sexta-feira, 7 de agosto de 2009
Locomotivas modernetes
Ser "muderrrno" dá um puta trabalho, não dá não? Primeiro, o guarda-roupa. Muitas etiquetas escondidas, mas não o suficiente para não serem devidamente vistas. É uma linha tênue que engana muita gente. Só que não a todos. Um ar pseudo-despreocupado sempre rola, porém não mascara o investimento pesado para ter (e manter) um visual up to date. Quantas parcelas no cartão de crédito estão por trás disso? Hummm, chutaria muitas.
Só que o negócio é não dar na vista. Pobreza e restrição estão fora do dicionário, circular é mandatório. Cara de blasé e contatos que rendem duas frases e um beijo no rosto fazem parte do jogo. É o raio do networking a qualquer custo. Em alguma coisa vai dar; é a fé dos criativos dos tempos em que jeans e blazer faziam aquela vista, gente! E dos criativos de hoje, que amam uma calça xadrez, um discurso coletivo, ostentam a tal cara blasé - mas adorariam mesmo é saber o que se passa no holerite daquele amigo desaparecido.
Não se deve perder um lançamento, a bebida é de graça. Esbarrar em algum contato antigo da agenda pode acontecer e, ah!, nada como curtir um pouquinho, né? Não pode é ficar sozinho, na sua, e depois não ter o que comentar entre as vírgulas de um papo vazio. A vida tem que estar sempre acontecendo, mesmo que seja na base de relações rasteiras e de sociais cheia de gente que nada tem a dizer e não fazem outra coisa senão circular e mensurar seu nível de felicidade a partir da alegria ou da desgraça dos outros.
A roupa de conceito desconstruído é tão original quanto à da vitrine da esquina. Virou o escudo dos soldadinhos que cansam a beleza, pensam "fora da caixa" e tropeçam ao sair das quatro linhas. Fugir deste exército soa algo bem sensato.
Giovana - A Solteira
9 comentários:
Mas guarda-roupa de casada também, pois estamos sempre pegando uns quilinhos por conta, ai que coisa!!!
7 de agosto de 2009 às 04:12Bom fim de semana
Faço das suas as minhas palavras. Todo o texto!
7 de agosto de 2009 às 08:47Eu já não ligo mais pra que os outros pensam.
7 de agosto de 2009 às 08:52Tô todo largado, não faço barba, não corto cabelo, só roupa velha...
Algumas pessoas podem até dizer que não ligam para que os outros pesam... "ando largado, não uso roupa da moda, não corto cabelo, não pinto a unha..." Mas esse comportamento tambem é uma maneira de vc demonstrar seu "estilo", no fundo todos nós queremos nos sentir exclusivos... seja toda largada ou bem vestida estamos demonstrando uma linguagem própria, exclusiva nossa...
7 de agosto de 2009 às 09:42Moda também é comunicação, e quando vc deixa de usar algo ou investi horrores em um simples objeto vc está simplesmente querendo se incluir ou excluir de um "grupo"... Ou seja se comunicando...!
bjitos!
O ser humano aprende por imitaçao. É visual. Alguns copiam outros inventam. Os inventivos tentao ser diferentes e logo são copiados, fazendo com que inventem outra coisa.
7 de agosto de 2009 às 12:21De repente ver uma menina de bota 7 leguas, que eu usava lá no maternal, é a coisa mais normal do mundo porque uma biba louca viajou na batatinha e resolveu inovar.
Teorizar a roupa que se veste é tão util quanto discutir se é verde ou azul pscina.
Nem 8 nem 80.
7 de agosto de 2009 às 14:46Sou um meio termo!
=*
Massa o texto
Interessantíssimo, pois isso não se restringe somente ao vestuário, rola o lance do: qual é o seu carro? vc viu o novo lançamento de relógios? e por aí vai, não tem fim... no fundo é o que todos querem para a economia andar, lembra da crise mundial? é só o povo fechar o bolso e pronto, CRISE MUNDIAL. Daí eu me pergunto, a economia rola por que mesmo?
9 de agosto de 2009 às 09:44Adorei o texto, beijos
Essa gente me cansa. Adorei o texto!
9 de agosto de 2009 às 16:28eu tenho uma preguiiiiiça de evento assim que faz um século que não vou a uma festa dessas!
9 de agosto de 2009 às 18:38bitoca
debs
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