segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Desapeguei. E ponto final.

Você tá naquele festão gente bonita + showzinho privado + muita bebida + decoração impecável. O rega-bofe é boca livre, como manda o figurino, e você tá lá: livre, leve, solta, sacolejando o esqueleto de olhos fechados. O som tá incrível.

Tá tudo muito bom? Booom! Tá tudo muito bem? Beeeem!

Tudo lindo e delícia quando seus olhos pousam num carinha ali no fundo da pista. Ei, é um ex-rolo, que você não vê há séculos. Ué, cadê o frio na barriga? Nada.

Ele te vê, sorri, acena e vem na sua direção saltitante. Ué, cadê a taquicardia? Pulso a 72, irredutível. Ele chega e te dá aquele abraço. Você pensa: Ok, não perde a chance de tirar uma casquinha básica. O cara faz carinho desnecessário no seu braço - com direito a uns apertinhos "fofos", também desnecessários. Capricha no olhar matador e pergunta: Como você tá? Pôxa, você tá linda. Ué, cadê o frio na barriga, a taquicardia, a mão fria e as mexidas frenéticas no cabelo? Niet... Ih, nem soltei o coque quando ele vinha na minha direção, você pensa...

O cheiro dele já não é mais tão gostoso, o comportamento é o mesmo. Você já conhece esse filme e não dá vontade de ver de novo, sequer as melhores partes. Para completar, tem uma morenaça no grupo dele com quem ele faz questão de conversar tête-a-tête, assim como faz contigo quando ela não está. Cara esperto, protege o mercado. Aí, você saca a situação e conclui que está solenemente se lixando pra isso. Porque você não tá mais na dele. Desapegou, coisa que você já sabia há muito tempo. Mas nada como uma situação real para te provar por a + b.

Feliz da vida, você gira os calcanhares e vai lá no gargarejo sacudir os quadris com o som da banda. Tá demais! Cansada, sai à francesa, sem dizer tchau. Hora de ir pra casa e sonhar com quem ainda está para chegar (ou já tá batendo na porta).

A Solteira

3 comentários:

3 x Trinta - Solteira, Casada, Divorciada disse...

Amiga solteira: amei o post. Praticamente um roteiro, eu diria. Gostei desse poder de visualização que vc deu ao texto. E vou adorar escrever sobre cuecas, hahaha!!!! Quer começar? Beijos, A Divorciada

3 de novembro de 2008 às 13:11
Luciane Angelo disse...

O melhor não é quando sentimos todos aqueles sintomas de uma paixão e sim quando percebemos que, no meio de uma pista de dança, realmente não precisamos mais daquela pessoa e rodopiamos felizes enquanto ouvimos a música. Uma real sensação de libertação. Estamos inteiras novamente com nós mesmas!

3 de novembro de 2008 às 18:46
Felipe Barros disse...
Este comentário foi removido pelo autor. 4 de novembro de 2008 às 02:28