quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
A presença da ausência
Os olhos encheram de água na mesma hora que pisou naquele lugar. O visual de paredes pintadas e cheio de manchas de tintas davam conta de que, por ali, passou alguém cheio de criatividade. A memória dos potes vazios de cola, pingos de cores no chão e anotações jogadas pelas mesas disparavam a memória das conversas, risadas, olhares e ideias. Alguém especial cruzou o caminho e a ficha só caíra mais tarde.
Agora, só havia ausência naquela lugar. E ela ocupava todo aquele espaço, fosse ele os metros quadrados daquele cômodo, mais ainda as lembranças que sucediam freneticamente na memória. Quando a ausência se faz presente é um soco no estômago, mas ao mesmo tempo, um sacode na alma também. Deixamos passar algo? Há chance para resgate? De uma forma ou de outra, uma coisa é certa: não somos mais os mesmos e é preciso fazer alguma coisa, pois é impossível ser indiferente à ausência.
Ignorar alguém desagradável é tarefa fácil quando comparamos a missão inglória de diminuir a ausência de alguém especial. "A falta de" torna tudo presente. Se houver espaço para construir uma nova chance, deve-se agarrá-la, sim, e com unhas e dentes. No final das contas, é ou não é isso o que importa?
Giovana - A Solteira
15 comentários:
Que lindo prima...adorei!!!
10 de dezembro de 2009 às 08:37Beijos e saudades
Lindo o texto...
10 de dezembro de 2009 às 08:56Me fez lembrar da música do Chico Buarque: Pedaço de Mim
"Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu"
Essa pra mim é a pior presença do ausente!
A falta sempre é mais dolorida.
10 de dezembro de 2009 às 09:15detalhes tão pequeno entre nós dois, são coisas muito grandes pra esquecer....Roberto Carlos fez até uma música rogando praga pra outra sempre estar lembrando dele! mesmo se um outro cabeludo aparecer na vida dela! hahaha
10 de dezembro de 2009 às 13:08querida,
10 de dezembro de 2009 às 15:07alguma vez você conseguirá escrever em 1a pessoa? Ou é expor demais a sua beleza?
Tentar até que nos prove ao contrário. Até o fim para depois virar a página, criar um novo 'ponto de partida'.
10 de dezembro de 2009 às 15:50Belo texto.
Inté
Oi anônimo/a,
10 de dezembro de 2009 às 16:54tudo bem? E você? Algum dia vai assinar o nome embaixo do que escreve? Aguardo ansiosa, curiosa, e em primeira pessoa. Melhorou agora?
Quanto a escrever em primeira pessoa, quem sabe um dia me dá vontade? A ver...No momento, não tô muito afim não.
beijos, Gio
Laura, a seu dispor...
10 de dezembro de 2009 às 18:37É que acompanho o site e imaginei que idéia fosse que cada estado civil contasse e refletisse sobre o seu momento, mas, pelo jeito, ou a solteira tem medo de se expor ou a vida dela é muito monótona... Em ambos os casos, sugiro às demais que considerem colocar uma solteira de verdade, que tenha algo a acrescentar sobre a solteirice... ou senão pelo menos avisem que compro um livro de crônicas e não venho mais.
bj
A Laura não existe, lalalalalaaaaaa
10 de dezembro de 2009 às 21:33A propósito, Sra "Laura": A casada nem é mais casada... e se você REALMENTE acompanha o blog, sabe disso e sabe que ela posta coisas sobre a vida dela, e sobre qualquer outro assunto...Assim como a Divorciada também...
Afinal, como diz a descrição delas, elas contam as aventuras das mesmas.
Não precisava ser tão estúpida Sra "Laura".
Uma coisa é não gostar do BLOG, outra é duvidar de algo que você não sabe...
BOA LEITURA, BABY!!!
Voltando ao texto... - Boa Olivia, vc foi perfeita - eu não escreveria melhor ;)
11 de dezembro de 2009 às 09:11Lindo o texto, adoro qdo eu começo a ler algo que me leva a algo e depois para um desfecho diferente. Ao ler, primeiro pensei naqueles que não se encontram mais entre nós, depois fez-me pensar nas pessoas que já passaram por nossas vidas, amigos, colegas (de trabalho de escola...), e é claro para aquelas que passaram por nossas vidas e deixaram suas marcas.
Lindo texto
bjs
Quando a gente tem motivo para nunca mais querer ver alguém é realmente mais fácil apagar da memória. Do contrário, fica sempre uma pontinha de presença, seja no coração ou na memória =(
11 de dezembro de 2009 às 10:03Mas se por um lado é mais difícil esquecer, por outro, a recordação é sempre mais doce =)
bitocas!!
Débora - Ex-casada, separada, neo solteira - A verdadeira farsa desse blog! hahahaha
Olívia Palito (já que o que te atrai é o humor infantil e infame...),
11 de dezembro de 2009 às 10:29Da primeira vez não assinei, pois com muita ingenuidade, achei que a ideia estava acima da minha humilde individualidade, mas se isso é importante pra vocês, ok.
Laura Loretto Andreotti, 34 anos, formada em ciências sociais, moro na Vila Dalilla em São Paulo. Se quiser, passe pra tomar um cafezinho. Solteira juramentada por opção exclusivamente MINHA e não por falta de opção como está me parecendo ser cada vez mais comum nas solteiras de plantão. Saio, bebo, me relaciono, dou, vivo. Não me escondo. Me interesso pelas histórias dos outros e prefiro que seja contada pela própria pessoa, pois evita a idiossincrasia... Mas, tudo bem, nem todo mundo tem coragem de enfrentar a si próprio.
Sei que as demais integrantes do site TAMBÉM escrevem sobre assuntos gerais, mas não SÓ escrevem sobre assuntos gerais...
Aceito a diversidade, não se preocupem em me responder, pois estou humildemente me retirando para não mais voltar. Sei que vão pensar: "já foi tarde!", mas é curioso que não aceitem críticas e opiniões que não sejam as suas... Sejam felizes com as suas historinhas...
Beijo
E interessante como a ausênia pode despertar sentimentos diversos nas pessoas, acabei de passar por situação semelhante, a separação de alguém querido, foi muito doloroso, principalmente porque não podia dividir esta dor com ninguém, mas na vida tudo é superável e eu já estou superando, desejo o mesmo para vc Giovana.
12 de dezembro de 2009 às 15:53Xeiro meninas
Estranha coincidência. Justo no dia 10, minha "ex" voltou de uma temporada estudando fora do país.
13 de dezembro de 2009 às 00:29Eu aqui, no mesmo apto em que vivemos juntos por 5 anos, sobrevivendo nessa devastadora (presença da) ausência.
Parece que o texto foi escrito pra mim. Me atingiu em cheio.
[]s
vou passar o dia pensando nisso: "Ignorar alguém desagradável é tarefa fácil quando comparamos a missão inglória de diminuir a ausência de alguém especial. "A falta de" torna tudo presente."
13 de dezembro de 2009 às 16:09Deus, me ajude a não pirar c esses sentimentos que invadem as memorias nossas de cada dia! hehehe
Bjo Gio
obs.esses ultimos posts estão bombando de comentarios polemizadores! eu, particularmente, q nunca soube se prestava, adorei! kkkk
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