sábado, 27 de junho de 2009

O efeito borboleta


De vez em quando tomamos decisões tão grandes que temos um certo medo de bancar “Deus” e interferir no destino que nos foi traçado. Tal como no filme Efeito Borboleta, ficamos repassando mentalmente todas as possibilidades de desfecho “se em vez disso tivéssemos feito aquilo”. O termo, na verdade, vem da física. Faz parte da teoria do caos e ficou famoso por causa daquela história de que “quando uma borboleta bate as asas de um lado do mundo, pode provocar uma tormenta do outro lado”.

Muita gente prefere não se mexer muito justamente na crença de que “se algo tiver que acontecer, vai acontecer”. Ou seja, espera que alguma borboleta bata as asas n’algum canto remoto do mundo. Eu mesma tendo a ter esse comportamento. E acabo “jogando para o universo” decisões que estão ao meu alcance, nas minhas mãos. Essa mania de empurrar para o outro – seja ele seu amigo, marido, pai, mãe, Deus ou borboleta – oculta uma grande covardia, um medo enorme que temos de lidar com o peso das decisões.

E uma coisa é fato consumado: quando a gente dá um passo, o mundo sai do lugar, como diz uma música bonitinha do Siba. Às vezes é mesmo necessário que a gente seja “Deus” de nossa própria vida para ver outras vidas se movimentando também. Um exemplo bobo: você deixa seu emprego bacanudo para ir ser missionário na África. Ao fazer isso você não está mexendo apenas com a empresa para a qual você trabalha e com seu chefe ou subordinados. Você está mexendo com a sua família, que vai sentir saudade e achar que você surtou de vez, você está mexendo com aquele pacato colega de trabalho que já não sabe mais o que é sonhar com um mundo melhor, você está mexendo com seus amigos mais próximos, que não te terão por perto por um bom tempo e você está mexendo até mesmo com a empresa de telefone celular que vai sentir falta das suas faturas estratosféricas.

Uma decisão, uma mudança de rumo, gera uma reação em cadeia atingindo pessoas que você nem imagina. E acho que é isso que faz a vida ser tão dinâmica e as pessoas caminharem para frente. Muitas vezes a gente precisa mesmo tomar um baque por causa de uma decisão alheia. Enxergar novas saídas, novos desafios, justamente porque alguém mexeu a peça do xadrez por você. Mas outras vezes, não espere por essa jogada. Seja você o responsável pelas mudanças. De repente, aquela pessoa que você achava super dependente de você, vai é se libertar e descobrir que há vida lá fora. Mas sem o seu chacoalhão, talvez ela nunca perceba isso.

Débora – A borboleta

12 comentários:

Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ Sheila Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ disse...

Oie DeBorboleta... Não só adorei seu post como assino embaixo. Gosto de pensar que a vida é sábia... se não estamos aproveitando todo nosso potencial, ela coloca um anjo providencial em nosso caminho. Às vezes para nos dar um carinho, outras, uma bela rasteira, porque de tão inertes que estamos, chegamos a esquecer que temos pernas... próprias. Que sua fase borboleta seja repleta de cores ;-)

PS: Escrevi sobre isso tempos atrás... dá uma olhadinha quando quiseres: http://sheilacristinaandrade.blogspot.com/2009/02/amarras.html

27 de junho de 2009 às 15:19
Andarilho disse...

E a gente se esquece que não tomar decisão nenhuma é também uma decisão. Que vai igualmente afetar um monte de coisa.

27 de junho de 2009 às 17:03
Indecisa disse...

Foi ótimo encontrar esse texto hoje! Acabei de terminar um namoro de seis anos, depois de muitos meses de indecisão. Por puro medo, pura covardia. Foi muito difícil, mas, enfim, consegui agir.

Obrigada pelo texto!

27 de junho de 2009 às 17:44
♥ Driii ♥ disse...

Muito bom esse teu post Débora...
Sempre defendo que somos a soma de nossas decisões. Às vezes é necessário avaliar, reavaliar decisões e trocar de caminho... Reavaliar-se também!
Enfim, que todas essas "mudanças de rotas" venham para acrescentar e não anular a vivência no caminho antes percorrido... ;-)

Dri

27 de junho de 2009 às 18:34
Roberta disse...

Tia Débiiiiiis...

poisé Menina...eu também estou nesse momento...protelei tta coisa...que quando ví muitas delas meio que aconteceram na "marra" mas por mais perdida que as vezes me sinta...estou amando esse mundo novo que me abriu...

a frase do Andarilho também é boa...

bom...falei nada mas tá né...só pra dizer...identificação plena com o texto!

Beijos

27 de junho de 2009 às 18:55
Roberta disse...

adorei a assinatura Débora a Borboleta"

bitóca

27 de junho de 2009 às 18:56
Andarilho disse...

A borboleta que é símbolo de mudança, transformação.

Ou por que ela causa uma tempestade do outro lado do mundo? ;) Brincadeirinha.

27 de junho de 2009 às 19:03
Anônimo disse...

Que texto inspirado!!
Atóron dar umas reviravoltas na minha vida. E o melhor é que muitas vezes uma simples atitudezinha posse desencadear miles de movimentos novos.

Bom final de semana!!

27 de junho de 2009 às 19:50
http://saia-justa-georgia.blogspot.com/ disse...

Débora, muito bom o seu texto. O caso é que muitas das vezes achamos que uma pessoa seja dependente da gente e ai descobrimos que ela nao é; ou talvez essa pessoa quis nos mostrar que toda a ajuda durante este tempo todo a ajudou a dar esse vôo rasante agora.

Quem dormiu no ponto foi a pessoa que achava o tempo todo que a outra nunca seria capaz.

Entao, aproveita a nova chance para voar em outros jardins. Você ou seja lá quem for; vai descobrir um novo colorido.

Um grande abraco

28 de junho de 2009 às 08:38
RITA ABEMATSU disse...

Tá parecendo texto para o blog "Por uma vida simples"? hahahahahahaha
Piadas a parte, concordo em tudo e assino embaixo. Às vezes uma decisão nossa - que aparentemente possa parecer loucura - ajuda a muitos e principalmente a você. É por isso que é sempre bom fazer boas coisas e quando tiver que machucar alguém, pode ter certeza que será para o bem de todos!
Beijo grande

28 de junho de 2009 às 18:39
3 x Trinta - Solteira, Casada, Divorciada disse...

Nada como saber a hora de bater as asas e de pousar. E, também, nada como aproveitar quando o vento sopra a favor. Curta o efeito borboleta! Beijos, Gio - A Solteira.

28 de junho de 2009 às 21:11
Cris disse...

Deb!
Sou a própria borboleta e acredito muito nessa mudança constante que nos força a tomar decisões, voltar atras, pensar novamente, voltar atras novamente.....somos totalmente ínconstantes..
Por isso escolhi as três borboletas para tatuar!!! Pra me lembrar que em cada fase sou uma borboleta diferente!
beijos
Cris

29 de junho de 2009 às 09:26