sexta-feira, 6 de agosto de 2010
Dez coisas que eu odeio no jornalismo
Não sou lá de odiar as coisas visceralmente. E menos ainda de escrever sobre o ódio. Mas há momentos na vida que se a gente não desabafa ao menos no nosso próprio blog, tem um burnout. Eu amo ser jornalista – e prometo um dia escrever as dez coisas que eu amo. No entanto, em se tratando de uma profissão um tanto estressante e quase esquizofrênica, pode nos deixar malucos. E eis as coisas que mais me irritam no geral:
1. Se deixar sempre pautar pela Time ou pelo NY Times como se tudo o que eles dissessem fosse lei. Mesmo quando o que eles dizem não faz o menor sentido para o Brasil.
2. Achar que uma notícia é velha demais e não dar. E resolver dar depois que o Fantástico deu.
3. Achar que uma tendência é vanguarda demais e que o leitor não está preparado para aquilo. E resolver dar depois que o Fantástico deu.
4. Achar que os entrevistados são pessoas que estão disponíveis 24 horas por dia.
5. Achar que “personagem” é coisa que se compra por R$ 1,99 em uma máquina de depoimentos que tem em qualquer esquina. Como se não fossem seres humanos, como se não fosse a vida deles em jogo na revista/jornal/TV/internet/rádio.
6. É a profissão que mais exige sensibilidade. E é onde mais tem gente insensível (MAFÊ, ESSA EU ROUBEI DE VOCÊ, TÁ?).
7. É a profissão que mais exige uma mente aberta. E é onde mais tem gente preconceituosa.
8. A obsessão por números. Ofereça uma matéria sobre velhinhas que usam piercing e teu chefe te perguntará: tem número mostrando que cresceu o número de velhinhas usando piercing?
9. As coisas serem sempre ao gosto do patrão e nunca ao gosto do freguês (depois não entendem porque tem tanta gente fazendo blog...). 10. A falta de respeito e de delicadeza no trato dos chefes com seus subordinados. E, algumas vezes, entre colegas.**
Débora – A Recasada
*Matéria fria, para quem não sabe, é matéria que não precisa de nenhum fato atual para ser publicada.
** Até que nesse item tive, no geral, muita sorte, tive muitos chefes incríveis e colegas maravilhosos! Tanto que tenho entre meus melhores amigos gente que fui conhecendo pelo caminho das redações (Né, Belita?).
1. Se deixar sempre pautar pela Time ou pelo NY Times como se tudo o que eles dissessem fosse lei. Mesmo quando o que eles dizem não faz o menor sentido para o Brasil.
2. Achar que uma notícia é velha demais e não dar. E resolver dar depois que o Fantástico deu.
3. Achar que uma tendência é vanguarda demais e que o leitor não está preparado para aquilo. E resolver dar depois que o Fantástico deu.
4. Achar que os entrevistados são pessoas que estão disponíveis 24 horas por dia.
5. Achar que “personagem” é coisa que se compra por R$ 1,99 em uma máquina de depoimentos que tem em qualquer esquina. Como se não fossem seres humanos, como se não fosse a vida deles em jogo na revista/jornal/TV/internet/rádio.
6. É a profissão que mais exige sensibilidade. E é onde mais tem gente insensível (MAFÊ, ESSA EU ROUBEI DE VOCÊ, TÁ?).
7. É a profissão que mais exige uma mente aberta. E é onde mais tem gente preconceituosa.
8. A obsessão por números. Ofereça uma matéria sobre velhinhas que usam piercing e teu chefe te perguntará: tem número mostrando que cresceu o número de velhinhas usando piercing?
9. As coisas serem sempre ao gosto do patrão e nunca ao gosto do freguês (depois não entendem porque tem tanta gente fazendo blog...). 10. A falta de respeito e de delicadeza no trato dos chefes com seus subordinados. E, algumas vezes, entre colegas.**
Débora – A Recasada
*Matéria fria, para quem não sabe, é matéria que não precisa de nenhum fato atual para ser publicada.
** Até que nesse item tive, no geral, muita sorte, tive muitos chefes incríveis e colegas maravilhosos! Tanto que tenho entre meus melhores amigos gente que fui conhecendo pelo caminho das redações (Né, Belita?).
17 comentários:
Eu acho o Fantástico uma praga. Pior coisa do mundo é ouvir fulano segunda de manhã comentando matéria do Fantástico e achando que aquilo é super novidade, quando a gente já viu na internet há pelo menos duas semanas.
6 de agosto de 2010 às 00:23Nooossa, Deb! Parece até que vc entrou na minha cabeça! É justamente isso, especialmente as questões da notícia velha demais, dos depoimentos, do preconceito (falei sobre isso hoje no jornal!!)...
6 de agosto de 2010 às 00:53A minha sorte é que, assim como vc, também tive/tenho colegas maravilhosos. E isso é muito bom!! Aliás, jornalismo é uma delíciaaaa...
Bjs,
Lu
Assino embaixo, amiga!!!
6 de agosto de 2010 às 01:14Principalmente no que se refere a essa mania de copiar o que se faz lá fora e ao desrespeito às fontes.
Mas,que bom que no meio desse turbilhão nossos caminhos se cruzaram. E que agora eu tenho você!!!
Continue sendo essa jornalista maravilhosa que vc é. Te admiro.
Beijão,
Bela - A Divorciada
Dé, concordo! Infelizmente, sofri o número 10 grávida. E sabe o que me irrita naeportagem? Ter de achar um personagem que exemplifique a sua pauta e não estar aberto à realidade, já que a pauta quase sempre vem fechada, com um ponto de vista já estabelecido. O personagem TEM DE se encaixar. Acho isso bizarro!
6 de agosto de 2010 às 08:13Não tenho medo de dizer que hoje prefiro os blogs a qualquer jornal/ portal.
Beijos
amo ser jornalista, de paixão.
6 de agosto de 2010 às 08:59mas o que pega mesmo é essa guerra de egos que muitas vezes atrapalha o ponto central de uma matéria ou de uma entrevista.
outra coisa é que, pelo menos por aqui, tornou-se vício se pautar por agências e usar só o ponto de vista delas.
profissionais estão acomodados e assistindo fantástico demais.
bjocas
acabei de abortar a missão em um dos meu empregos justamente por causa dessa falta de sensibilidade.... eu queria só entender que "mágica" é essa que acontece com os chefes quando eles viram chefes... pq eles, tipo, esquecem completamente que um dia foram repórteres, né? dou conta não!
6 de agosto de 2010 às 10:18Como bem disse a Paloma, uma das piores pragas é essa pauta que vem de dentro pra fora, quando deveria ser o contrário.
6 de agosto de 2010 às 12:34Ter de "comprovar" um ponto de vista estabelecido pela empresa/chefe, não necessariamente por interesses políticos e econômicos (o que também rola, mas daí nada podemos fazer), mas para ficar com tudo muito "determinadinho" antes de apurar a história, saber se aquilo realmente procede.
Uma publicação vira uma coletânea de peças de ficção, de ideias que travestidas de tendência, quando na verdade se passam apenas na cabeça de uma ou duas pessoas que mandam mais que os outros
Muito bom... ainda mais pra mim que pretendo tentar vestibular pra Comunicação Soial este ano (antes tarde do que nunca).
6 de agosto de 2010 às 12:36BeijO*-*
http://evesimplesassim.blogspot.com/
Oi Deb,
6 de agosto de 2010 às 13:24acredito que todas as profissões tem seus probleminhas, e que, por mais que a gente ame, sabemos muito bem que nem sempre é perfeição.
Entendo plenamente a profissão de vocês, e muitas vezes vejo que o profissional tem um potencial, mas, que é extremamente limitado pelos seus 'chefes' que não os deixam mostrar sua capacidade.
Tal exemplo é o olhar que o jornalista tem apurado e que muitas vezes não lhe é permitido mostrar em seus trabalhos.
muito legal teu post Deb,
bjs
Parabéns pela coragem!
6 de agosto de 2010 às 14:01Não sou jornalista Debs...mas concordooooooooo!!!!!
6 de agosto de 2010 às 17:12beijocas,
Mari.
Amo jornalismo, meu ídolos são jornalistas, mas concordo com tudo que vc disse.
6 de agosto de 2010 às 18:45Muito bom. Espero agora a lista das " dez mais ".
6 de agosto de 2010 às 20:31Você não listou nenhuma mentira. Perfeito.
É um tal de " gilete press" . Agora então com a internet...
Valeu pela visita !
Beijão
O que mais mais me espanta como jornalista é que tem gente que ainda leva o Fantástico a sério!
7 de agosto de 2010 às 17:13Irma
Um dia pensei ser jornalista.
8 de agosto de 2010 às 09:51Entretanto, " As coisas serem sempre ao gosto do patrão e nunca ao gosto do freguês", ou seja, o interesse do dono do jornal, da tv ou rádio se sobrepor, fizeram-me desisitir.
Optei pela advocacia e pelos blogs.
(depois não entendem porque tem tanta gente fazendo blog...).
Não sabia disso tudo não =)
9 de agosto de 2010 às 09:48Trabalho o dia inteiro com jornalistas, prestando consultoria jurídica. O que me impressiona é como quem é jornalista acha que sabe de tudo ou que tem a obrigação de saber, não pode parar para refletir e pensar... A nota do ministro Joaquim Barbosa sobre o aspirante a paparazzi deveria servir para muito jornalista que se acha e no fundo não sabe de nada... Só depois que o Fantástico dá que ele produz...
11 de agosto de 2010 às 00:54Postar um comentário