segunda-feira, 1 de março de 2010
Nascidas nos anos 80, nunca mais!
Ele estava arrasado. Seu amor tinha lhe deixado. Sob o argumento de que queria ir conhecer a vida, o mundo, as coisas, disse adeus e foi-se embora. Ele, 36, ela, 26. Dez anos de vida a mais que fizeram a diferença. Ele falava em casar e ter filhos. Ela, em ir para Nova York. Ele gostava de ir ao cinema e jogar tênis. Ela gostava de badalar. Um não acompanhava o ritmo do outro. Ainda assim, era aquela paixão. Um ano se passou e os planos iam sendo feitos a todo vapor. Até que ela decidiu que ainda queria fazer mais umas coisinhas antes de assentar. Para ele, ficou um vazio terrível. “Parece que enfiaram um tubo dentro de mim e aspiraram meus órgãos internos. Estou oco por dentro. Ela foi a segunda que de fato amei. Ela foi quem mais amei”.
Eu não sabia muito o que lhe dizer se não dividir minhas experiências com ele. Disse que não há muito o que fazer com o vazio que fica com o amor que vai. E que tem gente que opta por colocar uma pedra no vazio e fingir que nada aconteceu. Eu prefiro chorar. E esse foi meu conselho: vá até o fundo do poço. É úmido, é escuro e solitário. Mas quando você fala, ouve no eco sua própria voz, e passa a entender melhor a si próprio.
Ele concordou que não tinha outra opção se não chorar. Mas resolveu tomar uma decisão de ordem prática: “Não quero outra namorada nascida nos anos 80. Uma hora ela inevitavelmente vai querer ir conhecer o mundo!”
Débora - A Descasada
17 comentários:
Ah... Não fala assim.... Eu nasci nos anos 80 e não sou uma implacável aventureira... Sim, temos necessidades de descobrir coisas ainda, Mas eu gostaria de ter alguém do meu lado pra fazer descobertas... Enfim... O fato é que difícil mesmo é encontrar alguém que queira compartilhar momentos e o que mais encontramos é gente egoísta....
1 de março de 2010 às 11:17Eu acho que o descompasso é mesmo o maior problema nas relações. Mais do que amor, um casal precisa compartilhar planos, projetos, ideias e, de preferência, risadas.
1 de março de 2010 às 12:00Nossa, adorei como o texto está escrito!! Vou até dar um ff! Parabéns!
1 de março de 2010 às 12:10Olha, vim aqui pra conhecer o blog e tô adorando! Agora, me converto em seguidora. Mais uma balzaquiana que se une ao grupo e se reconhece nas histórias. Prazer: meu nome é Karine, 30 e poucos anos, solteirona convicta e que ficou pra titia de uma linda menina de 5 anos. Beijos.
1 de março de 2010 às 12:47Ritmo é uma coisa complicada.
1 de março de 2010 às 13:30Se fosse só assim...
1 de março de 2010 às 14:11Seria fácil!
Gostei do texto Dé!
Bjão
P.S. Esse blog tah me viciando!
HAHAHA
Ahhh, a parte mais linda com certeza é a do poço.
1 de março de 2010 às 14:26POÉTICO! ADOROOOOO!!!!
Não me ofendi nenhum pouco com a parte das meninas que nascem no anos 80...
Se fosse em 1990 seriam as 70 hahahahahahaha
Todas nós passamos por fases e fases...
Um dia a gente se acalma!
E isso varia de pessoa para pessoa! =)
Déb...mais uma vez: LINDO TEXTO! =)
.Olívia.
Débora, adorei o texto, achei muito legal como você abordou o fundo do poço, porque é assim mesmo que ele é. E acredito que só o conhecendo podemos está prontos prá outra relação.
1 de março de 2010 às 15:13bjs
Gostei daqui.. imagino o que três mulhres como vcs podem nos passar... Muitas risadas, experiências legais.
1 de março de 2010 às 15:17Beeijos
(;
Adorei e ainda bem que não nasci nos 80 (rs)... Ter projetos juntos, sonhar juntos é o que torna possível ficar juntos. Bjos!
1 de março de 2010 às 15:40Essa geração "Y"..aiaiaiai
1 de março de 2010 às 17:54Ainda sou dos anos 70!
Foi bom o conselho Deb. Pareceu até um déjà vu do livro Comer, rezar e amar. Chorar no banheiro e ir em frente. Sempre pode-se amar novamente.
Beijos
O outro é sempre o desconhecido. Não importa a data do nascimento. É como diz o Andarilho, questão de ritmo.
1 de março de 2010 às 18:44Adorei a história!
bj!
Dor e separação retratados de forma tão leve e racional- adorei!
1 de março de 2010 às 23:16ass: uma mulher de 30
Ai que triste essa dor de cotovelo dele, né? Mas passa. Torço pela felicidade de ambos, agora por diferentes caminhos.
2 de março de 2010 às 00:21Beijos,
Bela - A Divorciada
Bom texto, até me reconheci nele, só que eu meu marido somos ambos da década de 60, mas enfim estamos vivendo uma fase onde caminhamos por caminhos opostos, acabou a sintonia e ele agora está no fundo do poço porque não percebeu ou não quiz perceber o que estava acontecendo conosco, é sempre muito triste ver bons relacionamentos acabando assim, mas faz parte da vida e precisamos tirar disso lições para os próximos relacionamentos
2 de março de 2010 às 01:27Olá meninas!
2 de março de 2010 às 07:22Boa sorte ao rapaz, eu sei bem pelo que ele está passando. E fica o consolo: dói mas passa, a gente se liberta. E se,de repente,o moço quiser conhecer alguém dos anos 70...estamos aí!
Beijo em todas!
Adorei. Na verdade "nascida nos anos 80" é uma metáfora que ilustra os momentos de vida diferentes. É, isso acontece quando existe diferença de idade... o deslumbramento mútuo mas planos diferentes. So sad.
24 de março de 2010 às 20:43Postar um comentário