quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Sobre como fui derrotada por um pernilongo

Eu estava feliz da vida porque ia dormir cedo. Tinha uma noite inteira pela frente e uma semana que se anunciava punk. Estava abraçada ao meu kiwi de pelúcia (trazido da Nova Zelândia, grande companheiro). E como não sou dada à insônia, sabia que teria uma noite de sonhos, relax e ficaria revigorada o suficiente para o dia seguinte. E então ele apareceu. Zum zum zum daqui e pá, me picou. Me cobri com o lençol e o barulho continuou. Comecei a me coçar loucamente, o corpo todo. Filho da mãe! Como ele chegou aqui no nono andar! Comecei a não gostar mais tanto assim do calor.

Acendi a luz e fiquei em posição samurai. Respiração suave, olhos atentos, braços posicionados para atacá-lo quando ele menos esperasse. Estava me achando a senhora Miyagi! Com meu treinamento marcial, estava pronta para trucidá-lo com hashis! E eis que, minutos depois, ele chega dando um rasante no meu rosto. Me desesperei, perdi a compostura e comecei a agitar as mãos como se elas fossem dois grandes leques. Afastei o cabra para longe. Apaguei a luz, tentei esquecer e em questão de minutos fui picada de novo.

Tentei uma nova abordagem. Coloquei meu saboroso braço direito de fora para atrai-lo. Quando vejo, ele está me picando no ombro esquerdo. Comecei então a perceber como a mente é traiçoeira. Ao pensar em estratégias, me derrotei. Se eu simplesmente reagisse conforme meus instintos, teria sido tão ninja quanto ele. Pensar nem sempre faz do humano um ser evoluído. Passei a sentir raiva, muita raiva. Tinha muita coisa para fazer no dia seguinte e aquele inseto menor que a minha unha não me deixava dormir. Já eram 4h da madrugada. Desesperador.

Me cobri com lençol e com o edredon, passei um calor brutal e mal conseguia respirar. E assim dormi. Acordei quatro horas depois, exausta, derrotada. Olhei para o teto e lá estava não só ele, como um companheiro. Eram dois! Guerra injusta. Um deles estava bem gordinho. Peguei o kiwi e joguei para cima. Errei de novo. Eles continuaram vivos. E decidi que na noite seguinte, iria apelar: compraria armas de destruição em massa. E é assim, com sono, com raiva e com a mente inquieta, que o homem vai se tornando um ignorante.

Débora - A Separada

10 comentários:

Unknown disse...

Desculpe, mas tive que rir. Queria ver se você morasse aqui, no mato como eu, e tivesse não dois, mas uns duzentos pernilongos sobrevoando a sua cabeça com aquele som infernal que só os pernilongos fazem...
Boa sorte com suas armas de destruição em massa, aqui em casa já sabemos que só um arsenal nuclear é capaz de dar conta.

Beijos

1 de dezembro de 2010 às 00:43
nanda disse...

Sensacional!
odeiooooooooooooooooo pernilongos!
Com todas as minhas forças!
E sim, são bastante traiçoeiros!
Perdi várias noites de sono por conta deles...
Boa sorte, Déb!
O calor chegou com tudo!
Beijocas!

1 de dezembro de 2010 às 00:47
Jú... disse...

heuheuheuueheuheuheuheuheheeuheuhe
muito bom... muito bom mesmo...
acho incrivel a noçao de voces de tirar grandes conclusões ou lições de coisas simples... como pernilongos
=)

1 de dezembro de 2010 às 08:36
Andarilho disse...

Inseticida neles! =)

1 de dezembro de 2010 às 09:47
O Divã Dellas disse...

Impressionante como um simples pernilongo (ou muriçoca, como chamamos aqui o nordeste) consegue tirar a nossa paz e comprometer um dia inteiro de trabalho. Eu só dormiria depois q matasse os dois.
Compra um sbp e manda os dois pra terra das asas juntas. rsrs

Beijos, meninas!

Verônica

1 de dezembro de 2010 às 10:06
Olívia disse...

Ahhhh, preciso assumir que eu sou ótima em matar pernilongos.

Mato um monte no escuro (mentira, matei um só uma vez... e acabei me batendo no rosto) hahahahahaha

Mas com a luz acesa eu consigo... Corro atrás, pulo, esmurro a parede, mas mato.

Odeio barulhos incessantes: pernilongos, pingo em calha, tic-tac de relógio, roncos.

Nunca consigo dormir com esses barulhos. Por isso eu durmo sozinha, sem relógio, sem roncos.

Déb, to morrendo de dó dessa sua noite... =(

Me chama da próxima ahaahahaha

1 de dezembro de 2010 às 10:40
Michelle disse...

Quer saber??? Eles vão de elevador!!!

Pelo menos foi o que me disseram uma vez....que os pernilongos sozinhos não conseguiriam chegar nas alturas, eles vão pelo elevador....safados, né?!?!?!

Pernilongo é uó, mesmo!!! Mas o protector resolve bem!!!

hahahaha!!! Lá em casa uma época tinha um exterminador de bichos, parecia um abajur, qdo bicho encostava ele era eletrocutado e fazia aquele barulhinho...até que mudamos pro meio do mato e não conseguíamos dormir de tanto barulho de bicho fritando no "eletrocutador de insetos"

Desculpe o comentário longo, mas lembrei de várias histórias com pernilongos, inclusive um outro conhecido que contou que depois de horas sem conseguir dormir por causa de um pernilongo conseguiu capturá-lo e ao invés de matá-lo e ir dormir resolveu descontar todo o sofrimento, ficou zunindo no "ouvido" do pernilongo e terminou com um afogamento na poça de água da pia da cozinha...ilário, né?!?!?!

Ahh!!! Se esquecer de comprar qualquer um dos inseticidas, dizem que queimar uma casquinha de laranja ou limão tmb afasta....ou vela de citronela...

Chega de "falar", me empolguei...desculpa aí!!!

Bju

1 de dezembro de 2010 às 12:24
3 x Trinta - Solteira, Casada, Divorciada disse...

Michele!
A história do seu amigo é hilária!!! Como não pensei nisso??? Torturar nosso algoz! hahaha

Valeu as dicas todas!
Irei me precaver para o verão =)

beijoss

deb

1 de dezembro de 2010 às 19:49
Evelin disse...

Vc iria odiar minha querida cidade: aqui tem de montão!!!!

Digo mais, eles são muito mais evoluidos, nós os acertamos de mão cheias e eles fogem vivinhos.

Há duas teorias que explicam tal fato, segundo meu namorado:
1- eles tem muita força
2- eles entram em outra dimensão haha

Tentam entender o gráfico:

mão - carapanã (ou pernilongo) - mão
a cena é bater as duas mãos amassando ele. Ele sai como se nada tivesse acontecido ehehe

=D

3 de dezembro de 2010 às 11:51
Shuzy disse...

hahaha

Tbm tenho um cachorrinho de pelúcia que é óóótimo pra matar pernilongos! Às vezes eu os acerto!

4 de dezembro de 2010 às 22:14