segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Um casamento por década

Teorias são elaboradas a partir de experiências pessoais. E eu, como você, sou cheia delas (de experiências e teorias). De uns tempos para cá, passei a papagaiar por aí que eu acredito que relacionamentos – entre namoro e casamento – têm dez anos de duração. Uma década é o suficiente para você se encantar por alguém, se apaixonar, fazer dessa paixão um amor, construir algo em comum, enjoar dela e terminar. Quando passa disso, é esforço, reconstrução do amor, trabalho em parceria para apimentar a relação e tudo aquilo que quem é casado há mais de dez anos já sabe. Não que não seja válido, mas, ao meu ver, corre-se o grande risco de tentar ressuscitar cachorro morto.

Pensando nisso, disse à mamãe: “Fiquei dos 21 aos 30 com Charlie. Dos 30 e poucos aos 40 e poucos terei meu segundo marido. Dos 40 aos 50, o terceiro. E na terceira idade vou vadiar por aí”. Ela morreu de rir, claro. E fez questão de discordar: “Eu ainda acredito em amor eterno”. E olha que ela vem de um casamento de 33 anos para lá de falido.

Pois não é que outro dia encontrei eco à minha nova teoria? Um trandewatcher ( observador de tendências) de nome bem estranho, Adjiedj Bakas, e de origem também estranha – ele nasceu no Suriname, é de família indiana e mora na Holanda – disse em uma entrevista à revista Bons Fluidos que essa será mesmo uma tendência dentro de alguns anos.

“Acredito que, num futuro próximo, iremos nos casar por, no máximo, dez anos. Depois disso nos divorciaremos automaticamente.”

Afinal, argumenta ele, a ideia de uma amor para toda vida vem de um tempo em que se vivia, em média, 40 anos. E continua seu argumento:

“Daqui dez ou vinte anos, nós viajaremos mais do que nunca, encontrando mais e mais pessoas, e teremos a possibilidade de novas experiências. E vamos experimentar muuuuuito! Porém, muitos indivíduos ainda terão medo de se divorciar. Para resolver esse problema, vão manter um amante ou uma amante ao lado da relação principal. Isso será bem mais comum que agora, especialmente nos centros urbanos.”

Gostei desse Bakas! E acho que tenho vocação para trendwatcher. Há!

Débora – A Separada

16 comentários:

João do Espírito Santo disse...

Deb,

por mais que meu lado racional diga que você esta certa, meu lado sentimental torce para que a sua leitura dos "trends" esteja errada.

Vou botar fé na sua mamãe.

Bjs,

Jeff

15 de novembro de 2010 às 10:47
Evelin disse...

Bem, ainda nao me casei. Nao quero pensar em divorcio. Acredito no casamento, apesar de tudo.

15 de novembro de 2010 às 10:57
Andarilho disse...

Eu lembro que tinha uma teoria dos sete anos. E tinha até explicação biológica, já que esse seria o tempo médio pra um rebento deixar de ser tão dependente do casal.

15 de novembro de 2010 às 12:48
Marta Melo disse...

Nossa eu nunca tive um relacionamento de dez anos...Mas também continuo a acreditar em amor que dura a vida inteira.Acho que apesar das várias opções que a vida nos oferece ,não é em toda esquina que achamos alguém especial que valha a pena compartilhar nossos momentos.Bjão Débora!

15 de novembro de 2010 às 13:50
3 x Trinta - Solteira, Casada, Divorciada disse...

Eu acho mesmo que faz sentido, concordo até. Mas, no fundo, no fundo, sou igualzinha à sua mãe: não consigo deixar de sonhar com um amor bom, que dure muito, muitão....

Devo ter passado na fila do romantismo umas cinco vezes quando fui fabricada, hahaha!!!

Beijos,

Bela - A Divorciada

15 de novembro de 2010 às 15:09
José Doutel Coroado disse...

Cara Débora,
ponto 1: tenho a certeza que essa tendência que vc refere em seu post está correcta e se vai ampliar nos próximos tempos;
ponto 2: será que é boa? será que poderemos ser mais felizes sem a pressão social de manter relacionamentos longos?
ponto 3: cada caso é um caso! genaralizações a partir de situações sexo-afectivas individuais me parecem ser mais "engenharia social" que realidades palpáveis;
ponto 4: acredito que amar alguém de verdade leva a que queiramos viver para sempre com essa pessoa;
ponto 5: o ego-centrismo dominante leva a que o "eu" se sobreponha ao "nós";
ponto final: façam o favor de tentar fazer alguém feliz e, assim, também seremos felizes.
abs

15 de novembro de 2010 às 16:40
Anônimo disse...

Certíssima a meu ver suas observações.
Apenas quero acrescentar que essa história de juntar escovas, lavar cueca já está mais que ultrapassada.
Acredito nos relacionamentos em casas separadas. Em respeito as individualidades. O amor só deve ser baseado no amor, simplesmente.
Gostei do cantinho de vocês.
Beijos

15 de novembro de 2010 às 22:14
Nina disse...

Hum... Será?...

Eu gostei muito da frase do Wagner Moura em recente entrevista:

""O casamento é uma instituição moderníssima. Hoje, nada mais obriga duas pessoas a estarem juntas, a não ser o amor".

Então é isso, estou pronta para o amor, dure dez anos, ou uma vida inteira. Que venha, para todos nós!

Bjo

15 de novembro de 2010 às 22:37
Ana disse...

Déb, sempre tenho uma tendência a concordar com as suas teorias, gosto delas. Adoro a idéia de viajar muito, conhecer novas pessoas, trocar experiências e de ir atrás de um novo amor se o antigo não deu certo, mas também acredito no amor que dure 10 anos ou uma vida inteira, como disse Nina. Sou uma romântica assumida e quero que o meu amor dure muito, muito mesmo.


"Que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure"

16 de novembro de 2010 às 10:34
Fernanda disse...
Este comentário foi removido pelo autor. 16 de novembro de 2010 às 16:45
Fernanda disse...

Cinco, dez,vinte anos, a validade não importa, o que realmente vale é a gente não se autosabotar e saber reconhecer quando a coisa fugiu dos trilhos e que é hora de cada um tomar seu rumo e recomeçar!
E que, afinal, seja eterno enquanto dure, como dizia o poetinha!
beijos

16 de novembro de 2010 16:45

16 de novembro de 2010 às 16:49
Blog Sozinha ou Acompanhada disse...

Hey Débora... sabe que acho que concordo muito com vc!
Acho que dez anos tá legal menos, soa meio a-romântico mas faz muito sentido!
beijocas,
mari

16 de novembro de 2010 às 17:35
Anônimo disse...

Bom, eu me encaixo nesta teoria em termos. O meu grande amor durou dos 18 aos 29. Só não rolou um novo nesta década. Talvez meu atual grande amor seja eu mesma e só vou ter isso de novo aos 40. O legal de tudo isso é não saber mesmo o que vai acontecer com nosso coração. Que graça teria a vida se controlássemos até isso?
Bjs pra tradewatcher

Patrícia, A Solteira

16 de novembro de 2010 às 23:19
Blog Sozinha ou Acompanhada disse...

Gostei muito, Debs. Vc sempre sensata! Gosto do jeito de ver as coisas.
Beijos,

Irma

17 de novembro de 2010 às 02:10
Olívia disse...

Antes de ter teoria, eu quero me casar ahhahahahahahahaha

Alguém se habilita?

Mas tem que ser daqui a uma década! hahahahaha

.Olívia.

17 de novembro de 2010 às 17:57
Vê Guimarães disse...

Uia que medo rsrs. Minha relação completa 10 anos ano que vem, será que sobrevivo? Beijos

18 de novembro de 2010 às 17:54