante. Me incluo neste grupo, fazer o quê?

House é a síntese do inconsciente feminino: será que ele seria mais feliz comigo? Perguntinha mais ingrata, que passa nem que seja só por um segundo na cabeça de qualquer uma de nós. Nem que seja como quem só molha o dedinho na água gelada da piscina e já sai correndo. Xô! Mas, meu Deus, esta ideia parece fazer parte do nosso DNA.

Neste caso, seria uma jornada quixotesca, aliás, há muitas "Don Quixote" de saias que não me deixam mentir. Mesmo que, só mais tarde, lhes tenham caído a ficha de que escalaram a si mesmas para uma missão impossível. Nestes horas, vale pensar que mais vale o caminho que o porto de chegada.

No caso de você ter um House na sua vida, aí está uma boa oportunidade de treinar o raciocínio rápido e afiar-se na retórica. Atração cerebral é o xeque-mate quando acompanhada de outros itens de interesse, e costuma ser duradoura.

Giovana - está solteira

PS: Este post nasceu de um papo cabeça entre solteira saltitante e descasada saltimbanca. Dé, manda aí o seu Wilsoooon! Ele também tem o seu charme. :O)

Leia Mais

A Casa de Helena


Estou de volta ao mundo das novelas das oito, que antes não podia ver por estar trabalhando no horário em que elas vão ao ar. Ou melhor, tentando, já que, convenhamos, Viver a vida é um tanto quanto chata. Por mais que me esforce, ainda não consegui ver um capítulo inteiro sem cochilar. Seja como for, os últimos acontecimentos da trama me fizeram pensar em como é doce ser uma divorciada de Manoel Carlos.

Vejamos a Helena: protagonista e recém divorciada, a personagem de Taís Araújo mal saiu da casa do agora ex-marido e já está numa boa, feliz da vida na ótima companhia de Bruno (Thiago Lacerda). Sem crise, sem neura, que aquelas caras assim meio tristes não me convenceram não. Ele, gato e fofo total, não parece nada assustado em encarar uma neo-separada, comportamento de 90% dos homens diante de uma mulher que acabou de sair de um casamento. Para muitos, nos primeiros dois, três, quatro meses de separação, nós somos praticamente casadas. Tenho vários relatos do tipo para contar aqui, mas isso já é assunto para outro post.

Por ora, ativista que sou, defendo que o autor de Viver a Vida ajude a estender a todas as divorciadas do Brasil as comodidades da telinha. Por que não desenvolver um trabalho social, criando uma ONG que ajude a promover encontros entre descasadas e clones do Thiago Lacerda? Todos absolutamente incríveis, evidentemente? Podia até se chamar Casa de Helena, hahahaha!!!!

Sou completamente a favor de divorciadas que arrasem dando a volta por cima nas novelas, servindo de exemplo para muita gente, mas, se é para pintar o mundo de rosa, vamos fazer direito, Manoel Carlos.

Casa de Helena já!!!! Hahahaha!!!

Beijos,

Isabela – A Divorciada

Leia Mais

Prêmio sem noção do ano*

Essa aconteceu na semana passada com uma das minhas melhores amigas. Ela foi a uma festa com um casal de amigos. Chegando lá, reencontrou um cara que ela conheceu no ano passado e que foi apresentado a ela – naquela ocasião – como um affair em potencial. Vamos chamá-lo de Pedro. Acabou que naquele dia ela ficou com outro cara, amigo do Pedro. E namorou com ele um tempinho. Não deu certo e cada um seguiu seu caminho.

O tempo passou e ela reencontrou o Pedro na festa da semana passada. O casal foi embora e ela quis ficar porque o clima tava bacana. Ela até batia um papo ora aqui ora acolá com o Pedro, mas nada demais. Ela absolutamente não estava afim de ficar com ele. Pedro, no entanto, talvez por se achar irresistível demais, tinha certeza de que a noite estava ganha.

Quando ela disse que iria embora, ele disse: ah, também vou indo. Na saída da balada, ela disse tchau. E ele: você está de carro? Ela respondeu que não e que ia pegar um táxi. Ele ofereceu carona. Ela negou. Ele insistiu, ela aceitou. Quando entraram no carro, ele a agarrou e tentou beijá-la. Ela o afastou e disse: opa, opa, opa, acho que alguma coisa não ficou clara. E ele: ué, você não está afim? (Como quem diz “Ei, como assim alguém não quer ficar comigo?”).

Ela disse que não, que ainda pensava um pouco no amigo dele e que achava que não tinha nada a ver aquilo. Aí ele soltou a pérola da noite parte I:

- Você é uma idiota de pensar nele ainda. Ele já está em outra faz tempo, ele já se resolveu quanto a isso. Não me venha com moralzinha! Só porque ele é meu amigo...sei.

Ela, ainda estado de choque pelo “idiota”, pensou em abrir a porta do carro com ele em movimento. E eis que ela se dá conta de que ele não está indo para a direção da casa dela. Ela começou a ficar com medo. Ele abre uma garagem, entra, estaciona o carro e diz como se não tivesse acontecido nada:

- Quer me ver tocando baixo? Eu toco meio mal, mas quero te mostrar mesmo assim...

COMO ASSIM??

Minha amiga, se sentindo mais que idiota, perguntou:

- Você me trouxe para sua casa depois de eu ter me recusado a te beijar e depois de você ter me chamado de idiota?

Ele, bravo, disse: “Não quer nem subir? Quer ir direto para sua casa?”

Ela respondeu que sim. E se lamentou por não ter ido embora com os amigos. No que ele respondeu:

- Também acho! Deveria ter ido com eles.

Isso que é saber conquistar uma mulher, hã?

Como diria minha outra grande amiga, pa-ra-béeeens!

Minha amiga ainda está em estado de choque. E rezando para não reencontrar Pedro e nem conhecer outros Pedros mundo afora.

Débora – A Descasada

*E olha que ainda estamos em março!

Leia Mais

A glória de um dia inútil

Não quero compromisso com nada, e dei folga para o relógio. Os domingos são inevitáveis, então, para que não baixe aquela deprê de que amanhã é segunda, a melhor coisa é libertar este dia um tanto ingrato da obrigação de ser incrível.

Chanel odiava domingos. Provavelmente, achava este dia da semana totalmente dispensável. Faz sentido isso. As opções de lazer diminuem, proporcionalmente ao número de carros nas ruas, um ponto positivo. Adoro acordar e ouvir aquele silêncio de dia "inútil". Isso tem um efeito totalmente relax na minha cabeça....

O dia que abre a semana é preguiçoso por direito e decreto. E em outros lugares do mundo, isso se segue ainda mais à risca. Qual a surpresa de muitos que viajam para o exterior e curtem domingos onde parece que até as pessoas tiraram o dia de folga do planeta? Quer um restaurante? Não tem. Quer uma drogaria? Boa parte fechada.

Há cidades por aí que nem o supermercado abre. Não fez as suas compras? Periga passar o domingo com a geladeira vazia. E, detalhe: nestes lugares, absurdo é ter estabelecimentos abertos aos domingos. O que também faz todo o sentido, embora meu lado comodista refute isto ao máximo. Afinal, os solteiros e solteiras hão de concordar: há um prazer especial de ir ao supermercado e comprar um queijo mais especial, uns ingredientes chiques para o molho da massa que você vai preparar logo mais, seja sozinho ou acompanhado.

Claro que isso também pode ser feito por quem está namorando, casado ou enrolado, antes que alguém levante a bandeira. Mas já repararam como há cada vez mais opções de porções individuais por aí? E, com o perdão da inconfidência: o pote de Haagen-Daaz Doce Leite que estará na sua geladeira com a única missão de esperar você é, ou não é, a glória?

Giovana - está solteira

PS: a foto que ilustra este post é da Praia Sirena, Cayo Largo, Cuba. O país foi endereço de uns dias de folga recentemente. Em breve, conto mais detalhes.

Leia Mais

Na sala com Danuza


Adoro Danuza Leão. E por motivos mil, que hei de explicar num post futuro aqui, talvez um Mulheres que amamos amar, quem sabe? Não demora, prometo. Enquanto isso, divido com vocês os melhores trechos do delicioso Na sala com Danuza, que li essa semana. Comprei uma edição de bolso, daquelas baratinhas (paguei R$ 16) e amei. Fluente, gostoso de ler, parece que estamos conversando por horas com uma mulher mais velha, mais engraçada, mais descolada, mais sábia. Em tese, o livro seria um breve manual de etiqueta, mas no fundo, não é não. Trata-se de um compilado de considerações da autora sobre o comportamento alheio. Abaixo, algumas das minhas passagens prediletas:

· Tenha coragem para passar um rodo na sua vida e tirar dela, definitivamente: os que não têm mais nada a ver com você; os deprimidos por opção; os que você aturava quando era uma idiota e não aguenta mais.
· Se quiser que o mundo saiba de uma determinada história, escolha a pessoa certa, conte e peça segredo absoluto. Faça-a jurar pela mãe, pela alma da mãe, se for o caso, para reiterar a gravidade do sigilo. É tiro e queda.
· Se você descobriu- sem sombra de dúvida- que sua amiga e confidente se fez mais do que engraçadinha com o seu marido- em alguns casos, vale também para ex-marido- corte direto, sem perdão. Já que não pode matá-la, o que seria o ideal, rompa, ignore-a, nunca mais a cumprimente. Há certos crimes que não prescrevem- e traição de amiga é um deles.
· Não se preocupe com a moda, mas seja obsessiva com a elegância.
· A primeira coisa que um hóspede deve deixar clara é até quando vai ficar. Antes da chegada, de preferência.
· Palitos. Não devia nem falar, mas vou. Nem pensar, mas nem pensar mesmo. Só escondido, trancado no banheiro, luz apagada.
· Se descobrir que aquele homem maravilhoso que você conheceu em Nova York e com quem combinou de se encontrar em Paris – e a passagem já está na sua bolsa- é casado, desista da viagem. E dele.
· Se você vai ter uma conversa daquelas definitivas com seu namorado, nada de tênis. Um bom salto alto vai te dar outra moral.

Gostaram? Bueno, seja como for, um final de semana chiquérrimo para nós todos.

Beijos,

Isabela – A Divorciada

Leia Mais

Meu primeiro kit de maquiagem!

Ok, ok. Eu já tenho 30 anos. Eu sei. E isso parece post de menina de 13 anos. Ou de doze. Mas é que isso é realmente um fato na minha vida. Depois de ter feito a promessa das unhas vermelhas de 2008 para 2009, agora é a vez de pintar o rosto. Comprei uma base-pó, uma sombra, um blush (aí eu fui loooonge!!) e um batom novo. O único batom que eu tinha eu dei para a minha comadre no aeroporto, antes de ela ir para a Itália, quando ela se deu conta de que tinha esquecido de por batom na mala.

Mais orgulho que que comprar o kit foi descobrir que eu consigo passar sozinha. A paciente mocinha do Boticário me ensinou passo a passo.

Aí chegou a hora do lápis...eu tentei, tentei e descobri que sofro de misto de Parkinson precoce com cegueira do olho direito. Ou seja, a risquinha do olho esquerdo parecia um zigue-zague. Saí da loja sem o lápis e com o olho todo borrado.

Mas tudo bem. Um passinho de cada vez rumo à vida adulta, há!

Bom final de semana a todos!!

Débora – A Descasada

Ps: E o próximo passo seria usar roupa de oncinha?

Ps2: Gio, tá orgulhosa de mim ou não tá??

Leia Mais

Salvem as onças


Tudo começou com um inocente lencinho. Daqueles fininhos, que fazem as vezes de cachecol em dias não muito frios. Achei que aquela peça seria suficiente para matar a minha vontade. Ledo engano: de lá para cá, eu só fiquei ainda mais fissurada nas estampas de oncinha. Aquela curiosidade de ter no armário um acessório inusitado diante da maior parte do meu figurino virou mania. Estar oncinha no visual é estar meio brega, meio chique, meio diferente (mesmo que tanta gente use), mas acima de tudo, divertida. Sentir-se brincando um pouco ao sair de casa.

Passados alguns meses da minha iniciação, já tenho no armário um vestido (chiquérrimo, de tecido fino, dá para usar até num casamento pela manhã) e uma saia fofa com fundo amarelado e pintas pretas. Todo dia tenho vontade de aumentar o acervo e quase compro alguma coisa: um vestido longo de malha, uma sapatilha, uma sandália, uma bonequinha da Hello Kity vestida como tal, uma camiseta... Enquanto não desenvolvo um método mais eficiente de controle de impulsos, como levar algemas na bolsa para não conseguir pegar a carteira, deixar o cartão de crédito em casa ou entrar para os Viciados em Estampas de Oncinha Anônimos, aquieto a minha ansiedade dizendo para mim mesma: para ou vai acabar se transformando numa personagem, sua maluca.

Sabem o que é mais curioso? Muitos dos que me orientavam a ser cautelosa acabaram aderindo à minha fixação. Guarda Belo, meu digníssimo namorado, outrora dedicado em dizer “cuidado, Bela, pode ficar over”, foi um dos que não resistiram. Tanto que me presenteou, recentemente, com duas peças fofas com a estampa: um pufe e uma caixa de bombons com uma garrafinha de licor. Tudo de oncinha. Não é o máximo?

Eu acho. Tanto que seguirei de olho no vício, mas também não quero parar. A gata que mora em mim é sim uma mulher interessante. E tem me divertido muito ultimamente.

Beijos, Guarda Belo.

Beijos, gente. Felinos e felinas do meu coração.

Salvem as onças, hahaha!!!!

Isabela – A Divorciada

Leia Mais

A megera

Outro dia, recebi um recado enigmático. Algo tipo "Tenho uma boa notícia. Beijo, me liga". Fiquei intrigada. O que seria? Não quis retornar de imediato, fiquei pensando um bom tempo a razão da mensagem. Não falava há tempos com o remetente, que inclusive mora em outra cidade. O recado tinha chegado do nada e, cá entre nós, detesto mensagem pela metade. Ou liga e fala ou não manda aviso de três linhas.

Pensei em deixar para lá até fazer uma conexão esdrúxula. E se o tal recado é, na verdade, uma má notícia? Não para mim, mas para outra pessoa. Fiquei paralisada. Nestas horas é que a gente sabe mesmo o que os outros pensam da gente. Será que a pessoa em questão acha que vou ficar feliz por saber que alguém se deu mal? - "Seu ex foi traído", "aquela ex-chefe que você não se dava bem foi demitida", coisas do gênero. Sim, porque não falta gente que adora passar adiante a desgraça alheia.

"Se for alguma coisa do gênero, então, não vou ligar mesmo. Não quero nem saber". Só que fiquei totalmente passada com essa possibilidade. Então, resolvi investigar. Não poderia ficar em paz com o fato de alguém me achar tão megera assim. Dei uns três telefonemas para sentir o terreno e, pelos indícios, nenhuma das conexões esdrúxulas parecia se confirmar.

Bom, então vamos à prova final. Retornei a mensagem. A voz animada do outro lado da linha até tentou me fazer um suspense. " Vou te fazer uma única pergunta?". Disse para mandar ver, o que era afinal de contas já me consumia de curiosidade.

"Você tem vontade de voltar para o Rio?"

"Nenhuma", respondi.

O recado era uma dessas coisas da vida que acontecem com o intuito de fazer a gente mudar. Pelo menos, serviu para confirmar que estou no caminho certo. E que, ao menos, não pareço tão megera assim.

Giovana - está Solteira

Leia Mais

Quebrando protocolos

Ele era o único de calça jeans naquele casamento mega tradicional. Ela tinha uma flor gigante e vermelha na cabeça. Era o casal que mais dançava na festa. A ruivinha e a outra baixinha se estapearam pelo buquê. E decidiram que iam repartir as flores. A noiva concordou. O noivo jogou uma garrafa de whisky para os homens – e a moça de flor vermelha na cabeça quis disputar com eles. Foi chutada por um dos coxinhas engravatados.

A da flor e a outra baixinha perseguiram os câmeras para aparecerem dançando no vídeo. E fizeram um rebolation em homenagem aos noivos. A outra outra baixinha queria beliscar a bunda do câmera. O marido dela a segurou a tempo. O da calça jeans abraçava a grandona e a outra grandinha e saia pulando com elas. A da flor e a ruiva faziam paradas seguidas no postinho da caipirinha.

A noiva e o noivo não fizeram questão nenhuma daquela chatice de cumprimentar cada mesa. Preferiram dançar a noite toda. Mandaram bem. Mandaram bem também no Coldplay e U2 na igreja. E a ruiva mandou bem quando gritou “LINDAAA” quando a noiva passou, arrancando olhares de “oh! Vergonha alheia” da arquibancada.

Os noivos quebraram protocolos. E a nossa turminha também.

Assim que é bom de participar de um casamento!

Débora – A Descasada que adora uma festa de casamento

Leia Mais

Vou te contar um Segredo

Ganhei de uma grande amiga o livro "O Segredo". Tudo bem, temos aí um atraso de dois anos sobre este assunto. Mas livro é para ser devorado não importa quando e este é o hit de cabeceira aqui em casa no momento. De leitura rápida, a obra tem um quê de viajante em várias passagens. Porém, em muitas horas consegui rever diversas situações pessoais, tanto as das escolhas acertadas quanto aquelas em que não fui muito feliz nas decisões.

E comecei a achar o livro para lá de divertido. Aliás, continuo achando. A história do cheque que você preenche com o valor em dinheiro que deseja atrair para a sua vida é sensacional. Prometo que vou caprichar na quantia, e será em euros ou libras esterlinas porque não sou boba.

Agora, sabe no quê também andei pensando? O livro diz que pensamentos repetidos geram as situações que vivemos. Aí, me caiu uma ficha e tanto. Na real, ela teve o mesmo efeito que uma tampa de bueiro arremessada 20 andares abaixo. Ora, sou A Solteira neste blog. Assino meu nome e, ao lado, A Solteira.

Gente, e se uma atitude tão inocente como essa tem afastado o George Clooney de mim? E se o Brad Pitt não trocou a Jolie por mim só por causa disso? Ah, sei não. Como sou supersticiosa e não passo embaixo de escada, melhor não arriscar. Vou mudar essa assinatura a partir de agora.

Vai que esbarro com o Fernando Alonso nos próximos dias? Não custa tentar.

Giovana - está solteira

Leia Mais

Um gatão no Masp




Eu já escrevi aqui que sou irmã de dois homens lindos: Felipe e Miguel Barros, um artista plástico e outro psicólogo, respectivamente. O primeiro deles trabalha com videoarte e fez sua estreia no Museu de Arte de São Paulo (Masp), na capital paulista, essa semana. Não é pouca coisa: trata-se da casa de exposições mais importante da América do Sul, dona do acervo mais valioso da região. Assim, sister coruja e babona que sou, trago aqui o evento como minha dica cultural para o domingo.

A mostra em questão é O Minuto e a Cidade – Festival do Minuto – A Resposta. Do que se trata? Da exibição de vídeos selecionados com temas ligados à urbanidade. Autor de vários trabalhos do gênero, que podem ser conferidos aqui, Felipe está lá com a obra Lívidos Passantes. Muito bacana como tanta coisa pode ser dita em 60 segundos, a partir da edição bem sacada de algumas imagens, arte em que o meu irmão gatão é craque.



Boa exposição, bom domingo. Lipe, você arrasou muito desta vez. Estou super orgulhosa. Avante.

Beijão,

Isabela – A Divorciada

PS: Nas fotos acima, Felipe Barros em momento galã e comigo, no dia da abertura da exposição, no Masp, visivelmente constrangido com a minha causação, fazendo questão de registrar o momento. É para isso que servem as irmãs mais velhas, não é mesmo?

Leia Mais

Mutações celebréticas

Era uma vez uma moça que, do dia para a noite, ganhou as manchetes dos jornais. Vamos chamá-la de Tatyane*. O motivo do sucesso repentino foi daqueles que não dava para ficar indiferente ao tomar conhecimento. O assunto dividiu opiniões.

Independente qual lado questão fosse escolhido, não demorou muito: a fábula da vida moderna seguiu o seu curso e era só zapear que lá estava a moça em todos os programas de talk show; aqueles com merchandising de bancada a cada bloco. Ela, seus defensores, seus detratores... enfim, o pacote completo em peregrinação pelos canais de televisão.

Muita repercussão depois, chegou o Carnaval. Adivinha quem estava nas manchetes? Taty*! Continuava a mutação celebrética. A moça ainda era a vítima ou já pendia mais para a "celebridade" descartável da vez? O estopim do passado, a razão torta que a catapultou para o sucesso, já tinha virado poeira.

A história teve continuidade, com o clássico antes e depois da silhueta, recauchutagem completa. Com a fama adquirida, Taty ganhou um novo corpo, mais enxuto e turbinado. Tudo começou de forma absurda e ganhou as cores daqueles enredos de ex-BBB em busca de uma migalha de reconhecimento. De baluarte do livre-arbítrio ao rol das celebridades nota-pé. A fábula nos dá a exata medida dos valores que são a bola da vez.

Será que a moça tem assessora de imprensa?

Giovana - A Solteira

Leia Mais

Fabiana e o ciúme


Uma leitora chamada Fabiana (nome fictício) nos escreveu essa semana para desabafar sobre ciúme. Como tenho refletido bastante sobre o assunto nas últimas semanas, respondi o e-mail e me comprometi a escrever a respeito. Para começar, o dilema dela: mesmo após um ano de relacionamento, o namorado de Fabiana continua recebendo ligações e torpedos de ex-rolos, piriguetes e afins. Ela fica puta com isso e chegou a pedir que ele mudasse o número do celular. Agora, está pensando em dar um ultimato no cara: ou ele cancela a linha ou dá o chip do telefone para ela.

Agora vamos nós, Fabi. Sei bem como o ciúme é capaz de virar a gente pelo avesso, embrulhar o estômago, fazer o corpo esquentar de raiva. Sinto isso eu também às vezes. A questão é que, na minha modesta opinião, em matéria de relacionamentos, não existe seguro contra riscos. Podem chegar 400 mil mensagens de 400 mil mulheres sem-noção no aparelho dele, que, se estiver na sua, não vai dar bola. Se ele diz que mudar o número dá trabalho, como você me contou, faz sentido, você não acha? Eu também não gostaria de trocar o meu.

Você me contou ainda que ele se recusa a apagar os números dessas fulaninhas da agenda, já que fez isso uma vez e tomou um pé na bunda depois, ficando sem contatos. Mas, baby, será que esses telefones aí só servem para fins piriguetícios? Ele não pode jamais precisar falar com alguma delas por motivos de trabalho, para pedir alguma informação, para comunicar que algum amigo em comum está com um problema? E você, não tem nenhum contato do passado na sua lista, até porque nem se tocou de apagar? Isso para não falar que, hoje, com tantas redes sociais, é muito fácil arrumar o contato de alguém. Ele poderia muito bem seguir esse script, limpar tudo, te agradar e, secretamente, procurar depois. Do que ia adiantar?

Sei não, mas acho que tudo acontece. E deixo você com uma lição que eu ouvi há bem pouco tempo, da minha irmã de espadas Alynne, amiga e psicóloga 24 horas: ao invés de se estressar com o ciúme, cuide da relação de vocês. Concentre seus esforços em tentar ficar bem. Com você mesma e com ele. Fácil? De jeito nenhum, é bem difícil. Mas, com determinação, a gente consegue. Se esse cara é importante para você, invista, acredite. Abstraia essas sirigaitas aí. Ele optou por você. E assim será até quando estiver bom para ambas as partes, não?

Relaxe. E vamos ouvir o que nossos amigos e amigas, leitores e leitoras, têm a declarar sobre o assunto. Gente, aquela força nos comentários, please. A Fabi quer saber a opinião de vocês.

Estamos torcendo por você, Fabi. Aproveite o finde com o seu gato.

Bom descanso para todos e beijocas,

Isabela – A Divorciada

Leia Mais

A aposentadoria de Benjamin Franklin



Ele está de volta! Nosso amigo Ben conta aí abaixo como foi que ele se curou do mal de só atrair mulher maluca. O texto é grande, mas vale a pena. Uma declaração de amor e uma verdadeira ode à mulher (saudável! rs).

Boa leitura!

Deb


Queridas amigas!

Estive aqui alguns meses atrás para contar os infortúnios de minha vida amorosa, desde que um ser maligno rogou-me uma praga, que transformou minha busca pela felicidade num inferno dantesco. Quem não conhece a história, sugiro ler este post aqui antes de continuar.

Não vou negar que em vários momentos também me diverti muito (e meus amigos(as) mais ainda!) com os infortúnios amorosos. Mas uma hora cansa! Ô se cansa! À época do primeiro post comentei que estava saindo com uma mulher muito interessante e que, até aquele momento, ela não havia revelado sua loucura interior. Ela não revelou, já pouco tempo depois recebeu uma proposta de trabalho/estudo no exterior e se mandou. E Benjamin Franklin foi jogado novamente à arena noturna, pronto para ser caçado, usado, abusado e estropiado por alguma LOUCA, ESQUIZOFRÊNICA, HISTRIÔNICA da vida boêmia.

Também na ocasião do primeiro post fiquei devendo um segundo relato contando algumas outras histórias escabrosas em que eu me meti. Sim, aquilo não era tudo...

Mas não é sobre estas outras histórias sobre que eu vim falar hoje. Ocorre que numa noite de sábado, lá pelos idos do mês de Agosto (mês das “cachorras loucas”!?!?!) meu telefone toca: um velho amigo de guerra, um parceiro batuta, espanhol de Barcelona, contando que estava no Brasil por alguns dias e que trouxera mais dois amigos catalães para conhecer a noite paulistana. Confesso que não me encontrava muito animado, pois estava com a perna engessada e andando de muletas. Maaasss..... por que não dar uma saidinha e cometer algumas patifarias? Rsrsrs

Como se diz no meio jurídico, eu estava no “dolo eventual”. Aquela situação em que você não quer causar dano a ninguém... mas assume o risco! hehehehehehe

Pois bem, fomos comer e beber na Vila Madalena. Os gringos transpirando testosterona, mais desesperados que ex-presidiários, disparando suas metralhadoras de cantadas fajutas a torto e a direito. Obviamente, a tática não estava funcionando e, quando avistaram duas mulheres numa mesa próxima, sugeri que maneirassem na abordagem. Nada de “hola que tal? Soy español. Me gusta petchugas y sexo!”.... A abordagem, nesse caso, foi mais ou menos educada e logo elas se juntaram à nossa roda. Uma loira e uma ruiva.

Enquanto eu me encontrava num canto (sentado numa cadeira providencial que uma boa alma que trabalhava no local arranjou para mim), muletas na parede e copo de caipiroska na mão, a loira se interessou pelo acidente que eu havia sofrido (como diria meu amigo espanhol: “la pierna mágica”... atraía a curiosidade de todas no local).

Começamos a conversar e logo me interessei pela simpatia da moça. Papo vai, papo vem, resolvi chamar meu santinho pra uma conversa ao pé-de-ouvido.

Eu: Venha cá, meu anjo-da-guarda, adiante logo qual é a loucura dessa loira. Você me acompanhou nessa minha vida Severina e sabe, melhor do que ninguém, o que eu tenho sofrido...

Ele: Óh pobre-coitada-alma-carente-da-misericórdia-divina, vai com fé nessa daí. Sinto uma boa energia. Não te fará nenhum mal. Acredite no seu protetor aqui.

Eu: Santinho-Santinho, da última vez que Vossa Senhoria proferiu estas palavras, encontrava-se bebendo cerveja com Joseph Goebbels, enquanto que este ser aqui corria de malucas com tacos de beisebol nas mãos!

Ele: Óh besta-fera-putanesca, mais respeito com teu protetor aqui. Cinco minutos após, percebi meu erro e te mandei sinais de que a coisa iria ficar preta. Mas o sinhôzinho resolveu cometer seus ilícitos carnais e deu no que deu....

Eu: Mas Santinho, tudo bem que esta loira me parece uma mulher muito equilibrada, agradável e adorável. Mas do jeito que a coisa anda russa pro meu lado, começo a desconfiar que aí tenha coisa. Afinal, a Luiza*, num ritual muito macabro, escreveu meu nome num papel e botou na boca do sapo!!!! Desde então, você tem acompanhado meu infortúnio...

Ele: Óóóhhh fariseu-das-cavernas-infernais! Teu problema é a descrença, ovelha-desgarrada-do-meu-rebanho! Acredite na minha intuição. É ela, vai!

Eu: Santinho-Santinho.... sei não... este cheiro gostoso, que emana desta pele macia, pode esconder uma fonte de enxofre maligno. Sabes como é, pode ser a reencarnação daquele encosto que há mais de meia década eu tento exorcizar da minha vida. Quando o tinhoso não pode comparecer, manda assistente, né?

Ele: Definitivamente, eu desisto de você saduceu-da-galiléia, tu é mesmo uma alma errante condenada a ser escravo de pombagiras e alimento de vampiras energéticas. Este é o meu último conselho: Vai! É ela!


Resolvi dar um último crédito pro santinho e acabei roubando um beijo da moça.

E que beijo delicioso!!! Saí saltitando igual o saci-pererê:

Éééé mulé dimais meu Padim-Padinho-Ciço!!!!!

E assim foi... depois daquela noite, outras tantas e...quando é mesmo que um encontro vira paixão, que vira amor? Não sei...

Apenas sei que um dia me peguei pensando nela e percebi que estava completamente apaixonado... E como diria Xico Sá: “é tempo de homens frouxos... esses seres que andam tão assustados, fracos e medrosos, beirando a covardia amorosa de fato e de direito”.

Não, amigos(as). Definitivamente, eu não estava a fim bancar o covarde do amor. Até porque, leitores masculinos deste blog, quem não ama, quem não se permite e não se joga de cabeça numa paixão, jamais terá o privilégio de passar uma noite e uma madrugada inteira com uma mulher maravilhosa e, no dia seguinte, ser acordado com café-da-manhã na cama! Jamais terá o prazer de chegar à casa da amada e ser recebido com um sorrido de orelha a orelha, como se você fosse a pessoa mais importante da vida dela, o primeiro, o último e o único. Isso é impagável, caros amigos...

Você, meu amigo leitor, que tem tremedeiras quando escuta a palavra “compromisso”, jamais saberá quão gostosa é a sensação de ser surpreendido, no meio do expediente, por um(a) entregador(a) (rsrsrs) de guloseimas feitas pela sua amada. Nem mesmo viverá o lirismo que é acordar cinco minutos antes dela, apenas para fitá-la dormindo e admirar as marquinhas que os lençóis da cama esculpiram durante a noite por todo o corpo dela...

Só quem se permitiu um dia, consegue imaginar o que eu estou falando!

Já vocês, queridas amigas leitoras, cansadas de sofrer com a nossa raça de covardes inescrupulosos e sempre em dúvida sobre o que nós procuramos em uma mulher, eu lhes digo: poucas coisas e muita simplicidade. Sejam autênticas. Jogos? Apenas os de sedução. Nada mais broxante que acreditar em inúmeras histórias e qualidades que vocês supostamente têm, para depois descobrirmos que tudo não passou de teatro. Quem realmente merecer vocês, o fará porque se apaixonará por cada um dos seus pequenos defeitos. Achará graça nas suas mínimas fraquezas e te acolherá em braços feitos para te proteger, te aquecer... mas também para te impulsionar a vôos e conquistas ilimitadas!

Enfim, hoje me sinto livre da urucubaca, pois tenho uma namorada dedicada, carinhosa, atenciosa, amorosa, cheirosa e o melhor: companheira e parceira pra qualquer tipo de programa. Desde balada pé-na-jaca até passar o final de semana inteiro em casa, conversando, dormindo, lendo e assistindo filmes.

É graças a ela que me sinto em paz comigo mesmo, bem cuidado, querido, amado e desejado. É ela que me faz ser mais espirituoso, discreto, compreensivo, educado, maduro e me faz sentir mais importante do que eu sou. Além disso tudo, ela sabe fingir, como ninguém, que eu não tenho nenhum dos defeitos que eu sei tenho. Haja habilidade!!

E é para ela, minha musa inspiradora, que eu dedico este post e esta música: pelo muito amor que já vivemos juntos – e pelo mais que ainda viveremos!

Benjamin Franklin

Leia Mais

Flores na janela e a polícia na porta

Era dezembro de 2002. Eu tinha 23 anos e estava quase namorando um moço quando comecei a ser cortejada pelo meu então ex-namorado Charlie. Todo dia era uma surpresa nova. Um agrado no trabalho, um convite surpresa. Até que um dia ele resolveu fazer uma manobra arriscada: pôr flores na janela da casa dos meus pais, tocar a campainha e sair correndo. Deu tudo errado. Minha irmã mais nova viu um vulto na janela e jurou que era um ladrão. Meu pai, em pânico, pegou uma vassoura enquanto minha mãe chamava a polícia. Eu fiquei desesperada. Minha irmã mais velha também. Estavam cercando a casa!

Alguém teve a genial ideia de ligar para a casa da vizinha da frente. Ela disse que tinha um rapaz, de bermuda, “aparência inofensiva”, com umas flores na mão, próximo à janela. Como nosso namoro era cheio de idas e vindas, minha mãe logo desconfiou e perguntou: você e Charlie voltaram a se ver? Envergonhadíssima, disse que sim.

Matamos a charada. Mas era tarde demais. A polícia estava a caminho. Minha irmã mais velha queria me matar! E matar meu ex que voltou a ser atual depois daquela façanha. Ah, e tem mais uma: quando ele saiu correndo, depois de tocar a campainha, ainda escorregou e ralou o joelho.

O resto da história é conhecido. Ficamos juntos, moramos juntos e, no ano passado, nos separamos depois de oito anos de namoro (considerando todas essas idas e vindas). Pois mês passado, recebi flores de novo. Do meu ex-marido. O mesmo Charlie que um dia pendurou as flores na janela há oito anos. Mas desta vez, nada de gérberas-surpresa. Ele preferiu não se arriscar e mandou um buquê via internet mesmo. E dessa vez o buquê era um mix de flores amarelas, brancas e laranjas. Perfumadíssimo.

=D

Débora - A Descasada namorada

Leia Mais

O meu, o seu, o nosso

09 de março. Que momento mais adequado para falar sobre O Dia Internacional da Mulher, um dia depois do grande dia. Conquistamos várias coisas; trabalhamos, casamos, descasamos, moramos sozinhas, com dois, três, quatro amigos. Saímos da casa dos pais, voltamos, partimos outra vez. Optamos por filhos, ou não optamos por filhos.

Queremos o mundo, somos muitas em uma só. Às vezes, queríamos ser somente uma. Uma boa mãe, apenas uma boa filha, somente uma grande amiga, curtir unicamente o papel de irmã. Conquistas nos fizeram mutantes. A cada momento vestimos uma pele diferente, e suas consequências. E, rapidamente, temos que trocá-la por outra, acompanhada de seus fardos e de suas alegrias.

Nos perguntam dos filhos que temos cedo. Nos perguntam dos filhos que ainda não tivemos, mesmo já passada a barreira dos 30. Não somos bem vistas quando seletivas na escolha dos parceiros. Não somos levadas a sério quando nossa fila anda mais rápido.

Nossa independência criou a surpresa de sermos protagonistas das gentilezas do mundo masculino. O que era obrigação dos homens nas gerações passadas, agora nos faz descer do salto quando a ocasião é oportuna. Nada mal.

Estamos em posições de destaque, mas trabalhamos muito mais para provar a mesma capacidade deles, mesmo quando a nossa é muito maior, desculpem! O salário ainda não é equivalente ao dos reis do pedaço, um dia chegamos lá. Quem sabe neste dia não será mais preciso ter um Dia Internacional da Mulher. Pobre das lojas de departamentos quando esta hora chegar.

Giovana - A Solteira

Leia Mais

Todas as formas de viver o feminino


Ela me dobrou no exato momento em que abriu um sorriso e disse: “Como fiquei longe da minha mãe muito cedo, me agarrei à minha família. Dediquei minha vida ao meu marido e aos meus filhos”. Eu juro que nunca antes havia ficado tão tocada ao ouvir uma mulher falando de sua vida doméstica, digamos assim. A personagem em questão é uma libanesa de 62 anos que eu entrevistei na semana passada. Tendo se casado aos 15, ela se mudou para o Brasil aos 16, já com o primeiro de seus três herdeiros no braço. Bem sucedida no comando do restaurante que toca com o companheiro, ela se orgulha de ter priorizado o carinho com os seus acima de quaisquer projetos pessoais.

Para essa Divorciada aqui, a feminista da sétima série até ali por volta dos 20 e poucos, ter ficado tão impressionada com aquela matriarca é um avanço e tanto. Aquela mulher pode não ter tido o prazer de fazer uma faculdade, crescer num trabalho fora do círculo de parentes. Muito provavelmente nunca viajou sozinha ou com um grupo de amigas. Tampouco deve ter caído na balada um dia. Mas me parece verdadeiramente feliz com a vida que escolheu. Vê-la sorrir e ser tratada com tanta gentileza pelo filho mais novo e pelo marido, que eu conheci na entrevista, me fez perceber que, acima de tudo, ela é uma mulher realizada porque escolheu um caminho. E foi fundo nele, construindo algo muito sólido e muito bonito.

Assim, para a minha entrevistada e para todas vocês, meninas, Feliz Dia da Mulher. E beijos de uma blogueira que respeita todas as formas de viver o feminino.

Much love,

Isabela – A Divorciada

Leia Mais

Deburrinha e Isaburrinha

Um diálogo entre a Descasada e a Divorciada por MSN sobre pensar demais e às vezes querer ser burrinha.

Rubin diz:
A-do-rei tê-la de volta ao MSN!
Agora poderemos papear em tempo real! Ó! =)
Isabela diz:
My pleasure! Agora tenho tempo.
Rubin diz:
Tudo em riba por aí?
Isabela diz:
Yes, tô feliz. Curtindo trabalhar aqui.
Rubin diz:
Que bão!!!
Vc é muito séria via msn!!
Legal conhecer essa sua faceta.
Hahaha!
Isabela diz:
Eu sou muito séria, hahaha!!!!
Rubin diz:
Vero!
Isabela diz:
Yes. Mais do que gostaria.
Rubin diz:
Isso me faz lembrar uma coisa...
Isabela diz:
Fala aí.
Rubin diz:
Hum...nada não. Muita punhetaria mental, nem vale a pena.
Isabela diz:
Tá.
Achei que vc ia contar alguma fofoca.
Rubin diz:
Não, rs.
Só conclusões brilhantes de uma mente inquietante como a minha
(e irritante).
Isabela diz:
Adoro a sua mente inquietante, baby.
Rubin diz:
Vou começar a fazer "power meditation" para ver se penso menos,
odeio pensar tanto.
Isabela diz:
Me ensina quando aprender?
Rubin diz:
HAHAHAHAHAHA!
Ensino!
Isabela diz:
Como dizia uma prima minha: eu queria ser burra.
Rubin diz:
Isso!!! Eu tb! Adoraria ser burrinha
(vou virar a guru da power meditation!).
Isabela diz:
No meu caso, burra e menos pensativa tb.
Rubin diz:
Deburrinha.
Isabela diz:
Isaburrinha!!!
Rubin diz:
Isso dá um quadrinho:
Deburrinha e Isaburrinha.
Isabela diz:
Dá mesmo. Hahaha!!!!
Rubin diz:
Ou ao menos um post! Rs!
Isabela diz:
Ia escrever isso!!!!
Rubin diz:
Então já é! Amanhã no blog!
Bjsss
Isabela diz:
Bjão!

Débora – A Descasada e Isabela – A Divorciada

Leia Mais

Amados e amadas

Na quarta passada eu acordei triste. Desanimada e meio preguiçosa. Como melancolia não paga as contas de ninguém, me arrumei e fui trabalhar. Na porta do prédio ainda, cruzei com uma senhora de origem nipônica com quem eu já tinha conversado num salão de beleza na minha rua mesmo. Uma simpatia de gente que me chamou a atenção por ter entrado no cabeleireiro cumprimentando a todos com uma saudação fofa em japonês desejando bênçãos (me perdoem a ignorância, eu realmente não sei reproduzir aquelas palavras).

Olhei para ela e mandei um “tudo bom?”. Não dava para não sorrir para aquela senhora, mesmo tristonha. Como resposta, ouvi um “tudo bom, amada?” acompanhado de uma expressão de carinho no rosto que dispensava palavras.

Adoro as pessoas que, mesmo sem saber, de tão boas que são, conseguem fazer a gente se sentir melhor. A energia positiva daquela mulher mudou meu dia, que dali por diante seguiu o seguinte roteiro: uma reunião de trabalho ótima, torpedo fofo de Guarda Belo no celular, almoço num restaurante árabe que eu adoro, entrevista bacana com uma senhora iraquiana cheia de histórias para contar, café com Guarda Belo numa padaria gostosa no Centro à tarde e, para arrematar, pizza no shopping e cinema sozinha depois do expediente (vi Simplesmente Complicado, uma graça de filme).

Fui dormir em paz. Numa felicidade que eu desejo a todos vocês, amados e amadas, neste finde. Descansem, divirtam-se, sejam felizes, fiquem bem.

Much love,

Isabela – A Divorciada

Leia Mais

Capital marital

Outro dia eu entrevistei a antropóloga Mirian Goldenberg para uma matéria que estou fazendo. Entre suas muito teorias sobre mulheres, homens e sexo, ela me contou uma tese que foi elaborada após uma pesquisa feita com alemãs e brasileiras na faixa dos 50 anos. A primeira grande diferença que ela notou foi o alto valor que as brasileiras dessa faixa etária dão ao corpo. Se lamentam muito porque não são mais chamadas de “gostosa” nas ruas. Sentem-se invisíveis. Já as alemãs se sentem plenas e realizadas nessa fase da vida. Valorizam suas realizações profissionais, afetivas, intelectuais e culturais. Acham meio infantil querer ser sexy como uma menina aos 50.

Mirian concluiu que, no Brasil, o corpo é um dos capitais mais valorizados pelas mulheres.

Outro ponto que chamou a atenção dela durante a pesquisa foi o valor dado ao marido pelas brasileiras casadas. E pelas não-casadas também – que lamentaram o fato de não terem marido. “A partir dos depoimentos das minhas pesquisadas, constatei a existência de uma riqueza extremamente valiosa para as brasileiras: o marido. Ter um marido, um casamento considerado sólido e satisfatório, é considerado um verdadeiro capital para as brasileiras pesquisadas”, explica Mirian.

Mirian deu a isso o nome de “capital maridal” ou, mais elegante, “marital”.

“Uma mulher pode ser extremamente bem sucedida profissionalmente, ganhar R$ 40 mil por mês, ter viajado o mundo e ter feito tudo o que quis. Mas se ela não tem um parceiro, e de preferência um marido, ela é vista como uma coitadinha. E, no geral, se sente como tal”, disse ela. “Uma mulher solteira no Brasil mal se atreve ir a um cinema num sábado à noite”.

Soa como exagero, mas me parece verdadeiro. Nesses meus meses de solteirice, percebi olhares piedosos e recebi e-mails de gente confiando que eu certamente encontrarei "alguém" logo!

Quando leio ou ouço isso, sempre penso: será que em vez de “alguém” não pode ser um amor mesmo?

Capital por capital, fico com o “capital amoroso”.

Débora – A Descasada

Leia Mais

Cartórios não gostam de divorciadas


É isso mesmo: descobri que cartórios não gostam de divorciadas. O que é uma grande burrice: quem já casou e descasou dentro da lei sabe que as duas coisas custam caro. Mesmo assim, ao invés de cafezinho e bom tratamento, o que se vê, em grande parte dos casos, é gente disposta a complicar a sua vida.

Aos fatos: na semana passada, precisei ir ao cartório fazer uma procuração para o meu pai, a quem vou dar plenos poderes para vender um imóvel que já foi meu e do meu ex, hoje pertencendo somente a mim, painho e mainha (nós compramos a parte dele). Pois bem, munida de uma pilha de papéis e uma boa dose de paciência, acordei cedo num dia de sol, em plena semana de folga, para resolver a vida. Tinha em mãos pelo menos três documentos que comprovavam o meu estado civil e a transferência do bem do fulano para nós, com a assinatura do próprio na época da venda, o aval da construtora do apartamento, tudo certinho. Ainda assim, perdi a viagem porque não tinha em mãos uma tal de “Certidão de Casamento com Averbação do Divórcio”.

Pois é, para provar que sou uma mulher divorciada, precisava ter comigo uma folha onde se lê “Certidão de Casamento” com o nome do mala do meu ex no alto. Não é o fim do mundo? Tinha que ser “Certidão de Descasamento”! Mais respeito conosco, por favor. Alguma deputada tem que propor um projeto de lei já mudando isso, onde já se viu?

Fiquei com tanta raiva que mudei de cartório. Mesmo tendo que apresentar o tal papel, fui atendida por uma mulher chamada Isabel, que foi paciente ao me explicar tudo. Até disse que eu fiz bem em não ter mudado o meu nome ao casar, já que a trabalheira é gigante para tirar o sobrenome se for o caso depois. Melhor do ninguém, ela sabe como os cartórios não gostam das divorciadas.

Isabela – A Divorciada

Leia Mais

Nascidas nos anos 80, nunca mais!

Ele estava arrasado. Seu amor tinha lhe deixado. Sob o argumento de que queria ir conhecer a vida, o mundo, as coisas, disse adeus e foi-se embora. Ele, 36, ela, 26. Dez anos de vida a mais que fizeram a diferença. Ele falava em casar e ter filhos. Ela, em ir para Nova York. Ele gostava de ir ao cinema e jogar tênis. Ela gostava de badalar. Um não acompanhava o ritmo do outro. Ainda assim, era aquela paixão. Um ano se passou e os planos iam sendo feitos a todo vapor. Até que ela decidiu que ainda queria fazer mais umas coisinhas antes de assentar. Para ele, ficou um vazio terrível. “Parece que enfiaram um tubo dentro de mim e aspiraram meus órgãos internos. Estou oco por dentro. Ela foi a segunda que de fato amei. Ela foi quem mais amei”.

Eu não sabia muito o que lhe dizer se não dividir minhas experiências com ele. Disse que não há muito o que fazer com o vazio que fica com o amor que vai. E que tem gente que opta por colocar uma pedra no vazio e fingir que nada aconteceu. Eu prefiro chorar. E esse foi meu conselho: vá até o fundo do poço. É úmido, é escuro e solitário. Mas quando você fala, ouve no eco sua própria voz, e passa a entender melhor a si próprio.

Ele concordou que não tinha outra opção se não chorar. Mas resolveu tomar uma decisão de ordem prática: “Não quero outra namorada nascida nos anos 80. Uma hora ela inevitavelmente vai querer ir conhecer o mundo!”

Débora - A Descasada

Leia Mais