terça-feira, 13 de abril de 2010
Mulheres que amamos amar: Berenice
Eu jantei uma vez com a Berenice. Deve fazer uns cinco anos já. Eu fazia uma reportagem sobre mediação familiar quando me apresentaram à famosa desembargadora gaúcha. Fiquei fascinada com aquela mulher linda, elegante, falante e meio brava na forma de defender suas ideias. E eu adorei as ideias dela. Como assim uma juíza que brigava pelas questões afetivas num território tão frio como o dos tribunais? Adorei de novo.
Revi Maria Berenice Dias, 62 anos, na edição da revista Claudia de março (aquela com a Lília Cabral na capa, outra mulher que aaaamo amar), em uma entrevista ótima. Descobri que ela abriu um escritório especializado em direito de família e que virou uma espécie de casamenteira de casais homossexuais (a relação homoafetiva é uma de suas principais bandeiras).
A matéria conta um pouco a briga dela para entrar no masculino universo dos magistrados. Aliás, a primeira briga dela foi para poder prestar concurso – isso porque em 1970 as mulheres sequer podiam disputar uma vaga como juíza. Depois de ter sido aprovada em todas as fases, teve que ouvir as seguintes perguntas durante a entrevista final: você é virgem? O que faria caso se apaixonasse por um subordinado? (algo que jamais aconteceria com homens, certo?) Como julgaria crimes sexuais?
Depois dessa prova de fogo, não parou mais de brigar pelos direitos das mulheres. Sua participação na elaboração da Lei Maria da Penha, por exemplo, foi fundamental. Entre suas batalhas mais recentes está a proposta que acaba com o período de separação de dois anos antes do divórcio definitivo. O que, diz aí Bela, deve ser um pé no saco!
Ainda hoje alguns colegas tentam desmerecê-la. Por ser mulher, por botar a boca do trombone, por desafiar os conservadores e até por ter se casado cinco vezes. Alguns até questionam se ela não seria homossexual. No que ela responde: “Sou, sim, homossexual, vítima de violência doméstica, negra, abusada sexualmente, me identifico com todas as minhas bandeiras, sou todas elas.”
Débora – A Descasada
Revi Maria Berenice Dias, 62 anos, na edição da revista Claudia de março (aquela com a Lília Cabral na capa, outra mulher que aaaamo amar), em uma entrevista ótima. Descobri que ela abriu um escritório especializado em direito de família e que virou uma espécie de casamenteira de casais homossexuais (a relação homoafetiva é uma de suas principais bandeiras).
A matéria conta um pouco a briga dela para entrar no masculino universo dos magistrados. Aliás, a primeira briga dela foi para poder prestar concurso – isso porque em 1970 as mulheres sequer podiam disputar uma vaga como juíza. Depois de ter sido aprovada em todas as fases, teve que ouvir as seguintes perguntas durante a entrevista final: você é virgem? O que faria caso se apaixonasse por um subordinado? (algo que jamais aconteceria com homens, certo?) Como julgaria crimes sexuais?
Depois dessa prova de fogo, não parou mais de brigar pelos direitos das mulheres. Sua participação na elaboração da Lei Maria da Penha, por exemplo, foi fundamental. Entre suas batalhas mais recentes está a proposta que acaba com o período de separação de dois anos antes do divórcio definitivo. O que, diz aí Bela, deve ser um pé no saco!
Ainda hoje alguns colegas tentam desmerecê-la. Por ser mulher, por botar a boca do trombone, por desafiar os conservadores e até por ter se casado cinco vezes. Alguns até questionam se ela não seria homossexual. No que ela responde: “Sou, sim, homossexual, vítima de violência doméstica, negra, abusada sexualmente, me identifico com todas as minhas bandeiras, sou todas elas.”
Débora – A Descasada
13 comentários:
Eu li esta entrevista também. Adorei! Muito boa lembrança, Dé. beijos Gio
13 de abril de 2010 às 00:11Berenice é tudo!!!!! Fiquei apaixonada, vou me jogar no site dela.
13 de abril de 2010 às 00:16E tô com ela e não abro na luta para desburocratizar o divórcio!!!!
Beijão,
Bela - La Divorciada
Berenice é um exemplo que realmente temos que levantar a bandeira pelo que acreditamos! Mais que isso, quando a nossa voz não adianta, nossas atitudes ficam mínimas diante de um mundo, e nossa existencia parece insuficiente... NOSSA DOR é quem transmite a indignação, NOSSO OLHAR de desespero é quem comunica que ainda tem gente que acredita que esses valores invertidos podem ser mudados, e NOSSA DETERMINAÇÃO é quem educa (ou deseduca) a cada um que, por curiosidade ou por necessidade, se interessa por essas bandeiras!
13 de abril de 2010 às 04:53Beijo
Também gosto muito da Maria Berenice.
13 de abril de 2010 às 08:18Faltou dizer que ela também luta contra a Alienação Parental, outra causa nobre.
Para quem quer saber mais sobre o assunto, recomendo:
www.amorteinventada.com.br
Beijo!
Oi Débora!
13 de abril de 2010 às 08:36Sou admiradora de todas as mulheres que lutam por seus direitos e pelo direito dos demais. Sou estudante de história e minha pesquisa se encaminha por gênero feminino. Estudo sobre a Mulher negra no período Oitocentista na Paraíba, mas, ainda não determinei a data específica porque ainda estou na fase das leituras. Bem, mas, o que me remete a dizer isso é que cada vez que leio sobre a mulher percebo o quanto ainda precisamos gritar, o quanto somos "diminuídas", o quanto ganhamos menos que os homens, o quanto ser profissional ainda é visto de maneira atravessada e entre outros.
Estudar sobre a mulher me fez ver o quanto somos especiais e determinadas, e que mulheres como a Berenice são exemplos para nós!
Amei o post,
bjs
Eu não conhecia esta mulher, mas já amei. primeiro pelo nome (que acho forte e lindo), depois pela trajetória.
13 de abril de 2010 às 08:44Mandou bem!!
Eu não conhecia, mas gostei da mulher.
13 de abril de 2010 às 09:01Conheço a Dra. Maria Berenice de alguns congressos de Direito de Família dos quais participei e admiro muito seu trabalho e suas ideias inovadoras. Ela é uma mulher que contagia e inspira.
13 de abril de 2010 às 09:36Parabéns a Maria Berenice - Mulher admirável.
13 de abril de 2010 às 12:37Parabéns a todas as pessoas, independente de sexo, que fazem a "sua parte". Hoje, infelizmente, somos uma sociedade que necessita de super-heróis... e com isso muitas vezes deixamos de fazer a nossa parte para que "o outro" venha e faça.
Mas isso não é o caso de vocês não, viu meninas!!!rsrsrs
PS: Bela, faz como eu, me preparei para dizer a juíza que já tinha mais de 02 anos separado, mas Vossa Excelência nem se quer olhou na nossa cara e assinou sem questionar nada o DOC do divorcio!
Ai que demaisss...adorei o final
13 de abril de 2010 às 13:49Adogooo mulheressss assim!!!
Lindo Post
.Olívia.
Que entrevista apaixonante.
13 de abril de 2010 às 20:10Débora, bstante contente por sua presença e deliciosa fragrância que ficou em minha atmosfera. Comemorar 1º Niver do blog com vc presente é um presente.
A festa continua desde ontem.
Beijo pra vcs. tres.
Tres chis
Mto bom... valendo lembrar que mulher para o direito civil até 2002 era uma coisa!!!!!!
13 de abril de 2010 às 23:11Bjo Debi
Adorei a matéria e sou suspeita em declarar que sou mais uma fã ilustre Desembargadora - até porque sou advogada.
14 de abril de 2010 às 11:55Embora não atue diretamente no Direito de Família, atuo na área da Saúde e sei o quanto é importante termos no Judiciário pessoas que lutam pela desburocratização de algumas leis.
Parabéns!
Tarcila
http://www.campanellaadvocacia.blogspot.com
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