segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Slow Work


Eu adoro o que faço. Entrevistar pessoas, destrinchar um novo assunto, aprender a cada dia. Contar histórias. Tentar me desafiar a fazer um texto minimamente diferente em meio a mesmice nossa de cada dia. Me divertir com as presepadas, com os infortúnios e tentar crescer com os tropeços. Mas eu ainda acho que a equação entre as horas trabalhadas e as vividas no mundo lá fora estão desequilibradas. E olha que minha irmã que tem horário de firma (9h às 18h) acha que eu tenho uma vida mansa por que pego no batente pra lá das 11h. Ainda assim, mesmo nesse flexível mundo do jornalismo, acho que a gente trabalha demais. Acho que todos nós trabalhamos demais. Por que cinco em sete dias? Por que onze meses em doze? Por que 8h ou 9h (muitas vezes bem mais que isso) em 24h? (Lembrem-se que ao menos 6h são investidas no sono). Num mundo ideal, ao meu ver, trabalharíamos apenas 6 horas por dia, quatro dias por semana, nove meses por ano. Nos outros três meses, teríamos tempo livre para fazer o que se deseja.

Meu objetivo de vida é ser dona do meu tempo. Como eu ainda não aprendi ganhar dinheiro & ser dona do meu tempo – ao mesmo tempo – vou me organizando para um dia, quem sabe, realizar meu sonho. Enquanto isso não acontece, procuro tirar mini-férias diárias. Chego mais tarde no dia seguinte ao que trabalhei até bem tarde, faço um almoço mais longo com direito a caminhada, reservo uma hora do dia para bater papo com a Olívia ou escapo mais cedo para um cinema. Fora o tradicional café com leite na padoca no fim de tarde. E procuro me divertir no batente – sempre. Ou então a lástima toma conta e o dia a dia e tudo fica um inferno. Às vezes, não tem jeito, entro no reino da resmungolândia. Para não habitar muito tempo essa terra sombria, me lembro de que sou um afortunada porque faço o que gosto. E que, brevemente, serei a dona do meu tempo.

Débora – A Separada Cigarra

18 comentários:

Suelen Rauber disse...
Este comentário foi removido pelo autor. 14 de fevereiro de 2011 às 00:23
Suelen Rauber disse...

Débora!

Lindo texto! Minha tentativa, por ora, é mais modesta: quero ser dona da minha vida! Dona das minhas alegrias e tristezas, não quero me abalar tanto por aquilo que me foge ao controle, quero ser dona do meu estado de espírito, e não uma vítima das circunstâncias. Faço votos de que em breve tenhas tanto tempo livre quanto gostarias, fazendo aquilo que te dá prazer. To buscando isso, e comecei com um blog: su-poucoacucaremuitosal.blogspot.com
Espero que goste!

Beijos!

14 de fevereiro de 2011 às 00:25
3 x Trinta - Solteira, Casada, Divorciada disse...

I agree!!!

Onde está escrito que nós fomos feitos para trabalhar tanto, né?

Beijos, já aderi ao movimento,

Bela - A Divorciada

14 de fevereiro de 2011 às 00:37
Kilson disse...

Aprendizado da semana: "...tirar mini-férias diárias..."
Adorei a ideia!
Abraços

14 de fevereiro de 2011 às 03:18
Freda Franchin disse...

Acho que você tem toda razão do mundo, tenho também esta utopia de trabalhar menos horas no dia, no mês e no ano, e até acho que um dia isso irá mudar no mundo, algum dia vão perceber que é um absurdo trabalhar tanto e vão diminuir significativamente a carga horária, mas quando isso acontecer muito provavelmente ate meus filhos (que eu nem sei se terei) já estarão aposentados, rsrsrs
No meu caso, fico sonhando que meu horário de firma tbem fosse das 9 às 18, já que o meu é das 7:30 às 18:00 e ai de mim se picar o cartão as 7:40! Vc não imagina o quanto essa coisa de picar cartão me deixa louca e olha que eu tbem sou jornalista, com um horário nada flexível! Mas acho que reclamamos de qualquer jeito, somos os eternos insatisfeitos, você está ai reclamando e entra às 11 e fico sonhando com o dia em que eu puder entrar pelo menos às 9!
Ainda bem que sonhar não custa nada!
Beijão

14 de fevereiro de 2011 às 08:43
Olívia disse...

Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii....que vontaaade dessas férias diárias! Precisaaava dormir hoje..

Fds com a separada e a solteira foi pesado! rsrsrs

Férias Já!!!! (com pastel rs)

.olívia.

14 de fevereiro de 2011 às 09:06
Andarilho disse...

No meu mundo ideal, a gente trabalharia dois dias no fim de semana e descansaria cinco.

14 de fevereiro de 2011 às 09:19
Anônimo disse...

eu sempre falo que não nasci pra trabalhar de segunda a sexta, 8 hrs po dia. mas falo isso não pq penso em virar madame, mas pq é difícil me concentrar o dia todo. em alguns dias, rendo mais pela manhã, em outros, a noite. acho segunda cedo um saco e sempre fico de bobeira na internet, e não faço p&%%@ nenhuma no trampo até umas 14 hrs. e fico pensando, já que é assim, pq não me dão o direito de entrar mais tarde na segunda? pq não posso trabalhar por produção e não por tempo? tenho pensado muito nessas coisas, e acho que logo mais estarei livre da vidinha da firma. pq eu acho que vale a pena ganhar menos $$$ mas ser mais feliz!
bjocas
lola

14 de fevereiro de 2011 às 09:51
João do Espírito Santo disse...

Parabéns, Deb!

Adorei, pois não é ter o negócio próprio que te traz liberdade mas sim ser senhor/senhora do seu tempo.

Nesse final de ano, mesmo sob uma chuva de críticas, consegui trabalhar remoto, lá de Floripa. Meu escritório era num maravilhoso quiosque na bera da areia a 3 metros da água. Divino.

Vou-me colocar essa meta, também: ser senhor do meu tempo. Preciso de liberdade para viver, para criar.

Mais uma vez, obrigado pela sapienciosa dica ;-)

14 de fevereiro de 2011 às 10:31
Borboleta no Casulo disse...

Débora, ótimo, vc deve ser mt feliz, pois vc faz o q vc gosta...e isso torna tudo mais leve e mais tranquilo para ser administrado!!
Bjão

14 de fevereiro de 2011 às 11:04
O Divã Dellas disse...

E quase que a gente escrevia sobre o mesmo assunto hoje!!!
Rsrsrs
Ai ai, essa escravidão que me maltrata!
Beijo,
Cinthya
http://odivaadellas.blogspot.com

14 de fevereiro de 2011 às 11:36
Isabelle disse...

Trabalhar menos = investir na vida. Afinal, o tempo é o nosso bem mais precioso e que pra quem tem sorte, não pode ser calculado, já que saber quanto tempo tem é estar com os dias contados.

14 de fevereiro de 2011 às 12:33
Stella Ching disse...

Ser dona do nosso tempo... meu marido quando me vê chateada de tanto estresse, seja do trabalho ou do trânsito, diz pra eu aguentar mais um pouquinho que logo logo seremos donos do nosso tempo... penso sempre em quando esse dia vai chegar.

14 de fevereiro de 2011 às 14:22
Razinha Arruda disse...

Oiiiiiiii Dedé!!!!!

Que supeeeeer texto!!!!!! Ameeeeeeei e concordo c/ vc: Precisamos de férias diárias!!!!!

Tem que trabalhar com amor, pq se não for assim, não rola!!!!

Saudades!

Beijocas para as três...

14 de fevereiro de 2011 às 15:36
Anônimo disse...

Acho que 100% dona do tempo não é possível, afinal há sempre uma porcentagem do dia que temos que fazer coisas por obrigação. Mas sou desta filosofia de tentar tirar mini-férias diárias, como a Débs. Aliás, tiro muitas vezes com ela mesma estas ferias rs. Às vezes acho que se fosse mais workaholic, estaria melhor profissional e financeiramente. Porém, teria perdido outras coisas que me são importantes também, como os amigos e os momentos de risadas, além da minha saúde também. Sabe aquilo de "quero ter um milhão de amigos...?" É isso!

Bjs da Solteira aprendiz de cigarra

14 de fevereiro de 2011 às 17:09
Clarissa B. disse...

É isso aí!!

Concordo, concordo e concordo!!

Bjos.

14 de fevereiro de 2011 às 21:19
Nina disse...

Adoro seus textos! Saudades de passar por aqui...

Já faz algum tempo que tenho a sorte de trabalhar em empresas que entendem o conceito de produtividade. Acho trabalho em excesso, horas extras constantes, sinal de incompetência ou insegurança.
Organizo meu tempo de forma a fazer o trabalho que tenho que fazer. Delego, distribuo... Há épocas em que trabalho mais, e outros dias que são tranquilos e sobra tempo para mim, para minha menina.

Meu sonho de consumo profissional é outro: trabalhar de havaianas. Detesto salto alto! Até o início do ano eu estava trabalhando como produtora em uma rádio, e até era possível ir de havainas em alguns dias. Mas agora voltei a ter contato direto com o público e, ai... adeus havainas queridas, snif, snif...

14 de fevereiro de 2011 às 21:24
Euza disse...

Débora, não me formei era apaixonada demais nos meus 17 aninhos casei virgem e feliz,achei que a vida era isto encontrar um marido e pronto li muito (Julia,Sabrina,Bianca ).
Admiro, pessoas como você afortunada porque faz o que gosta, e com certeza será dona do seu tempo.
Beijos

15 de fevereiro de 2011 às 13:38