segunda-feira, 26 de abril de 2010

Era um comercial de margarina

Ela teve apenas dois namorados sérios na vida. E ele foi um deles, o segundo. Um cara bacana, simpático, querido, super amigo, educado, bom de cama, o genro dos sonhos de qualquer sogro ou sogra. Começaram a se relacionar quando ela tinha 20 anos. Ficaram três anos juntos, terminaram, voltaram dois anos depois. Tempo usado por ambos para viajar, ser solteiros, aproveitar a vida cada um do seu lado, mas com direito a vários flash backs, claro. Eles não podiam resistir quando se viam.

Numa dessas recaídas, Marcele ficou grávida. E eles decidiram casar e criar Matheus juntos. Nossa leitora começou então a viver a melhor fase da sua vida. Nas palavras dela: “eu tinha tudo: amor, carinho, respeito, cumplicidade, amizade, um homem que me amava completamente e que espalhava amor por onde andava, um cara que me achava absolutamente perfeita, inteligente e gostosa, que sabia me deixar louca na cama, que era um pai maravilhoso, que me proporcionava uma vida tranquila e feliz. Era o comercial perfeito de margarina, ou de plano de saúde, ou de qualquer dessas coisas que aparecem na TV com uma família feliz e saudável. Não me faltava absolutamente nada, nem material nem imaterial. Eu tinha um HOMEM (assim mesmo, com H maiúsculo), um filho saudável, a gente tinha planos e projetos. Nós tínhamos tudo”.

Para ficar melhor, quando Matheus completou dois anos, Thomás, o caçula, veio se juntar ao time. “Comemorávamos tudo: o primeiro passo dos pequenos, as conquistas profissionais de cada um, cada aniversário das crianças, de namoro, de casamento, dos amigos e das famílias. Estávamos sempre juntos dos que amamos e tirávamos alguns dias para uma viagem a dois a cada seis meses. Minha vida era perfeita!”, contou Marcele para nós.

Eis que, numa dessas reviravoltas gigantes que a vida dá, o marido da nossa querida bateu com o carro na curva da estrada, no interior do Ceará, onde trabalhava, em janeiro deste ano. Morreu na hora.

Eu fiquei com um aperto no coração na hora em que li esse trecho do e-mail. Agora, Marcele, que se sente completamente sem chão, tenta se reorganizar na vida com os dois babies, de 3 e 1 ano. Ela não tem nem 30 anos ainda e tudo o que queria era o seu “comercial de margarina” de volta. Não consegue se ver solteira outra vez. Mas está tentando ser feliz. Para colocar a dor para fora, ela até criou um blog: Não quero outro lugar.

Queridona, antes de mais nada, obrigada por ter dividido a sua dor com a gente. E por ser nossa leitora. De verdade. Religião e fé não se discutem, e nunca jamais colocarei esses temas em pauta aqui, mas, por outro lado, não posso deixar de dizer que, para mim, não existe acaso. Algum sentido essa partida de alguém tão especial teve que ter. Mesmo que a gente não consiga entender de forma alguma. Pense que ele foi um homem maravilhoso, digno, que escreveu ao seu lado uma linda história. Que tudo valeu a pena. Força. Fiquei muito feliz em saber que, apesar de tudo, você ainda tem muita esperança aí dentro. Isso é o mais importante, não é mesmo?

Gente, muito carinho para a Marcele nos comentários, pode ser?

Queridona, nós torcemos por você. Um caminhão de energia positiva, viu? Um não, vários. Muitos! E beijos para os seus filhotes. Cuide bem deles.

Much love,

Isabela – A Divorciada

15 comentários:

Márcia de Albuquerque Alves disse...

oi Bela?!

Bem, li a história de Marcele e confesso que chega me deu um nó da garganta.
Não discuto religião ou fé, mas creio que existe um mistério muito grande entre o céu e a terra, inexplicável para nós, visto que as coisas não acontecem por acaso e que tudo tem seu sentido e seu tempo.
É uma pena que "ele" teve um tempo curto aqui, mas, ao menos ele fez da vida "dela" um "comercial de margarina" que milhares de pessoas dariam tudo prá viver, muitas vezes partem e nem vivem. Tem pessoas que entram na vida da gente como "cometa", forte, bonito, ilumina tudo, muda tudo, mas, segue, segue um caminho que muitas vezes nem entendemos, mas, um caminho.
Agora, é preciso força, amigos e perceber que "ele" não te deixou só e nem sem sua presença, porque seus filhos são parte fundamental do que vocês construíram juntos, e eles precisam demais da mulher forte que tem aí!

bjs

26 de abril de 2010 às 13:19
Andarilho disse...

Uma hora, quando a dor passar (e ela sempre passa, mas sempre sobra saudade), quem sabe ela não acha outro pote de margarina pra sua tampa?

26 de abril de 2010 às 13:30
Freda Franchin disse...

Nossa que história trágica, estou sem palavras, com literalmente um nó na garganta.
Perdi um irmão de 23 anos numa morte trágica tbem num acidente e sei bem o que uma morte dessas nos causa. Mas confesso que hoje, 5 anos depois, acredito fortemente que realmente nada acontece por acaso, que Deus nunca nos dá um fardo maior do que podemos carregar e que se nem um fio de cabelo cai sem a permissão Dele, um dia descobriremos o motivo de passarmos por momentos tão dificeis. Por enquanto fica o aprendizado e o crescimento espiritual que ao menos minha família e eu, temos tido, graças a Deus!
Muita força por aí, os 3 primeiros anos são os piores!
bjo

26 de abril de 2010 às 14:50
Freda Franchin disse...
Este comentário foi removido pelo autor. 26 de abril de 2010 às 14:51
Cele disse...

Obrigada, gente! Muito obrigada mesmo! Seguindo em frente, levando a vida e tentando encontrar outras razões, além dos pequenos, para sorrir e ser feliz.

26 de abril de 2010 às 14:55
Nina disse...

Eu ja conhecia a história da Marcele, ela é amiga de uma amiga minha (que também tem um blog lindo, ela escreveu até um texto pra ela: (http://rochelle.blogfacil.net/artigo-b1/CARTA-A-UMA-AMIGA-QUE-FICOU-SEM-PAR-b1-p33.htm#c_137)

Muito, muito triste. Difícil de entender e de aceitar... Mas a vida segue e resiste. E as crianças sempre trazem alegrias.

beijos

26 de abril de 2010 às 15:42
Accácia disse...

Chorei lendo esse post!
Que história de vida!!
Não resisti e passei lá pra conhecer de perto!
Boa sorte pra ela!Sempre!

26 de abril de 2010 às 16:21
Maura Fischer disse...

Olá meninas,
Puxa... Que história... Força pra ela!
Bom, vim lhes convidar para participar dos sorteios que estão rolando no meu!
Hoje: Sorteio de aniversário - prêmio 1 adesivo decorativo I-Stick!
A partir de amanhã até 05/05: Sorteio de Dia das Mães em parceria com o Flores Online - prêmio um lindo arranjo de flores!
Boa sorte!
Um abraço,
Maura

26 de abril de 2010 às 17:45
3 x Trinta - Solteira, Casada, Divorciada disse...

Caramba...perder um companheiro de vida, com dois filhos ainda pequenos, é dor demais para uma mulher só.

Mas só de você colocar para fora no formato de um blog, já acho de uma coragem imensa. Que essa mesma coragem e que a energia dos seus filhos te façam seguir por um caminho novo, brilhante e sempre cheio de desafios. E cada vez mais fortalecida.

Daqui de SP fico mandando muito carinho e energia positiva para que tua vida seja suave =)

um beijo

débora

26 de abril de 2010 às 19:29
Marcos disse...

Não existem palavras de consolo nesse caso, somente que ela tem os frutos desse amor, que é onde ela deve tirar forças e motivação.

Eu também acredito que nesta vida nada é por acaso.

Força para essa família!

26 de abril de 2010 às 22:54
Anônimo disse...

bela, vc deve se lembrar, eu te falei que precisei recomeçar minha vida com as duas filhinhas, com 1 e 3 anos e antes dos 30.
Marcele,´muito mais trsite seria não ter esses anos tão felizes para lembrar. A dor faz parte da vida, e com o tempo você conseguirá perceber que não precisa tomr conta de todos os espaços desta vida. um dia de cada vez. Os meninos crescendo, e você também.

27 de abril de 2010 às 09:01
Fernanda disse...

Gurias,
Não tem como a gente parar um pouquinho e não pensar no significado do que aconteceu com a Marcela.
Não sei bem por quê, mas a vida prega peças na gente que não têm razão de ser.
Tudo o que posso dizer à Marcela é que tire forças de onde der, se alegre ao ver nos pequenos o resultado de uma amor e de uma vida tão lindos e que, aos poucos,saiba que tudo vai se ajeitar!
beijos à ela e à Bela!

27 de abril de 2010 às 10:52
Decor e salteado disse...

Numa situação como essa não cabem palavras ou explicação. Vai muito além do que podemos entender, pelo menos por agora.
Pra Marcele, minhas orações e a torcida pela superação de uma dor que só quem sente sabe.

Força e luz!

Lu
http://decoresalteado10.blogspot.com/

27 de abril de 2010 às 13:25
Evelin disse...

Uma pena Marcele, mas o importante é não desistir da vida. Sua história é muito semelhante ao que aconteceu com a família de uma amiga muito querida. Nesse caso, o pai deixou uma família linda, encaminhada profissionalmente, e se foi do nada, sem acidente, sem doença, sem nada. Na casa de praia foi tomar banho no banheiro, coisa raia pois sempre tomara no chuveiro da piscina, e lá mesmo ficou. É difícil, mas superável. FORÇA!

Bjs

28 de abril de 2010 às 16:43
Andrea Garcia disse...

Linda, muitaaaaaaaaa força p vc !!!
Tenho certeza que uma vida cheia de boas energias espera por vcs, todos juntos !!!

3 de maio de 2010 às 15:26