quinta-feira, 29 de outubro de 2009
No bar, não
Já tinha acontecido comigo uma vez. Há duas semanas, fui encontrar um casal de amigos num bar, nos Jardins. Cheguei uns 15 minutos antes deles e, assim como da outra vez, fiquei esse tempo sendo vista como um ser exótico no meio daquele ambiente. É nessas horas que a feminista da sétima série grita: como assim? Uma mulher não pode ficar sozinha num bar sem ser alvo de olhares tortos/curiosos? Só aos homens é permitido esse direito?
Gosto da minha própria companhia. E já fui até para show no Morumbi sozinha, numa boa. Mas, no bar, não dá. Nunca me senti confortável em seguir um script que funciona mais ou menos assim: você chega ao local e, não demora muito, passa a ser olhada com aquela expressão de questionamento, um certo ar de dúvida. Um jeito de perguntar, sem palavras, "não vai chegar mais ninguém?" ou "ela está desacompanhada mesmo?". Cardápio na mão, você pede alguma coisa para beber enquanto espera a sua companhia. No meu caso, quase sempre Coca Zero ou caipirinha de saquê. E a dúvida continua: "E agora, o que a mocinha solitária vai fazer, subir na mesa e tirar a roupa?", "Escolher um alvo e começar a flertar com alguém?".
Não estamos falando aqui de etapas da paquera. É machismo mesmo. Para muitos homens, uma mulher sozinha num bar não pode ser alguém que está esperando os amigos ou simplesmente a fim de relaxar, esquecer da vida enquanto bebe alguma coisa. Como fazem os meninos todo dia, toda hora, em qualquer lugar. E sem olhares silenciosos que dizem "no bar, não" para atrapalhar.
Isabela - A Divorciada
Gosto da minha própria companhia. E já fui até para show no Morumbi sozinha, numa boa. Mas, no bar, não dá. Nunca me senti confortável em seguir um script que funciona mais ou menos assim: você chega ao local e, não demora muito, passa a ser olhada com aquela expressão de questionamento, um certo ar de dúvida. Um jeito de perguntar, sem palavras, "não vai chegar mais ninguém?" ou "ela está desacompanhada mesmo?". Cardápio na mão, você pede alguma coisa para beber enquanto espera a sua companhia. No meu caso, quase sempre Coca Zero ou caipirinha de saquê. E a dúvida continua: "E agora, o que a mocinha solitária vai fazer, subir na mesa e tirar a roupa?", "Escolher um alvo e começar a flertar com alguém?".
Não estamos falando aqui de etapas da paquera. É machismo mesmo. Para muitos homens, uma mulher sozinha num bar não pode ser alguém que está esperando os amigos ou simplesmente a fim de relaxar, esquecer da vida enquanto bebe alguma coisa. Como fazem os meninos todo dia, toda hora, em qualquer lugar. E sem olhares silenciosos que dizem "no bar, não" para atrapalhar.
Isabela - A Divorciada
13 comentários:
Isso também me incomoda muito. Geralmente, levo um livro, revista, jornal, só para não ter de encarar olhares seja de reprovação, seja de paquera (tipo: está sozinha é porque quer alguma coisa...). Saco!
29 de outubro de 2009 às 16:05Não é muito comum, por isso todo mundo olha. O que não é "normal", atrai atenção.
29 de outubro de 2009 às 16:17Como não sou de SP e tenho poucos amigos aqui vou com frequência sozinha a vários lugares: cinema, shows, teatro, restaurantes e bares também. Sem problemas, adoro estar sozinha às vezes.
29 de outubro de 2009 às 16:47Beijos!!
Pois é... Já passei por isso! Hoje em dia é raro eu sair sozinha, mas sei como é chato!
29 de outubro de 2009 às 17:04Realmente, o pior são os olhares "tá sozinha, veio "caçar"".
beijo
Isso é muito comum, especialmente aqui no Brasil. Será que um dia isso vai mudar? beijos, Gio
29 de outubro de 2009 às 18:53Eu tbm já passei por isso, não dava nem pra tomar minha cervejinha em paz, eu hein! Credo, que mentalidade.
29 de outubro de 2009 às 19:23Hoje em dia é raro, mas se precisar, fico numa boa e pnc do resto, rs!
achei que vc neste texto vc demonstrou um certo ar de toda convencida ,achando que era a rainha da cocoda preta que todos os olhares estevam voltados a vc, talvez este seria sua vontade.tudo bem vc tem direito a querer isso mas nós homens ñ pensamos que mulheres ñ acompanhadas em bares irão se revelar ao ponto de tirar a roupa numa mesa.
29 de outubro de 2009 às 19:46Oi Diego,
29 de outubro de 2009 às 20:51Tudo bom? Juro que não foi "convencimento", mas constrangimento mesmo. Felizmente, sou muito bem olhada pelo homem que eu amo. E isso preenche a minha necessidade de ser olhada.
Fico feliz em saber que existem homens como vc, que não são machistas quando o assunto envolve "mulheres X bar". Boa.
Beijos,
Bela - A Divorciada
Aff, Bela...
29 de outubro de 2009 às 21:55Não passei por isso ainda!
Mas nem preciso passar pra ter certeza de que eu ficaria constrangida sim...
Gostei da dica da Paloma!
Levas um livro, revista ou jornal é sempre uma boa saída...e uma boa companhia também!
Beijocas...
Você está certa. Até dois meses atrás, eu jamais teria entrado num bar sozinha e bebido alcoolicos. Mas... Há dois meses atrás eu queria tanto sair e beber um chopp que fiz isso, no centro do Rio, num dia de semana. Dei sorte. Mas eu mesma tinha preconceito, então... Todas deveríamos ir pros bares das cidades, beber uma caipi ou um chopp, pra derrubar esse preconceito, numa espécie de "dia do bebo só"!!!
30 de outubro de 2009 às 08:19beijos e bom finde, pras três!!
Belona,
30 de outubro de 2009 às 09:10se eu te disser que fiquei sozinha durante 2 horas num bar esperando o povo, voce acredita? Pois é...
e todo mundo olha meeeeesmo!
Beijo.
Só alguém com muita personalidade chega só em qualquer lugar!!!!
30 de outubro de 2009 às 11:24adorei este post, como sempre muito bem escrito.
Bela, escreve um livro logo gata!
Foge aos padrões, ao comum, ao convencional aos olhos de quem pensa pequeno. Mas é assim, sem importar-se com os olhares interrogativos que sempre existirão, que vamos ganhando o nosso espaço. Eu também prefiro a minha companhia do que estar com muita gente que conheço.
1 de novembro de 2009 às 13:34Postar um comentário