domingo, 30 de agosto de 2009
De alma lavada e na medida
Não curto muito esse lance de emprestar roupa, embora já tenha feito isso em casos de amizade extrema. O mesmo vale quando a mão é invertida e sou eu quem está em apuros. Quando a situação não se encaixa nesta prerrogativa, é saia justa na certa. Aliás, mais ainda quando as suas dimensões territoriais são postas em xeque.
Dias desses, havia uma coleguinha gringa em treinamento lá onde trabalho. A mocinha era, com o perdão da palavra, um "tanquinho". A fofolete vinha de um país completamente tomando pela linha do Equador, o que a fazia perder qualquer referência a respeito de hemisfério norte, sul, translação do planeta Terra e estações do ano. Ou seja: a fofa baixou aqui em São Paulo, juntamente com um grupo de gringas, e virou um picolé hispanohablante neste inverno nada tropical, sem nada na mala para enfrentar o frio.
E o que a solteira tem a ver com isso? Pois que pipoca na minha caixa postal um mail escrito por uma das colegas da musa de Botero querendo saber se poderia emprestar (EU) um casaco para a colega (TANQUINHO), que estava passando muito frio, pois não trouxe nenhum abrigo na mala.
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Peraí, mas a garota é um tanquinho!?!? Porque Diabos o meu casaco vai entrar nela?!?! Dois: para piorar, foi uma conclusão do grupo, já que o e-mail foi escrito por uma delas, e não pela própria. Até onde sei, o espelho lá de casa não é de parque de diversões e não distorce a imagem. Caso contrário, seriam 10 centímetros a menos de altura, redistribuídos nas laterais do shape da solteira.
Com a cabeça fumegando de tantas perguntas, tomei a única atitude cabível naquele momento:
Ignorei a mensagem... ....
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E não adiantou nada. Um pouco antes de ir embora, a fofinha brota do meu lado e com aquele sotaque hola qué tal? "pregunta" se eu tinha visto a mensagem. Disfarçando a fumaça que saía da minha cabeça, pergunto blasé "quê mensagem?"
Ah, ela queria saber se podia emprestar um casaco meu, afinal, as outras eram más flaquitas, magrinhas no idioma de Cervantes... Estava prestes a colocar a moça dentro de um canhão e acender o pavio, mandando-a de volta para a linha do Equador, quando ela vê o meu casaco em cima da bolsa, passa a mão e começa a vestir. A gordinha mais rápida que já vi na vida. Um duende alucinado que poderia transformar a minha auto-estima em pó. Só isso.
Era tudo ou nada. E se o meu casaco de tricô entra naquele corpitcho rotundo e cabe como uma luva? E se não entra, ela insiste e deforma o casaco que ainda estou pagando? Em três segundos, saiu o veredicto: o casaco não fechou e sequer a fofa conseguia baixar os braços.
Ao ver aquela cena, um sorriso de canto de boca brotou no meu rosto. O casaco não tinha cabido, o-ca-sa-co-não-en-trou! Então, nem tudo estava perdido para a Solteira! Pela primeira vez, fiquei feliz com a desgraça alheia. Oh, me apretan los bracios, disse decepcionada.
Só me restou arrematar com agulha de "oro", já tirando dela o casaco que não era para a moça ter vestido jamais nesta, nem na outra vida:
Veja que este casaco, por ser de tricô, rola até uma certa elasticidade. Pois é, até tenho uma jaqueta jeans lá em casa, mas se este casaco aqui não entrou, a jaqueta jeans é que não vai servir MERRRMO....
Pano rápido! Aliás, muitos, muitos panos. Para ela, é claro.
Giovana - A Solteira
10 comentários:
Não sabia que tinha esse apelido, "tanquinho".
30 de agosto de 2009 às 23:38Olha, eu chamo as pessoas de gordas mesmo. Porque até onde eu considero, gordo não é xingamento, hauhauhau.
Também não gosto de emprestar as minhas coisas. Só em último caso mesmo.
31 de agosto de 2009 às 03:36Beijos e ótima semana para as três!
Que roubada hein!?
31 de agosto de 2009 às 07:35Boa semana para todas vocês!!
Solteira!! Vc voltou!!
31 de agosto de 2009 às 08:50Que saudade!!
Mas que mala eres tu!! rsrsrs
Do jeito que eu sou bobinha e doida para agradar a todos, não só emprestaria o meu casaco como ficaria frustrada ao perceber que não cabeu. Capaz até de ir até em casa buscar um maior. hahahaha
bj!!
'Deboba'
ps: eu e Marida já nem sabemos mais que roupa é de quem! taí uma coisa que absolutamente não me incomoda
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Meu Deus que engraçado!!! Gostaria muito de estar lá para ver essa cena.
31 de agosto de 2009 às 12:16Dé, você e Marida é caso de amizade extrema. Sacou? Não se encaixa na situação tanquinho de outro lugar do planeta, que você nunca viu mais gorda, te pedir um casaco seu porque acha que vcs. tem o mesmo shape bola. :0)
31 de agosto de 2009 às 12:34besos, La Soltera!
"Tanquinho" desprovido de qualquer noção. Se o grupinho tivesse baixado aqui no Rio de Janeiro, poderia, pelo menos, ter feito uma vaquinha para adquirir um casaquito "dérreal" num SAARA da vida.
31 de agosto de 2009 às 12:45Beijinhos às três e uma ótima semana! :)
eu até consegui imaginar o sorriso amarelo de canto de boca hahahahahaha muito bom. Eu tb não curto muito esse lance de emprestar roupas, eu acho meio falta de higiene sacas? Sem querer ofender, mas outra cultura, sabe lá o que rola na cabeça desses seres, se tomam banho... sou fresca mesmo, preciso meditar mais e praticar o desapego.
31 de agosto de 2009 às 22:47bjs
folgada é apelido né...
1 de setembro de 2009 às 15:29Ótimo texto, bem divertido! Com uma história totalmente compreensível. Detesto emprestar roupa!
2 de setembro de 2009 às 11:44Postar um comentário