sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Um amor por 300 reais

Depois que a Bela escreveu o post Assim te conheci, recebemos alguns e-mails com histórias de encontros amororos. Resolvemos publicar algumas delas aqui. Algumas, a pedidos, vou recontar. Outras, vou publicar conforme foi enviado.

Lembrando que, desde o começo, há quase um ano, nossa ideia sempre foi mostrar a diversidade de opiniões e histórias variadas sobre relacionamentos. Por isso a-do-ra-mos quando vocês contam suas histórias =)

Começo pela mais complicada de todas. O texto é tão grande quanto complexa é a história da Gésica. Ela conta como conheceu o amor da vida dela. E que essa história ainda não teve o final feliz que ela tanto quer. Deixo que ela conte o resto.

beijos

Débora - A Descasada


"Em reunião com minhas amigas, chegamos à conclusão que a vida de todos está interligada em buscar outras vidas. A tal da alma gêmea. Em meus 20 anos, posso dizer que já vivi muita coisas do amor, apesar de tão pouca idade. Às vezes, ainda arrisco uns conselhos em relação ao amor. Mesmo sabendo que a psicologia do amor é algo meio subjetivo sem teorias plausíveis. Meu professor de psicopatologia disse, certa vez, que a alma gêmea é outra pessoa com os mesmos problemas, com a mesma patologia (mesma loucura!). Aquele velho ditado popular “os opostos se atraem” não é bem verdade, ou pelo menos não seria assim tão atrativo; não segundo a psicologia.

Teorias de lado, vamos ao ponto fundamental: estou vivendo um dilema que jamais pensei em viver. Estou amando, completamente apaixonada. Quem é o felizardo? Um jornalista, casado, que conheci através do meu trabalho. Tudo porque eu precisava pagar R$ 300 reais à criatura, por um anúncio que meu chefe havia acordado com ele. O primeiro contato foi via MSN. De cara ele falou da minha foto, uma fotinha bem discreta com a língua de fora. Nada que chame muita atenção. Eu sou uma pessoa bem discreta. O pior é que quando ocorreu tal fato, eu estava no início de um namoro que tinha tudo pra dar certo. Iniciamos uma conversa, que nunca chegava ao fim, super afinidades...Finalmente nos conhecemos no dia do pagamento. Foi algo meio rápido, com direito somente a um “oi” e “tchau”. Mas a conversa por MSN continuou. Conversa vai, conversa vem, e surge um pedido: “Me ajuda a gastar esses 300 reais?”. Um amor por 300 reais.

Terminei meu namoro por uma besteira...pura e simples imaturidade, dele e minha. Paralelamente, um convite do jornalista casado para almoçar. Inicia-se, então, uma série de encontros sem pausas. Um simples encontro gerou uma necessidade de estar junto, estar perto, estar um com o outro. Tudo perfeito até aqui, certo? Errado! Ele é casado! Até o primeiro momento, não me importei porque não colocava fé. Não mesmo! Mas foi indo, caminhando e comecei a amar...Um amor sincero, acima de todas as suspeitas, aqueles amores com lealdade, fidelidade, por irônico que pareça, e tudo mais. É até estranho um amor vindo de uma traição. E que continua sendo uma traição, pois ele é casado.

Querer ser feliz é pecado? Acredito que não. Porém, amar alguém que está ligado por demais à outra pessoa é um jugo pesado! Num certo domingo, ele simplesmente resolve contar à sua esposa que eu existo. Que ele está apaixonadíssimo. Ela, claro, na postura de esposa que já eliminou inúmeras “outras”, inicia uma batalha. E eu estou nela neste momento. Tenho a certeza que eu amo demais este homem. E que hoje eu não sei como seria acordar com a certeza de que ele não faz mais parte da minha vida. Se existe essa coisa de alma gêmea, ele tem grandes chances de ostentar este título em minha vida.

O ponto chave é que nem eu nem ele queríamos amar um ao outro assim. Foi algo que ocorreu de forma natural, sem pressão. Hoje, estamos vivendo um dilema. Ele muito mais que eu, tenho certeza. Apesar de ser criticada por amar um homem casado, pergunto: Que culpa tenho eu se o cupido resolveu flechar nossos corações? A mim uma oportunidade de ser feliz, a ele uma oportunidade de modificar sua vida. Claro que existe a questão das escolhas. Eu já pensei em terminar com ele, em acabar com tudo. Inúmeras vezes. Não sou tão forte assim...Se fosse simples paixão, já teria terminado após uma briga que tivemos.

O dilema continua. A minha insegurança, em relação a tudo isso, à espera pela despedida, ou pelo ato de coragem. Já pensou? Seria bom demais pra ser verdade. “Linda, amor da minha vida...deixei tudo pra ficar somente com você!” Admito, fui bem longe, sonhei nas alturas, mas sonhar não paga imposto. Coisas impossíveis acontecem, e convenhamos, nós merecemos ser felizes.

O final desse conto - um tanto quanto trash, mas que tô adorando viver - está nas mãos dele. A ele somente pertence o final dessa história. Somente ele pode decidir em querer estar comigo...ou esquecer de vez...e tentar salvar seu casamento. É ruim, bastante ruim, pensar que ele não é tão decidido quanto eu que, sem pensar muito, assumi o romance perante toda a minha família, aos convívios sociais...Eu o incluo na minha vida.

Um amor por 300 reais. Ah, e mesmo assim viveria tudo novamente!"

13 comentários:

Laura disse...

Olha... Eu não sou moralista.
Mas não acho legal namorar homem casado. Acredito na "lei do retorno" e acho que traz bad Karma.

Sempre há um momento em que podemos escolher, um momento em que podemos recuar. Antes de se apaixonar. Antes de deixar as coisas irém além.

Eu sou separada, que eu saiba nunca fui traída. Também nunca traí. Não tenho traumas a respeito, é mesmo uma postura de vida, com a qual crio meus filhos:
"Não faça aos outros aquilo que não quer que façam a você"

18 de setembro de 2009 às 15:12
Andarilho disse...

Olha, na boa, se o cara enrolar demais pra separar da esposa, a decisão passa a ser da Géssica, e não do cara. Porque aí, ela é que vai ter que decidir se concorda em ser sempre a outra ou não.

18 de setembro de 2009 às 23:50
Anônimo disse...

mas se ele já contou para a mulher dele, o que acontece? o que falta?
esse sujeito me parece um enrolão, isso sim

19 de setembro de 2009 às 16:22
Anônimo disse...

Imagino que seja um comentário um tanto óbvio o que farei, mas às vezes a gente esquece justamente por ser óbvio... Se ele está fazendo isso com a atual esposa, está tendo um relacionamento concomitante, e não consegue se resolver... O que garante que seria diferente com vocês?

19 de setembro de 2009 às 18:56
Anônimo disse...

Tsctsc... fala sério, isso não é amor.
Sai dessa vida e arruma um cara solteiro, livre desempedido.
Tenho 31 anos e jamais fiquei com cara casado, sou radicalmente contra!!!
Minhas amigas que se envolveram com cara casado se ferraram e eu achei pouco.
Não tenho pena de quem sofre por esse tipo de "amor".
Gostos de pessoas com firmeza de carater, essas sim merecem todo amor e respeito do mundo. ;)

Lais

20 de setembro de 2009 às 14:24
Anônimo disse...

Eu achei bonito e acreditei em vc quando diz da "flexada do cupido"
mas tome cuidado para não esperar a vida inteira. Ser corajosa também é saber a hora de parar de esperar e sair lutando outras lutas.
Torço por você!

20 de setembro de 2009 às 16:21
Clévia Sales disse...

Oi!
Posso falar com propriedade, pq era casada, quando alguém se meteu no meu casamento, porém...

Se entrou, foi pq achou espaço. Tenho certeza de q se o homem n quer se envolver, ele n se envolve!

Dizem tmb que não podemos fazer sombra com o chapéu alheio. Mas as consequencias existem em todas as escolhas. Então, seja feliz!

Bjão!

21 de setembro de 2009 às 18:02
Anônimo disse...

Oi Gésica!!!Vc não acha q existem tantos homens da sua idade solteiros e vc ir gostar logo de um casado???Acho que a gente se apaixona quando procura se apaixonar ,e não tem isso de "um cupido me flechou e eu estava tão na minha"...Acho que vc deveria ser autora desse fim e espero que ele não demore a terminar,ou pra tudo ou pra nada ,e se for pra ele ficar contigo no final quem garante q com vc será diferente??Use a razão para construir sua felicidade!!!!

21 de setembro de 2009 às 20:55
Gésica Borges Bergamini disse...

Oie gente, a historia e minha. e fiquem tranquilos, esse texto eu escrevi a dez meses atras, hoje estamos casados, a pouco tempo. Estamos iniciando uma nova vida. Ele quer construir uma vida, e espero que ele seja fiel, pq eu serei a ele. não vejo esses jugamentos como possitivos, afinal o que importa e minha felicidade acima de qualquer conceito moral. Para mim ser feliz basta! Recebo criticas, e alguns apelidos, porém seria legal mandar no coração. Me acho corajosa por assumir esse amor publicamente, não acho errado e tão pouco me arrependendo. Minha missão hoje e continuar fazendo-o feliz!R. G. Te amo! A minha compreensão de vida está acima de todos os conceitos moralistas dessa sociedade egoista e que não assume seus verdadeiros sentimentos, se eu amo, eu grito, se eu odeio eu digo. Assim sou eu, é sou feliz! Autentica...

22 de setembro de 2009 às 10:16
Anônimo disse...

Bom... estive em uma situação um pouquinho parecida. Eu fiquei sem nenhuma... quando eu quis ficar com quem me queria... ela nao quis mais. Quem me quer... eu não quero mais.
Vendo o último comentário... que bom que esse cara encontrou alguém paciente e que está tudo bem!

22 de setembro de 2009 às 15:37
Anônimo disse...

Me conhecendo tenho certeza que seria bem dificil manter um relacionamento desses, pois sempre ficaria desconfiada quando o cara estivesse fazendo "cobranças" pelo msn....

Mas fico feliz que você lide bem com isso, felicidades para o casal!

24 de setembro de 2009 às 17:48
Anônimo disse...

Gésica, q. bom q. li os comments e vi seu " happy end" !
Tive uma estória parecida, só q. ambos éramos mal-casados .Separei, ele não, depois ele separou e....surgiu uma terceira !!!!
Ou seja , na vida real, todas as combinações são possíveis e os finais imprevisíveis! Seja muito feliz, eu tb. trato de ser !!!!

25 de setembro de 2009 às 17:39
Anônimo disse...

Ridicula e muito cômoda neste papel de vítima!

Deixa de ser besta menina!

28 de janeiro de 2010 às 17:44