sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Micareta do amor

Temos convidada especial: a mineira, jornalista, querida, divorciada, trintona, bonitona, novíssima leitora deste blog, Ana Brown. Na pauta, vida de descasada, homens, rolos, amores vãos. Ou não. Fiquem com ela.

Seja bem-vinda, Ana. Volte sempre. Obrigadíssima pelo texto, viu?

Beijos a todos,

Isabela – A Divorciada e A Noiva

Confesso que o ótimo nome para o estado pós-separação não é de minha autoria. Ouvi de um homem de uma noite só quando ainda chegava a São Paulo e minha caipirice – um medo danado de tudo - nem permitiu achar muita graça. Hoje acho ótimo! Pois é nesse quase empurra-empurra carnavalesco que vamos desafiar a vida de solteiras e Vivas, lembre-se bem, na megalópole latina.

Dias esfuziantes na rua Augusta, no meu caso, se escassearam. Mas o espírito da micareta – que é a diversão acima de tudo – permanece. A diferença é que agora minha ressaca demora uns dois dias para passar, o que me obriga a escolher dias para a micareta do amor.

E não se iluda. A vida de solteiro é muito fácil, tão fácil que rapidamente você pode ficar interessada por um namoradinho. Inho nesse caso é força de expressão. E o amor, também vale lembrar, é imenso quando se está no espírito da micareta, todos vão passando pela cordinha, animados, e você simplesmente distribuiu um amor que está guardado, refastelado, precisando suar, como diz meu amigo Xico Sá.

Há momentos de dúvida, claro, pois o costume da vida de casada pode te pregar peças, ainda que o ex esteja mais longe que o ex-planeta Plutão. Longe do coração, que é o que interessa. Existe uma praticidade da vida de casada que no primeiro momento você tende a levar para a micareta e, como tudo na vida, pode muito bem funcionar, ou não, lembra o baiano famoso. Você já está com o bofe, o beijo é bom, o clima é ótimo, puta cara interessante, vamos lá nosotros, certo? Mais ou menos. Há bofes que ainda se assustam, juro. Querem um teretetê antes do rala e rola, uma conversinha de uma noite, uns beijos, mais uma noite. E de repente você precipita tudo. Anfã. Vícios do casório ou da carençolândia (outra do Xico Sá que aprecio). E você sabe que também quer essas miudezas, mas achou que tinha que ser "muito macho" nessa vida de solteira que te retorna tal qual oferenda. Mulher gosta que a leve na rodoviária, que retorne o email bem rápido, que elogie roupa, batom, comentário, a perspicácia. São nesses intervalos que a gente estabelece cumplicidade, que nos interessa muito, a todo tempo, ainda que esses tempos nos tenham levado a esconder boa parte da feminilidade e de nossos desejos mais prementes. E anotem aí rapazes: uma mulher de 38 gosta tanto da corte quanto uma de 28 ou vice-versa. Corte é gostoso pra caramba. Côrte com acento pra todo mundo entender. Corte é delicadeza, perspicácia também, um respeito inteligente, bem-humorado e afetuoso na direção da amada. Ops, coisa demais! Coisa demais é ter facebook, twitter, linkedin,canal do youtube, email e que mais?

Na administração da micareta do amor é aconselhável manter a suplência – isso se nenhum gatão da pouca idade já tenha te arrebatado ferozmente. Com a suplência, dois ou três paqueras orbitantes, ninguém sobrecarrega ninguém e todo mundo sai feliz daquela dose certeira e verdadeira de amor a cada encontro. Também é legal – ok pode ser um fetiche dos brabos meus – dois bofes de mesma profissão e diferentes fases da vida (eufemismo para abismo etário). Sim! Prove um atorzinho junto com um atorzão já maduro. Ou dois maestros geograficamente separados. As viagens são muito aconselháveis para a amplificação da micareta do amor. Enfim, vale tudo, e contrariando o Tim Maia, vale dançar homem com homem e mulher com mulher. Vide festa de curta-metragista na Cinemateca. Tem muita gente legal nesse mundo e não há regras para se falar de relacionamentos. Desde que todo mundo esteja a fim.

Ana Brown

8 comentários:

Giselle Mota disse...

A.D.O.R.E.I e vou adotar!!!rs

2 de setembro de 2011 às 03:13
Flávia Gobbi disse...

Nossa, eu amei!!!!!!!!!!!

2 de setembro de 2011 às 09:50
Malu Tavares disse...

Ana Brown e seu sábio conselho de suplência! Seguia à risca até que um gatão de pouca idade me pegou de jeito. E viva a micareta do amor, os gatões de pouca idade, atorzinhos e atorzões!!! Viva Ana Brown e suas histórias!

2 de setembro de 2011 às 12:46
Carol disse...

Quando acabei de ler, já estava cantando: Dança da manivela...haha.
Muito bom!

2 de setembro de 2011 às 14:34
Anônimo disse...

O amor não tem regra e a felicidade não tem receita.

Um brinde à liberdade de amar, seja por uma noite ou para a vida inteira.

Obrigada pelo texto.

Bjs da Solteira

2 de setembro de 2011 às 15:42
Lua Nova disse...

Muito bom!!! Dessa coisa de suplência eu sempre fui admiradora... rs.
Avante, meninas, e ouçam os conselhos de Ana Brown! Ela sabe o que diz.
Parabéns pelo excelente texto.
Beijokas.

3 de setembro de 2011 às 16:45
Marta Melo disse...

Muito boommm!!!

4 de setembro de 2011 às 19:41
Anônimo disse...

Hehe, adorei!!!
B.

4 de setembro de 2011 às 22:31